47ª Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia

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Sumário ENTREVISTAS Angers Moorse..................................................................................................38 Paulo Roberto - Bebetto...................................................................................44 Clara Formatti...................................................................................................52 Georg Frey........................................................................................................60 Juliana Carvalho................................................................................................70 Marisol ............................................................................................74 Renato Siqueira................................................................................................85 Rubens Lobo....................................................................................................94 Rosemary Bento Molinari................................................................................106 Simara Sá..........................................................................................................114 Tania Vidal.......................................................................................................120

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Destaque Literário Psicóloga Francesa e Brasileira Christiane de Murville “Tudo que vemos fora é reflexo nosso”

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COLUNAS Solar de Poetas ......................78 Poetas Poveiros ......................80

Alexandra Vieira de Almeida........................................................................05 Estêvão de Sousa..........................................................................................08 Ana Oliveira...................................................................................................09 Livros Editora Tocalivros.............................................................................30 Rosana Nicácio.............................................................................................41 Beatriz Helena Ramos Amaral....................................................................42 Editora Penalux – Júlia Grilo......................................................................46 Irlen Leal Benchimol....................................................................................54 Mirian Menezes...........................................................................................56 Antonio Schumacher..................................................................................58 Fernando Jacques – JAX...............................................................................64 Carlos Arinto...............................................................................................66 Manuel Amaro Mendonça............................................................................68 Angeli Rose................................................................................................72 Jucélia Betinardi Fachini.............................................................................73 Rosa Maria Santos.....................................................................................82 Livros Editora Penalux..............................................................................87 Edilson C. Silva..........................................................................................98 Marta Maria Niemeyer...............................................................................99 Vitor Reis....................................................................................................100 Rosa Perez...................................................................................................101 Magna Aspásia Fontenelle..........................................................................110 Lorena Zago...............................................................................................112 JackMichel ....................................................................116 Anastácia Quintanilha Bastos.....................................................................117 Flávio Joppert............................................................................................122 Tito Mellão Laraya......................................................................................128


Shirley M. Cavalcante (SMC)

Editora Coordenadora do projeto Divulga Escritor www.divulgaescritor.com http://www.portalliterario.com/ www.revistaacademicaonline.com

Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano VII Nº 47 Edição abril de 2021 Publicação Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Diagramação: EstampaPB Para Anunciar smccomunicacao@ hotmail.com 55 – 83 – 9 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119

Com sucesso, chegamos à 47ª edição, da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Em destaque de capa temos a psicóloga francesa e brasileira Christiane Couve de Murville, que vem se destacando com seu carisma, por meio de seus textos marcantes e reflexivos, levando a literatura francesa e brasileira ao mundo. Composta por mais de 50 autores contemporâneas, divulgando os seus livros, por meio de entrevistas, textos em prosa e em versos... LITERATURA! Hoje, a revista Divulga Escritor é uma das principais revistas literárias da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário. O editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo. Distribuída gratuitamente para todos que acessam a internet, a revista tem alcançado um público leitor cada vez maior. Consolidada, vamos rumo a edição 48. Juntos, vamos ler e divulgar a revista literária da lusofonia e apoiar nossos escritores contemporâneos. Muito obrigada, equipe Divulga Escritor, e administradores dos grupos: Obrigada, José Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada, Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Helena Santos, apoio em Portugal. Obrigada, Rosa Maria Santos, apoio em Portugal. Obrigada, Giuliano de Méroe, apoio no Brasil. Obrigada, Ilka Cristina, apoio no Brasil. Obrigada a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas nas entrevistas. Obrigada, colunistas, que mantêm o projeto vivo! Muito obrigada por estarmos juntos divulgando literatura, e juntos podermos dizer ao mundo: EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma revista, colaborativa, elaborada por escritores, com distribuição gratuita, para leitores de todo o mundo. Boa leitura!


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Alexandra Vieira de Almeida Escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ) Link para acesso a edição da revista com destaque para matéria de capa com a Dra. Alexandra https://issuu.com/smc5/docs/40_ divulga_escritor_revista_literar

O que dizer de uma revista que tem poucos anos de vida e já é um sucesso, tanto nacional quanto internacionalmente? Estamos falando da Divulga Escritor, uma Revista que enobrece a literatura lusófona. Nascida em 2013, tendo Shirley M. Cavalcante como jornalista e coordenadora deste projeto múltiplo e eficaz, o periódico tem se destacado por seu estilo ímpar e inovador. Prezando a qualidade e o profissionalismo, a Revista é um polo aglutinador que se expande para novos horizontes, trazendo à tona novos talentos e projetos voltados para o mercado editorial.

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A Revista desde seu nascimento preza pela elaboração de entrevistas especializadas, tendo como princípio conhecer, de antemão, o perfil do entrevistado. Assim, se torna mais pleno o domínio do foco almejado, com entrevistas bem elaboradas e questionadoras que revelam a beleza e especificidade do escritor divulgado. O foco divulgacional de cada profissional apresentado é conduzido com mestria pelas mãos eficientes de Shirley M Cavalcante, que com seu dom criativo e reflexivo, leva os entrevistados a se adentrarem no terreno de sua própria obra de modo magistral. A jornalista conhece como ninguém o domínio da palavra exata e essencial, não deixando nada a desejar aos grandes entrevistadores da grande mídia. Mas não só de entrevistas que a Revista se vale para divulgar a verdadeira literatura. A Revista também divulga textos literários, tanto no gênero prosa, como no gênero da poesia. Assim, podemos encontrar um leque diversificado de textos, como artigos, contos, crônicas, e poemas, sendo apresentados em todas as edições da Revista. Ela não tem patrocínio. Como então ela sobrevive em meio às dificuldades e crises em que vivemos, sem nenhum apoio das grandes empresas ou veículos de divulgação ou do próprio Estado? Ela se vivifica por um retorno colaborativo, pela união, pela fraternidade entre os participantes da revista. Todos colaboram para que a revista aconteça e apareça na mídia, com grande sucesso.

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E qual o grande retorno disto? A Revista é inteiramente gratuita. Isso mesmo. Para todos que acessam a internet, ela está disponível e bela como sempre, enobrecendo o trabalho destes profissionais admiráveis com grande destreza e importância. A Revista tem ampla divulgação em várias mídias, além de diversos apoios quando se fala em trabalhos personalizados por edição. Todas as edições da Divulga Escritor podem ser acessadas de forma gratuita. Este é o grande diferencial do periódico, uma publicação que se vale de sua maior importância em toda a lusofonia. Portanto, Shirley M. Cavalcante é uma desbravadora de mares infinitos, trazendo à público a força e a garra de uma mulher que não para e oferece um trabalho de extrema qualidade e confiança. A jornalista é um exemplo para todos aqueles que querem alcançar o reconhecimento de um trabalho perfeito e inigualável. A Revista Divulga Escritor tem verdadeiramente uma máxima importância, sendo a maior revista literária da lusofonia, divulgada e apreciada amplamente, tendo muitos seguidores. Vivas à Shirley M Cavalvante e seu trabalho esplendoroso. Link para última edição da revista, a de N.46 no ISSUU https://issuu.com/smc5/docs/46__ divulga_escritor_revista_literaria_ da_lusofoni Outras edições no ISSUU https://issuu.com/smc5

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Serviços Links para acesso gratuito a todas edições publicadas Revista: Site da Revista http://www.divulgaescritor.com/ revista/ Recanto das Letras - em PDF http://www.recantodasletras.com. br/autor_textos.php?id=185182&categoria=M&lista=ultimas Almanaque Literário http://www.almanaqueliterario. com/revista-literaria-da-lusofonia Quem desejar participar é só encaminhar email para nosso editorial informando o que deseja divulgar na revista, apresentaremos proposta. smccomunicacao@hotmail.com Não temos a revista impressa. Valores para participar da Revista • Valor da página para PF - 50 reais ou 13 Euros (publicação de textos em versos e em prosa, como conto, crônicas.) • Valor da página para PJ - 300 reais ou 70 Euros • Valor para publicação de entrevista - 100 reais ou 25 Euros • Capa - Negociação individual. Promoção Divulgação de livro, sinopse, juntamente com imagem de capa do livro, R$30,00(trinta reais) Aguardamos seu contato!


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Homenagem a Isidro Sousa – In Memoriam “Com o avanço das tecnologias, passamos a conhecer muitas pessoas de forma virtual, e principalmente a tê-los como amigos. Isidro Sousa é uma destas pessoas, que mesmo sem conhecê-lo pessoalmente marcou, deixou saudades... obrigada por todo o apoio e amizade. Saudades eternas.” Shirley Cavalcante Editora Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESTÊVÃO DE SOUSA -------------------------------

Singela homenagem:

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screver sobre Isidro de Sousa é evocar alguém que muito deu à cultura lusófona nos nossos dias. Foi ele que, com o seu dinamismo, o seu querer e o seu “vale mais partir do que torcer”, deu forma à, por mim, considerada até agora, a melhor revista digital portuguesa, dedicada à cultura; a SG Mag. Foi pela mão de Isidro de Sousa e da sua iniciativa que tive o privilégio de tomar parte em quinze Antologias e coletâneas de sua autoria. Foi ainda Isidro de Sousa quem, algumas vezes, quando me encontrava mais “para baixo” me incentivou a continuar. É também graças ao Isidro de Sousa, que posso dizer, ter hoje, vinte e três obras completas editadas. Sim, porque se não fosses tu amigo, não teria coragem suficiente para com a minha idade ter metido ombros a tal tarefa. Por tudo isto, onde quer que estejas, aceita o meu MUITO OBRIGADO, amigo!

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ANA DE OLIVEIRA DIAS -------------------------------

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“In memoriam”

a “aldeia global” em que nos inserimos, (ou talvez não), tudo acontece a uma velocidade surpreendente. Conhecemo-nos no lançamento de uma antologia, em que ambos participámos. Emprestei-te uma caneta, para a troca de autógrafos, que te esborratou os dedos — tinha acabado de a deixar cair ao chão. Ainda gosto das de “tinta permanente”. As esferográficas são, também, usadas, mas fortuitamente. Há um toque diferente. Um cheiro diferente. Uma sensibilidade diferente. Alturas há, que sinto, (parece-me), que as palavras deslizam com dificuldade, que o movimento dos dedos não consegue acompanhar os meus pensamentos — se escrevo com esferográfica. Dá-me imenso gosto escrev(er)/ (inhar) com canetas. Há magia oculta nelas; há vida e história; há poesia; há melodia — (sinto-a).

“Está a deitar tinta”. A estranheza que notei, ao verificares, que não era uma “Bic”, ou similar?! Momentos vorazes, cheios de alegrias renovadas, foram-se sucedendo. Colaborávamos nas mesmas colectâneas. “Ías a todas”, tal como eu o tentava fazer. A escrita era um acto normal em ti, afeito às revistas e prospectos, publicitários e/ou panfletários. Para mim, uma forma de estar, em recuperação. Uma necessidade de mim para comigo. Muitos anos medearam entre os textos executados em menina, e os que realizei mais tarde. Por vicissitudes da vida, senti-me incapaz de escrever. Voltei aos meus manuscritos como uma fuga, e uma necessidade premente de me libertar de uma profunda crise depressiva. Já não parei, ainda que com marés mais vivas, ou mais chãs. Eras uma pessoa carente. Os que lidavam contigo mais amiúde sabiam disso. Era marcante a tua verve.

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Gostávamos de ti. Disse-te, um dia, que era mais que notório o teu desejo de te tornares editor. Marcaste a diferença. Dei-te uma “dica” para um caminho, que, (sabia), podia correr bem. E correu. Aguardei pela última antologia, que preparavas. Ficou no prelo. Bruscamente, sei do teu desaparecimento. Doeu. Não entendi a tua desistência. Não fazia sentido. Continuo a absorver muito mal. Parece mentira. Deixaste amigos dolorosamente surpreendidos. Muito poucos terão sabido das verdadeiras causas. Sempre tive para mim, que a solidão destrói. Se as carências afectivas forem agregadas, mais tenebrosa se torna. Respeitavas o espaço do(s) outro(s). Não pretendias tornar-te um peso com a tua bagagem sofrida, enterrada no peito. “Nasce-se inquieto e morre-se mais inquieto do que se nasceu... É um sorteio que se faz acima de ti, antes de ti, sem ti... O tempo trabalha às escondidas, é como uma verruma, escava, perfura, transforma os buracos em redemoinhos, em abismos.”1 Que Deus te guarde. Melhor: te aconchegue no Seu seio. “Deus não tem nada a ver com isso, se calhar nem sequer existe; se existe, está comprometido noutro lado qualquer. Não é Ele quem mete os vírus nas cabeças, não é Ele quem desequilibra, é a Sua parte contrária”2 Ana de Oliveira Dias a.oliveiradias@gmail.com Vale Vite, 06/03/2021, (06h:25’) __________________________________________ 1 e 2 – Tamaro, Susanna, Para uma voz só, Editorial Presença, 2005, 9ª edição

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Biografia publicada na revista Divulga Escritor em 2015 Isidro Sousa nasceu em 1973, numa aldeia remota das Terras do Demo, e vive em Lisboa. Editou a revista Korpus (1996-2008), dirigiu o jornal Púbico (2008-2012) e produz anualmente o guia turístico Lisbon Gay Guide. Entre 2014-2015, participou em dezenas de obras colectivas (Portugal e Brasil) e foi distinguido com o 2º Prémio no 5º Concurso Literário da Papel D’Arroz. Organizou: «1ª Antologia de Literatura Homoerótica Portuguesa» (com o patrocínio da Câmara Municipal de Lisboa), «A Bíblia dos Pecadores» (lançamento em Fevereiro), «Boas Festas» (Silkskin Editora) e «O Beijo do Vampiro». Dirige a Colecção Sui Generis e tem a decorrer duas novas antologias: «Vendaval de Emoções» e «Ninguém Leva a Mal». Editará brevemente «De Lírios», compilação de textos publicados em várias colectâneas, «O Pranto do Cisne» (contos homoeróticos) e «Juno e Java», o seu primeiro romance. Leia mais: https://www.divulgaescritor.com/products/isidro-sousa-entrevistado/

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DESTAQUE LITERÁRIO Psicóloga Francesa e Brasileira Christiane de Murville “Tudo que vemos fora é reflexo nosso”

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CHRISTIANE COUVE DE MURVILLE Antes de se dedicar à escrita de romances ficcionais, Christiane, que é doutora em Psicologia Clínica e bacharel em Ciência da Computação pela Universidade de São Paulo, já havia publicado diversos artigos acadêmicos e o “A Hora do Beijo” pela Editora Casa do Psicólogo. O “A Hora do Beijo” surgiu de sua dissertação de mestrado e apresenta um atendimento realizado com adolescentes em escola pública. “Dirigi-me à escola municipal, onde semanalmente realizava um atendimento grupal direcionado aos alunos da 7ª série. Chegando à escola, no horário habitual, fiquei surpresa ao encontrar a turma toda de adolescentes me esperando na rua, com alguns dentre eles sentados na calçada ou empoleirados nos muros e nas árvores. As aulas haviam sido canceladas aquela manhã e, ao invés de retornarem mais cedo para suas casas, os jovens aguardavam animadamente minha chegada! Assim que estacionei o carro, vieram me ajudar a carregar a mala. A mala era um elemento muito especial, jamais poderia faltar em nossos encontros! Nela, havia perucas, roupas diversas, chapéus de todos os tipos, xales, sobretudos, adereços como pulseiras, colares e presilhas para os cabelos, óculos, gravatas, cintos, bolsas, luvas, echarpes e lenços de cores variadas. Quantas maravilhas havia na mala! Ela representava um universo de possibilidades para se experimentar, brincar, sonhar, viver ou simplesmente somente explorar ou observar.” (“Psicodrama em Cena”, Revista Psique n. 170)

https://www.escala.com.br/psique-ed-170-p1424/ www.divulgaescritor.com | abril | 2021

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Abaixo, algumas ilustrações do “A Hora do beijo”, feitas por Christiane. “Adoro fazer as ilustrações dos meus livros, desenhos em caneta nanquim, em preto em branco. Acredito que os desenhos enriquecem a obra, complementam o texto e convidam o leitor a ir além do que está escrito, a viajar na imaginação. Em minhas publicações mais recentes, no “Até Quando? O vai e vem” e no “Até Quando? A prisão”, tem uma ilustração no final de cada capítulo. Em “O Pequeno Príncipe visita São Paulo”, assim como no “A Hora do beijo”, as ilustrações são coloridas, foram elaboradas com aquarela líquida Ecoline, nanquim e crayon pastel seco”, explica ela.

Ilustrações do “ Hora do beijo”

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Christiane cursou Escola Panamericana de Arte, fez curso de Valorização Gráfica promovido pelo Centro de Educação Transdisciplinar, CETRANS/USP, e também de escultura em pedra e argila no Museu Brasileiro da Escultura. Circulou por diversos ateliers de desenho, pintura, escultura e cerâmica, de artistas bem-conceituados e participou de algumas exposições, tendo obra premiada, primeiro lugar na modalidade aquarela, com a obra “Tudo Azul”, no X Salão de Artes Plásticas da Maratona Cultural ACESC 2005.

Ilustrações, fotos de esculturas, livros, resenhas, crônicas e referências a eventos, imprensa e resultados de mídia estão no site de Christiane no https://www.cmurville.com.br/. Entre as antologias das quais participou com contos, crônicas ou poesias estão “Amaldiçoados Pelo Poder” do Projeto Eco Literário, “Quarentena”, “Além da vida, Além do céu” e “Três quartos de um Amor” da Chiado Books, “Minuto de Tudo”, “Singularidade das Palavras” e “O Construtor de Amigos” da Editora Scortecci, “O Canto dos Contos” e “Admiráveis Mulheres” da Lura Editorial, “Mulherio pela Paz” e “Outono Literário” do Mulherio das Letras, “Coragem”, Tempo do Despertar” e “Sonhos de uma noite” da Cultive Art Littérature Solidarité, e “Salmos Modernos” da Bortolini Editora. Ainda serão lançadas em breve as antologias “Por Elas, Para Elas” da Lura Editorial e “Elas, a Escrita, os Ventos” da Páginas Editora. Christiane também participou da coletânea “Aquele Lugar Entre Nós”, publicada pela Zagodoni Editora e organizada por colegas psicólogas, e fez as ilustrações do livro que ficou lindo! Christiane Couve de Murville é membro do Coletivo Mulheres Artistas, da Cultive Art Littérature et Solidarité e do Mulherio das Letras.

Ilustrações do “Aquele lugar entre nós”

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ATÉ QUANDO? O VAI E VEM e ATÉ QUANDO? A PRISÃO “Novamente foi um sofrimento para João rever a sua vida passando diante de seus olhos, como um filme em ritmo acelerado. O que havia ele feito todo esse tempo na Terra? Não havia deliberadamente prejudicado ninguém, apesar de sua tendência instintiva e impulsiva às vezes aflorar descontroladamente. Porém o que havia feito consigo mesmo, anos prisioneiro da mesma rotina e no mesmo jardim, passando domingos inteiros na frente da televisão e, ainda por cima, sendo confundido com um cachorro?! Mas agora, tudo isso tinha se evaporado e não adiantava ficar chorando sobre o leite derramado, pois o seu tempo na Terra havia terminado.” (Até Quando? O vai e vem) Na série ATÉ QUANDO, conhecemos o João em suas idas e vindas entre a Terra e seu salão de memórias, local à margem do mundo terreno, que guarda registros de tudo que fez ou não em vida e de seu potencial, assim como imagens de pessoas que magoou, de desejos e sonhos frustrados. João identifica situações, sensações, humores e cenários experimentados no mundo. Porém, ainda não tem clareza acerca do que realmente lhe acontece. Precisa projetar novos episódios em sua vida, e reeditar outros já vividos, até conseguir sentir-se satisfeito consigo mesmo, com o coração tranquilo e a consciência apaziguada, tendo realizado seu potencial de vida na Terra.

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Ilustrações do “Até Quando? O vai e vem”

“Experimento terreno? Do que falava o guardião? João se sentiu um pouco mal. Só faltava ele ser cobaia de algum experimento do qual nem tinha conhecimento! Até se imaginou como sendo uma formiga, vivendo em um formigueiro ou terrário gigante, confinado em recipiente imenso de vidro com uma cúpula transparente por cima, através da qual outros seres o observavam o tempo todo, acompanhando meticulosamente cada passo e pensamento seu, sem que ele pudesse esconder nada! Será que ele e todos os seus familiares viviam de fato em uma redoma de vidro, quem sabe em um parque temático experimental, dentro de um grande laboratório?!” (Até Quando? A Prisão) Em dado momento de suas aventuras terrenas, o efeito das águas do esquecimento que João sistematicamente teve que tomar para acalmar memórias incômodas começa a se dissipar e ele tem vislumbres de experiências antigas. Percebe, então, que em todas as suas aparições no planeta sempre reencontra a mesma turma. Repara no ciclo aparentemente interminável, de nascimento e morte, no qual ele e sua família encontram-se encalacrados. Todos vivem repetindo sensações e reeditando experiências. Estão apegados à personalidade momentaneamente assumida e presos em esquemas emocionais e padrões de comportamentos e pensamentos recorrentes, que contribuem para a formatação do mundo que encontram à volta deles. Mas João quer se libertar do vai e vem e descobrir como se desvencilhar do sistema cíclico que os aprisiona. Para isso, contará com a ajuda de seu amigo guardião, do Miguel, da dama do portal e de familiares próximos como Mário, Chiquinha, o cavaleiro negro e outros mais. João está determinado, quer ir além da consciência alcançada e entender, afinal, que história é esta de ficar indo e vindo, repetindo sensações e reeditando experiências indefinidamente. Porém, será que ele está mesmo disposto a largar apegos, rever pendências, esclarecer e liberar de uma vez por todas as suas memórias ruidosas? Como se mover para paragens mais luminosas carregando em seu campo de energia vestígios de confusões, situações mal resolvidas e tudo mais que remete a ambientes densos e pesados?

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Ilustrações do “Até Quando? A prisão” A obra encontra-se em formato livro e e-book na Livraria Martins Fontes Paulista no https:// www.martinsfontespaulista.com.br/buscar?q=Christiane%20de%20murville , na Amazon, Livraria Cultura, Fnac Portugal, Kobo, Google Play e no site da Chiado Books. A parte 1 também está disponível em francês. O e-book do “Jusqu´à Quand? Le va-et-vient” está na Amazon no https://www.amazon.com/Jusqu%C2%B4%C3%A0-quand-va-vient-French-ebook/dp/B086XK7GT3/ref=sr_1_1?dchild=1&keywords=jusqu%C2%B4%C3%A0+quand&qid=1587490560&sr=8-1, mas também na Livraria Cultura, Kobo e Nook. Mais ilustrações de Christiane, resenhas e informações no https://www.cmurville.com.br/

A CAVERNA CRISTALINA

Realidade e ficção, real e imaginário, se entrelaçam na Chapada Diamantina, região de serras e planaltos situada no estado da Bahia, Brasil, muito conhecida por suas belezas naturais e sua formação geológica atípica. A trilogia “A Caverna Cristalina”, com “Uma aventura no tempo” – volume1, “O desafio do labirinto” – volume 2 e “Capturados no tempo” – volume 3, se passa na vila de pedra de Igatu, no município de Andaraí, e leva o leitor a se perguntar se seria mesmo possível viajar no tempo. Existiriam realidades paralelas ou portais dimensionais estabelecendo a comunicação entre diferentes mundos vibracionais? O quanto nossas escolhas, emoções, intenções, nossos comportamentos e pensamentos interferem na formatação da realidade que encontramos à nossa volta? 24

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Em uma aventura por desfiladeiros, penhascos, grutas, cachoeiras, poços de águas cristalinas e trilhas diversas, em meio à uma natureza deslumbrante, o leitor acompanha os experimentos de um grupo de pesquisadores que investiga a possibilidade de formação de portais dimensionais em locais de alta concentração de cristais. Mas fenômenos estranhos acontecem e alguns integrantes do grupo desaparecem misteriosamente na caverna cristalina, reavivando lendas e crenças locais sobre passagens secretas ligando a Chapada Diamantina a mundos escondidos ou realidades paralelas e sobre desaparecimentos misteriosos e seres fantásticos circulando na região e eventualmente sendo vistos por moradores mais sensíveis a realidades sutis que permeariam o mundo material concreto. Todo um mundo invisível ganha vida na Chapada Diamantina, convidando seus visitantes a considerarem a possibilidade de viagens no tempo e de diferentes dimensões entrelaçando-se em locais mágicos, com poços cristalinos, passagens subterrâneas e seres vivendo em diferentes dimensões ou planos vibracionais.

A trilogia também retoma a história da região, desde o apogeu da extração do ouro e dos diamantes, passando pela decadência da mineração, até os dias de hoje. Houve um tempo em que Xique-Xique de Igatu chegou a ter mais de dez mil habitantes, comércio bem desenvolvido, cassinos, cabarés e bairros de escravos e de garimpeiros na periferia. Hoje, a vila histórica de Igatu conta com aproximadamente 400 habitantes e vive essencialmente do turismo, acolhendo as pessoas que vêm à Chapada Diamantina em busca de outras riquezas; as naturais.

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Essa ficção contemporânea, que se passa na Chapada Diamantina e explora uma das regiões mais belas do Brasil em uma viagem fascinante, reunindo suspense, emoção, mistério, intrigas e pitadas de reflexões sobre a espiritualidade, também foi publicada em francês pela Chiado Books: « La Caverne Cristalline », com tome 1 « Une aventure dans le temps », tome 2 « Le défi du labyrinthe » e tome 3 « Capturés dans le temps ».

As versões em português e francês estão em formato livro e e-book, estão na Livraria Martins Fontes Paulista no https://www.martinsfontespaulista.com.br/buscar?q=Christiane%20 de%20murville , na Amazon, Livraria Cultura, Google Play e no site da Chiado Books.

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Ilustrações da trilogia “A Caverna Cristalina” A trilogia “A Caverna Cristalina” também está em audiolivro na Tocalivros.com. Aproveite que o audiolivro do volume 1 está gratuito! A narração dos audiolivros foi feita pela própria autora. https://www.tocalivros.com/buscar?q=Christiane%20Murville

A VIDA COMO ELA É

“A Vida Como Ela É” conta a história de dois vizinhos que se encontram com frequência no elevador do prédio onde moram. Um deles só pensa em fama, dinheiro, poder, aparência, ganhos e interesses particulares. Luta para sobressair em um mundo de soberba, competição, disputas e comparação. Já o outro acha que o mundo não se resume ao material e concreto. Acredita que existe uma dimensão sutil permeando tudo e opta por uma vida qualitativa, afinada ao que lhe proporciona animação e paz. Esses dois modos muito distintos de perceber a realidade e se relacionar no mundo levam cada um dos personagens a escolhas e caminhos radicalmente opostos. Tendências contrarias, seja estimulando um materialismo exacerbado, o Ter, seja a busca da transcendência, do Ser, conduzem a um surpreendente desfecho. www.divulgaescritor.com | abril | 2021

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Ilustrações do “A Vida Como Ela É” A obra também foi publicada em francês, “La vie comme elle est”, pela Chiado Books. Está em audiolivro na Tocalivros.com e em formato livro e e-book na Amazon no https://www.amazon.com.br/s?k=christiane+murville&__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&ref=nb_sb_noss_1

O PEQUENO PRÍNCIPE VISITA SÃO PAULO

O Pequeno Príncipe chega a São Paulo, acompanhando uma migração de maritacas! Conheça o Teatro Municipal, o Parque do Ibirapuera, o Palácio do Ipiranga, o Campo de Marte, a Casa das Rosas, a Catedral da Sé e tantos outros lugares encanadores da capital paulista com o Pequeno Príncipe. Ao longo do passeio, você reconhecerá outros personagens de Antoine de Saint-Exupéry como o Vaidoso, o Acendedor de Lampiões, o Astrônomo, o Beberrão e a Raposa. Encontrará também um Pequeno Príncipe universal; loiro, moreno, ruivo, negro, com olhos puxados, adulto, criança, cadeirante, cego etc., mostrando que somos todos príncipes ou princesas, cabendo a cada um comportar-se como tal. A obra tem versão para ler e para ler e colorir, em português e francês e está no https://loja.umlivro.com.br/o%20pequeno%20pr%C3%ADncipe%20visita%20s%C3%A3o%20paulo?&utmi_p=_&utmi_pc=BuscaFullText&utmi_cp=o%20pequeno%20 pr%C3%ADncipe%20visita%20s%C3%A3o%20paulo e também na Amazon Brasil.

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Confira abaixo algumas das ilustrações feitas por Christiane.

Ilustrações do “O Pequeno Príncipe visita São Paulo”

A coletânea “O Pequeno Príncipe visita São Paulo” foi elaborada para o lançamento pela Tocalivros.com do audiolivro de “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry. O audiolivro de “O Pequeno Príncipe”, narrado por Fábio Porchat, Tathi Lopes e Kaik Pereira, encontra-se gratuito no Clube Digital de Leitura da Tocalivros e pode ser acessado através do link https://clubedigital.tocalivros.com

https://www.linkedin.com/in/christiane-couve-de-murville-a230b83b/

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O EDITOR DA TOCALIVROS RICARDO CAMPS-----------

O lado B do mercado editorial

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Por Ricardo Camps*

ais do que conviver com infinitas possibilidades digitais, vivemos em um mundo onde os processos de digitalização passam a ser criados instantaneamente. Não importa o segmento, todos os mercados que estiverem adaptados ao digital se sobressairão ou, como costumo dizer, vão sobreviver. Há 14 anos sem apresentar melhoras, o mercado editorial brasileiro assiste de camarote a um fenômeno singular: a ascensão das editoras de autopublicação e a independência dos escritores. Um dos fatores para que esses dois segmentos desta cadeia estejam colhendo os resultados animadores é o fato de terem se atentado a esse nicho e a um detalhe importante: a maioria do público voltou-se ao digital e se rendeu à tecnologia. Enquanto as tradicionais pensam no macro, as pequenas editoras e os autores independentes se abriram para as oportunidades de se lançarem nesse mercado sem estarem atrelados às regras de um modelo analógico e desconectado das demandas dos leitores. Eles acessam um terreno fértil de nichos que está começando a ser explorado. Conseguem trabalhar diretamente com os players e tornaram este mercado da literatura algo muito mais concreto.

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Outro ponto a ser destacado é que as editoras de autopublicação também encontraram uma forma de oferecer um trabalho customizado, sob medida e a identificar o que seus leitores procuram. Nesse meio tempo observamos um aumento exponencial do digital. É fato que os livros físicos ainda são muito importantes, porém, nunca antes o confronto entre esses dois espaços foi palpável como agora. A compra do livro nunca vai acabar, eu sei; mas o segmento digital abriu um espaço para as pessoas saírem da zona de conforto, comprarem títulos diferentes e formatos nunca antes experimentados, como é o caso do audiolivro, em que atingimos um público totalmente novo que preza pela agilidade e uma nova forma de conhecimento e entretenimento. Trata-se de um grupo de pessoas que não necessariamente estariam lendo aquele conteúdo. Atrevo-me a dizer: um mercado

que vem para competir com outros serviços de streaming de áudio. Realmente, o audiolivro é uma nova forma de posicionar o mercado literário, dentro dessa “nova era” do consumo de entretenimento. O audiolivro hoje já é bem mais conhecido do que há seis anos, mas ainda tem um longo caminho pela frente. Podemos comparar a trajetória dos títulos em áudio com os eBooks que vêm marcando espaço há 15 anos – com grande destaque para o último ano que espantou os leitores das livrarias físicas devido ao distanciamento social. A tendência é que o áudio, por toda facilidade, fique ainda mais no radar dos leitores, mas também dos autores e das editoras. Todos esses fatores fazem com que cheguemos a um cenário ideal: o leitor poderá escolher qual formato quer consumir. Um mercado em que o livro digital, o físico e em áudio coexistem em harmonia.

E, nós da Tocalivros, seguimos com a missão de tornar o mercado editorial plural e acessível para todos. Se você é um autor independente ou uma editora pequena e gostaria de colocar seus livros para o formato digital entre em contato com nossa equipe seja através de nosso portal de autopublicação em autores.tocalivros.com, ou caso tenha uma editora entre em contato direto com nosso time editorial em editorial@tocalivros.com. *Ricardo Camps é sócio-fundador da Tocalivros, formado em Administração Pública pela FGV-EAESP. Sua atuação tem foco no desenvolvimento de novos negócios digitais. Entrou no mercado literário para impulsionar o segmento de audiolivros no Brasil. Ouvinte assíduo de audiolivros, atua no mercado de empreendedorismo e marketing de conteúdo, background em business e market intelligence.

Fabio Porchat narra George Orwell em audiolivro que será lançado gratuitamente em 2021

O ator, humorista e apresentador Fabio Porchat voltou aos estúdios da Tocalivros para, desta vez, narrar a obra A Revolução dos Bichos, do escritor George Orwell. A versão fonográfica do livro é uma parceria entre Tocalivros Social e a editora Vermelho Marinho, que disponibilizarão o título gratuitamente ainda neste primeiro semestre. A narração do audiolivro pelo humorista aconteceu na primeira semana de fevereiro e levou apenas dois dias. A versão está em fase de produção e composição da trilha sonora que será feita por Juscelino Filho. O audiolivro contará com a tecnologia binaural, ou seja, quando o som ocupa um espaço de 360 graus e os efeitos sonoros são sentidos pelo ouvinte em dois sons diferentes. A ferramenta, também conhecida como áudio 3D, é utilizada pela Tocalivros desde 2016, e já esteve em produções como Macunaíma e Jack, o Estripador.

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Porchat é parceiro da Tocalivros desde 2017, quando narrou a obra O Pequeno Príncipe, de Saint Exupéry, também com acesso gratuito e um dos maiores sucessos da plataforma. “Quando surgiu a intenção de trazer a obra de George Orwell para o aplicativo não foi difícil encontrar a pessoa certa para narrar. Afinal, além do histórico de parceria, a obra A Revolução dos Bichos é o livro de cabeceira de Porchat”, confidenciou Clayton Heringer, produtor artístico da Tocalivros. Também participam desde projeto os narradores Flávio Costa e Priscila Scholz, que farão as vozes dos animais. Para baixar o vídeo da narração em alta acesse: https://flic.kr/p/2kARpje Para entrevistar o produtor artístico da Tocalivros, Clayton Heringer entre em contato: Gabriela Cuerba | gabi@lcagencia.com.br ou (11) 99427-8151 Genielli Rodrigues | genielli@lcagencia.com.br ou (47) 9756-0179

Ouvir livros: nova forma de entretenimento que só cresce

Veja as 10 obras mais baixadas pelos leitores brasileiros e encontre inspiração neste Dia Nacional do Livro Ouvir livros tem se tornado a nova sensação entre os leitores. Pela praticidade e comodidade de ouvir quando e onde quiser (seja pelo celular, tablet ou computador), essa forma de consumir literatura cativou o público brasileiro. Segundo pesquisa realizada pela Nielsen Book e coordenada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o faturamento com eBooks e audiolivros cresceu 140%, no comparativo dos últimos três anos, ou seja, o público consumidor aumentou. Mas, afinal, qual o audiolivro mais baixado pelos brasileiros? A Tocalivros, plataforma digital com mais de 2 mil audiolivros e 10 mil eBooks, neste Dia Nacional do Livro (29) apresenta o TOP 10 de títulos mais escutados pelos seus usuários.

Como Convencer Alguém em 90 Segundos Autor: Nicholas Boothman Narração: Camilo Brunelli Duração: 08h13m08s Selo Editorial: Universo dos Livros Produção: Tocalivros Studios Editora: Universo dos Livros Idioma: Português Brasil Disponível: Compra, Clube do Audiolivro e Assinatura Ilimitada Sinopse: Aprenda a liderar, vender, entrevistar, negociar, estabelecer networking, liderar. A chave do sucesso está em convencer as pessoas. O autor e es32

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pecialista Nicholas Boothman ensina como usar a atitude, o corpo, o rosto e a voz para causar uma primeira impressão marcante e impactante, estabelecendo confiança imediata. Para convencer é necessário criar conexões de significado. Pratique os exercícios e você se tornará um verdadeiro mestre nas habilidades interpessoais para conseguir qualquer coisa nos negócios ou na vida pessoal. Escute e acompanhe o especialista Nicholas Boothman na série completa de exercícios extras indicados. Disponivel no aplicativo da Tocalivros, que está disponível para iOS e Android pela Apple Store e Google Play, além do site www.tocalivros.com

Mais Esperto que o Diabo Autor: Napoleon Hill Narração: Daniel Vidal, Cristopher Araujo Duração: 06h59m01s Produção: Tocalivros Studios Editora: Citadel Grupo Editorial Idioma: Português Brasil Disponível: Compra, Clube do Audiolivro e Assinatura Ilimitada Sinopse: Napoleon Hill revela que quebrou o código mental do diabo e o forçou a confessar os seus segredos. O manuscrito que resultou deste feito “Mais Esperto que o Diabo”, mostrou-se tão controverso que acabou escondido por mais de 70 anos. Usando sua habilidade legendária para chegar à raiz do potencial humano, Hill cava profundamente para identificar os maiores obstáculos que enfrentamos na busca de nossas metas pessoais, incluindo o medo, procrastinação, a raiva e a inveja, como ferramentas orquestradas pelo próprio diabo. Disponivel no aplicativo da Tocalivros, que está disponível para iOS e Android pela Apple Store e Google Play, além do site www.tocalivros.com

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Autor: Laurentino Gomes Narração: Daniel Vidal Duração: 11h23m00s Produção: Tocalivros Studios Editora: GloboLivros Disponível: Compra, Clube do Audiolivro e Assinatura Ilimitada

1808

Sinopse: Considerada por muitos historiadores como a mais importante decisão tomada pelo príncipe regente e futuro rei Dom João VI durante os treze anos de permanência da corte portuguesa no Rio de Janeiro, a efetivação do Reino Unido colocou um ponto final no período colonial brasileiro e deu início de fato ao processo de Independência do país. É o terceiro e último volume da trilogia do autor sobre as três mais importantes datas da construção do Brasil durante o Século XIX, que inclui ainda 1822, sobre a Independência. Disponível no aplicativo da Tocalivros, que está disponível para iOS e Android pela Apple Store e Google Play, além do site www. tocalivros.com

O Curioso Caso de Benjamin Button Autor: Francis Scott Fitzgerald Narração: Camilo Brunelli Duração: 01h09m53s Editora: Grupo Oxigênio Produção: Tocalivros Studios Idioma: Português Brasil Disponível: Compra, Clube do Audiolivro e Assinatura Ilimitada Sinopse: escrito em 1922, o livro conta a história de Benjamin Button, que nasceu com a aparência de um homem idoso. Conforme cresce, Benjamin vai rejuvenescendo e vivendo experiências como o amor, a solidão, a perda e o medo. O autor declarou que o conto era de um de seus mais preciosos escritos. Esse mesmo trabalho inspirou o filme O Curioso Caso de Benjamin Button. Disponível no aplicativo da Tocalivros, que está disponível para iOS e Android pela Apple Store e Google Play, além do site www.tocalivros.com

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A Hora e Vez de Augusto Matraga

Autor: Guimarães Rosa Narração: Rubens Caribé e Priscila Scholz Duração: 02h09m27s Selo Editorial: Global Editora Produção: Tocalivros Studios Idioma: Português Brasil Disponível: Compra, Clube do Audiolivro e Assinatura Ilimitada Sinopse: O conto que encerra o livro Sagarana traz a história de um homem sertanejo acostumado a se impor pela força em seu cotidiano. Nhô Augusto é a perfeita síntese do mandonismo local que se fez presente em tantas cidades brasileiras durante o século XX. Manejando de forma magistral o dilema universal entre o bem e o mal, João Guimarães Rosa construiu um enredo surpreendente que leva os leitores a refletir acerca de seus instintos. Disponível no aplicativo da Tocalivros, que está disponível para iOS e Android pela Apple Store e Google Play, além do site www.tocalivros.com

Perto do Coração Selvagem Autora: Clarice Lispector Narração: Priscila Scholz Duração: 07h16m18s Selo Editorial: Editora Rocco Produção: Tocalivros Studios Idioma: Português Brasil Disponível: Compra e Clube do Audiolivro Sinopse: escrito em 1944, o livro mostra o cotidiano de Joana, menina criada pelo pai, já que a mãe, Elza, morrera muito cedo. Passados alguns anos, seu pai também morre e então ela vai morar com a irmã de seu pai. Disponível no aplicativo da Tocalivros, que está disponível para iOS e Android pela Apple Store e Google Play, além do site www.tocalivros.com

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Laços de Família

Autora: Clarice Lispector Narração: Adelia Nicolete Duração: 05h14m54s Produção: Tocalivros Studios Editora: Editora Rocco Idioma: Português Brasil Disponível: Compra e Clube do Audiolivro Sinopse: O texto de Clarice Lispector costuma apresentar ilusória facilidade. Seu vocabulário é simples, as imagens voltam-se para animais e plantas, quando não para objetos domésticos e situações da vida diária, com frequência numa voltagem de intenso lirismo. Mas que não se engane o leitor. Em poucas linhas, será posto em contato com um mundo em que o insólito acontece e invade o cotidiano mais costumeiro, minando e corroendo a repetição monótona do universo de homens e mulheres de classe média ou mesmo o de seres marginais. Disponível no aplicativo da Tocalivros, que está disponível para iOS e Android pela Apple Store e Google Play, além do site www.tocalivros.com

Autor: George R.R. Martin Narração: Zeza Mota, Daniel Vidal e Elenco Duração: 37h17m11s Selo Editorial: Suma Produção: Tocalivros Studios Editora: Companhia das Letras Idioma: Português Brasil Disponível: Compra e Clube do Audiolivro Sinopse: O verão pode durar décadas. O inverno, toda uma vida. E a guerra dos tronos (game of thrones) começou. Como Guardião do Norte, lorde Eddard Stark não fica feliz quando o rei Robert o proclama a nova Mão do Rei. Sua honra o obriga a aceitar o cargo e deixar seu posto em Winterfell para rumar para a corte, onde os homens fazem o que lhes convém, não o que devem... e onde um inimigo morto é algo a ser admirado. Disponível no aplicativo da Tocalivros, que está disponível para iOS e Android pela Apple Store e Google Play, além do site www.tocalivros.com

Guerra dos Tronos

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Jack, o Estripador em Nova York

Do que os Homens Têm Medo

Autor: Stefan Petrucha Narração: Lucas Romano Duração: 11h28m42s Selo Editorial: Vestígio Produção: Grupo Autêntica Editora: Grupo Autêntica Idioma: Português Brasil Disponível: Compra, Clube do Audiolivro e Assinatura Ilimitada

Autora: Sonia Rodrigues Narração: Priscila Scholz Duração: 03h29m53s Selo Editorial: Independente Produção: Tocalivros Studios Idioma: Português Brasil Disponível: Compra, Clube do Audiolivro e Assinatura Ilimitada Sinopse: Cinco contos que abordam com primor os mistérios que envolvem as relações de amor. Entre fantasias, traições e desejos, este livro apresenta um panorama profundo do que os sentimentos representam na vida das pessoas.

Sinopse: Carver Young sonha ser um detetive, apesar de ter crescido num orfanato, tendo apenas romances policiais e a habilidade de abrir fechaduras para estimulá-lo. Entretanto, ao ser adotado pelo detetive Hawking, da mundialmente famosa Agência Pinkerton, Carver não só tem a chance de encontrar seu pai biológico como também se vê bem no meio de uma investigação de verdade, no encalço do cruel serial killer que está deixando Nova York em pânico total. Disponível no aplicativo da Tocalivros, que está disponível para iOS e Android pela Apple Store e Google Play, além do site www.tocalivros.com

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Entrevista com o escritor

Angers Moorse Angers Moorse, além de escritor, é músico e técnico em informática, som e vídeo. É formado em Ciência da Computação e concluiu recentemente o Curso de Showrunner pela Academia Internacional de Cinema. Atualmente, atua como escritor e colaborador no site No Escurinho Do Cinema, além de estar trabalhando em um projeto musical, com composições autorais instrumentais. Apaixonado por mitologia, arqueologia e história e, principalmente, pelo mito do continente perdido de Atlântida, estudou sobre o assunto desde a adolescência, pesquisando sobre as várias teorias e lendas envolvidas. Tem como principais referências literárias nomes como Paulo Coelho, Dan Brown, J.J.Benitez e J.K.Rowling. Boa leitura!

“O mais legal de tudo é que você acaba descobrindo que seu personagem favorito tem, na verdade, muito de você mesmo.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Em destaque “Ecos de Atlântida - O Cavaleiro da Água”

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Escritor Angers Moorse, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o inspirou a escrever “Ecos de Atlântida - O Cavaleiro da Água”? Angers Moorse - A temática em si veio desde os tempos de colégio. Durante um trabalho escolar, acabei tendo meu primeiro contato com Atlântida e foi amor à primeira vista. Ali, tive a certeza de que, um dia, escreveria um livro sobre o assunto. Com o passar dos anos, outras ideias vieram à mente, mas nenhuma parecia ser o que eu buscava. Em uma viagem, tive um insight sobre uma possível abordagem. Aos pouwww.divulgaescritor.com | abril | 2021


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cos, fui juntando as teorias, mitos, estudos e lendas que já conhecia, além de pesquisar outras coisas. De início, a ideia era fechar em apenas um livro. Mas, como havia muito assunto e eu queria entrar em todas essas vertentes, acabei expandindo o projeto para dois, depois três, cinco e sete livros, finalizando em oito livros ao todo. Quais os principais desafios para escrita da obra? Angers Moorse - A primeira dificuldade foi delimitar as temáticas que eu queria trazer e encaixar essas temáticas, teorias, mitos, lendas e estudos ao longo da trama, de forma coerente, simples e objetiva, sem deixar lacunas ou incoerências... foi trabalho de formiguinha encaixar tudo. Mas, o principal desafio foi iniciar o primeiro parágrafo, por incrível que pareça. Por mais que eu tivesse todos os roteiros e scripts prontos e soubesse sobre o que iria falar, demorei três semanas para conseguir escrever o primeiro parágrafo... foi um momento bem tenso. Fui pesquisar em blogs e sites focados em literatura e vi uma dica muito interessante, que sugeria iniciar o livro com uma pergunta e a partir dela ir desenvolvendo toda a história. Acabei usando essa dica e, depois disso, a coisa só fluiu. Quais temáticas são abordadas no enredo que compõe a trama? Angers Moorse - Neste primeiro livro, eu abordo a questão das pirâmides atlantes, os cristais de Atlântida, nas teorias sobre o que aconteceu com o suposto continente, um pouco de magia e bruxaria, a relação dos atlantes com os quatro elementos – ar, terra, água e fogo – e no Picatrix, que é um livro de magia e astrologia e, supostamente,

atribuído também à bruxaria. Há, também, algumas curiosidades sobre História, Astronomia e Arqueologia. Junte a isso elementos de ficção científica, aventura, um pouco de romance, muita ação e suspense e uma pegada meio Harry Potter misturada com filmes como Anjos & Demônios, Inferno e O Código Da Vinci... e está feita a combinação para toda a trama do livro. Apresente-nos a obra Angers Moorse – Respire fundo e voe alto. Essas palavras fizeram Eric Sanders embarcar em uma aventura iniciada pelos pais, Robert e Lilian, há seis anos, que desapareceram misteriosamente em um acidente, enquanto efetuavam buscas pela entrada para o continente perdido de Atlântida. Contudo, deixaram pistas para que Eric continuasse com o legado da família, contando com a ajuda de uma jovem chamada Grace Collins, cujos pais, Evan e Luna, também desapareceram misteriosamente no mesmo acidente. Parece que há alguém disposto a impedi-los de descobrir a verdade, utilizando-se de todos os meios possíveis, além de buscar um raro e imenso poder que poderá mudar a história de toda a humanidade. Com amigos inimagináveis e poderes desconhecidos, Eric e Grace descobrirão que Atlântida não é apenas um mito, mas algo do qual eles fazem parte e que precisarão defender. Quais os principais desafios para escrita do enredo? Angers Moorse - Acho que o maior desafio não foi colocar todos os mi-

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tos, teorias, lendas e pesquisas na trama, mas sim, em fazer tudo ter algum sentido, sem deixar incoerências ou muitas pontas soltas. Óbvio que uma ou outra coisa até pode ficar solta propositalmente na trama como um gancho ou spoiler do que virá pela frente, mas não é legal deixar muita coisa sem explicação ou fundamento. Eu quis colocar toda uma base teórica por baixo da camada da fantasia, até mesmo para criar maior imersividade do leitor com a trama e maior identificação com um ou outro personagem. Outra parte que foi mais desafiadora foi conseguir descrever como seria a minha versão de Atlântida, para que ficasse fiel ao que eu imaginava. O que mais o atrai em “Ecos de Atlântida - O Cavaleiro da Água”? Angers Moorse - Como Atlântida é algo que fica muito mais no campo imaginário, é legal ver que vários autores trazem em seus livros suas próprias visões de como o continente teria sido. A própria existência e provável localização do suposto continente ainda é uma incógnita, deixando aberto um campo de possibilidades. Não é algo concreto como Londres, Nova York ou Florianópolis, por exemplo, que você sabe de onde veio, como é e por que é daquela forma. Atlântida é muito abstrata, e é justamente aí que mora a magia da coisa... e é essa magia que acho que é o ponto forte do livro. Outro ponto legal é que há toda uma base científica por trás da fantasia, o que traz mais realismo e veracidade aos fatos, sem contar aqueles elementos que nos empolgam tanto em histórias de fantasia e aventura. Tem alguma história ou curiosidade interessante durante todo o processo de escrita?


digital – através do site da Editora Viseu, além de ambientes como Amazon, Google Play e Apple Store, entre vários outros locais.

Angers Moorse - História interessante, até que não tem nenhuma. Mas tem uma curiosidade que acho legal compartilhar. Cada escritor ou escritora tem sua própria metodologia, sua própria configuração para escrever e a minha é escrever ouvindo música, sempre. Praticamente, 99% do livro foi escrito ouvindo música, sempre variando de acordo com a atmosfera da cena e com o sentimento que queria passar naquele momento. Teve de tudo na trilha sonora: jazz, blues, trilhas sonoras de filmes e séries, música celta, canto gregoriano, new age, metal sinfônico, rock e metal, música clássica, disco music, trance music, pop e indie... até aquelas trilhas sonoras de jogos de videogame me inspiraram para escrever em certos momentos (risos). Onde podemos comprar o seu livro Angers Moorse - O livro está à venda em ambos os formatos – físico e 40

O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Angers Moorse - Sem pensar duas vezes, posso afirmar que escrever é uma experiência única e libertadora. Você precisa lutar contra seus demônios interiores e, no meio dessa luta toda, acaba se redescobrindo como profissional e como pessoa. O mais legal de tudo é que você acaba descobrindo que seu personagem favorito tem, na verdade, muito de você mesmo. Enfim, só quem passa por essa experiência sabe do poder transformador que ela tem. Sobre o desenvolvimento, venho estudando bastante e fazendo alguns cursos, seja para aprimorar a escrita, seja para adquirir novos conhecimentos e para desenvolver melhor ambientações e personagens. Na escrita, tudo é um processo evolutivo e que leva tempo. Quais os seus próximos projetos literários? Angers Moorse - Atualmente, já tenho o segundo livro escrito, que está na fase de análise de conteúdo e correções de português, antes de ir oficialmente para a editora. E o terceiro livro já está um pouco além da metade. Pretendo terminar ele até abril ou maio e, na sequência, escreverei outra história indepenwww.divulgaescritor.com | abril | 2021

dente para um concurso de literatura. Fora isso, escrevo uma poesia ou poema vez ou outra e escrevo matérias semanais para o site No Escurinho Do Cinema. Além disso, estou compondo algumas músicas instrumentais... é um projeto que estava guardado na gaveta há anos e, agora, resolvi tirar o pó dele. Enfim, o segredo é não ficar acomodado para não deixar as ideias irem embora. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Angers Moorse. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Angers Moorse - Nunca deixem de acreditar nos sonhos. Às vezes, demoramos para achar a nossa história e pensamos que não somos bons o suficiente. É apenas uma questão de tempo até ela surgir. Ela sempre estará lá no fundo da sua cabeça e de seu coração e, na hora certa, ela surgirá e pedirá para sair. Então, é só você a retirar com cuidado, dar todo o carinho a ela e a colocar no papel. Demorei 20 anos para conseguir achar a história que eu queria contar e, quando menos esperava, ela pediu para sair... hoje, tenho ela em mãos. Se eu conseguir inspirar ao menos uma pessoa para que ela consiga ter essa mesma experiência e realizar o sonho de escrever e publicar um livro, tudo o que fiz, todo esse meu sonho realizado já terá valido à pena. Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSANA NICÁCIO-------------

Mentora em Autoconhecimento, Autodesenvolvimento e Autogestão para vida e profissão, uma eterna aprendiz da universidade chamada vida. | @rosananicacio

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Reflexo de Si

utro dia perambulando a pé pelas ruas da minha cidade, observando o ir e vir das pessoas, cada gesto, olhar, fala, atitudes e/ou falta delas, ao mesmo tempo que contemplava a beleza das dádivas da natureza, o céu de brigadeiro, a brisa acariciava as folhagens de cada árvore e todo o cenário em que eu estava inserida estava magnífico. Aproximei-me do semáforo, prestei atenção se havia tempo hábil para passar, pois a luz vermelha já estava acesa alguns segundos, ou se era melhor aguardar e esperar o semáforo transacionar novamente seguindo o seu curso e deixar para ultrapassar a faixa de uma forma mais segura. Não me custava nada parar, prestar atenção para depois seguir o meu caminhar seguro. Durante essa transição, me peguei vagando em meus pensamentos e refletindo e, quando a luz vermelha sinalizou, indicando que eu podia passar de forma segura, eu já não era mais a mesma, eu havia caído em mim, passei a refletir que eu estava inserida em todo aquele cenário e vivendo inúmeras emoções, me sensibilizando por gestos simples de uma

jovem em ajudar um idoso, de uma criança com os seus porquês conversando e segurando a mão de sua mãe, do beijo apaixonado do casal de namorados, da beleza do beija-flor ao retirar o néctar de uma flor, ao mesmo tempo da impaciência de um condutor de veículo ao trânsito, chamando atenção pelos toques constantes na buzina. Tudo aquilo que estava fora, também estava dentro de mim, o que era bom e o que não era tão bom, também. E para validar essa reflexão, observação e por que não autoconhecimento, encontrei com um colega que me convidou para um café com prosa e logo aceitei, afinal aquela tarde era única e exclusivamente para mim, me permitindo viver aquele momento presente como um presente. Esse amigo já o conhecia de algum tempo e tenho afeto e apreço por ele, aparentemente eu pensava que o conhecia e naquela tarde durante o nosso café com prosa, levantada algumas temáticas, aquele amigo começou a me apresentar um lado que para mim era desconhecido, repleto de amargura, raiva, angústia e o sentimento que tive foi de fuga. O que mais eu queria era que a luz do semáforo per-

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mitisse a passagem do pedestre e eu saísse correndo ultrapassando a faixa e fugindo do meu amigo. A conversa não era tóxica, ele não é tóxico. Foi uma conversa sem personagem, sem adaptações, apenas nua e crua, uma conversa real e que consciente ou inconscientemente refletia o que também estava dentro de mim, não posso omitir que fiquei inicialmente assustada, mas também não me desequilibrei ou me responsabilizei, apenas refleti e me permiti acolher o meu lado sombra, aquele lado não tão bom que consegui enxergar de forma nítida pela relação com o outro, no caso com meu amigo. Ou seja, o que incomoda em mim com relação ao outro, existe em mim. Para concluir, outro dia fui gravar um vídeo para as redes sociais e quem busca uma reforma íntima, uma melhoria no seu próprio processo evolutivo como eu, tem dificuldade na frente de uma câmera ou smartphone aparentar ser, pois o seu ser grita por congruência, com o que você faz e fala. Portanto, tudo o que vemos nos outros é um reflexo de nós mesmos. E você o que vem refletindo e tem refletido? Receba meu afetuoso abraço dos meus braços.


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA

BEATRIZ HELENA RAMOS AMARAL------------Doutoranda em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), Mestre em Literatura e Crítica Literária PUC-SP, formada em Direito pela USP e em Música pela FASM. Escritora, poeta, contista, ensaísta e compositora, publicou “ A Transmutação os quais “A Transmutação Metalinguística na Poética de Edgard Braga”, “Primeira Lua”, “Peixe Papiro”, “Os Fios do Anagrama” e “O Avesso do Arquipélago “

CLARA NUNES, A ESTRELA

CANTO DE LUZ NA CULTURA DO BRASIL

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arte da excepcional e premiada intérprete, pesquisadora (e também compositora!) Clara Nunes caracteriza-se por um expressivo conjunto de elementos que inserem, para sempre, sua vitoriosa trajetória estética na música popular brasileira e na cultura do país num panteão de poucos, ao lado de figuras proeminentes como Heitor Villa-Lobos, Pixinguinha, Chico Buarque de Holanda, Mário de Andrade, Tom Jobim, João Gilberto, Edu Lobo, Dorival Caymmi, João Guimarães Rosa, entre outros. A inserção se dá, de um lado, pelo imenso talento, inteligência, rigor, sensibilidade, competência, audácia, dedicação e pioneirismo, e, de outro, pela singularidade de um incomparável percurso que reúne o que há de mais genuíno, autêntico e espontâneo em nossa cultura de raiz e, de outro lado, pela beleza da voz, do refinamento e da sofisticação do tratamento musical dado às obras em sua produção fonográfica altamente significativa. A obra atemporal da grande cantora brasileira nasceu para permanecer, para consolidar

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valores, para educar, ensinar, denunciar, alertar e inspirar nos brasileiros o respeito à sua própria cultura. Clara Francisca Gonçalves nasceu em 12 de agosto de 1942, no distrito de Cedro, município de Paraopeba, no interior de Minas Gerais - e que hoje, emancipado, tem o nome de Caetanópolis. Sua terra natal é vizinha da célebre Cordisburgo, berço de Guimarães Rosa, cuja magnífica literatura Clara viria a tangenciar de modo magistral na interpretação de Sagarana, bela canção de Paulo César Pinheiro e João de Aquino criada em homenagem a Guimarães Rosa e batizada com o nome do livro de contos de estreia do escritor. Está sediado em Caetanópolis o Instituto Clara Nunes e também o Memorial Clara Nunes, que reúne impressionante acervo de cerca de 10 mil itens – prêmios, CDs, discos de ouro, vestimentas, acessórios, fotografias, santos barrocos, imagens religiosas africanas, reportagens, móveis, livros, correspondência, jornais, revistas, álbuns – referentes à vida e à obra de Clara. Uma visita a este rico acervo é uma porta de entrada

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para o universo estético e humano da artista e para a polifônica cultura brasileira. Do encontro entre a afinação perfeita, o timbre vocal terno e agradável, os recursos vocais ilimitados e o bom gosto do repertório, resulta um conjunto precioso para a música. A ele se conjugam a ética, a versatitilidade, a valorizaçâo das três etnias que compõem o povo brasileiro (indígena, africana e portuguesa), e o primoroso trabalho não só musical e estético mas também de profundo e notável alcance social, com a valorização da igualdade entre os gêneros, da diversidade religiosa, da tolerância religiosa e da beleza do ecumenismo que Clara viveu e que transborda em seu belo legado. Foi ela a primeira cantora brasileira a alcançar a cifra de meio milhão de discos vendidos. Conquistou todas as faixas etárias e sociais do Brasil e conquistou todos os países em que esteve a apresentar sua arte, entre os quais Suécia, França, Alemanha, Japão, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Argentina, Venezuela, Costa do Marfim, África do Sul, na maioria dos quais lançou discos. Neste mês em que se celebra a mulher, deixo uma sugestão, que é convite e exortação. Ouçamos a voz de

Clara, registrada em seus 16 LPs individuais, cerca de 100 compactos-simples e dezenas de participações em obras coletivas, além de 12 coletâneas póstumas. Seus CDs-solo foram remasterizados em Abbey Road e lançados pela EMI, acompanhados de um CD com belas raridades. Ouçamos e vejamos o DVD CLARA NUNES, lançado pela Globo. Vejamos o belíssimo documentário “CLARA ESTRELA”, dirigido por Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir. E façamos a leitura dos livros até agora publicados sobre a artista: “O Canto Mestiço de Clara Nunes”, coordenado pela historiadora Sílvia Maria Jardim Brügger; “Clara Nunes- Guerreira - o livro do disco”, da ensaísta Giovanna Dealtry (Ed. Cobogó); “Clara Nunes – Guerreira da Utopia”, sua biografia, escrita pelo jornalista Vagner Fernandes (Ed. Agir); “O Mistério da Terra de Clara Nunes”, de Adriana Andrade, Edna Pires e Jones Silva; “Clara Nunes nas memórias de sua irmã dindinha Mariquita”, de Maria Gonçalves da Silva Silva e Josemir Nogueira Teixeira (lançado em 2020). Clara é um enorme sopro de luz sobre o Brasil e o mundo. Nos tempos de hoje, é preciso ouvi-la. Estejamos em sintonia com seu canto.

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Entrevista com o escritor

Bebetto Formado em Letras – Português, Paulo Roberto tem imensa paixão à Literatura e Artes Plásticas. Publicou recentemente o Livro, Pôr dos Sonhos pela editora Multifoco com o pseudônimo (Bebetto), também Membro de dois grupos de Artistas: Celeiro Literário e Academia Planaltinense de Letras, ambos do Distrito Federal. Boa leitura!

Todos já passaram por momentos de altos e baixos, acredito que a obra tenha um pouco de mim e também as minhas crenças.”

Em destaque “Pôr dos Sonhos” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Bebetto, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o atrai nos textos poéticos? Bebetto - A literatura por si só é algo incrível, desperta em cada um de nós diversas sensações inimagináveis. Visualizar o mundo aos olhos de um escritor, mergulhar em cenários, ou personagens com suas tramas e intrigas, isso, tratando-se da prosa. Na poesia, ritmos, rimas e métricas, logo, os estudos na época de faculdade foi onde os professores, também autores, me influenciaram. Em que momento se sentiu preparado para publicação de seu livro “Pôr dos Sonhos”? Bebetto - Guardava alguns textos na esperança de publicá-los, mesmo sendo grande a espera, acredito que tenha sido o certo, pois obtive muitos contatos com artistas de diversas áreas à medida que participava de saraus e reuniões do meio. Faço parte de dois grupos, Celeiro Literário Brasiliense e Academia Planaltinense de Letras (Aplac). 44

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Apresente-nos a obra Bebetto - O livro trata de sentimentos variados em cada capítulo, estilos diferentes de escrita e efeitos visuais lúdicos ao total de 75 páginas. Apresente-nos um dos textos publicados na obra Quando os olhos vierem de encontro aos meus lábios também virão, estarão assim como corpos possuídos em chamas nos sonhos sobre a cama. Azul! O teu lençol! Um céu, como em teus olhos cada traço revela essa pureza azul, da tua pele e do teu sorriso e o teu batom num cigarro apagado. O silêncio, as roupas na penumbra... todas são causas do prazer, já que pra amar não existe causa. Sabemos que cada texto tem um pouco do autor, de seus conhecimentos, ou/e sentimentos. Comente sobre o momento de criação deste texto. Bebetto - Todos já passaram por momentos de altos e baixos, acredito que a obra tenha um pouco de mim e também as minhas crenças. Como surgiu o título? Comente como foi a escolha do título da obra. Bebetto - O crepúsculo é um momento de beleza e mistério, uma transição entre a luz e a escuridão de imagem inigualável, já no mundo dos sonhos nós alcançamos tudo isso, já que é um lugar onde os nossos desejos se concretizam. Onde podemos comprar o seu livro? Bebetto - No site da Editora Multifoco, obra: Pôr dos Sonhos https://editoramultifoco.com.br/ loja/product/por-dos-sonhos/

Quais os seus próximos projetos literários? Bebetto - Sempre que possível, busco participar de saraus e exposições, porque também sou artista plástico. O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Bebetto - Pessoas mais introspectivas não demonstram seus sentimentos com facilidade, então, no meu caso, os trabalhos que executo acabam revelando parte do meu ser. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Bebetto.

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Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Bebetto - Essa fase com a qual estamos vivendo será e está sendo difícil, um momento de auto reflexão, até mesmo para a nossa saúde mental. A arte é primordial, que ela seja mais valorizada e acessível!

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL JÚLIA GRILO

O que diferencia o homem dos outros animais? A Autora: Romancista, ensaísta e cronista, Júlia Grilo nasceu em 2020. Enredada na cibercultura, aos 10 anos já assimilava a linguagem internética e, através da escrita em blogues, conseguiu formar as bases de sua estética, marcada pelo coloquialismo, pela rapidez e, sobretudo, pela ruptura com a escrita convencional. Escreveu seu primeiro livro aos 15 anos: um ensaio sobre a escola a partir de sua perspectiva estudantil (aliás, este texto, nomeado Perdemos o futuro, é a gênese essencial de seu projeto literário e configura os pilares de sua escrita). Aos 17, a autora finalizou Deserção, seu primeiro romance, que ainda permanece inédito. Cães (2020) é seu livro de estreia. Atualmente, Júlia vive em Salvador, onde se gradua em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia. Serviços: Cães, Júlia Grilo – romance (154 p), R$ 40 (Penalux, 2020). Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/caes Vídeo promocional: https://youtu.be/-fWt_3RovNg

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Romance faz uma provocação que se alimenta das pretensões do saber humano e de sua relação com outros viventes Um cão chega para fazer parte da família. A partir daí, diante do seu novo animal de estimação, uma menina se vê diante de alguns questionamentos, aprofundando sua incipiente visão de mundo. É dessa premissa que parte o romance de estreia da jovem escritora Júlia Grilo, recentemente publicado pela Editora Penalux.

Abordagem temática

“Cães” é um livro cujas definições se dão pela diferença: para descobrir o que é humano, a autora busca primeiro pensar naquilo que não é. É um romance sobre limiares, sobre o que nos une e o que nos separa, sobre a distância que há, enfim, entre os homens e os bichos (o homem é ou não é bicho?), os homens e as mulheres (as mulheres também compõem o que se chama de homem?). Do início ao fim, Cães é uma descrição dos processos de socialização – isto é, daquilo que faz com que sejamos o que somos. Neste sentido, a narrativa considera a ciência e a filosofia como produções propriamente humanas: é com as lentes de homens que enxergamos, é a partir delas que fazemos a ciência, que explicamos o mundo, que constituímos as definições. O que entendemos por “humanidade”, então, é um conceito e, portanto, uma ficção. www.divulgaescritor.com | abril | 2021


O processo da escrita

“Eu comecei a escrever por volta dos 10 anos, em blogues”, explica a autora à nossa agência. “Por isso a minha escrita se funda carregada de todos esses signos da linguagem digital, que é ligeira, informal e até meio zombeteira, ácida”. A escritora também nos conta que somente aos 15 anos passou a enxergar a sua escrita de outra forma, com uma perspectiva mais profissional. “Isso ocorreu no começo do Ensino Médio”, diz Júlia, “naquele período de transição difícil, quando passei a questionar a escola como instituição, como modelo. Um dia estava navegando pelo Facebook e vi uma entrevista da filósofa Viviane Mosé discorrendo sobre o papel da escola. Pronto! Pedi a meu pai o livro dela: ‘A escola e os desafios contemporâneos’ (2013). Seria meu presente do Dia das Crianças (risos)”. Essa leitura e seus questionamentos, levou-a por sua vez a escrever o seu próprio ensaio, que foi intitulado “Perdemos o futuro”. “Recebi algumas propostas para publicá-lo”, ela conta, “mas eu não tive coragem. Não me sentia pronta – queria que os meus livros sobrevivessem independentemente de mim, apesar de mim, sem se aproveitar da seiva nutritiva e caudalosa que escorria do meu umbigo”.

Voltando ao livro

Sendo a ambiguidade algo inerente à condição humana, os personagens de “Cães” sofrem e fazem sofrer. A narrativa dá a tônica à colonização como um fenômeno em seu nível psicológico, contíguo ao processo de subjetivação que engendra os homens e as mulheres. Este é o eixo central da história, a partir do qual surge um subtema importante: ao abordar aquilo que nos faz sermos o que somos, a colonização emerge como um fenômeno em curso, e as suas instituições sociais – o patriarcalismo e o racismo – formam o contexto que desafiam o nosso livre-arbítrio. “Com Cães, eu quis então me desvencilhar de vez da adolescência”, assegura Júlia. “É um período em que tudo

parece muito fatal e muito urgente. Criar personagens e praticar a escrita na terceira pessoa era uma tentativa de praticar a alteridade e romper um pouquinho com o narcisismo infantil. Eu considero ‘Cães’ um texto bastante estável, embora manifeste todo frescor e toda fragilidade de uma primeira publicação. Quando eu enviei o original do livro para Laerte, eu escrevi: esta é uma despedida da adolescência.”

Laerte

Através do cartunista João Montanaro, da Folha, a escritora baiana acabou conhecendo e se relacionando com Laerte, cartunista dos mais renomados. “Viramos amigas, surpreendentemente amigas”, relata a autora. “Acho que é com ela que eu compartilho as dimensões mais basilares da minha vida íntima”, confidencia. Laerte era quem lia muitos dos seus textos em produção. “Ela costuma ser sempre uma das primeiras a ler o que eu escrevo”, diz Júlia, que se orgulha. “Todos os meus trabalhos passam pelo crivo dela”. Como não poderia ser de outra forma, é Laerte quem assina o texto do livro. Diz a cartunista: “As primeiras mensagens que troquei com a Julia são de 2015. Não lembro quem fez a ponte – acho que o João Montanaro. Sei que desde o primeiro e-mail me senti fisgada pela sua escrita copiosa e inquieta. Passei a aguardar esses e-mails mais ou menos como aguardava as aventuras de outra Julia, uma de quadrinhos que saía a cada 2 meses. Os e-mails da Julia real tinham a vantagem de serem mais frequentes; em comum com os quadrinhos, exigiam e permitiam uma leitura extensa. Logo ela se tornou, pra mim, algo daquilo de que me cerco pra perceber o mundo de forma mais atenta. E eu vi uma escritora surgindo na minha frente, nas mensagens, nos ensaios e nos textos que ia me enviando também.” Laerte termina seu texto assim: “Eu vejo essa Julia crescendo enquanto escreve. Estar pronta, no caso da Julia, é estar sempre se transformando.” Tanto é verdade o apreço da artista pela escritora, que numa entrevista recente Laerte fez uma recomendação de leitura na pandemia mencionando o romance de estreia de sua amiga (confira: https://youtu.be/udcFHJWegAQ?t=3446).

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EM DESTAQUE LIVROS EDITORA PENALUX “Guia de sobrevivência do exilado no próprio país” do autor Alexandre Meira

GÊNERO: ensaios| FORMATO: 14X21 | ANO: 2020 | PÁGINAS: 148| Pólen soft 80 SINOPSE: “Por conta de suas raízes profundas e fortes não toleram nada que as cercam, reduzam-na e as tolham. Vencem sempre o solo duro, intolerante, aparentemente intransponível, revolvendo tudo o que há em volta, não permitindo que nada permaneça como está, muros, casas, cercas, nada permanece igual, tudo em constante transformação. Para ela não há nada o que temer. Como recompensa, de tempos em tempos, atingem sua exuberância máxima oferecendo a qualquer alma carente de sonhos sua vasta diversidade das cores, sua sombra irremediavelmente democrática, além de entregar sua semente sempre acessível e original.” Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/ guia-de-sobrevivencia

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“Trem errado para Barcelona” das autoras Mariana Vilella e Renata Ferraz GÊNERO: crônicas | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 180| Pólen soft 80G SINOPSE: Não pensem que esse livro é um grande compêndio de autoelogios das autoras a si mesmas (para isso já temos as páginas de autoajuda feminista do Instagram). Tampouco que é um louvor à fluidez da contemporaneidade salpicado com meia dúzia de críticas engajadas e sarcásticas. É um livro bem amargo – e por isso gostei tanto. Aqui não tem exaltação de bebida ruim em boteco bagaceiro, romantização do sexo mais ou menos, glamourização do trabalho com vínculos frágeis, gratidão pelas migalhas de afeto do ficante que não quer compromisso, mas quer cuidado afetivo. Tem a realidade, e ela é exaustiva e demandante mesmo para aquelas de nós que vivem em posição de privilégio. A realidade também é contraditória. Guardamos rancor dos chefes e não-namorados que não nos dão o reconhecimento e o amor (e o dinheiro) que esperamos, mas quem disse que estamos dispostas a dar o que eles querem? Até porque eles querem nossa alma, e nossa alma está sendo consumida por essa tarefa extenuante de se manter um indivíduo. O custo de ser uma mulher independente é alto; o custo de ser dependente é muito maior. Trem errado para Barcelona deixa isso bem claro. Se não traz o conforto do autoengano, traz o alívio da identificação. [Por Bruna Maia] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/trem-errado-para-barcelona

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“Os demônios saem à noite” do autor Ulisses Guimarães Maciel GÊNERO: contos | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 80| Pólen soft 80G SINOPSE: Com uma linguagem clara que tem o primor das narrativas de Rubem Fonseca, Dalton Trevisan ou Clarice Lispector, o texto de Ulisses requer atenção. O leitor deve ter cuidado antes de chegar a suas conclusões. Muitas histórias parecem terminar em aberto, se concluindo apenas através de uma leitura crítica. Os textos retratam nossas angústias e examinam a complexidade (ou superficialidade) dos relacionamentos, sugerindo que é através do outro e de nossa conexão com este que passamos a nos compreender de verdade. Lidos coletivamente, uma das mensagens dos contos, como o título sugere, é que todos temos nossos demônios e mais cedo ou mais tarde eles aparecem e temos que enfrentá-los. Outro detalhe importante é que, mesmo representando histórias pessoais, os textos não deixam de fora críticas sociais. Entre elas estão a violência doméstica, o despreparo da polícia, a falta de educação política da população, a exploração do trabalhador e a precariedade do sistema carcerário brasileiro. Mas o grande propósito da narrativa é realmente investigar a condição humana, o que Ulisses faz com grande maestria. [Antonio Luciano Tosta] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/os-demonios-saem-a-noite

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“Triste história do fim do mundo” do autor Victor Hugo Felix GÊNERO: romance | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 234| Pólen soft 80G SINOPSE: A complexidade das mais diversas nuances que compõem a essência do ser humano representadas no dia a dia de uma família à espera da morte. Em “Triste história do fim do mundo”, Victor Hugo Felix nos convida a uma urgente reflexão sobre a nossa relação com a vida e a morte em um momento cada vez mais solitário do mundo. A cada página desta narrativa, encontramos os dramas e as cores da sociedade contemporânea distribuídos pelas histórias de personagens com perfis completamente distintos que, com as suas particularidades, constituem uma microssociedade que traduz com propriedade os dilemas e questões fundamentais dos nossos dias. Enquanto o fim se aproxima, ao longo de 13 capítulos, o autor nos conduz com maestria a uma viagem pelos sentimentos e pensamentos de cada personagem. Ao mesmo tempo em que assiste cada qual lidando com os fantasmas dos seus medos, sonhos, perdas, inseguranças e frustrações, o leitor inevitavelmente também passa a se questionar sobre o peso real das perdas que todos sofremos ao longo da vida e encara o fato de que, por sermos todos igualmente mortais, o que nos diferencia enquanto indivíduos são as escolhas que fazemos enquanto há vida para viver. Pela qualidade do texto e pela profundidade das reflexões que evoca, “Triste história do fim do mundo” é leitura obrigatória para expandir a compreensão sobre vida e morte.[Bruna Ramos] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/triste-historia-do-fim-do-mundo

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Entrevista com a escritora

Clara Formatti Clara Formatti nasceu em São Paulo, capital e sempre amou se aventurar em universos fantásticos através da leitura. Cursou audiovisual, porém, o amor pela escrita foi mais forte e em 2020 lançou seu primeiro livro, “Sussurros da Floresta”, a última Sacerdotisa. Boa leitura!

Além disso, mostrar através de meus personagens que as pessoas podem sim, se amar e acreditar em si, que elas são suficientes sozinhas e que as vezes terão que se levantar sozinhas é inacreditável.”

Em destaque “Sussuros da Floresta – A Última Sacerdotisa” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Clara Formatti, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever contos? Clara Formatti - Primeiramente, agradeço pela oportunidade, é um prazer estar aqui. Quanto aos contos, antigamente não era um tipo que gostava muito de escrever pois, sempre preferi histórias mais longas com mais pontos de vista. Porém, ao participar de concursos e querer expandir meu universo já escrito comecei a amar a escrita de contos. O que mais a atrai nos contos? Clara Formatti - Acho que o desafio de colocarmos tudo o que imaginamos em um único enredo curto. Você tem que desenvolver e mostrar o personagem em pouco tempo, fazer o leitor se identificar ou se afeiçoar a ele em poucas linhas escritas. Algo complicado para quem está acostumado com romances longos.

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submarino, magazine Luiza e mercado livre. Além, das mídias digitais, Google play e app store.

Em que momento surgiu inspiração para escrever a trilogia “Sussuros da Floresta” Clara Formatti - Eu sempre amei livros de aventura com mundos e criaturas fantásticas. Sempre quis escrever e comecei com fanfics porém, houve um momento que quis ir além e quis criar meu próprio universo fantástico e assim, nasceu “Sussurros da Floresta”, a história de uma menina que assim como eu, era insegura e teve que ter forças para seguir seu destino. Apresente-nos “Sussuros da Floresta – a última sacerdotisa” Clara Formatti - Mira é uma menina que sem saber carrega um destino grandioso. No dia em que sua mãe é sequestrada ela parte em uma aventura em encontro a um mundo cheio de magia e beleza. Porém, o inimigo está a espreita e o verdadeiro inimigo não se trata de um homem e sim da propia Morte. Apresente-nos como a trama está dividida em cada volume publicado. Clara Formatti - No primeiro livro temos o início da jornada de Mira para se encontrar e entender seus poderes. O triste destino da floresta começa a tomar forma e ela inicia essa cura. Porém, ainda há muito pela frente. No segundo livro, temos uma conexão maior com seus poderes e a floresta, a cura começa a ocorrer , mas o inimigo agora está ativo para atrapalhar. No último temos a conclusão dessa jornada e o destino de todos e da floresta, revelados . Quais os principais desafios para escrita do livro?

Clara Formatti - Acho que um dos maiores desafios é escrever uma história tão extensa com diversos personagens totalmente alinhada e sem furos. Além, de não deixar tudo muito previsível ou “fraco” demais. A obra tem que ser indecifrável e bem construída. Com certeza acho um grande trabalho fazer o leitor não pensar “Eu já esperava por isso”. O que mais a atrai na leitura de “Sussuros da Floresta”? Clara Formatti - Acho que o universo e a descoberta do autoconhecimento, autoconfiança e amor próprio. Eu amo como construí esse universo, cada reino, cada raça e governante e cada costume é algo maravilhoso de criar. Além disso, mostrar através de meus personagens que as pessoas podem sim, se amar e acreditar em si, que elas são suficientes sozinhas e que as vezes terão que se levantar sozinhas é inacreditável. Onde podemos comprar o seu livro? Clara Formatti - Sussurros está disponível no clube dos autores, livraria cultura, Amazon, americanas,

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Quais os seus próximos projetos literários? Clara Formatti - Esse ano está confirmado dois livros de contos, sussurros da magia; contando histórias separadas de personagens de sussurros da floresta e Sociedade Ilusória, um livro de contos que fala de questões delicadas que as vezes escolhemos não ver, claro, colocadas em universos fantásticos. Sussurros da Floresta: A última sacerdotisa, terá uma versão de audiobook em breve. E com certeza Sussurros da Floresta: O Despertar, o segundo volume que sai até 2022. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Clara Formatti. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Clara Formatti - Eu espero que os leitores possam se aventurar pelo meu universo e se apaixonar pelos meus personagens. Que eles se sintam acolhidos e que minhas histórias possam ajudar de alguma forma, nem que seja um pouquinho a mudar um pedacinho da sua vida.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA IRLEN LEAL BENCHIMOL-------------

As Atividades da Nova Dama Comendadora da Literatura

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s Piratinhas do Bem estão em festa. Os personagens mais amados das águas amazonenses comemoram a nomeação de sua criadora, a escritora e poetisa Irlen Leal Benchimol, para receber da Câmara de Cultura Brasileira e Academia Brasileira de Ciências e Artes a Cruz do mérito acadêmico e profissional de Literatura. A nova Dama Comendadora receberá a medalha em cerimônia em data a ser divulgada em Manaus. Uma comenda, para quem não sabe, é um benefício e uma honra concedida a eclesiásticos e cavaleiros. Hoje é uma homenagem em forma de distinção honorífica dada a personalidades que contribuem para o engrandecimento da sociedade, seja por seus trabalhos ou influência social, política ou econômica.

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Conceder comendas é uma antiga tradição europeia. Em Portugal existiam comendas das três Ordens Militares: Ordem de Cristo, de São Bento de Avis e, de Santiago, as quais conferiam prestígio e distinção aos portadores/homenageados. Tais ordens foram instrumentos amplamente utilizados pelos monarcas portugueses para obter serviços e vassalagem. No Brasil, então uma colônia portuguesa na América, as comendas tinham como função garantir o sucesso da empreitada colonizadora. A Grã-Cruz é a classe mais alta em muitas ordens de cavalaria, manifestando-se com uma insígnia constituída por uma cruz pendente em uma fita. A classe de Grã-Cruz possui apenas um grau e é imediatamente superior ao grau de Oficial-Comendador e imediatamente inferior a de Grão-Colar.


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Nas relações internacionais, muitas vezes a classe da Grã-Cruz é normalmente reservada para realeza, chefes de estado e equivalentes. Às vezes, um titular da classe ou grau mais alto é referido como “Comandante da Grande Cruz”, “Cavaleiro da Grande Cruz” ou apenas “Grande Cruz”. Com o intuito de expandir suas atividades literárias e mostrar um lado diferente de sua carreira a escritora lançou em maio de 2020 em seu site oficial uma exposição virtual com obras criadas por ela mesma durante a quarentena. São composições feitas em meio digital. O intuito da artista foi mostrar como era sua visão pessoal do momento em que passamos: a eclosão da pandemia desse vírus terrível e como poderia passar o tempo da quarentena retratando a angústia interna de cada um. O resultado foram telas que viralizaram quando publicadas e viraram máscaras especiais que foram distribuídas para comunidades carentes com o apio da APADAM - Associação de Pais e Amigos do Down no Amazonas. Essas mesmas artes agora ilustram o novo lançamento da autora, que agora se revela uma poetisa em época de pandemia. Nada a Definir é o primeiro volume de uma coleção contendo seus textos poéticos que mostram que, mesmo em tempo de crise, sempre há motivos para sermos otimistas e esperarmos por tempos melhores. O livro já está à venda em edição do Clube dos Autores para versões físicas e

virtuais, bem como em distribuição nas principais livrarias virtuais. Os Piratinhas do Bem lançaram oficialmente sua quarta aventura em outubro de 2020. Os Piratinhas do Bem Na Terra dos Gigantes da Amazônia traz o encontro da turminha titular com uma misteriosa garota que guarda uma cachoeira. Nela está um gigante que chora sem que saiba o motivo. O que será que está acontecendo aqui? No novo livro as crianças encontram aventura, mistério e muita brincadeira com toda a turminha de personagens que já se tornaram sinônimo de boa leitura e é recomendada por várias instituições de ensino do estado do Amazonas. O lançamento aconteceu em encontro virtual promovido pela Editora Scortecci pelo Zoom. Tudo para contribuir para a prevenção do Coronavírus e já se encontra à venda nas principais livrarias físicas e

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virtuais. Por falar em pandemia, como fazer para que as crianças aprendam mais sobre essa estranha situação? A resposta veio novamente em forma de uma aventura inédita dos Piratinhas do Bem, desta vez como um ebook gratuito. Os PIratinhas do Bem Contra o Coronavírus pode ser lido online no site dos personagens em www.ospiratinhasdobem. tk. Nele a turminha se junta para ensinar aos leitores tudo que eles precisam saber sobre a ameaça da Covid-19 e como fazer para combate-la e ajudar quem precisa nesse momento tão difícil. Afinal, essa é a missão dos Piratinhas e nada vai impedi-los de cumprir essa tarefa. O ebook foi selecionado pelo CNPq (bolsa de Produtividade em Pesquisa) e Unicamp (Bolsa Auxílio e Formação) para fazer parte de uma coleção de mais de 80 livros produzidos por autores estrangeiros e nacionais que abordam as questões relacionadas à Covid-19 e publicados na internet. Esse acervo será disponibilizado no portal digital da biblioteca, visando subsidiar o trabalho de professores das redes de ensino e estudantes de cursos de graduação em suas atividades de estágio para subsidiar futuras pesquisas sobre a educação das crianças em um momento marcado por uma pandemia. Avante, Piratinhas do Bem! Maiores informações no site www. ospiratinhasdobe.tk e no Instagram da autora: @irlenbenchimol_escritora e Facebook: https://www.facebook.com/irlen.benchimol


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MIRIAN MENEZES DE OLIVEIRA-----------------

Mestre em Semiótica, Tecnologias de Informação e Educação – UBC – Mogi das Cruzes – SP. Membro da REBRA – Rede de Escritoras Brasileiras, além de ser membro efetivo e correspondente de diversas Academias. Possui livros e participações em Antologias nacionais e internacionais. Participou de Seminários e Congressos de Leitura e Literatura, com publicações de artigos.

(DES) LÓGICA DA VIDA E no embaralhar da vida, surgem dos ciclos: BELEZAS! A (des)lógica construída, tão apta, acede incertezas. Vida, lida, sobrevida... Perdas, dores, surpresas... Superações, acolhidas... Vivências e correntezas! Ciclos são sempre perfeitos! Carente é a percepção; a ilusão de ser eleito... Tutor legal da razão. Ser vivente é um preceito! Ser humano é condição!

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR ANTONIO SCHUMACHER-----------------

Fotógrafo lança livro com fotos inéditas de pontos turísticos da Cidade Sorriso

Antonio, Dra. Ilza Fellows e Franciane

N

iterói em Fatos e Fotos, uma pérola entre as obras de sua categoria, assinada pelo fotógrafo, apaixonado por sua cidade, Antonio Schumacher e publicada sob o selo da DB Editora, é uma declaração de amor à Cidade Sorriso. Ricamente produzido, o livro apresenta 50 dos principais pontos histórico-culturais de Niterói, a maior parte, patrimônios tombados. Todas as imagens são de autoria de Schumacher. Muitas delas pertencem ao seu arquivo pessoal, no entanto, a maioria foi realizada especialmente para o livro.

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Apresentando registros em textos bilíngues e fotos em ângulos originais, inclusive aéreos, de monumentos arquitetônicos entre os mais antigos do país, e recantos naturais, o livro Niterói em Fatos e Fotos é uma preciosidade à parte! Nele, os leitores encontrarão prédios centenários, museus, Fortes militares, igrejas, hortos e parques ecológicos, equipamentos culturais e praias paradisíacas. Também estão entre os locais selecionados a lendária Pedra do Índio, o sesquicentenário Theatro Municipal João Caetano – berço das artes cênicas brasileiras – e a Ponte RioNiterói, que já foi a segunda maior via suspensa do mundo. “Observando alguns registros fotográficos existentes das maravilhas de Niterói, percebi que faltava algo, geralmente apenas as fachadas eram retratadas. Daí veio a ideia de produzir um livro de fotos sobre a cidade sob um ponto de vista especial, que incluísse cliques aéreos de drone e ângulos internos, com foco na arquitetura de época, proporcionando ao público uma perspectiva diferente de cada local”, conta Schumacher. Franciane Barbosa, sua irmã e sócia na DB Editora, que comemora 16 anos de fundação em 2021, abraçou a iniciativa e abrilhantou, ainda mais, a obra com a história resumida de cada ponto retratado, em

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português e inglês, o que torna o conteúdo do livro mais acessível aos visitantes estrangeiros. Após quatro anos à espera de financiamento, o projeto enfim se realizou por meio da Lei de Incentivo à Cultura de Niterói, tendo como único incentivador o Complexo Hospitalar de Niterói (CHN). “Nós da DB Editora estamos muito honrados e gratos por fazermos parte dessa nova fase cultural que se inicia em Niterói – um dos poucos municípios do Brasil com Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Agradecemos imensamente a, sempre visionária, Dra. Ilza Fellows, diretora do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) que acreditou em nosso sonho e se uniu a nós neste projeto. Tantos foram os que nos ajudaram que aqui não caberiam toda nossa gratidão. No entanto, precisamos agradecer, também de forma especial ao Dr. Waldenir de Bragança que, por sua tão ilustre presença, não só abrilhantou como consagrou nossa obra. Nossa eterna gratidão a ele por todo carinho e respeito.” Pontua Franciane.

A obra teve distribuição em escolas, faculdades, bibliotecas, instituições filantrópicas e aparelhos culturais, além da Neltur e da FAN. Uma tiragem extra foi reservada para venda. Mais informações pelo site dbeditora.com ou pelo telefone (21) 97922-0004. Especializado, há mais de dez anos, em fotos de arquitetura e paisagens, Schumacher é formado em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. O fotógrafo de 40 anos é casado com Sandy Gomes, pai de Bruna e Caio e diretor de design e fotografia da DB Editora. “Todas as sessões fotográficas foram especiais, emocionantes, cada qual por uma razão diferente. Não tenho palavras para descrever minha felicidade ao ver este trabalho finalizado – sem dúvida uma oportunidade única de demonstrar todo o meu amor por Niterói. Espero que consiga exaltar toda a beleza dessa cidade incrível através das minhas fotos e causar as mesmas sensações maravilhosas que tive em todos que apreciarem essa obra, que tem o propósito de exaltar as riquezas niteroienses, não só para os que aqui residem, mas para o mundo todo.” Finaliza Antonio Schumacher. Esta obra é o terceiro projeto cultural realizado pela DB Editora através da Lei de Incentivo à Cultura – Lei nº 3182/2015, que entrou em vigor em agosto de 2017. Esta lei é de suma importância para a cidade de Niterói, pois tem como objetivo fomentar projetos culturais, sendo por isso tão desejada por artistas, produtores e empresas do segmento. Os projetos podem ser totalmente incentivados por pessoa física ou jurídica, com a renúncia fiscal do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e/ou do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS), com reembolso de até 100% do valor incentivado, sem burocracia, de forma ágil e simplificada.

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Entrevista com o escritor

Georg Frey Georg Frey, escritor, pesquisador, criminólogo e palestrante teuto-brasileiro. Ex-agente de inteligência da Drago e Fundador da U.A.C.H = Unidade de Análise do Comportamento Humano. Pós-Graduado em Criminologia e Psicologia Criminal, com mais de 30 anos de experiência na análise do comportamento humano. Ao longo de sua carreira, vem auxiliando, pessoas, famílias e empresas, em consultorias particulares, treinamentos coletivos, cursos e workshops, no Brasil e exterior. Boa leitura!

Autor dos livros:

• CLUBE DOS DEUSES – As Crônicas da deusa Freya – Volume 1. • CLUBE DOS DEUSES – A Arte da Manipulação – Os Ensinamentos do deus Loki – Volume 2. • CLUBE DOS DEUSES – Aventuras no Egito da Deusa Ísis – Volume 3. • O Farol de Breslau • Regras do Desejo - Sedução e Sexo das Deusas - Freya: Nórdica / Afrodite: Grega / Parvati: Hindu / Hathor: Egípcia / Kisshōten: Japonesa / Lada: Eslava / Flidias: Celta / Brandwen: Galesa / Inanna: Mesopotâmia / Vênus: Romana. • Almanaque UACH – Como venci o Luto, a Depressão e o Suicídio. • Almanaque UACH - Os Três lados da Moeda - Gestão de Riscos, Fraudes Empresariais e Contra Espionagem • EU SEI QUE VOCÊ MENTE! – Aprenda a detectar mentiras.

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Georg Frey apresenta “Clube dos Deuses – As crônicas da Deusa Freya” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Georg Frey, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o inspirou a escrever a série “Clube dos Deuses”? Georg Frey - Obrigado por essa oportunidade. Para escrever O Farol de Breslau, que conta a história dos meus antepassados, comecei a estudar os deuses e deusas nórdicos: Odin, Frey, Thor, Freya, Loki... Fiquei encantando e mergulhei nas mitologias africana, celta, romana, brasileira, grega, maia, chinesa, indiana, japonesa, egípcia... vi que os deuses tinham histórias que precisavam ser contadas. Fui além, imaginei um grande encontro entre eles, os diálogos e tramas que poderiam sair dali. Zeus e Oxalá, Ísis e Frey, Thor e Jaci, Loki e Poseidon, Freya e Benten. É muito rico! A Série será composta de quantos volumes? Comente como o enredo será dividido. Georg Frey - Já criei até o terceiro volume, mas o tanto de material, a beleza dos desdobramentos, poderá fazer chegar, fácil, aos dez volumes. Também convidarei outros autores para contribuir com a saga. Além disso, já estou trabalhando em alguns spin-off como: Regras do Desejo - Sedução e Sexo das Deusas - Freya: Nórdica / Afrodite: Grega / Parvati: Hindu / Hathor: Egípcia / Kis-

shōten: Japonesa / Lada: Eslava / Flidias: Celta / Brandwen: Galesa / Inanna: Mesopotâmia / Vênus: Romana. Está sendo divertido e excitante! Apresente-nos o primeiro volume publicado “Clube dos Deuses – As crônicas da Deusa Freya”. Georg Frey - Farei melhor, vou deixar com vocês o GÊNESIS: No princípio era apenas o silêncio e escuridão. Os deuses, antigos vieram e criaram tudo. Muitos deuses espalharam suas sementes em diferentes mundos. Por incontáveis eras foram absolutos. Até o dia em que começaram a ser exterminados. Cada panteão chorou suas mortes em silêncio e

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segredo. Nenhum queria admitir perdas, seria um sinal de fraqueza. Buscaram vingança cega nas guerras entre eles que trouxeram ainda mais mortes. Com isso enfraqueceram e o apocalipse chegou para todos com nomes e em tempos diferentes. Os sobreviventes fugiram e assumiram a forma humana, misturando-se aos seus seguidores. Quando algum Deus voltava a usar os poderes, em pouco tempo, caia doente e agonizava enquanto a sua sombra avermelhava, a vida diminuía tal qual ampulheta esvaziada era o sinal de que a morte vinha buscá-lo. Eles passaram a chamar essa maldição de Danação Primal. Um coletivo de rancores e ódios. Medo e desconfiança fizeram moradas em seus corações, mas a sobrevivência falou mais alto e para entender o que acontecia estabeleceram tréguas, abriram mão de usar os seus poderes e criaram o Clube dos Deuses! Lá, passaram a usar os amuletos de contenção: colares, anéis e braceletes que tinham a capacidade de travar seus poderes divinos. Em Vanaheim do Sul aprenderam a viver sem seus poderes. Alguns abraçaram atividades que traziam alegria para seus corpos e mentes. Outros afogaram o tédio e angústias em intermináveis orgias. A proximidade dos deuses possibilitou a troca de conhecimentos e desejos. Antigos casamentos foram minados por novos amores secretos. Rivali-


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dades e alianças mudaram a cada lua. A vida em Vanaheim do Sul oferecia de tudo, menos poucas emoções. A Morte é uma deusa vaidosa. Ela tem acordos específicos com cada deus e deusa, mas ceifa igualmente a vida daqueles que tem o nome escrito no livro da morte. Vários deuses tentaram negociar com ela buscando a explicação para a Danação Primal, mas nada conseguiram. Até agora... Comente como foi a criação dos nomes que deram vida aos principais personagens da trama. Georg Frey - Com os nomes dos deuses não houve nenhuma modificação, já os personagens humanos, esses passaram por um processo interessante. Comecei a escrever sem “batizá-los”, e eles, aos poucos, foram tomando forma e acabaram se apresentando para mim. O que mais chamou a sua atenção, enquanto escrevia “Clube dos Deuses – As crônicas da Deusa Freya”? Georg Frey - Não é fácil para um cético como eu admitir, mas existe uma energia diferente, certa magia quando começamos a invocar e conversar com deuses e deusas tão antigos. Eles se impõem, saem do papel, apontam caminhos. É de arrepiar! Vou dar um exemplo, eles se encontram em uma ilha, no Atlântico Norte, próxima da Noruega, chamada Vanaheim do Sul. Eu sonhei com a ilha em seus múltiplos detalhes, acordei de madrugada, anotei o que consegui lembrar e lá estava ela, linda exuberante, perfeita! O que esperar da leitura desta obra literária? Georg Frey - Apresentei a obra para 62

alguns especialistas e as reações foram várias: • “Leitura viciante.” • “Foi muita coragem juntar tantos deuses.” • “Isso dará um bom filme!” • “Você é louco por escrever isso.” Onde podemos comprar o primeiro volume da Série “Clube dos

Deuses”? Georg Frey - Na Amazon (Formato físico e digital), no site: CLUBEDOSDEUSES.COM.BR e em breve nas melhores livraria do país. Além deste livro você tem outros livros publicados, apresente-nos os títulos. • EU SEI QUE VOCÊ MENTE! – Aprenda a detectar mentiras. • Não SORRIA! Estão te ENGANANDO! - Vacine-se contra a FRAUDE. Escrito em parceria com Mouhamad Almahmoud. Quando um árabe e um judeu se unem, pode esperar coisas explosivas! • Esse ano, além do Clube dos Deuses, farei o lançamento de mais dois títulos. Não posso contar ainda, mas vocês serão os primeiros a saber.

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Quem desejar conhecer melhor o seu trabalho literário, como deve proceder? Georg Frey - Venham conhecer um universo plural: https://www.youtube.com/c/UACHbrasil/videos @uachbrasil @clubedosdeuses georg@uach.com.br Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Georg Frey e a Série “Clube dos Deuses”. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Georg Frey - Em tempo, alternar entre ficção e livros técnicos é um excelente exercício. O melhor é que isso abre a possibilidade de vários formatos de parcerias e co-autorias com escritores diferentes. Já está funcionando e vai melhorar. Alguns tem me incentivado a abrir uma editora, quem sabe? Em tempos tão obscuros como esses o melhor que posso oferecer, para o meu leitor, é um lugar de paz, alegria, sonhos e muita emoção. Sejam bem vindos ao Clube dos Deuses!

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR FERNANDO JACQUES – JAX-----------------

CHUMBO

FERNANDO JACQUES DE MAGALHÃES PIMENTA (JAX) Nascido no Rio de Janeiro, 2/junho/1952. Tijucano, tricolor, salgueirense. Diplomata de carreira, formado em Direito pela UFRJ. Mestrado em Ciência Política, Universidade George Washington, EUA Livros: Traços e Troças (2015); Ibitinema e Outras Histórias (2016); No Ritmo do Jax (2019), Lamparina Luminosa, SP; Afinal de Contos... (2019), Illuminare, RS; Microcontos, MiniPoemas, Curtas Reflexões para uma Vida Breve (2020), Assis, MG; Antologias: Prosa e Poesia Brasileira, SOL, RJ; Contos de uma Primavera, Illuminare, RS; Coisas de Mãe, Assis, Uberlândia/ Lisboa, Brasil/Portugal; JAX e outros Autores, Palavra É Arte, SP (2019); E-Book Microcontos de Humor de Piracicaba, 2019; Ditos e Feitos, Antologia de Contos e Crônicas, Recanto das Letras, SP (2020).

A

mente guarda cada lembrança! Momento de olhar distraído sobre chinelos usados na tenra infância, nem se sabe se de couro legítimo ou sintético. Cenas de antigos programas de TV. Noites Cariocas. Praça XI. Dona Feliciana. As intelectuais. Quadros repetitivos que por isso mesmo ficaram na memória, ao contrário de tantos nomes e piadas de que não há meio de lembrar. A menina de vestido cor de rosa que brincava com os irmãos ou amiguinhos, no outro lado da Avenida Maracanã, na beira do quartel da PE, lá longe da janela do sétimo andar do apartamento de onde era observada. Garotos que maldosamente atearam fogo ao velho resto de tronco caído de árvore, em forma de dinossauro. Destruíram o que já estava extinto.

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Almanaques do Correio da Manhã largados sobre a velha escrivaninha da fazenda. Suplementos infantis do mesmo jornal, revistas de palavras cruzadas e de variedades, fotonovelas, fumo em rolo, palhas secas de milho, trastes diversos. A maior parte de tantas lembranças de nada serve. Meras fotos ou filmes de curta ou curtíssima metragem, que não contêm ensinamentos nem se revelam edificantes a ponto de merecerem romance, conto ou crônica. Sua função consiste em ocupar espaço ocioso nos escaninhos da memória, à espera de serem evocadas de quando em vez, no habitual exercício do diletantismo. Talvez se prestem, em todo caso, a recuperar parte da infância, da adolescência e da idade dita adulta. Uma lembrança leva a outra, num encadear sem fim. Qual o sentido disso? Bom, dizem que re-


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ACHATADO cordar é viver. Pois que assim seja. Recordações sempre fazem pensar, refletir em certa medida, e o bicho homem constitui ser pensante incessante. Pouco importa o que pensem! Algo dá para o gasto. Já que os tempos de chumbo continuam, na forma do custo de vida e das inesgotáveis contas a pagar, da burocracia também incessante, e de tudo mais que enche o saco de cristãos e pagãos, a mente refugia-se na lembrança de um chumbinho, agradável e ingênuo. Final dos anos 60: pai e filho divertiam-se na placidez da roça com as espingardas de ar comprimido recém-compradas. Tiro pra lá e pra cá, mas somente em latas, paus e galhos, objetos que convidavam à pontaria, sem perigo. Nada de mirar nas galinhas e na criação em geral. Sem então o saber, agiam de modo “politicamente correto” (esta quase aberração modernosa).

Para não exagerar e fugir à verdade, alguns seres vivos sofreram com os chumbinhos, no caso, frutas que, uma vez no ponto de colher, requeriam cuidado em retirar os caroços, naturais e “artificiais”. Ninguém é perfeito... Desse tiro ao alvo, a mente, caprichosa, guardou a lembrança específica do venerável e resistente frasco de vidro azul de um leite de magnésia (agora, tudo é plástico). O garoto resolveu alvejá-lo, seguro de que os projéteis apenas desestabilizariam o frasco vazio ou, no máximo, o derrubariam em cima da mesa. Para sua surpresa, depois de alguns tiros, o último espatifou o heróico vidro, cuja resistência atingira o limite! Quando foi ver o estrago, encontrou o chumbinho achatado no meio dos cacos azuis. Parecia modelado com requinte artístico.

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Chumbo em forma de flor ou de sol, abertos e radiantes. Deveria haver sido tombado para a posteridade. Pequena obra de arte em homenagem à magnésia despedaçada. Visto à distância do tempo, o episódio poderia ser reinterpretado de variadas maneiras. Seria o chumbinho o símbolo do assalariado a bater-se contra o muro da carestia até vencer a luta com seu auto-sacrifício? O amante, perdido de amor, a batalhar para superar os obstáculos e atingir o coração da amada? Quem quiser ilações, que as invente. Para a mente desejosa unicamente de escarafunchar o passado, trata-se apenas de mais uma dessas lembranças curiosas e sem maior importância de que qualquer ser vivente facilmente se esquece. Agosto 2020.


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR CARLOS ARINTO----------------

A fenda rosa

U

m grupo de pesquisadores aventura-se pela Antártica, para descobrir o que está causando a fratura no gelo. Ao terceiro dia de análise das fissuras regressam ao acampamento, com a certeza de que uma tragédia está para acontecer. Pode ser já, para o ano, daqui a uma década, mas vai acontecer: o gelo vai separar-se e vogar no mar, derreter e fazer subir as águas, tornando frias zonas que até aqui eram quentes ou temperadas. Cuidado Brasil! - Temos de descobrir um meio de evitar isto, mas como? - E as causas? Se ao menos soubéssemos quais as causas que fazem quebrar abruptamente o gelo, para além das condições propícias conhecidas, que, por si só, não justificam esta racha tão profunda. Noutro ponto do planeta, geólogos, sentados em frente aos seus computadores, detetam um avanço no grupo de placas tectónicas na região de África. É apenas um leve es-

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tremeção, mas uma sobreposição que pode originar muitas modificações, na vida do continente africano, tal como o conhecemos hoje. Por uma análise matemática de projectão, estes homens e mulheres preveem que todo o continente pode ser dividido em partes, abrindo espaço para o aparecimento de um novo mar, enquanto os lugares a salvo das águas se separam. Os desertos deixarão de existir, mas…o futuro é incerto. Um continente passará a ser arquipélago. Mais uma vez a questão tempo se coloca. Não será na nossa geração, nem nas próximas, mas mesmo assim…o mundo está em modificação acelerada Algures alguém observa o planeta e acena com a cabeça que sim. Que os investigadores estão corretos, que tudo se modifica num estalar, numa brecha, numa fenda que se abre, numa racha, numa fissura que se alarga, num espaço que se torna cheio pela ocupação de novos donos ou habitantes. Toda a vida na vida é gerada pela fecundação de fendas que

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se fecham ou abrem, como bivalves das mais variadas espécies, onde até se podem incluir homens e mulheres, que disso não tem consciência. - Vem amor, abraça-me. Vem fazer amor comigo. Da separação de duas margens, por onde corre um rio, nascem novos seres, que hão-de modificar o mundo. Outros rios e afluentes extinguem-se deixando à míngua os lagos e as lamas em redor. Uma estranha fenda rosa, foi observada do espaço, de onde se detetaram microrganismos em caldo e fervura, coisa impossível de imaginar ao cimo do planeta. Os vulcões não possuem vida como a concebemos, mas ela pode existir, a comprovar-se a agilidade e evolução destes nano-organismos agora detetados, enterrados na incineração do conhecido. Lembram-se da Greta? - Quem? A Thumberg! Aquela que veio anunciar a desgraça: “How dare you!?” Foi um prenúncio, um anjo de fogo. - Sim, aquele planeta está a de-


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compor-se como uma enorme rosa a ser desfolhada. O que podemos fazer? Croquetes, que toda a gente gosta, ou dizer poesia, “os canalhas odeiam poesia.” Mas isso são radicalismos que situações extremas justificam. Muito bem. Vamos começar por pulveriza-los com cultura. Pode ser que resulte. Não resultou, incubou vírus.

Segunda parte

A aldeia é pequena. Trinta casas no máximo, todas de laje, algumas arranjadas com estuque, outras a colapsar. Vivem, na aldeia, dez pessoas em permanência. No último ano morreram cinco. Todos homens. Ficaram as viúvas. Uma única família reúne-se num lagar, que recuperaram, numa curva apertada do rio. - Somos os donos disto tudo. O filho parte para Lisboa par estudar e regressa anos depois à frente de um rancho folclórico. O pai, é presidente da junta e de uma casa de convívios em Lisboa, andando cá e lá. A mãe-rainha, vai polinizando como uma abelha-mestra, formando a sua colmeia. Tudo está bem, os atritos sociais são comuns e muitas vezes fatais nas aldeias, mas aqui nascem e morrem viperinos. Quem discorda é eliminado. Começam por separar a aldeia em três: o catrão (núcleo de casas recuperadas onde vive apenas uma in-

glesa que não fala português) o adro (capela, museu, alojamento local e antiga escola) e o Limo (composto por diversos sítios como Lombinho, ponte, casola, coladinho, etc…que sendo o núcleo agregador inicial se vai desmembrando e soterrando à medida que os muros desabam, as falésias abatem e as margens do rio colapsam) São donos daquilo tudo, mas são donos de tudo-nada. São avistados javalis e raposas a vaguear pelas serras. Os compartes, dividem, entre si, as caçadas. Uma vez, ou outra, ouvem-se barulhos de motores na serra em competição de velocidade e destreza, sejam automóveis ou motos. O eucaliptal floresce. Os baldios, estão vazios. Os estrangeiros são bem-vindos e os descendentes dos que construíram as casas sã expulsos. Reina um silêncio de morte absurda: Um carro pela ribanceira, outro contra um muro de pedra, um doente de misteriosa figadeira, dois suicídios. Três dos presentes têm mais de noventa anos. Novos rurais a plantarem canábis. Foi então que a mãe de todas as guerras teve uma ideia: e se colonizássemos os baldios? (que estão vazios) Fazíamos uma sopa de cozido à portuguesa, chamávamos os brasileiros, os indianos, os do Bangladeche, um ou outro africano, que fica sempre bem, se possível com rastas a fa-

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zer lembrar a Jamaica… Ah! Que me dizem? – “Mãe, os Muçulmanos não comem carne de porco! Bem, para esses temos uma dieta especial.” Enquanto se banhava na sua piscina privada, roubada a uma lançada de rio, mandada decorar com calhaus dourados, como tinha visto haver em casa do saudoso Kadhafi, (sim, esse da Líbia) a rainha pensou ser Cleópatra. Mandou construir uma pequena pirâmide no alto da sua azenha, para guardar os carros, (mais dois do que o Cristiano Ronaldo, era obra) e foi falar com o padre e o político. Tudo acertado. Fissura aqui, marcação de brecha a abrir ali, sementeiras que não tinham sementes, e florestas gastas pelo tempo onde antes havia castanheiros, nogueiras e pomares foram retalhadas e marcadas como feudos a distribuir pelos novos habitantes, alguns turistas e amigos de ocasião. Serdeira, Carril. Pisão, Advendaval, Horta, Val-da-Brute… eram lugares de tradição antiga. Tudo corria bem! Nesse ano, de grande louvor, um furacão destruiu tudo, a ribeira encheu-se de águas furiosas e levou muros, terrenos de cultivo e casas-palheiros. Quando o verão se aproximou um fogo riscou do cimo da terra as casas que ainda sobreviviam. Matos, pinheiros e animais selvagens foram eliminados com pavio curto e impiedosa crueldade. O jornal da terra deu a notícia. Sobreviveram os “donos daquilo tudo”, desenterrados – por arqueólogo competente muitos anos depois do lamaçal e das cinzas que ficaram do vulcão que também ele se espichou em furna. Os outros (lá onde Deus os chamou) mandaram rezar uma missa por alma.


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR MANUEL AMARO MENDONÇA----------------

Este texto é um trabalho de ficção. Nomes, personagens, lugares, negócios, eventos e incidentes são, ou os produtos da imaginação do autor, ou usados de forma fictícia. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, ou eventos reais é mera coincidência.

A

Expiação

extensa nave da igreja encontrava-se em semipenumbra. Apenas a luz do luar se coava preguiçosamente através da claraboia Expiação setecentista, muitos metros acima. Todo Ver. 1.0 o espaço estava repleto de sombras e as Copyright © novembro 2020 imagens dos santos e mártires, imobiliManuel Amaro Mendonça All rights reserved. zadas no seu mutismo eterno, eram testeTodos os direitos reservados munhas e guardiões do silêncio. ISBN: O padre Ramiro, rondando os sessenta ISBN-13: anos, assomou à porta que conduzia à sacristia, antes de se mostrar completamente. EnE-mail: manuel.amaro@ debaixodosceus.pt vergava um pijama e roupão e calçava uma Sítio do autor: http://www. surradas chinelas de tecido. Estava já deitado debaixodosceus.pt e dormia a sono solto, quando uma urgência, Blogue: http://debaixodosceus. que não sabia bem explicar, o fez levantar-se, blogspot.com Facebook: https://www.facebook. deixar a cama e vir até à igreja. com/ Na segunda fila de assentos, divisou o riasdemanuelamaromendonca vulto ajoelhado, rosto escondido entre mãos implorantes. O silêncio intimidante, impunha-se pesadamente. Após um minuto de hesitação, o sacerdote soprou uma pequena coluna de vapor e apertou mais o roupão, para se defender do ar gelado que repousava no templo. Arrastou as chinelas até junto do vulto e, com um profundo suspiro, ajoelhou a seu lado, imitando a pose implorante, frente ao altar. O estranho levantou a cabeça ao perceber o recém-chegado. Aparentava uns trinta anos e tinha o cabelo comprido e desgrenha68

do e a barba negra e crescida, quase tapando o rosto pálido e macilento, onde brilhavam dois olhos pequenos, cor de carvão. — Também tem pecados a expiar, padre? — Grasnou o homem, ecoando na nave. Surpreendido, o sacerdote fitou o inusitado companheiro. — Todos somos pecadores, meu filho. — Esclareceu-o ele. — Todos cometemos pecados, uns mais graves que outros. O importante, é a forma como lidamos com eles. — O estranho olhou-o pensativamente, avaliando-o e sopesando as suas palavras, enquanto o padre continuava. — Temos de reconhecer que erramos e devemos pedir perdão a Deus por eles. Teremos de prometer que tudo faremos para não voltar a pecar. — E se o pecado não tiver perdão? — O outro insistiu. — Todos os pecados têm perdão! — O sacerdote foi perentório. — Há pecados mortais, é certo, mas a misericórdia de Deus é infinita e até o mais vil dos pecadores, terá uma oportunidade, se se arrepender do fundo do coração. — O meu pecado não pode nunca ser perdoado. — O homem fez um esgar amargo. — Já disse, Filipe, que Deus pode perdoar todos os pecados. — O padre Ramiro reafirmou. — Como sabe o meu nome? — O es-

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tranho estremeceu, muito sério. — Conheço-te há muitos anos… — Uma lágrima refulgiu nos olhos do sacerdote. — Não me reconheces mesmo? O chamado Filipe pareceu incomodado com a pergunta e levantou-se, dando uma volta sobre si mesmo, hesitante. Passou a mão pelo cabelo e cofiou a barba fitando o interlocutor com intensidade. Por uns segundos, um pesado manto de silêncio pesou entre os dois; um, em pé, recurvado e o outro de joelhos no suporte do banco da igreja. — Devia reconhecê-lo? — A voz do estranho tremia, como que acometido do frio, que há muito mordia o padre. — Não só a mim, como todo este templo, onde estiveste tantas vezes… — Acusou o ministro da igreja. — Sim, venho aqui de vez em quando… pedir perdão pelos meus pecados… — Filipe arrastava a voz, puxando pela memória. — E sabes ainda quais foram os teus pecados? — Ramiro sentou-se, observando-o. — Recordas o que tanto precisas que te seja perdoado, que te não deixa descansar e te traz aqui amiúde? Tiveste sequer a noção de quantas vezes me ajoelhei, como hoje, ao teu lado a rezar? Em todas essas vezes nunca me falaste, porém. Talvez não estivesses preparado. O estranho parecia cada vez mais perturbado e acenava negativamente com a cabeça enquanto balbuciava: “Não me lembro…” — Há quase quarenta anos, entraste nesta igreja com uma mulher sem vida nos braços. — Lembrou o sacerdote. — A mulher que nós amávamos! — Armanda! — Filipe apertou as mãos contra a boca, o rosto retor-

cido numa máscara de dor. — Fui eu! Oh, meu amor, fui eu quem te matou! — Depois, num súbito reconhecimento, fitou padre nos olhos. — Ramiro? És tu, Ramiro? Estás tão velho! — Passaram-se muitos anos, querido irmão. — As lágrimas assomaram com força aos olhos do ancião. — Perdoa-me, meu irmão! — Implorou o outro atirando-se ao chão, quase junto aos pés do sacerdote. — Eu é que te peço perdão, por ter permitido que ela se aproximasse de mim, depois de estar casada contigo. Peço perdão a Deus todos os dias, por ser o causador de toda desgraça que nos atingiu. — O padre enclavinhou as mãos numa oração. — Amaldiçoo-me eternamente por me ter deixado possuir por aqueles belos olhos, durante as férias do seminário em tua casa. — Eu não podia suportar! — Gemeu Filipe, caminhando até ao meio da igreja, no espaço entre os bancos e ajoelhando no tabuado, em pranto. — Foi aqui que a deitei, depois de a ter estrangulado no carro! Eu não queria matá-la, mas não podia suportar que a mulher que eu mais amava no mundo me trocasse por outro homem… ainda que fosse o meu próprio irmão! Com visível esforço, Ramiro aproximou-se e ajoelhou no chão, junto do outro, os olhos cheios de lágrimas: “Perdoa-me!”, gemeu. Os dois, ajoelhados no soalho, não passavam de sombras na vastidão da nave do templo. — Achas que Deus me perdoa? — Ao fim de uns segundos, Filipe estendeu as mãos para o padre. — Achas

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que ela me pode alguma vez perdoar? E tu, meu irmão, perdoas-me? — Alguma vez Lhe deste essa possibilidade? A qualquer um de nós? — O sacerdote rouquejou. — A tua solução foi atirares-te ao rio e desaparecer para sempre. O teu espírito ficou a vaguear por aqui, incapaz de assumir o mal que fizeste, escondido do julgamento, assim como de qualquer forma de perdão. Aparentando agora ter mais quarenta anos às costas, Filipe ergueu-se a custo, com os olhos rasos de lágrimas fitos no chão onde em tempos repousou a mulher que ambos amaram. Soluçou audivelmente e pousou a mão direita sobre o coração. Ramiro chorava com ele, mas, por fim, engoliu em seco e levantou-se, apoiando-se nas costas do banco mais próximo. Com o rosto numa máscara cheia de majestade, ergueu os dedos indicador e médio da mão direita, numa autoridade que o seu cargo lhe permitia, e sentenciou “Ego te absolvo, in nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti. Amen”. Filipe, atordoado, cambaleou na direção da porta que levava ao exterior da igreja e que abriu de par em par. Uma onda de luz imensa ofuscou todo o espaço, rebrilhando no ouro dos altares, iluminando os rostos tristes das imagens neles contidas, ressaltando nos cristais dos candelabros e nos vitrais das janelas, como uma onda de esperança que Ramiro, tombando de joelhos no meio do templo, recebeu de braços abertos. Foi de manhã bem cedo, que a equipa de limpeza encontrou o velho abade da freguesia, tombado no soalho frente ao altar. Aparentemente, sofrera um ataque fulminante que lhe levara a vida, antes mesmo de se aperceber do que estava a acontecer, pois o seu rosto exibia um sorriso, sinal de que partira em paz.


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Entrevista com a escritora

Juliana Carvalho Juliana Carvalho é natural de Piracicaba – SP e, atualmente, reside em Itapema – SC . Ela tem formação acadêmica em jornalismo, tradução e publicidade, e atua, desde 2004, com a produção textual de diversos gêneros, para diferentes meios de comunicação. Sua paixão pelas palavras e por histórias contadas por meio de fábulas e noticiários teve início já na infância e segue até hoje. Cresceu assim, com um pé na ficção e outro na realidade, que mesmo sendo, por anos, seu objeto de trabalho, sempre foi vista como algo abstrato por ela. Juliana valoriza o tangível da mesma forma que o invisível e, por isso, dedica-se, também, ao estudo de ciências ocultas. Muitas vezes ela prefere integrar-se ao universo ante a participar de uma interação social. Boa leitura!

O livro é um convite para que cada um repense sua maneira de estar no mundo, a partir da sua própria consciência, sua maneira de ver e perceber a realidade, a partir de seus conhecimentos e suas experiências.”

Em destaque “A Terra de Aurora”

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Juliana de Toledo Carvalho, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever “A Terra de Aurora”? Juliana Carvalho - Eu havia canalizado as mensagens em meados de 2019 e no final do ano, perto do Natal, senti que deveria escrever o livro como forma de presentear meus filhos, embora ainda crianças, com algo que fizesse sentido para mim. Foi então que eu escolhi transcrever

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essas mensagens de forma simples e lúdica, a fim de manifestar a possibilidade de criarmos uma nova consciência na Terra, como seres genuinamente humanos.

nos traga mais leveza do que peso. Onde podemos comprar o seu livro? Juliana Carvalho - O livro está disponível em formato digital e físico, no site da Amazon. h t t p s : / / w w w. a m a z o n . com.br/dp/6599255604/ ref=olp_aod_early_redir/134-6458079-3105555?_ encoding=UTF8&aod=1 https://www.amazon.com.br/ dp/B08L9HRRJ9

Quais temáticas estão sendo abordadas na obra? Juliana Carvalho - Trazer uma síntese de conhecimentos e teorias universais, com a neutralidade do jornalismo, é a proposta do livro, que aborda diferentes questões relacionadas ao desenvolvimento humano e a nova era da Terra. Conte-nos, os principais desafios para escrita do enredo que compõe a trama. Juliana Carvalho - Combinar fantasia e realidade, de maneira a integrar razão, sentimento e intuição, sem apresentar qualquer teoria ou doutrina, foi o principal desafio para a escrita desse enredo. Definir a linguagem a ser utilizada também não foi tarefa fácil, pois além de ser simples e objetiva, ela precisaria transmitir da forma mais próxima possível o conteúdo original dessas mensagens canalizadas. Apresente-nos “A Terra de Aurora”? Juliana Carvalho - Uma nova Terra está a caminho esperando apenas irmos ao seu encontro. A nossa missão é tornar real esse novo espaço em que todos nós vivemos e, para isso, é preciso que cada ser humano se faça brilhar e ilumine tudo à sua volta. Essa é a mensagem central do livro que traz a história de uma entrevista com seres reluzentes que habitam a Estrela21, abaixo do fundo do mar, e são os responsáveis pela evolução moral do planeta, iluminando-o

Quais os seus próximos projetos literários? de dentro para fora. Chamados de vaga-lumes, eles revelam quem são e como cumprem sua missão: não permitir que a luz da humanidade se apague. Qual a mensagem que deseja transmitir por meio da leitura desta obra literária? Juliana Carvalho - Ao apresentar uma perspectiva do ser humano como um ser genuinamente consciente, procuro mostrar que tudo é análogo entre o universo físico e espiritual, apresentando diferentes mensagens sobre a evolução humana. Por que lê “A Terra de Aurora”? Juliana Carvalho - O livro é um convite para que cada um repense sua maneira de estar no mundo, a partir da sua própria consciência, sua maneira de ver e perceber a realidade, a partir de seus conhecimentos e suas experiências. Ele nos trás o sentimento de esperança e nos mostra que somos capazes de construir uma realidade que

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Juliana Carvalho - Estou preparando outros dois livros, partindo dos conhecimentos apresentados nas mensagens de A Terra de Aurora. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Juliana de Toledo Carvalho Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Juliana Carvalho - Todos nós temos a missão de ser a contribuição de que o mundo precisa, reconhecendo nossos talentos e os colocando em prática, pois nada pode ofuscar seu brilho quando ele vem de dentro. Basta seguir sua intuição, que nada mais é do que sua mente ouvindo o que diz seu coração. Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA E ATIVISTA CULTURAL ANGELI ROSE----------------

O COLETIVO MULHERES ARTISTAS

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COLETIVO MULHERES ARTISTAS é um coletivo cultural idealizado e criado por ANGELI ROSE, escritora do Rio de Janeiro, pesquisadora em Literatura Brasileira e Prof.Dra. em Letras, PhD em Educação(UFRJ),autora de Biografia não autorizada de Uma Mulher Pancada ,entre outros títulos solos, acadêmicos e coautorias, além de ser feminista, ativista cultural e antirracista. Depois de muitas conversas e escutas com amigas e colegas de profissão e paixões, a carioca resolveu botar pra frente o sonho acalentado há algum tempo de criar um coletivo que promovesse a estimulasse a visibilidade das produções artísticas de mulheres em todas as linguagens. 72

O “COLETIVO”, através de um protagonismo dinâmico, possibilita a construção coletiva de várias ações cultural, de maneira que todas experimentem gerir ações culturais. Porém, nesse contexto pandêmico, o “coletivo” tem realizado somente atividades virtuais, mesmo tendo sido criado para atuar hibridamente, presencial e virtualmente. Diferente de outros coletivos na acepção mais conhecida em que amigos de ofício e de vida formam um coletivo, o COLETIVO MULHERES ARTISTAS nasceu de afinidades entre mulheres que se conheciam de eventos, de academias de letras, de associações, principalmente. Entretanto, havia uma certeza entre elas (nós), o “coletivo” não deveria reproduzir o contexto conservador e fechado em si mesmo que muitas vezes algumas academias de Letras, Artes e Ciências desenvolvem. E as questões que dizem respeito à condição na mulher na contemporaneidade são as preocupações de todas e das relações de produção no cenário cultural lusófono. Nesse sentido, o CMA enfrenta alguns desafios bastante difíceis, pois exerce uma força cotidiana de buscar afastar o individualismo, o culto à personalidade para que o espírito colaborativo, a autoria coletiva, por exemplo, sejam os combustíveis para todo projeto a ser realizado. Assim também a presenwww.divulgaescritor.com | abril | 2021

ça do “machismo estrutural” seja proscrita das iniciativas das mulheres que integram e participam do núcleo aberto e móvel do CMA. A terminologia “artistas” também foi bastante questionada como sendo forte demais para nomear essas mulheres que se dedicam a produzir obras autorais e performances. Mas reconhecer a legitimidade das iniciativas autorais de nós, mulheres, começa por nós mesmas, artistas “desconhecidas”. Por que esperar que uma grande mídia ou um crítico de arte reconheça e dê voz a uma mulher que se propõe a atuar na sociedade como artistas ou ativista cultural? O CMA acredita que parte dessa legitimação não deve vir de terceiro, muito menos de homens, mas do grupo e da possibilidade de se aprimorar. Se trazemos em nós uma memória social e mais do que isso, uma memória ancestral, e muitas influências familiares e socializadas, por que não estarmos aptas para reconhecermos nossa potência, seja em que linguagem for? Então, acompanhe nossas redes sociais e veja o quanto o COLETIVO MULHERES ARTISTAS tem realizado e entregue à sociedade para a transformação da realidade atual com melhorias da qualidade de vida para todos. E se tiver uma sugestão ou algo semelhante, escreva para nós: .coletivomulheresartistas@gma.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA JUCÉLIA BETINARDI FACHINI----------------

O Amor, o Casamento e a Mente Jucélia Betinardi Fachini É natural de Curitiba-PR, nascida no dia 20 de dezembro de 1964 em uma família de origem italiana. Se formou técnica em química, e nas horas vagas gosta muito de pintar, ouvir música e principalmente de escrever. É casada e mãe de dois filhos. Participou da coletânea “Memórias e Passagens de um Tempo” da editora Scortecci, “Conexão III” da Nogue Editora e também participa de revistas literárias online.

Existem vários tipos de amor: O amor fraternal, o amor por um amigo, o amor pelo próximo, e o amor que se sente quando se encontra uma cara metade, alguém para viver ao seu lado a vida toda, através do casamento, que só deverá acontecer se os dois sentirem o mesmo “amor” entre eles. Após o casamento, o casal passa a construir uma nova vida, vivendo um pelo outro. Depois vem os filhos, que dão mais alegria na vida do casal, gerando assim uma família, que é fundamental para todos. A geração de uma criança é uma experiência muito importante, em que a mulher tem de se sentir valorizada, satisfeita e feliz por ser mãe, pois o feto pode sentir tudo que a mãe sente. Por exemplo, se a mulher não estiver satisfeita com sua gravidez, a criança pode gerar problemas ou desenvolver algum problema psicológico. Deve também ter sempre pensamentos positivos para que a criança nasça bem física e psicologicamente. Mas nem tudo é um mar de rosas. Vão surgir, é claro, os problemas do dia-a-dia. Mas sabemos que poderemos sempre vencê-los com pensamento positivo, compreensão e paciência. O processo de educação dos filhos também não é algo fácil, devemos orientá-los a fazer sempre o melhor, a ter paciência na vida, para que possam entender que nada cai do céu, que temos que trabalhar e estudar muito para alcançar o que desejamos. É muito importante primeiro estabelecer um objetivo para depois batalhar por ele. Esclarecendo para a mente o que se quer antes de tudo, evitando precipitações, assim, tudo pode se realizar.

Pesquisa (lupa)

Quando estamos sem saber qual caminho seguir, o primeiro passo a ser dado é a pesquisa por novas possibilidades. Com isso, as pessoas descobrem o quanto ainda há a aprender nessa vida. As vezes não sabemos como ter novas ideias, por isso é que devemos valorizar mais esse fato magnífico que é pesquisar cada vez mais, afim de obter tudo que queremos. Devemos procurar novas palavras para melhorar nosso vocabulário e comunicação pois falar bem faz parte do nosso cotidiano em diversos ambientes. Numa entrevista de emprego, por exemplo, estar por dentro do que ocorre no mundo é fundamental. Todos os adventos da ciência e tecnologia só foram possíveis graças a muito tempo de pesquisa e dedicação por parte dos pesquisadores. Enfim, pesquisar nunca é demais, só assim obteremos cada vez mais conhecimento valioso em nossas vidas. www.divulgaescritor.com | abril | 2021

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Entrevista com a escritora

Marisol A escritora Marisol F. cursou Ciências Biológicas, na PUC PR, mora em Curitiba, e tem três livros publicados. Os trabalhos da escritora estão publicados pela Editora Appris, e podem ser encontrados em todas as redes livreiras. Títulos já publicados: Ícaro; O Canto do Cisne e Dança Comigo? No momento está finalizando um novo suspense, ambientado em Curitiba e em Antonina, uma pequena cidade do litoral do Paraná, chamado O Lado Escuro da Lua, e preparando o lançamento de um livro documentário sobre casos de pessoas inocentes que foram condenadas pela Justiça e tiveram sua sentença revertida pela perícia criminal, a partir dos autos do processo e laudos periciais, com o título: A Culpa de Um Inocente. Apesar de ter trilhado o caminho da literatura, a escritora está sempre engajada e atuante na causa ambiental e animal. Quando perguntada sobre o que mais gostou do livro Encontro das Águas depois de pronto, ela respondeu: Boa leitura!

A paisagem. Levar o leitor para uma viagem pela maior Floresta Tropical do mundo. Apresentar os rios que banham a floresta, as comunidades ribeirinhas, as comunidades flutuantes...”

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Cultura indígena, na Amazônia, é destaque em ‘Encontro das Águas’ Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Marisol, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, em que momento surgiu inspiração para escrever “Encontro das Águas”? Marisol - Devido a minha formação, Ciências Biológicas, eu sempre quis escrever algo a respeito da Amazônia, o maior reservatório de água do planeta e seus muitos e complexos ecossistemas. Como sou escritora de suspense, em princípio parecia um pouco difícil adaptar uma trama de mistério em local tão exótico, mas onde existem pessoas reunidas existem conflitos e todos sentimentos comuns a natureza humana, que são os ingredientes dos romances policiais. E assim nasceu Encontro das Águas, um suspense onde a trama se desenvolve em um resort de luxo, no meio da floresta amazônica. Apresente-nos a obra Marisol - O título “Encontro das Águas” refere-se a um evento natural que ocorre em frente da cidade de Manaus, no Amazonas, onde as águas de dois rios muito importantes se encontram: Rio Negro e Rio Solimões. No entanto, apesar desse encontro ocorrer ali, naquele ponto, suas águas não se misturam de imediato, devido as diferenças de composição, velocidade e temperatura, sendo assim, elas percorrem lado a lado, aproximadamente 10 km, sem jamais se misturarem.

Assim como as águas desses rios, também existem muitas pessoas que vivem em mundos diferentes e ao se encontrarem não conseguem se misturar, devido as suas diferenças estruturais. Nesse texto, vários personagens diferentes se encontram, convivendo uns ao lado dos outros, mas sem conseguirem uma interação, devido ao universo tão diferente de onde cada um é originário, e da falta de sincronia. É o caso de Christine e Rangel, presos num casamento sem afinidade e sem futuro, e das dificuldades que suas diferenças produzem na convivência. Ou do casal Moa e Dayse, também tão diferentes entre si, tentando misturar seus objetivos de vida e expectativas. A trama começa em Curitiba, com um almoço entre dois velhos amigos que não se viam há muito tempo, num restaurante em santa Felicidade: O advogado criminalista, Arnaldo Cerqueira, e seu amigo Aristeu Maldonado. Desse encontro surge o convite inesperado, por parte de Aristeu, para que o amigo o acompanhe numa viagem em um resort na Amazônia, onde pretende encontrar sua filha Luísa, uma bióloga que trabalha no Centro de Pesquisas da região, e é assistente de um famoso bioquímico que chefia uma pesquisa sobre plantas medicinais e células cancerígenas. Existe muita expectativa da comunidade científica sobre essa pesquisa, e Gustavo Rangel, o bioquímico que comanda a

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pesquisa, termina envolvido em um crime de repercussão mundial, quando sua belíssima esposa, uma alemã, herdeira de um laboratório farmacêutico milionário, acaba assassinada em circunstâncias misteriosas, e em seu sangue são encontrados vestígios de uma substância usada pelos índios para caçar animais: o curare. Para desvendar esse intrincado mistério, Arnaldo Cerqueira chama o escritório de perícias particular, comandado pelo colega advogado, Alexandre Lobo Neto, localizado em Curitiba. E a partir de então, as surpresas começam a acontecer... Como surgiu o nome para os principais personagens que compõe a trama? Comente sobre eles. Marisol - O nome dos personagens surge espontaneamente… Eu procuro aplicar um nome que combine psicologicamente com eles, com a personalidade deles. Em Dança Comigo?, outro livro publicado, eu escolhi Lavínia para uma das personagens principais, porque eu queria um nome suave… como era a aparência dela, loura, delicada e muito sofisticada. O que mais a atrai em “Encontro das Águas”? Marisol - A paisagem. Levar o leitor para uma viagem pela maior floresta tropical do mundo. Apresentar os rios que banham a floresta, a comunidade ribeirinha, as comunidades flutuantes… A Amazônia foi escolhida para


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ambientar este romance, que já nasce sendo premiado, entre tantos inscritos, o escolhido. Comente como se ambientaliza o enredo dentro de um espaço tão vasto e diversificado como a Amazônia. Marisol - Na verdade, Encontro das Águas foi um dos 20 textos classificados pelo edital. E é claro que ser premiada em um edital da Secretaria de Cultura do estado é uma honra muito grande e também um reconhecimento… não apenas por esse trabalho, mas também pelos anteriores. Eu procurei recriar o ambiente da floresta, dos indígenas, e também daquelas pessoas que decidiram se mudar para lá, com atividades voltadas para o turismo, e viver essa realidade impressionante e fantástica, feita de verde e de água. Além deste livro você tem outras obras publicadas, apresente-nos os títulos. Marisol - Ícaro; O Canto do Cisne; Dança Comigo? Onde podemos comprar os seus livros? Marisol - No site da editora Appris e nas grandes livrarias. O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Marisol - A escrita é um prazer, assim como a leitura. Provavelmente hoje eu domine uma técnica, um estilo próprio.

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Quais os seus próximos projetos literários? Marisol - O lançamento de A Culpa de Um Inocente, que foi protelado em razão da pandemia. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Marisol. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Marisol - A mensagem que eu gostaria de deixar é sobre esse momento que estamos vivendo…

"Gostaria que todos olhassem para o planeta com mais amor e tivessem mais cuidado com ele. A pandemia é uma situação que poderia ter sido evitada se o desmatamento desenfreado não fosse executado da forma como é, deixando muitas espécies animais sem seu habitat." Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com

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José Sepúlveda

A

À Sombra do Mirante

história da Família Xavier de Brito é ainda um mistério e o porquê da assunção do seu nome encontra-se ainda por desvendar. Numa análise cuidada, transparece de tudo isso que a preponderância do apelido Brito, em detrimento de Xavier, na hierarquia da família, se tivesse devido ao facto do avô de Mariana (e depois o pai) possuírem o Ofício de Comendadores da Ordem de Cristo , sob o beneplácito da Casa dos Duques de Lafões, cujo Duque era por seu lado, cunhado do Rei D. José e a sua filha, Joana Perpétua de Portugal, ser por seu lado casada com Diogo Vito de Meneses, filho D. Pedro de Menezes, o poderoso IV Marquês de Marialva, Estribeiro mor do Rei e um dos seus homens mais poderosos do Reino. Era tal o conceito que o Rei D. José I tinha por ele que, rezam as lendas, terá um dia dito a Pombal, seu prestigiado Primeiro Ministro: “Podes meter-te com quem quiseres, mas livra-te de tocares no Marialva.” A preponderância do apelido Brito parece ter-se assim sobreposto ao de Xavier. Manuel Machado Xavier exercia uma honrosa profissão de mestre carpinteiro, mas esse estatuto, embora bem remunerado, não era relevante para assunção na hierarquia social, como era o de Brito, que gozava de prestígio e da proteção da Casa de Lafões. Analisadas estas ligações, não será de estranhar até os motivos porque Mariana, ainda muito jovem, fosse parar a casa de D. Joana de Portugal, esposa

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do V Marquês, Diogo de Menezes, para ali ser criada e educada. Não é sequer de estranhar o zelo da Marquesa na tentativa de ocultar um casamento quase forçado da jovem, com Mariana a entrar na sua adolescência, e Vitorino um homem maduro (tinha então 36 anos), que vivia também na alçada da sua Casa, a Quinta da Praia. Não será também de estranhar que logo a seguir, Vitorino apareça a requerer a nomeação para ser Escrivão Judicial em Vouzela e Lafões, o feudo dos progenitores de Mariana. Os acontecimentos sucederam-se, com o regresso do casal a Lisboa três anos depois, já com mais dois filhos no rol, esses, nascidos em Vouzela (Gil e Casimira), para ali, na capital, se lançar se prestar ao concurso para Escrivão das Cavalariças do Rei, lugar prestigiado e propenso a uma ascendência rápida no seu estatuto social e que lhe viria abrir as portas para que uma boa parte dos filhos enveredassem por uma vida militar, perto da zona de influência da Corte, com êxitos assinaláveis, sempre debaixo do beneplácito das Casas de Marialva, de Lafões e até do Rei. Nos anos seguintes, conforme os filhos do casal foram nascendo, lá estavam os Marqueses ao lado do casal, na cedência do seu Oratório pessoal para o batismo dos filhos, mas assumindo algumas vezes o papel de padrinhos de parte deles. E foi assim que, na altura própria, quando Napoleão se decide por invadir a Península – e, consequen-

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temente, Portugal - a Família Real parte para o Brasil. Com o séquito, seguiu Henrique Isidoro, o filho mais novo do casal, tenente da Guarda Marinha, integrando um Corpo de militares que constituíam a Guarda Real. Já no Brasil, desenvolveu uma longa prole. Seguiram-lhe os passos alguns dos seus irmãos que deram corpo à numerosa família hoje ali instalada. Através de todos esses acontecimentos, entendemos melhor a tal afinidade entre Vitorino e a Casa dos Marialva, cujos meandros continuaremos a aprofundar, sobretudo, quando abrirmos o véu sob que se encontram ocultos os mais de vinte anos, antes de se apaixonar pela jovem Mariana na Casa dos Marialva, também ela protegida daquela nobre Casa, cuja glória ia acabar interrompida na geração seguinte, após a morte de Pedro de Vito de Meneses, o VI e último Duque de Marialva. O Título e as suas propriedades (incluída a Real Quinta da Praia) fruto do seu casamento com Henriqueta de Lorena, foram herdados pela Casa de Lafões. Ora, a Casa de Lafões possuía o seu próprio Palácio na zona de Belém e não admira que o grande Palácio dos Marialva acabasse por ficar obscurecido e até abandonado, o que o fez entrar numa degradação acentuada nos anos seguintes, o que motivou a que a Real Quinta da Praia acabasse desmembrada e acabasse vendida a uma fábrica de sabões que, gradualmente, foi lavando as memórias de um tempo coberto de glória.

Quanto a Mariana, na data do seu falecimento ocorrida em 1818, residia ainda na rua Direita da Junqueira, numa casa implantada dentro do limite dos terrenos que pertenceram à gloriosa Quinta da Praia. Parece que a dita fábrica de sabões, para expandir a sua atividade, adquiriu a segunda propriedade, conhecida por Quinta do Brito, que ao que apuramos tinha sido adquirida por um tal Afonso de Brito, capitalista lisboeta, cuja origem não foi possível apurar. Dessas memórias, restou apenas o Mirante do antigo Palácio, de onde D. José assistiu à inauguração dos caminhos de ferro, a ver dali o primeiro comboio a cruzar os terrenos aonde em tempos de antanho se situava a Real Quinta da Praia, Mirante que ainda hoje permanece, em acentuado estado de degradação, mas cujo pedido de reconversão urgente, dado o seu avançado estado ruina e em perigo de ruir, que foi votada e aprovada em Assembleia Municipal no dia 24 de Abril de 2018. . Quis a providência que dessa época de glória, algo viesse a ser perpetuado nesse lugar, a construção do Centro Cultural de Belém, um marco inalienável de cultura que sempre trará a memória de quem lá vai a glória ancestral da Real Quinta da Praia e para nós, a memória do aparecimento da Família Xavier de Brito e a recordação do alvorecer de uma gesta que, como cantaram os poetas, soube honrar os seus egrégios avós que, como nos tempos de antanho, decidiu cruzar os mares para de novo dar novos mundos ao mundo e espalhar Portugal por terras de além.

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José Sepúlveda

ESTRELA DOS MEUS SONHOS Deixa me olhar teus olhos, doce encanto, Saborear teus lábios de cetim, Tocar teus seios com ternura, espanto, E nos teus braços me enlaçar por fim. Cobrir-te ternamente com meu manto De pura seda azul e carmesim E adormecer num sono puro e santo Enquanto em sonhos mil velas por mim. E ao despertar, sentir os braços teus Num terno afago, olhando para os céus E ver estrelas mil a cintilar...

SOMBRA Quem és, o que desejas de meu ser? Porque razão persegues meu andar? O que te faz em cada alvorecer Andar atrás de mim a cortejar? Eu olho de soslaio sem querer E de repente eu sinto caminhar Atrás de mim o vulto de algum ser Que quer a minha vida perturbar... Vai-te de mim, ó sombra, que não quero Que sigas os meus passos, só espero Ao caminhar não ter ninguém à frente... Eu quero-me encontrar e não ter medo De desventrar segredo após segredo E ter meu coração por confidente!

Sentir cadente estrela bem brilhante Descendo sobre nós e nesse instante No brilho dos meus olhos te encontrar!

José Sepúlveda

José Sepúlveda

TEUS OLHOS Que belos são teus olhos cintilando No espectro de minha alma apaixonada... Olhando o teu olhar, de vez em quando Eu sinto essa paixão acorrentada. Às vezes te desejo... e com desmando, Procuro-te na longa madrugada E, enquanto te procuro, vou pensando: - Será nossa paixão desencontrada? 80

Ao resguardar bem dentro de meu peito O teu olhar sereno, são, perfeito, Eu caio num clamor, um brado aos céus... E logo chega a paz, tanta alegria E olho-te com terna simpatia Sentindo que teus olhos já são meus! José Sepúlveda

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QUANDO VOLTAR A PRIMAVERA Eu sou aquela que quis ser um dia A musa inspiradora do teu ser Aquela que no sonho e fantasia Musa não foi, apenas foi mulher.

E, sonhadora, sulco os altos céus Não tendo os teus desejos como meus Mas ansiando um dia me entregar

No dia-a-dia anseio liberdade E junto a ti nos céus poder voar Mas tamanha é minha ansiedade Porque não posso nunca te encontrar.

Eu sei, quando voltar a primavera, Irei viver no sono e na quimera E com paixão, em ti, vou-me encontrar. Rosa Maria Santos

JUNTO AO MAR Eu sei que a lua vem na escuridão, Em noites de um luar, em qualquer lado, E eu sigo lado a lado, mão na mão, Olhando o teu olhar apaixonado. Na rua respiramos mil odores, Os pirilampos brilham lá no ar Passeio num jardim de tantas cores E olho estrelas lindas a brilhar.

Seguimos sem ter rumo, sem sentido, Protejo-me em teus braços do perigo E paro a ver gaivotas junto ao mar Sorrimos um para o outro com dulçor E se olho nos teus olhos, meu amor, Meu coração não deixa de te amar. Rosa Maria Santos

ODE AO MAR Eu quero ver o mar, o mar azul Que noite e dia chama sem parar Estou no norte, quero ir ao sul E no meu mar almejo mergulhar Eu quero ver gaivotas a voar Olhar o mar feliz e a sorrir E ver o azul do céu a se apagar No entardecer e o sol a decair

Quero sentir voar o meu cabelo E mergulhar nas águas com anelo Saborear os sons da maresia Quero sentir o sal na minha pele O travo de frescura que a arrepele Viver meu mar, sonhar dia após dia

“COMO FOLHAS DE OUTONO” Caem “folhas de outono”, que o tempo envelheceu e que no cair dos dias deixam marcas profundas nos “ramos” despidos onde a vida, já morreu… há nelas saudade, não do passado que o tempo marcou, mas das linhas de um sorriso, que o vento levou… hoje… invento sorrisos do presente, sem passado, porque… como folhas de outono são os meus dias, dias…tão escassos, que me ensinam a delinear cada um dos meus passos… caem os dias e os anos, como folhas envelhecidas… o tempo não é generoso e leva tudo de arrasto, tudo…que tenha vida… Teresa Costa

Rosa Maria Santos

CREPÚSCULO

A água gelou no lago em frente ao mar… Brilham agora os raios de luz do sol Horas de silêncio paradas e indecisas e, desenhados em reflexos baços de penumbra. com os olhos pousados no horizonte, Ainda é dia, mas talvez à noite… um fio de claridade se suspende do céu e os raios de luz vêm beijar a minha fronte... ou talvez não... Acorde o nosso coração... com o crepúsculo da vida... Tudo é calma tudo se sustém a fervilhar de emoção... na copa da sombra da árvore, na floresta perdida da vida… Mary Horta www.divulgaescritor.com | abril | 2021

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSA MARIA SANTOS---------------

Carolina, uma história com um final feliz - Paizinho! Paizinho! Gritava Carolina. Acordara estremunhada, sem saber do tempo, nem hora nem dia, em que estava. Ainda recostada sobre a almofada, esfregou os olhos sonolentos, ainda obscurecidos pela escuridão que se fazia sentir e procurou o relógio. Que horas seriam? Era noite ou dia? Não estava com grande vontade de se levantar, o melhor, era ficar deitada até que surgisse a luz do dia. Então, juntar-se-ia à restante família. Fazia a si mesmo uma série de perguntas que a inquietavam. Estava preocupada com a dor forte que sentia no peito, pela morte do seu tão querido pai. Agora, o sentimento era de que já nada mais tinha interesse para si. Primeiro, o seu irmão, logo a seguir, a tão extremosa mãe… e agora, o pai. Triste sina, maldito Covid. Veio alterar todos os seus sonhos. E ela, afinal, ainda tão jovem. Cerrou novamente os olhos e tentou adormecer, tentando apartar-se 82

dessas memórias de um passado recente cheio de desaires familiares. E lentamente, essas memórias foram-se desvanecendo. E adormeceu, esquecendo por instantes um tempo que já foi seu e que de repente lhe foi roubado. E sonhou: - Mãezinha, repara bem, como o Pedrito cresceu! As calças já não lhe servem – dizia, apontando para o fundo das canelas meio descobertas do irmão. E virando-se para ele: - Cresceste mesmo, rapaz, já estás quase do meu tamanho! E feliz, abraçava-o, criando nele algum embaraço. Queria liberdade, enquanto numa tentativa de se desprender, olhava o soalho da sala. - Ainda há dias andavas de calções, a correr por toda a casa. De repente, chegou o inverno e logo a roupa deixou de te servir. E virando-se para a mãe: - Olha, mãe, um destes dias aparece-nos cá em casa com uma namoradinha – gracejava. www.divulgaescritor.com | abril | 2021

Pedrito, conseguindo desembaraçar-se dos braços da irmã, saltou dali e foi agarrar-se às saias da mãe que prontamente lhe disse: - Não ligues à Carolina, está a brincar contigo. Bem sabes como ela gosta de ti. E até que tem razão quando diz que cresceste muito durante este verão, deste um valente salto. - Olha, mãezinha – acrescentou Carolina - vamos deixar isso. O que importa agora é logo de tarde irmos por aí à procura de algumas peças de vestuário para renovar o seu guarda roupa, está mesmo a precisar. - Deixa-me adivinhar – prosseguiu a mãe com um sorriso – estás-te a preparar para comprar uns novos jeans, um vestido, uns sapatos e sei lá mais o quê? - Ena, pá, essa é forte – respondeu com um sorriso - falas como se eu fosse uma interesseira. - Olha, miúda, conheço-te bem! Sei que gostas de ir às compras. Há dias


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vi aí numa montra um vestidinho que te vai assentar que nem uma luva. Foi, penso, na Boutique da Kimbé. Até pedi à menina que o reservasse, como vinhas cá no fim de semana, gostaria que o experimentasses. E se te assentar bem, é teu. - Que bom, mãezinha, és a melhor mãe do mundo – acrescentou, esfregando as mãos de contente. De repente, despertou. E as memórias da mãe não se fizeram esperar. - Mãezinha, querida mãezinha, quanta saudade! – suspirava, com a cabecita semiencoberta pelos cobertores, tentando esconder as lágrimas que lhe saltavam dos olhos. Acendeu o candeeiro de mesinha de cabeceira e olhou o relógio. Três e meia da manhã. Sentia-se agora envolvida num silêncio sepulcral, no pequeno quarto do colégio aonde desenvolvia os seus estudos. O que seria de si nos tempos que aí vinham? Sem mãe, sem pai e sem o Pedrito, o irmão. De novo, encostou na almofada a sua cabecinha, e ficou a cogitar num manancial de recordações que a sufocavam. - Mãezinha, vem depressa, o Pedrito caiu no jardim! - Oh, valha-me Santa Rita de Cássia! Mas que foi que aconteceu, Carolina, como foi ele cair? - Nem me deu tempo a pensar. Viu um passarinho a esvoaçar entre a Oliveira, e antes que eu pudesse fazer o que quer que fosse, tentou

subir à árvore e pronto, estatelou-se no chão – explicava, chorando. - Vamos acalmar, vou ligar ao paizinho, hoje está de serviço no hospital e logo que o Pedrito ali der entrada, será visto de imediato, vais ver. Tudo se vai resolver. - Coitadinho do mano, parece ter partido ou desmanchado o braço. E partiu mesmo. Durante muito tempo, andou de braço ao peito. Ao princípio, até que achou piada, mas depressa essa graça se desvanecia e implicava com a situação, querendo livrar-se do gesso a toda a força. - Era tão pequeno o meu irmão! – pensava – Porque razão Jesus o chamou para si tão prematuramente? Porque levou em tão pouco tempo a mãezinha e o paizinho? Tantas perguntas sem resposta. Precisava estar só e tentar entender os motivos de todo o seu infortúnio. Bem que perguntara à Doutora Isménia Carolina, a colega da mãe e sua madrinha. Porque razão o maldito vírus tomara de assalto a sua casa? Não entendia. A única certeza era que isso aconteceu. E agora, sabia que o futuro não lhe augurava nada de risonho. Sendo assim, para quê continuar a lutar? - Paizinho, não me deixes - pedia a menina no silêncio da noite, nos momentos de solidão que passava no pequeno quarto do Colégio Feminino das Freiras da Irmandade de Santa Engrácia. O Pai, com quem já não estava há mais de três

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meses, ficara, entretanto, confinado numa das alas covid do hospital aonde exercia a sua atividade. - E agora? O que fazer? - pensava. Nunca mais iria sentir o perfume da mãe, não mais iria assistir às tropelias de Pedrito, perdera para sempre a suave e afável voz do pai, o seu abraço profundo. - Paizinho, mãezinha venham buscar-me, por favor. Pedrinho, meu maninho querido, quantas saudades! Os primeiros raios de sol faziam-se agora sentir, após essa noite longa de sonhos e pesadelos. A Irmã Maria da Conceição atravessou o corredor dos dormitórios e com o intuito de animar a menina, bateu à porta e anunciou-lhe que ia receber a visita da madrinha, a Doutora Isménia Carolina. Esta, levantou-se de um salto e saiu do quarto a correr ao seu encontro. Quando a alcançou, lançou-se-lhe nos braços e gritou: - Madrinha querida, o que vai ser de mim agora? Ela olhou-a com ternura e, não deixando mais aquele abraço, respondeu, comovida. - Agora, Carolina? Nada, minha filha, nada te vai faltar, agora, és minha, a filhinha que nunca tive, a minha melhor amiga. Vem comigo, quero contar-te uma história que te vai fazer feliz. Era uma vez…. E de mãos dadas, alegres e felizes, saíram do Colégio em direção ao seu novo lar.


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Entrevista com o escritor

Renato Siqueira Jose Renato da Silva Siqueira, nasceu no dia 03 de maio de 1976, na cidade de Brejão, estado de Pernambuco. Filho de Pedro Monteiro de Siqueira e Maria de Lourdes da Silva. Técnico em Contabilidade estudou na Escola Professora Elisa Coelho concluindo seu curso em 1995, cursou Ciências Contábeis na UCDB (universidade Católica Dom Bosco - EAD), atualmente faz graduação em Gestão de Recursos Humanos – RH, na UININABUCO, Ex presidente da UBE-Núcleo garanhuns, Ex-Tesoureiro da UBE-Nacional, Ex-Chanceler de Homenagem da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural, Socio do LIONS CLUB cidade das flores, Presidente da UBE Nacional 2019-2020, reeleito 2021-2022 ) mora em Garanhuns, é católico, e em 2004 foi iniciado na Maçonaria. Dedicou-se a agricultura até se mudar para a Cidade de Garanhuns em 1992 a fim de cursar o ensino médio. Trabalhou no EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) no Projeto Jovem Aprendiz, exerceu a função de monitor de Gestão Empresarial, na Microlins Educação e Profissão, foi auxiliar administrativo em uma empresa de Grande Porte com sede na Cidade de Goiânia, estado do Goiás. Hoje tem seu próprio escritório de contabilidade, na cidade onde mora. Na Maçonaria, exerceu diversos cargos em loja, chegando ao Grau 17. Desde muito cedo, já demostrava interesses em escrever. Em 2006 passou a escrever pequenos artigos em um jornal informativo de circulação local da cidade de Brejão, onde publicava sobre política e assuntos relacionados a ações sociais. A partir de 2010 dedicou-se se inteiramente a leitura de literatura clássicas e cordel. Boa leitura!

A escrita transforma as pessoas, conseguimos transformar o ambiente e por que não dizer o mundo. Sempre existe a necessidade da permanência da escrita do ato de escrever e transmitir conhecimentos.” 84

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Presidente da UBE – Pernambuco em entrevista para Divulga Escritor

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

um convite a novas descobertas dentro do contexto apresentado.

Escritor José Renato da Silva Siqueira, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, que tipo de textos gostas de escrever? José Renato Siqueira - Quero agradecer a oportunidade de participar da entrevista e ao mesmo tempo falar um pouco sobre a escrita. Gosto muito de crônicas, poesias especialmente do cordel. Meu pai era amante da poesia popular e com frequência ouvia ele declamar seus versos de improviso, acredito que está em minhas origens o meu apreço por cordel. Não tenho um gênero especifico de literatura, gosto de ler um pouco de tudo, mas a minha sinalização e crônicas.

Quais os principais desafios para escrita de “Diário de um Maçom”? José Renato Siqueira - Acredito que escrever o diário foi muito gratificante. Tive a oportunidade de abordar assuntos desde o nascimento de jesus até o surgimento das sociedades secretas em dias atuais. Interessante que mesmo nos dias de hoje o livro continua atualizado e reafirmado o nosso interesse de esclarecer. E ao mesmo tempo não insistir em aprofundar os assuntos nos capítulos apresentados, sempre objetivando que o leitor avance dentro do seu entendimento.

Como surgiu inspiração para o seu livro “Diário de um Maçom”? José Renato Siqueira - O livro diário de um maçom, inicia-se pela necessidade de transitar por temas muitos importantes e desconhecidos por muitos, em especial aqueles não iniciados na ordem maçônica. Apresente-nos a obra? José Renato Siqueira - O livro é fruto de pesquisas, relatos e impressões e experiências, assuntos que podem ser lidos por todos independentemente da idade ou credo religioso, muito bem trabalhado e fácil entendimento, e ao mesmo tempo

Onde podemos comprar o seu livro? José Renato Siqueira - Infelizmente não disponho de uma quantidade excessiva, vendemos bastante no lançamento e atualmente está à venda no mercado livre Você é presidente da UBE – Recife, conte-nos as principais atividades desenvolvidas pela UBE? José Renato Siqueira - Sim, em 2019 assumi a presidência da UBE, fizemos algumas mudanças, reativamos alguns programas que estavam inativados, criamos outros, conseguimos fechar várias parcerias, especialmente com empresas que realizam eventos literários, conseguimos grandes avanços com

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parcerias com editoras, criamos um plano de valorização e inclusão de escritores a nível de Brasil, ofertando acesso a plataformas de lançamentos de livros, stands gratuitos pra vendas e exposição de livros em todo estado de Pernambuco e também em outros estados da federação. Ampliamos o plano de nacionalização da UBE, secções estaduais em vários estados do brasil, sendo a única instituição que mais avançou nos últimos anos, sempre buscando políticas públicas para valorização da classe. Quais os principais desafios para administração de tão renomada instituição? José Renato Siqueira - Os desafios são vários, principalmente no financeiro, mas estamos bem, mesmo diante da atual situação epidemiológica estamos avançando, acredito que somos a única instituição de representação dos escritores, mais ativa e atuante, chegando aos 63 anos de história, com sede e com representação nacional. O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? José Renato Siqueira - A escrita transforma as pessoas, conseguimos transformar o ambiente e por que não dizer o mundo. Sempre existe a necessidade da permanência da escrita do ato de escrever e trans-


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mitir conhecimentos. Atualmente tenho produzido pouco em virtude das minhas atividades profissionais e também devido ao cargo de presidente da UBE. Mas refirmando o compromisso de representar a classe dos escritores sempre buscando e oportunizando sempre mais, atualmente reeleito no processo de 17 de janeiro 2021, conseguindo repetir o mesmo efeito de 2019, sendo chapa única, buscando sempre a unidade e fortalecimento de um trabalho conjunto e articulado, sendo assim descartando a possibilidade de oposição. Quais os seus próximos projetos literários? José Renato Siqueira - Ainda temos muito a realizar e oportunizar, precisamos fazer um trabalho em 2021 muito forte, mesmo que de modo virtual, mas precisamos continuar com a mesma coragem de superar as dificuldades diante do atual cenário de pandemia. Já iniciamos os trabalhos mesmo que remotamente, traçando metas para gestão do novo mandato. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor José Renato da Silva Siqueira. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? José Renato Siqueira - A mensagem e de otimismo de alegria, e que devemos sempre buscar fazer o melhor independente da situação, temos compromissos como cidadão,

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como formadores de opinião, como agentes transformadores e acima de tudo como ser humano, sempre buscando a igualdade entre todos. A certeza que em breve iremos retornar nossas atividades normais e que muito iremos fazer pela nossa classe.

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Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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EM DESTAQUE LIVROS EDITORA PENALUX

“Roda-gigante” do autor Rique Ferrári GÊNERO: poesia| FORMATO: 20X20 | ANO: 2020 | PÁGINAS: 90| Pólen soft 80 gr. SINOPSE: Estamos diante de uma escritura que nasceu com a força inconteste de um poeta aguçado e amadurecido. [...] Nesse pungente conjunto poético confirma a necessidade de Rique Ferrári em utilizar seus artefatos para alcançar aquilo que de mais dinâmico e comunicador pode e deve deflagrar numa obra literária, imbuída em seu compromisso estético e em sua dimensão ética [...] “Roda-Gigante” reafirma um autor em pleno domínio de sua arte. Ao fazer uma imersão cirúrgica em nossos dilemas e angústias, Rique Ferrári traz hálito renovador à poesia contemporânea brasileira, tanto pela carga semântica de sua poesia, quanto pelas sutilezas estilísticas, sofisticado repertório e os recursos de que utiliza para refletir sobre esses tristes e distópicos tempos que nos atingem. [Por Ronaldo Cagiano] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/roda-gigante

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“A Indecifrável Harmonia do Caos” do autor João Carlos Leite GÊNERO: romance | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 196| Pólen soft 80 SINOPSE: Em seu mais recente romance, João Carlos Leite nos entrega uma leitura muito fluida, mesclando cenas oníricas, fantásticas, e intrigantes metáforas, além do corte preciso das cenas.[...] É uma história que suscita inquietude, maravilhamento, e questionamentos diversos, principalmente por seus componentes fantásticos que dão nó na mente dos leitores ‒ menos por serem fantásticos e mais por levantarem questões existenciais. [Kyanja Lee] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/a-indecifravel-harmonia-do-caos

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“Desaboios” do autor Pedro Américo de Farias GÊNERO: poesias | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 124| Pólen soft 80G SINOPSE: Um desaboio deve ser arte de um vaqueiro do ar, alguém além e à margem do fazendeiro drummondiano. Um desaboio não tange rebanhos, é um risco no disco feito por uma agulha de mandacaru que toca o mundo em alteradas rotações e translações. Matuto e desmatuto aqui sobre as cordelanças cosmopolitas de Pedro Américo – de Ouricuri para todas as galáxias de Gutenberg. Xote de breque. A musa é o mote nas formas fixas das vastidões populares. Desaboio é um nó na cabeça do boitempo perdido na capoeira. Tento decifrar o enigma e caio de novo na arapuca do linguaraz. Vida toda vertigem. Desaboiar é apagar os rastros na vereda. Arrisco vinténs na peleja do homo ludens. Passa boi, passa boiada – vade retro – e o vírus do Capetão folga na arruaça. Agora o desaboio de Pedro Américo é o coro dos descontentes, uma cantiga d´escárnio e maldizer. Xô, alma sebosa dos seiscentos. Só Eros, esse fuleiro, salva! Donde balança na praça, a putaria em folheto. A cordelança fescenina ou lincenciosa não pede passagem, os versos mordem os calcanhares dos fascistas e guardiões dos tais bons costumes. Evoé Bocage, arriba Gregório de Matos! Pedro Américo come pelas beiradas da linguagem e nos faz esse agrado, em plena agonia pandêmica, com um livro que é um alento, uma feira livre da forma fixa, um pirão capaz de levantar o mais esmorecido dos viventes. Sim, nas suas mil e umas inutilidades, a poesia é espora e delicadeza, fastio e sustança. “Desaboios” é um sortimento de coisas. E quem quiser que decifre agora .[Xico Sá] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/desaboios

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“As flores daqui são duras” da autora Socorro Nunes GÊNERO: poesia | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 98| Pólen soft 80G SINOPSE: É Socorro Nunes quem destece as vestes do aço e do concreto armado de que é feita a humanidade, que tão parcamente ocupa nossos corpos. Nas 6 partes, das quais é feita a obra “As flores daqui são duras”, é que a criticidade e sinceridade destrançam os fios que compõem os trajes da mentira, da espurcícia sutileza e das banalidades do cotidiano. Sua poesia é repleta de verdades que se despem devagar, mostrando ao leitor, pouco a pouco, um pedaço espinhoso da vida humana. Com sua linguagem simples e despudorada, Socorro Nunes apresenta em versos a beleza da cruel realidade, jogando no colo do leitor uma granada em pele floração. A semente da poesia que brota no solo infértil - que é o reconhecimento da poesia brasileira – cresce forte, livre e ousada em “As flores daqui são duras”. Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/as-flores-daqui-sao-duras

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“O Diálogo” da autora Luizza Milczanowski GÊNERO: romance| FORMATO: 14X21 | ANO: 2020 | PÁGINAS: 160| Pólen soft 80 SINOPSE: “O Diálogo” queima, arde, é o próprio inferno. E você precisa respirar. Precisa respirar, mas a história está atrás do seu olho. Entenda, não se saí da violência por uma porta. E o que seria apenas um homem que passa vira um pesadelo absurdo.[...] A protagonista se apoia nas palavras que não disse, nas perguntas que não fez. Uma espinha no queixo é a única testemunha, além de nós, já que na praça todos estão cegos. Todos muito preocupados com a própria existência – e eu me pergunto: onde estão os ossos da nossa protagonista?” [Por Aline Bei] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/o-dialogo

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“Cães” da autora Júlia Grilo GÊNERO: romance| FORMATO: 14X21 | ANO: 2020 | PÁGINAS: 154| Pólen soft 80 SINOPSE: “O que diferencia o homem dos outros animais? A chegada de um novo cão a sua casa leva uma menina a questionar se havia nos bichos algo além do que o imaginado pelos adultos. Encarando a humanidade como uma ficção, este romance passeia pelos ecos coloniais que fundam o traçado entre o litoral e o recôncavo brasileiros e destrincha os pilares que nos constituem como povo. Em Cães, as definições se dão pela diferença: para descobrir o que é humano, a autora vai em busca de primeiro pensar sobre o que não o é. Cães é um romance sobre limiares, sobre o que nos une e o que nos separa, sobre a distância que há, enfim, entre os homens e os bichos (o homem é ou não é bicho?), os homens e as mulheres (as mulheres também compõem o que se chama de homem?), e, com uma linguagem densa e fluida, a narrativa apresenta o fio cultural que corre como uma herança repassada de geração a geração.” Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/caes

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“Produto artesanal” da autora Paloma Bernardino GÊNERO: poesias| FORMATO: 13X20 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 102| Pólen soft 80 SINOPSE: Quando conheci a Paloma, ela já estava escrevendo este livro. Eu não sabia. Nenhum de nossos amigos em comum também. Talvez nem ela. Mesmo assim, como os bons livros são, ele já estava – e está – sendo escrito. Foi incrível me debruçar sobre cada página, cada linha, ou espaço entre elas, em busca da experiência originária de cada verso. Por ser amigo, não tinha como não pensar em que momento, nesta caminhada, ela teria escrito aquelas páginas: um amor novo, uma bebedeira de final de semana, uma dor no coração. No entanto, foi mais extraordinário descobrir o que não tinha mudado, o que tinha ficado daquele momento em que o poema ganha força e vai além de sua autora. Paloma é uma linguista e opera seus poemas com exatidão daqueles que passam a existência esmiuçando as nuances da linguagem. Se ler seus poemas me faz querer reviver passagens da sua vida, principalmente algumas que conheço, ler as palavras minuciosamente colocadas me faz viver junto com ela o prazer da leitura. Reviver as experiências de Paloma nestas páginas é tentador, mas ter uma experiência própria diante do que é eterno na exatidão de seus textos é um prazer que vai além do amor, da bebedeira e da dor de cada verso.[Luca Creido] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/produto-artesanal www.divulgaescritor.com | abril | 2021

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Entrevista com o escritor

Rubens Lobo Rubens Lôbo dos Santos, nascido e criado na cidade de São Paulo. Sempre viveu nas cercanias da Freguesia do Ó. Escreve poemas desde quatorze anos sempre observando e tentando narrar as doces nuances do comportamento humano. Desde sempre inserido na vida na cidade grande está se tornou uma grande fonte de inspiração. Ao observar os dilemas da grande cidade e compará-los aos do indivíduo encontrou aí o grande eixo da sua poesia. Suas relações pessoais e profissionais são muito influenciadas por estas observações. E isto também é notável em seu texto. Boa leitura!

Enfim, sou apenas um pai e poeta e professor. Mas não necessariamente nesta ordem. E continuo tentando sobreviver nesta tal pós-modernidade.”

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Em destaque “Não ter”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Rubens Lôbo dos Santos, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever textos poéticos? Rubens Lôbo - Minha relação com o poema nasce da necessidade de expressar o cotidiano, suas dores, suas contestações e principalmente pela busca da pergunta certa. Aquela pergunta que nos leva à reflexão. Aquela pergunta que só a arte responde. Mesmo que nem sempre consigamos compreender esta resposta.

ga-me”, eu consegui finalmente encontrar a linha do livro, sua coluna. Este momento, que marcou o início da produção deste livro, deu-se faz quatro anos aproximadamente.

Apresente-nos a obra Rubens Lôbo - Este livro é composto por cinquenta poemas escritos por mim em sua totalidade, em estilo livre, sem métrica regular, sem ordem cronológica, com versos livres e flerta com diversas escolas e escolhas literárias, sem, no entanto, intencionar prender-se a nenhuma linha específica, seja de pensamento ou de exercício literário. Por uma questão de construção e de estética, fez-se a escolha de “dividir”, de maO que mais o atrai na poesia? neira discreta e não citada, o mesmo em quatro assuntos. Fazendo uso do recurso de Rubens Lôbo - O que me atrai em poemas mais curtos, bustodas as formas de arte, a interação. quei diferenciar os poemas O poema é lido e sentindo de mao agrupá-los pelos seguinneira única e diferente toda e a cada tes assuntos: amor, problevez que temos com ele contato. Lematização, dor e esperança. mos um porma hoje e ele nos chega Esta divisão não está nem de uma maneira, o leremos amanhã clara e nem citada no livro, e ele será outro poema, chegará com servindo apenas como uma outras cores, outros sabores. orientação para o autor, novamente sem interesse de Em que momento se sentiu pretornar pública esta escolha. parado para publicar o seu livro “Não Ter”? Apresente-nos um dos textos puRubens Lôbo - Publicar um livro blicados em “Não Ter”? de poemas era um sonho bem antigo já. Mas sempre me continha Julgue-me! pois faltava um contexto para um Julgue-me de acordo com prelivro. Nunca quis lançar por lançar. ceitos, Quando eu escrevi um determinapreconceitos, valores. do texto, o poema chamado “Julwww.divulgaescritor.com | abril | 2021

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Julgue-me sem pesar, sem piedade, sem ousar. Julgue-me sem se olhar, mas com a visão deturpada, a necessidade acelerada, a mesquinhês exata. Julgue-me! Julgue-me usando atos falhos, interpretações estreitas, olhar viciado, acusações vazias. Julgue-me por te dizerem para fazê-lo, por terem incultido em ti esta necessidade, por só teres este caminho. Julgue-me por delação premiada, por necessidade de reconhecimento, pela solidão disfarçada. Julgue-me... Julgue-me pela não atenção, pelo não coito, por não estar. Julgue-me homem ou mulher, criador ou criatura, bela ou fera, surda ou muda. Julgue-me, pessoa nefasta, por seres mimada! Julgue-me! Julgue-me por achares que pode, por engrandecer o vazio da tua alma, por não calares o ego. Julgue-me por quereres, por obrigar-se abraçar o ritual, por fazeres pelo grupo social... Julgue-me com teu cego olho, com teu débil saber, com teu inútil gozo. Julgue-me. Mas julgue-me longe daqui! Na casa do caralho que seja, pois não sou obrigado a dar-lhe santuário ou fortaleza, ou ouvir-te, ou sentir-te, ou entregar-me a ti, ou, sequer, que padeça. Não sou obrigado a tua presença. Julgue-me! Julgue-me por “teres direito”! Que eu “por direito” não irei ouvir!


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Sabemos que cada texto contém um pouco do autor, quer seja de seus sentimentos, ou de seus conhecimentos. Comente sobre o momento de criação deste texto. Rubens Lôbo - Este texto nasceu ao observar uma cena. O poeta presenciou uma breve discussão entre duas pessoas e a discussão versava sobre o quanto nos importamos com o julgamento sobre nós. E como nos fragilizamos e não assumimos que sobre certos parâmetros não deveríamos nem começas a discutir. O texto fala disso. É um pedido para que não usemos um “julgar” enquanto conversamos. Onde podemos comprar o seu livro? Rubens Lôbo - Como estamos em tempos de pandemia, a melhor e mais segura forma de comprar o livro físico é pelo site da editora, neste endereço: https://www. eviseu.com/pt/livros/1503/nao-ter/ e a versão digital pode ser adquirida em: amazon.com.br O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Rubens Lôbo - A escrita para mim tem sabor de intencionalidade. E de interatividade, claro. A escrita sempre esteve presente nos meu dia. E faço questão que assim o seja. Escrevo todos os dias. E não só poemas. Exército minha escrita através da crônica, do conto, até através de cartas. Atualmente, com a advento das redes sociais, tenho postado diariamente em minhas redes, poemas curtos e com isso tenho exercitado minhas habilidades de coesão e coerência.

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Quais os seus próximos projetos literários? Rubens Lôbo - Já comecei a preparar meu próximo livro de poemas, ainda sem nome, e estou finalizando um romance chamado “O último” que devo lançar este ano ainda. Mas este é papo para outra hora. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Rubens Lôbo dos Santos. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

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Rubens Lôbo - Escrevam. Escrevam muito e sempre. Leiam. Leiam muito e sempre. E lembrem-se sempre: A poesia não pertence à gaveta. Não se intimidem e nem se envergonhem do que escreveram. Divulgue. Só assim você entenderá o que você gosta de escrever e o que lê dá prazer. Não tenha medo de arriscar. Muito obrigado. Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR EDILSON C. SILVA----------------

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Série: Transformação íntima.Tema: A HUMANIDADE E O ‘EU’

m minhas pesquisas, estudei e aprende que A Palavra Humanidade vem do latim humilitas, uma palavra que vem de uma virtude, que consiste da própria essência do Eu psíquico, do ser que conhece as suas limitações, fraquezas, ansiedades, capacidade do agir, que agi com à consciência da sua própria essência psicológica do ‘eu’ oculto. Pensando por onde iria começar esse tema, sem fugir da reforma intima, que muitos por mas que não queira, tem a obrigação de fazê-la individual-mente. Nada é por acaso, o acaso existe! em todo aquele que pensa que o mundo gira em torno de si. É fácil discutir e brigar com o mundo, com o todo, com alguém do seu lado, difícil mesmo, é o próprio ser brigar com a sua consciência e o mesmo tentar fugir dela. Sabemos que existem em nosso convívio, pessoas que só quer ouvir, só quer falar e ter o que quer, no meu caso, por algum tempo me identifiquei assim e aprendi a mudar o modo de pensar e de agir, e sabemos que ainda existem pessoas que não admitem um não como resposta, só por que o outro tem uma 98

forma de pensar diferente da nossa, e se esquecem que a humanidade consistem em uma só etapa ‘’ viver em busca da transformação intima’’ e mesmo que esse ser pense que é independente, em seu íntimo se esquecem que não é, sabe porque? Para nascer, viver e morre, precisão de alguém. Viver consciente de si, é para poucos, viver independente é difícil, pois, mesmo um ser que seja rico, para ser, ter e possuir, tem que ter alguém que o ajude em certas tarefas. Muitos podem até dizer que ‘’ eu não faço parte dessa humanidade’’ me refiro a algo que esse ‘EU’ não tolera, e por mais que ele não queira, o universo é coletivo, e é dotado de energia, que pulsa, que se movi, que se modifica, e quer queira ou não em nosso corpo, contem essa energia. Também aprendemos que O Ter, não quer dizer ser independente, O Possuir, não quer dizer ter eternamente. Para refletir, aprendemos que a Humanidade vem de um simples nome, ‘’ Ser humano’’ que pode significar também ‘Corpo ou Humildade’ já a palavra ‘EU’ no sentido sentimental, é mais psicológica para todo Ser que é sábio, por saber que o ser ‘EU’ vem do interwww.divulgaescritor.com | abril | 2021

no para o externo, do seu eu oculto que ele mesmo nem sabe quem ele é, por não saber e nem descobrir em seu entendimento íntimo, que o ser supremo lhe concedeu uma vida eterna, fora do que ele chama de ‘Corpo’, e a nossa consciência consiste no aprendizado da escola dentro da convivência familiar, e a faculdade que o transformará em seu dia a dia está fora do convívio da família, só assim cada um individualmente aprenderá, que fora do seu ‘EU’ esse ser terá uma tarefa ardil e difícil, que o fará proporcionar as suas fatalidades, através das suas ações e reações. A Humanidade e o EU, da compaixão do seu íntimo, deve ser transformada primeiro interiormente e psicologicamente, sabendo que, cada ser tem as suas particularidade. E que se deve respeitar o outro, da mesma forma que se diz ser sábio, esse ser, tem que se auto respeita, para depois, saber o que sente em seu eu oculto, em se auto destacar na convivência humana, para uma humanidade pura e transformadora. Quando se saber ser, e se tem um alto conhecimento do cosmo interno e externo, aprenderá que o ‘EU’, também contém o outro.


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MARTA MARIA NIEMEYER ---------------

COSTURANDO HISTÓRIA

BICHO PAPÃO

Enclausurada em quarentena vou costurando a vida. Ligo a máquina, zigue -zague, para despedir a treta. Cada ponto atrás, dias passados sem lamento, bordo alegria e fantasia. Alinhavo as horas, prego um botão de esperança. Aquele apoio no chuleio! Um arranjo na história. Tecido colorido belo vestido... Vestido de festa? Mas que festa? Festejar o dom da vida cada membro da família. E o calçado? Não pensei no sapato. Uma coleção perdida, repousando embolorada. Enquanto costuro não penso no futuro, vou vivendo o presente agradecendo a saúde. Quem cortou o tecido era muito, muito distraído. Costurando palavras vou vivendo de ilusão. Enganando, descosendo fantasma na escuridão.

Quero escrever um conto, para crianças alegrar. Todas em suas casas, pequeninos não entendem o motivo da mudança. Que mudança repentina no olhar desta infância! Enquanto isso não passa, no lúdico do faz de conta fico no meu mundo a sonhar. FAZ DE CONTA QUE VOU ALI, FAZ DE CONTA QUE VOU LÁ. VIAGEM NEM PENSAR! Cinema,praças,escola e shoppings fechados, não vai dá. Espere só mais um pouquinho que tudo isso vai passar. Corona é bicho papão feio de amargar, inimigo invisível que não dá para enxergar. Marta Maria Niemeyer

Marta Maria Niemeyer

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR VITOR REIS----------------

Mãe. Parte I. Oh! Mãe - Perguntaram pra mim: Porque eu sou tão assim? Tão assim? Tão Assim? -E eu llhes respondi: Que eu sou assim Simplesmente, assim Porque eu vim de você É por isso que eu sou tão feliz Como nunca achei de ser Por que eu vim dum ser: Como você: Tão especial Tão sensacional Tão fora do normal, etc... e tal Tão sem igual Eu só quero lhe dizer: Eu ti amo pra sempre “a melhor Mãe do Mundo: Rosária de Fátima Cortes dos Reis Melo”

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSA PEREZ ---------------

Abril Rosa Peres é uma dessas mulheres que vive em prol da Literatura, principalmente feminina. Começou a escrever desde criança com uma visão plural em defesa do homem da Amazônia e dos seus desafios. A escritora é pedagoga com uma vasta experiência em Educação e Cultura, também é contista e romancista com a mão cheia de histórias do seu povo da região Norte. Produtora Cultural e Gestora de Instituições de Ensino Superior. A escritora representa no Pará, a REBRA- Rede de Escritoras Brasileiras, preside a Alerpre -Academia de Letras de Rondon e Região, é membro ativa de outras Academias com um grande trabalho de difusão da arte. Atualmente Rosa Peres é Secretária de Cultura do Município de Rondon do Pará, a escritora aceitou o desafio por acreditar nas possibilidades de incentivar, investir e apoiar outros artistas. Rondon do Pará é uma cidade rica culturalmente com uma diversidade espetacular. Dos 05 livros lançados individualmente e 15 com outras escritoras, a escritora orgulha.se pela abordagem social, pois, para Rosa Peres, a Literatura serve para denunciar as atrocidades do povo, ela é um combustível de libertação. O próximo livro “Oração do Cacto” caracteriza uma nova fase na vida da escritora, com um estilo de fé, espiritualidade e amor a vida. O romance se passa na capital Belém do Pará, uma trajetória poética da Belém do grão Pará aos dias atuais. O romance de Rosa Peres tem cheiro e nostalgia de um tempo que não pode ser apagafo de nossas lembranças. Como contista, repleta de histórias do seu povo, a escritora apresenta três novos Contos, onde a mulher tem protagonismo e atua como empoderada, apesar de todos desafios impostos.

Chovia muito forte, era uma chuva mitológica dentro de mim, e por estar encharcada, chorava lágrimas de chuva, mesmo com o corpo em chamas. Os pássaros que outrora habitavam em voos em dentro de mim, foram desengaiolados e partiram naquele abril febril. Os muros construídos e erguidos por uma vida estavam mais espessos e altos; os tijolos, matéria- prima daquela construção interminável, dentro de mim, haviam comprimido o jardim que florescia com tantas borboletas, até os girassóis de Clície sofreram inflorescências do deus Hélio, as flores estavam murchas e eu terrivelmente só. Mas existia uma força que não amava aquela chuva interminável e aquele muro escroto. Eu precisava sair daquele onirismo e desengessar tantos fantasmas existentes na proa do meu barco que navegava em águas turvas, dentro de mim. Eu precisava de muitas invencionices para bandolinizar meus dias. O sol que existia dentro de mim, reluzia apenas nos postes, a minha luz estava fraca, apagada, amarelada dos dois lados do caminho; as pedras atiradas durante a jornada, viraram regiões rochosas. O silencio sepulcral perdurou na escuridão dos dias e noites turvos; o céu estrelado estava preso dentro da caixa de pandora ou na caverna de Platão. E eu imensamente só, andando quilômetros em labirintos côncavos e convexos, por meses a fio, com um medo terrível de afundar cada vez mais, talvez no poema sujo de Gullar. Abril ariano de intempéries tempestades tempestivas dentro de mim, meus dragões e fantasmas haviam engolido o óbvio. Eu estava sufocada estendendo as mãos até mesmo para as bruxas de Salém para aliviar meus embruxamentos. Mas inacreditavelmente, meu calvário, era eu mesma; por isso precisava vencer todos encantamentos e tempestades. Abril tempestivo, eu ainda no imenso ostracismo telúrico, desadormecida, taciturna, tênue, esotérica, sôfrega e abissalmente bizarra. Dizem que tudo acontece em abril! Tristeza, descompasso e desesperança avolumaram-se dentro de mim, criando involucras crisálidas sem previsão de metamorfoses. Eu tentando atingir minha missão de passarinho, mas cerceada por uma procissão de gaiolas fechadas aprisionando meu sonho de voo.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSA PEREZ ---------------

Amma

Ela viveu a ilusão que sobreviveria as intempéries do mundo feminino. Ariana com todas as cores e conectividade aventureira, espiritualista e sem limites, uma exímia fêmea fatale, genuína, espertalhona, vivendo todas as delícias, perigos e desafios de ser acadêmica do Curso de Jornalismo e amante de luxo de um político bem sucedido. Sem planejar ela arrumou a mochila e partiu para Brasília na primeira estação do ano, com a missão de viver uma linda história de amor, mas quem a recebeu no aeroporto foi o motorista do senado, ela ficou fascinada pelo carro de luxo sem teto, o apartamento luxuoso na área nobre, a cama aveludada recheada de presentes como kit de boas vindas enviados pelo senador, contendo vários vestidos e sapatos para festa, um mapa de Brasília, flores e um cartão de crédito ilimitado. Uma ariana livre de todos os preconceitos, também chamada de Ariana por nascer no primeiro dia do zodíaco de áries. Jovem, livre, leve, solta e as vezes até irresponsável, foi assim que ela chegou em Brasília. Apenas uma mochila, um jeans claro com uma camiseta, os cabelos longos encaracolados reduziam consideravelmente sua idade de 26 anos. O sorriso mônada, irrefutável e irrestível era o seu cartão postal. Foi assim com o senador, quando ministrava uma palestra no auditório da Faculdade de Jornalismo e foi literalmente fisgado por aquele sorriso inesquecível. -Me chamo Ariana Livre! E antes que a imaginação se aguçasse ela completou. - Ariana Andres, livre em nome da liberdade. Disse numa simplicidade, fazendo um coraçãozinho para o senador. Logo que chegou em Brasília ficou apaixonada e sussurrava pelos cantos. - Ah Brasília! Bocejava todas as manhãs olhando pelo vitrô do seu apartamento de luxo. Era a Brasília dos ipês roxos, do Clube do Choro, das Bandas de Rock que nasciam todos os dias nas garagens de qualquer uma daquelas asas, do 102

Garrincha, da Praça dos Três Poderes, da famosa Catedral, da ponte coroada de anéis, a lagoa Paranoá, os sonhos esdrúxulos de Niemeyer ao vivo e a cores com seus ares de modernidade. Linda Brasília, entre asas e eixos, um ar majestoso, A liberdade aos poucos foi sendo cerceada, os encontros com o senador passaram a acontecer fora de Brasília, eles só falavam em eleições e ela foi literalmente abandonada naquele luxuoso condomínio solitário, até o curso de jornalismo foi obrigada a trancar quando começou aparecer nos jornais com os amigos do curso. Ariana enlatada e acorrentada sem poder conhecer as vertentes sociais, só conhecia a Brasília dos ricos, a do lixo, foi escondida para ela através dos arranha céus. As mídias começaram a especular a vida secreta do senador considerado mais honesto de Brasília, mesmo ele, tinha seu teto de vidro. E ele exigiu sua reclusão, trocou seu apartamento, sua academia e até mesmo o supermercado. Em pouco tempo após a reclusão total, nas madrugadas bucólicas, Ariana embebedava-se, dançava e pulava sozinha, depois passou a quebrar os móveis e por fim encontrou uma crisálida profunda chamada solidão. Foi assim que ela despistou o segurança e amanheceu o dia na Esplanada do Ministérios com um megafone, gritando. –Vão se foder senadores! Vai se foder Brasília! Enquanto o senador assistiu o Coral na famosa Catedral com a participação de sua esposa, Ariana era retirada pela polícia. A Ariana foi permitido somente conhecer a Brasília do luxo, aonde viviam os magnatas e os políticos, a Brasília escondida entre os arranha céus, aonde era escondido as suas mazelas sociais e o povo, ela não conheceu. Mas como era livre na sua essência, os ternos engomadinhos dos políticos de Brasília criaram nódulos na sua garganta, os carros luxuosos do governo causavam brotoejas que se alastravam pelo seu corpo, os discursos inflamados

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e medíocres não combinavam com os filósofos estudados no seu Curso de Jornalismo. Tudo começou a ficar muito paradoxal naquele conto de fadas moderno. A imprensa estava fervorosa contra a corrupção dos políticos e ela fazia parte daquela sociedade seleta de jornalistas que perseguiam e faziam suas monografias sobre as algazarras acontecidas em Brasília. A perseguição era implacável. O senador era um dos poucos políticos considerados ilibados, mas também tinha seu teto de vidro e a imprensa sabia disso. O senador era católico praticante, seus pais chegaram em Brasília junto com Juscelino Kubstichek, eram do ramo da construção civil e eram nobres. A família Lacerda desfrutava dos maiores prestígios, por isso, o senador desfilava pela Catedral e pelos Clubes sociais com sua família fazendo caridade e representando a elite conservadora de Brasília. O senador trancou a faculdade de jornalismo, os encontros eram fora da cidade, cada vez mais amiúdes e escassos, mas ela o amava por ser tão ético, admirava seus cabelos grisalhos e sua intelectualidade, apesar de sempre o acusar fora de moda. Ele sabia que ela era o combustível para fazê-lo feliz, ela o rejuvenescia. Dizem que os arianos tem espírito aventureiro e adoram viver além dos limites, as vezes são acusados até de levianos, mas quando amam, são os mais fiéis e dedicados do zodíaco. Ariana estava completamente só, isolada do mundo acadêmico e social. Sua rotina era desfilar pelos shoppings comprando roupas caras e desnecessárias. Odiava aquelas correntes e algemas consideradas desnecessárias para ela e na sua impulsividade desafiava Indra e voava perigosamente pelas ruas nuas e tristes de Brasília, até o dia do trágico acidente com três feridos. A adrenalina controlava seus nervos. Ariana livre passou as festas de final de ano olhando os fogos da lagoa por entre as frestas do seu apartamento. No seu aniversário recebeu o bolo e uma joia espetacular, mas no pacote não tinham pessoas. O senador tinha certeza que venceria as eleições, enquanto seus adversários inundavam-se em escândalos, ele representava a ala conversadora que defendia os bons modos e costumes da elite brasileira. Por este motivo cancelou até os momentos mais nostálgicos pelo celular, falavam-se rapidamente pelo telefone do motorista. Tiveram um único encontro no período eleitoral dentro do helicóptero particular da família Lacerda. Os dois juraram amor eterno enquanto sobrevoavam Bra-

sília, mas ela sabia que ele jamais abandonaria a esposa por ela, talvez por isso entregou até a sua alma para aquele amante tão carente de vida própria. Ela o obrigou a desfilar pelo corredor com as camisetas coloridas e o chinelo comprado por ela. Ele riu, era ele mesmo em sua essência e era feliz ao seu lado. Depois renderam-se aos encantos de Brasília, juntos olharam pela última vez o Memorial JK, o Jardim Botânico, os Bares na Orla do Lago, os Monumentos moderníssimos de Oscar Niemeyer com o Paisagismo de Burle Marx. Não havia entardecer mais deslumbrante do que aqueles de Brasília. Após as eleições, ela viu seu amor pela televisão comemorando mais um mandato. A imprensa estava eufórica com novos casos de corrupção e escândalos. Apenas uma vez ela acenou pra ele na porta da Congresso, ele gelou, totalmente mudo e inerte. Ariana estava magérrima, bebidas, cigarros e muita desilusão, tosou os cabelos, pintou de azul, depois de verde e finalmente de rosa. Entrou numa crisálida perigosa e quase sem retorno, tinha surtos psicóticos e insônia. Avisado, o senador contratou uma enfermeira e um psiquiatra. Mas ela odiava aquela rotina preserva para quem só queria amar e ser livre. Naquele entardecer ela estava bem melhor quando telefonou para Indra, a convite caminharam pelo Lago Paranoá, a princípio num silencio ensurdecer de tão misterioso. Indra continuava absorto naquele convite enigmático e silencioso, seus passos eram lentos. Mas foi ela quem quebrou o silêncio. -Eu sei que você reprova o meu comportamento. Eu gosto muito de você Indra, peço perdão por ontem, rock alto demais e fumei uma carteira de palheiro com o carro fechado. Eu sei que você detesta tudo isso. - Detestei mais você esmurrar os vidros até sangrar a sua mão. -Olha pra mim Indra, uma louca prestes a ser internada! -Senhora! -Eu sou bicho do mato, sou pássaro livre de gaiolas, nasci para viver livre, mesmo além do óbvio. - Vamos tomar um chocolate quente, tem um café muito estiloso que a senhora vai gostar. -Este café precisa vender cervejas. Sentaram-se, cada um navegando num mar de incertezas. Ele pediu as bebidas e ela prosseguiu. -Quando eu tinha 13 anos meu pai faleceu e imediatamente foi substituído, eu fiquei tão revoltada que peguei minha mochila, guerreira de luta e fui morar com minha tia na capital. E como aprendemos vivendo na casa dos outros, eu sempre me virei sozinha, sempre fui livre, não consigo e não posso viver encarcerada, entupida de remédios. Ela pediu outra cerveja. Indra olhou dentro dos seus olhos. -Não é só a sua mão que está machucada, é a sua alma! Ela começou

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a chorar. -Sabe dona Ariana, nos eventos sociais lá em casa que fazemos para os familiares, sempre quisemos convidar a senhora, mas o senador proibiu. Dói minha alma vê-lo desfilar com a esposa em eventos e a senhora isolada. Eu devo toda a minha instabilidade ao senador. Eu sou o seu homem de confiança. Mas não acho certo o que ele faz. A família Lacerda é nobre e de tradição em Brasília, chegaram aqui junto com Juscelino. -Não me chame de senhora, Indra! -O senador a ama tanto que deseja vê-la embrulhada para presente. Eu sofro vendo a senhora desfilar pelos shoppings com várias sacolas vazias cheias de dores. Aonde existe felicidade nas joias e roupas caras que ele envia para a senhora? Olhe para a senhora, tudo é tristeza e dor! -Indra? -Ao amor carece a liberdade! Eu sou servo fiel do senador, ele mudou a vida da minha família, mas não posso assistir o funeral de uma jovem de 26 anos. -Me sinto pássaro morto engaiolado! -O senador é homem de família, ele nunca vai largar a esposa. A instituição familiar pesa nas costas de um político: esposa, filhos, netos e bisnetos. A Senhora Ludmila Lacerda é muito amada pelos moradores de Brasília, é uma excelente professora Universitária com vários livros escritos. -Merda Indra, peça uma caixa de cervejas, não seja tão cruel comigo! Ela olhou pelos arredores do Lago Paranoá, estava tudo muito triste e sombrio, Brasília era apenas um porto solidão que ela detestou. Indra estava decidido a ajudá-la. -A senhora sabe que sou Indiano, o nosso povo é muito alegre, nas festas lá em casa sempre tem muita dança e barulho, sou o único calmo da família. -O senador me falou muito bem sobre você. - Eu nunca falo sobre o meu trabalho em casa, mas fui obrigado a falar da senhora para minha esposa Surya. Ariana segurou as mãos ásperas do motorista. -Você é o meu único amigo que essa cidade perversa me permitiu. -Eu agradeço a confiança, senhora. Mas minha esposa me lembrou de Amma. -Amma? –Amma é uma das maiores líderes espiritual da India. -Porra Indra, você já viu no mapa aonde fica a Índia? O homem estava 104

decidido. -As pessoas do mundo inteiro vão para a Índia ao encontro dela, o seu abraço tem uma força miraculosa e extraordinária! -O abraço? -Senhora, é inexplicável, quando ela nos abraça, uma força misteriosa emerge do nosso espírito, um sentimento pleno de amor, fé, compaixão, humildade e serenidade nos domina. Surge um eu minimalista tão poderoso que nos eleva acima da humanidade. Eu era um homem arrogante e intolerante por ser o homem de confiança do senador e talvez pelo alto salário. Surya me levou para o abraço, hoje sou um novo homem. Surya minha esposa todos os anos vai para a Índia encontrar Amma. -Que experiência linda meu amigo. Diga ao senador que ele não pode oferecer o que procuro. -Nós não registramos nosso encontro com Amma, ele é tão poderoso que fica guardado eternamente em nossas lembranças. Ainda hoje sinto o seu calor e amor maternal. E não há maior lembrança do que aquelas que ficam vivas em nosso coração! Um mês depois Surya retornou da Índia, Ariana durante um ano enviou para Indra, fotos de sua peregrinação espiritual pela Índia, depois desapareceu completamente, era uma peregrinação silenciosa em busca de sua essência que não cabia mais registros, estava tudo na sua alma. Surya conta que o abraço entre Amma e Ariana foi tão intenso que todos os presentes assistiram uma combustão de energia cósmica que reprimidas refletiram-se numa espécie de aurora boreal, estendendo-se em fios neons por longas longitudes. Os olhos de Amma resplandeceram-se mergulhados dentro das águas milagrosas do Ganges. Ariana estava imersa em outros horizontes dentro da linha imaginária do equador. Ariana abriu suas mãos, a sua linha do tempo contava uma nova história, repleta de testemunhos, hemisférios e esperanças. Toda sua horizontalidade foi nascendo nas asas de silêncio que nasciam submergidas, provando que tudo na vida são desígnios dos deuses.

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O Manuscrito

O manuscrito foi encontrado 40 anos depois de sua escrita, as páginas estavam amareladas e roídas pelas laterais por traças que não resistiram a veracidade daquele documento ainda vivo. 40 anos haviam se passado, mas as digitais em marcas de sangue estavam lá, estampadas para contar a história. Uma mala velha de couro, um cadeado enferrujado, um sótão abandonado em meio a milhares de quinquiharias seculares esquecidas. A cidade nunca havia esquecido a fatídica noite de São João, todos os enigmas não resolvidos por 40 anos, com um passe de mágica de uma longa faxina estavam descoberto pela faxineira que resolveu bisbilhotar no sótão aquelas lembranças embebidas de passado e coberta por bandeirolas de teias que na sua simetria singular compunha uma tela surreal. Na noite do luar mais majestoso do planeta, sob os encantamentos de uma noite de fagulhas, folguedos e fogueiras a céu aberto, onde o grupo de teatro da Igreja matriz apresentaria para a população daquele povoado a história viva de São João Batista. Durante o ano os ensaios aconteceram com muita euforia daqueles jovens. Estava tudo organizado, cenário, iluminação, indumentárias, textos revistos e milhões de borboletas no estômago de cada um. Afinal, era a apresentação mais esperada do ano e os municípios vizinhos já estavam lá. Uma hora antes do espetáculo acontecer, Felipe, personagem de João Batista, foi literalmente arrastado para a sacristia. Sua mãe expurgou toda a sua revolta. A mãe sempre o humilhava, ele não compreendia como ela se sentia feliz em vê-lo minimizado. O ódio que sentia do seu pai que a abandonou grávida ela transferiu para ele, a mulher fazia questão de super valorizar o filho caçula Luciano. Naquela noite ela estava incomodada com o sucesso de Felipe. Quando entraram na sacristia, ela expurgou seu veneno da forma mais cruel possível. -Sua noivinha é a famosa prostituta que vive causando tanto desassossego para as famílias de nossa cidade. Ele ficou atônito, feliz em vê-lo sem cor, ela prosseguiu. -Ela faz tudo por dinheiro, aquelas histórias que a madre manda dinheiro é mentira. Ela vai ser expulsa da cidade, já foi acionado o conselho da igreja. Eu sempre te avisei que ela não prestava. Veja estas fotos que me enviaram. Felipe caminhou apressado e invisível entre as alegorias de São João, quando chegou em casa, estava

exausto, tivera durante o percurso várias crises asmáticas. Correu até o quarto e encontrou sua bombinha, respirou profundo, abriu a gaveta da cômoda e pegou seu velho caderno de anotações. Conseguiu chegar na hora da apresentação, vestiu aquelas roupas do cenário, suspirou e entrou no palco. De longe, a noiva acenou mandando beijos, ele correspondeu com um olhar invasivo. Antes de entrar em cena fechou os olhos e reviu o dia que Lunara chegou na cidade e foi acolhida pelo padre. Doce e terna Lunara que todos se mobilizaram para ajudá-la, era órfã e não tinha para onde ir. As fotos dela semi nua agarrada com vários homens não saiam de sua cabeça. As cortinas fecharam-se e abriram-se novamente. O silencio era sepulcral, interrompido apenas pelos aplausos fervorosos do público. No segundo ato, ele olhou para o povo, para as faíscas das fogueiras de São João que atingiam o céu, de longe viu os meninos atingindo o inatingível no pau de sebo por um saco de guloseimas, viu os ensaios para as quadrilhas, as barracas recheadas de comilança, a alegria era contagiante naquela noite interminável. Ele apenas deu vários passos à frente do palco que ficava na entrada da igreja, abriu os braços e atirou contra o peito. A cena piedosa foi aplaudida aos urros pelos moradores que imaginavam que fazia parte do enredo. Ele caiu de braços abertos, imortalizando uma cena de amor e ódio. Apenas a mãe Lúcia sabia que era real e sentia-se aliviada, Felipe era uma assombração em sua vida, era o retrato do pai, o grande amor de sua vida que ao saber da gravidez desapareceu misteriosamente. Ela finalmente conseguiu exterminar o que sobrara daquele ser desprezível que tanto a atormentara por uma vida. Lúcia ficou muda e petrificada, não assumiu a culpa e a cidade enlutada nunca compreendeu como um jovem apaixonado de 20 anos poderia tirar a vida daquela forma. Lunara decretou luto eterno, nunca soube da montagem das fotos na capital por Lúcia e passou o resto da vida enlutada tentando compreender os desígnios de Deus. O enigma da noite de São João na cidade de Cajazeiras demorou 40 anos para ser descoberto, quando a faxineira de Luciano resolveu jogar fora todos os entulhos guardados no sótão para aliviar a dor do rapaz que perdera a mãe e vivia rogando pelos cantos, agarrados aquelas lembranças. A mala velha de couro dentro do baú guardava o caderno de anotações, a letra ainda estava viva, ele cortou o dedo e registrou com sangue o motivo de sua morte e os tormentos de sua mãe.

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Entrevista com a escritora

Rosemary Bento Molinari Rosemary Aparecida Bento Molinari, 64 anos, casada com Pascoal há 44 anos, mãe do Rodrigo e do Fernando. Até os 46 anos dedicou 100% de seu tempo para a família. Retomou os estudos no EJA 8°Ano, Telecurso 2000, e a partir daí não parou de estudar. Seu maior desejo é aprender (sempre). Atuou como professora em Instituição de Ensino até 2016. Idealizadora e fundadora da Empresa de Educação: Espaço do Saber. Técnica em Nutrição e Dietética – SENAC; Pedagoga - Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP; Especialização em Educação Infantil; Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional - Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP; Psicomotricista Boa leitura!

Espera-se que cada atividade oportunize reflexão, que nas atividades de convivência social familiar torne-se propício um ambiente fértil de aprendizagem, valorizar as vivências diárias, incluindo e interagindo com as crianças nos afazeres, assegurar o brincar livre, a criação, a imaginação e a autonomia em realizar as atividades. A partir de 6 anos.”

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Pais e educadores usam Caderno de Atividades interativas para crianças Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Rosemary Bento Molinari, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever o “Caderno de atividades do primeiro ao quarto ano do ensino fundamental I”? Rosemary Molinari - Em um momento de pandemia, as escolas com aulas virtuais, a rotina mudou de um dia para o outro, todos tivemos que nos adequar ao novo cenário, gerou insegurança a todos, eu comecei a atender os meus pacientes e seus familiares por chamada de vídeo. A idealizadora deste projeto foi a Mislene Goulart que atua lindamente como arteterapeuta, e que tem um olhar apurado e sensível ao seu semelhante, e fui agraciada com a sua sugestão e acatei com muita gratidão, amor e carinho. E assim, elaborei esse material com atividades diversificadas, que contribui com a minha práxis psicopedagógica há algum tempo com resultados satisfatórios. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da obra? Rosemary Molinari - Os principais objetivos é o de favorecer uma aprendizagem significativa que visa corroborar com o desenvolvimento de habilidades múltiplas. Apresente-nos a obra Rosemary Molinari - Foi com imenso amor e carinho que elaborei este caderno de atividades, vislumbrando corroborar com a Educação

que acredito e pratico, junto às áreas de formação Nutrição, Pedagogia, Psicopedagogia. As atividades foram desenvolvidas com um olhar psicopedagógico e nutricional, com intuito de auxiliar as crianças, pais e educadores. As atividades de nutrição com execução de receitas culinárias observa-se o quão rico é para a aprendizagem, o processo de confecção das receitas, propiciando a exploração de vários conteúdos acadêmicos, favorecendo com a vivência a melhor assimilação e desenvolvimento escolar. O que esperar ao utilizar o Caderno de atividades para atividades do aluno, tem idade mínima? Rosemary Molinari - Espera-se que cada atividade oportunize reflexão, que nas atividades de convivência social familiar torne-se propício um ambiente fértil de aprendizagem, valorizar as vivências diárias, incluindo e interagindo com as crianças nos afazeres, assegurar o brincar livre, a criação, a imaginação e a autonomia em realizar as atividades. A partir de 6 anos. Onde podemos comprar o livro? Rosemary Molinari - Venda pelos contatos: Instagram: @rosemarybentomolinari E-mail: rose.pedapsico@gmail.com Você é idealizadora e fundadora do “Espaço do Saber” apresente-nos o Espaço, a quem se destina as atividades desenvolvidas pelo Espaço?

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Rosemary Molinari - Em 2016, fundei a Empresa Espaço do Saber, em uma sala na minha casa é um espaço de aconchego, de acolher e de trocar saberes. Um lugar desenvolvido com a intenção ao atendimento psicopedagógico, para crianças, adolescentes, adultos, idosos que apresentem alguma dificuldade de aprendizagem e para assessorar e orientar seus familiares, educadores e Instituições. Quais as principais atividades desenvolvidas pelo “Espaço do Saber”? Rosemary Molinari - Atividades diversificadas propiciando e facilitando a aprendizagem. Quais os seus próximos projetos literários? Rosemary Molinari - Vislumbro que muitas crianças tenham acesso à educação transformadora inserida nos meus projetos literários, que serão desenvolvidos sempre com um viés na minha história de vida, almejando encantar muitos sujeitos, assim como eu sou encantada com a educação e despertar o desejo de aprender e ensinar. Amo o que faço! O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Rosemary Molinari - A escrita consiste na utilização de símbolos e uma forma de expressão e de eternizar ideias humanas. A escrita para mim, não é só o domínio dos símbolos, mas sim registrar sentimentos da alma e do conhecimento de saberes acadêmico.


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Tenho desenvolvido a escrita nas produções de materiais didáticos, já produzi um e-book de Técnicas de Nutrição e receitas culinárias, materiais de apoio a professores e aos meus pacientes. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Rosemary Aparecida Bento Molinari. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

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Rosemary Molinari - Em meio a tantas incertezas, só me resta à esperança de um mundo melhor, em que eu posso ajudar a construir, são grãos de areia em um oceano de dúvidas e de medos, mas vislumbro um oceano fértil e com esse acreditar que confeccionei o Caderno de Atividades e assim, espero que seja o primeiro de muitos que estão por vir. E o meu maior objetivo é conseguir subsídio para continuar a minha Corrente do Bem, praticando a educação transformadora e inclusiva. A Educação Transformadora opor-

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tuniza um ambiente prolífero de aprendizagem! É possível que todo sujeito aprenda se for tratado como cidadão digno que têm direitos a oportunidades de aprendizagem. Amo o que faço! Amo Viver! Acredito na Educação Transformadora!

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato: smccomunicacao@hotmail.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MAGNA ASPÁSIA FONTENELLE--------------

Magna Aspásia Fontenellle, natural de Carolina-MA-Brasil e residente em UberabaMG-Brasil, professora, Dra em Filosofia Universica - Ph.I- Philosophos Immortalem. Mestre na área da Educação por la Univesidad de León – España; graduada em Letras Português/Español-Licenciatura Plena, Pós graduada em áreas educacionais. Pesquisadora convidada-UFTM-Universidade Federal do Triângulo Mineiro atuando no Grupo de Estudo e Pesquisa em Formação de Professores-GPFORME-CNPq-UFTM. Consultora Educacional, palestrante escritora autora e coautora de vários artigos científicos, livros, coletâneas, antologias e revistas publicados em periódicos nacionais e internacionais, tradutora, facilitadora de cursos nas áreas educacionais com ênfase em linguística, letramento, leitura, escrita, contos e causos, formação de professores inicial e continuada. Membro Fundador Imortal e Presidente da Academia de Letras do Brasil Seccional Uberaba-MG- Brasil. Membro Fundadora da Academia Alternativa Pegasiane,AAP,Brasil.Delegada Cultural da FEBACLA-RJ para o Triângulo Mineiro-RJ, Agraciada com a Medalha Mandacaru-Selo Enseada das Letras-Recife–PE, Guardiã Perpétua do Patrimônio Cultural do Triângulo Mineiro-FEBACLA-RJ, Troféu Carlos Drummond de Andrade-Itabira-MG),Mulheres Notáveis-Troféu Cecilia Meireles-Itabira-MG. Dra Honoris Causa em Literatura, Dama da Cultura-Confraria da Reginela-SalvadorBA, Acadêmica Benemérita cadeira nº12 Eternizada em seu nome como PatronaFEBACLA-RJ.Personalidade Gold-Jornal Terra da Gente-Surubim-PE. Título de Cidadania Uberabense outorgado pela Câmara Municipal de Uberaba; Recebida como hóspede oficial da cidade de Paraguaçu Paulista -SP.

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A festa cigana

ma família vivia na fazenda ‘Estrela no sul do Arizona’, composta pelo pai, a mãe e os irmãos (sendo dois filhos legítimos e um adotado), um cachorro, um gato e a governanta. Viviam do cultivo da agricultura e agropecuária. O pai, homem rico, austero, trazia todos sob seu comando. Tinham hora para tudo: almoçar, jantar, brincar, estudar. Assim, a menina Melania crescia junto com seu irmão Haine, não muito felizes devido a austeridade do pai, senhor Nicanor. Um dia apareceu nas redondezas uma caravana de ciganos, com suas coroças puxadas por lindos e potentes cavalos. Montaram suas barracas enfeitadas com lindos tapetes e almofadas coloridas, alumínios brilhando e as crianças brincando. As mulheres, com suas roupas coloridas, anéis, pulseiras, brincos, dentes de ouro na boca, cabelos presos com lenços coloridos, vendiam tachos de cobre, panelas e liam as linhas das mãos das pessoas, orientando sobre presente, futuro e descortinando o passado. Os homens se encarregavam dos animais, da compra e venda de gado e do ouro. As crianças acompanhavam as mães nos afazeres domésticos e nas andanças para as leituras das linhas das mãos. Assim, viviam os ciganos nômades no seu destino, mas tradicional nos seus valores e cultura. Na noite da chegada à referida fazenda, foi preparado uma festa para comemorar o aniversário da matriarca dos ciganos, dona Encarnação, com muitas comidas, bebidas, boa música, dança das mulheres com vestidos coloridos, lenços nos cabelos e pulseiras. Os homens tocando guitarras com músicas românticas de origem cigana. Os proprietários da fazenda Estrela e de outras fazendas das redondezas também foram convidados para a festiva. Ao lado da carroça, dona Encarnação olhava a fogueira que soltava labaredas de fogo que subiam aos céus, como quem reverenciava a lua majestosa e as estrelas que brilhavam, inebriando todos num misto de magia. Inicia-se a festa com a apresentação dos irmãos ciganos Ray e Esmeralda. Ray, rapaz jovem de cabelos e olhos castanhos, sorriso largo, olhar penetrante; Esmeralda, menina moça de cabelos negros compri-

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dos, olhos negros, sorriso marota, andar brejeiro. Dançava ao som da guitarra de seu irmão, que tocava melodia típica do povo cigano. A leveza dos passos da dança de Esmeralda era como a leveza da brisa que balança as folhas das árvores em noite de primavera. Bebidas e comidas típicas eram servidas aos convidados e aos ciganos. A festa transcorria na maior alegria. Eis que, de repente, apareceu uma cavalaria de justiceiros que chegaram atirando pra tudo que é lado e colocando fogo nas carroças dos ciganos e roubando suas coisas. Muitos ciganos morreram sem nem sequer poder se defender. Alguns fazendeiros, mulheres e crianças também morreram. Um menino cigano se escondeu e, ao término da matança, se viu sozinho no mundo e foi até a Fazenda Estrela, que ficava bem próximo ao acampamento. O senhor Nicanor acolheu o garoto, que passou a integrar a família. Porém, Haine, irmão de Melaine, não gostava dele, sentia muita inveja, pois o ciganinho, Jessé, era alegre, gentil e ensinara Melaine a cantar e dançar como Esmeralda, que fora morta com um tiro no peito na noite da festa. O que parecia uma boa escolha de vida para Jessé tornou-se um pesadelo. Ele era humilhado, perseguido, ridicularizado e sujeito a outros danos emocionais e psicológicos. Não obstante isso, a amizade entre o ciganinho Jessé e Melaine crescia cada dia. O ciganinho Jessé, com o passar dos anos, tornou-se um belo rapaz, e Melanie uma bela dama. Às escondidas, tornaram-se namorados e juraram contrair matrimônio. No entanto, a condição social entre ambos era gritante e os pais de Melaine jamais aceitariam essa união. Jessé, aconselhado pela governanta Maria, partiu em busca de melhores condições de vida para se tornar rico e merecedor do amor de Melaine . Jurou a ela que voltaria: — Minha amada, espere-me que logo voltarei rico para nos casarmos. A primavera floriu, verão de sol brilhante e vento no rosto passou, as folhas das árvores outonais caíram, indicando o fim e o início da vida, as chuvas chegaram trazendo o frio e a água para regar as plantações e encher os

açudes. Era o ciclo da vida na sua plenitude mostrando que findara mais um ano. Passaram-se muitas primaveras, invernos, outonos e verões e Jessé não retornara. Melaine, desesperançada, enamorou-se de outro rapaz, fazendeiro rico. Casaram-se, mas, seu coração nunca esquecera aquele ciganinho… Eis que um dia à tardinha, estava ela, o esposo, seu pai, irmão e outros familiares sentados na varanda da casa grande de seu pai, quando chega um homem bem vestido numa carruagem acompanhado de um cocheiro. Desceu da carruagem, cumprimentou a todos, que não o reconheceram. Senhor Nicanor, pai de Melaine, muito solícito, perguntou o que o moço desejava. Jessé, todo imponente, respondeu: eu sou aquele ciganinho que vocês acolheram em vossa casa, e eu vim cumprir minha promessa: desposar com sua filha Melaine. Melaine, não acreditando no que vira e ouvira, desmaiou e foi socorrida pelo o esposo. Senhor Nicanor, diante da revelação, caiu sentado na cadeira atordoado, pois pensava que o ciganinho tivesse morrido. Haine ficou de boca aberta e mais uma vez invejou Jessé. Afinal, quem tinha carruagem e cocheiro era muito rico, enquanto ele vivia à custa do pai. Os demais parentes ficaram admirados… Somente a governanta Maria deu um forte abraço em Jessé, pois fora ela quem o encorajara a ir em busca de melhores condições de vida. Senhor Nicanor, já recobrado do susto, participou para Jessé a triste notícia de que Melaine estava casada com outro. Jessé, muito decepcionado e magoado, imediatamente voltou para a cidade com o coração despedaçado, pois acabara de perder o amor de sua vida. Melaine viveu infeliz com seu marido. Nunca esquecera aquele ciganinho alegre, gentil que a ensinara a dançar, que ficava nos campos, nos rios, nas árvores brincando, sorrindo, com a ternura da infância e o esperançar da vida. Mas, a condição social de Jessé os separou para sempre…

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA LORENA ZAGO-------------

Aquela manhã gelada! Margarida Lorena Zago é casada, tem três filhas e quatro netos. É parapsicóloga, professora, escritora e terapeuta. Foi Secretária Municipal de Educação, Cultura e Desporto em Presidente Getúlio, por 10 anos. Hoje, Presidente da Academia de Letras do Brasil Santa Catarina de Presidente Getúlio, Membro do Conselho Estadual da Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina. Membro do Conselho Superior Brasileiro da Academia de Letras do Brasil, Doutora em Philosofia Humanística Internacional/Ph.I. em reconhecimento aos seus ideais de combate à Fome, Miséria, Guerras e Corrupções Mundiais, outorgado pelo Presidente da Academia de Letras do Brasil, Prof.Dr. Mário Carabajal e Dra. Dinalva Carabajal, Diretora da Academia de Letras do Brasil Humanitária, Membro Correspondente da Academia de Letras do Brasil/Suíça, Cadeira nº 139 e Comendadora das Artes pela ALB/Suíça, recebendo a Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha, no Grau de Acadêmica Comendadora. Medalha Paladino da Literatura Brasileira, outorgada pelo Príncipe Dom Alexandre da Silva Camêlo Rurikovich Carvalho, Presidente da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes. Moção de Aplausos, outorgado pelo Professor Miguel João Simão, Presidente da Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina. Embaixadora da Paz, outorgado pelo Prof. Dr. Iguaci Luiz de Gouveia Júnior - Presidente da Organização Mundial dos Direitos Humanos – World Organization of Human Rigths Defenders (OMDDH). . Membro correspondente da Academia de Letras do Brasil, seccional RS. Consagrada a Ordem do Mérito de Haia no Grau de Oficial, por sua contribuição como Educadora e Escritora em prol da Cultura da Paz –pela ALB/Suíça. Obras: “Poemas, Contos e Encantos I e Poemas, Contos e Encantos II em três idiomas”, “A Borboleta Encantada no Jardim Secreto”, “A Canoa de Coqueiro”, “Tomy e a Princesa do Mar”, ¨Um Natal de Esplendor”, “Um Segredo Muito Sigiloso”, “O Acampamento, “A Lenda da Cabra D´Água”, Na Casa de Vovó Margherite, além de participar de inúmeras coletâneas e antologias.

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Era sábado! 7 horas! Uma manhã congelante! Estava nevando... Laurem ainda dormia, quando aos poucos acordara ouvindo crianças falarem. Ou melhor, gritarem— Tia... tia...tia... — Pensou, só posso estar sonhando, a esta hora da manhã e num frio destes, não haverá criança nenhuma perambulando pela estrada. Todas, com certeza, estariam em suas casas, aconchegadas em suas camas. Mas o chamado continuou, — Tia... tia... tia... Lauren levantou e espiou pela janela para certificar-se de que ouvira vozes infantis chamando-a. E para o seu espanto, eram duas meninas que moravam próximo a sua casa. Lauren trabalhava no escritório da empresa da família. Saia cedo de casa e voltava somente à noite. Tinha pouco contato com os visinhos, por não estar em casa durante o dia. Porém, havia trabalhado muitas sobre-horas durante a semana e conseguiu uma folga naquele sábado. Estava felicíssima em poder ficar um pouco mais na cama, curtindo o conforto, naquela manhã gelada. Mas após ouvir os insistentes chamados, enrolou-se em uma coberta e foi ver o que estava acontecendo. Chegando ao portão lateral de sua casa viu duas meninas com as mãos e os pés roxos e congelados, perguntando se poderiam apanhar algumas frutas do pomar de Lauren, pois estavam com muita fome. Lauren consentiu que apanhassem as frutas, mas não conseguiu deixar que as crianças fossem para casa, sem tomar um café quentinho e bem enroladas em uma coberta, para aquecerem-se. Suas mãos e seus pés estavam duros de tanto frio. Mal conseguiam segurar as frutas. Lauren colocou-as em uma sacola para que pudessem levá-las.

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Após tomarem o café quentinho e saborearem um lanche, Lauren conduziu-as para casa. Estas visitas em horas inesperadas repetiram-se inúmeras vezes e a amizade consolidou-se. Dialogando com as crianças, Laurem, descobriu que tinham mais irmãos pequenos em casa. O pai as abandonara e a mãe lutava para sobreviver com cinco crianças pequenas. Não tinham cama e nem agasalhos que os aquecessem. Buscavam abrigo na casa dos visinhos, durante a semana e nos finais de semana na casa de Laurem. Após longa conversa com as meninas, Laurem, perguntou-lhes se aceitariam tomar um banho para cuidar de seus corpinhos tão surrados pelo tempo e pela falta de higiene, que já estavam fazendo pequenas feridas nos braços, pernas e na cabeça. Nunca penteavam-se com medo de que a cabeça pudesse doer. E o banho era um terror para elas. Poderia machucar os ferimentos em seus membros inferiores e superiores. Mas, Laurem foi falando durante várias semanas até as meninas concordarem em tomar um banho. Não foi uma tarefa muito fácil. Estavam há tempo sem fazer uma assepcia em seus corpinhos. Antes do acordado banho, Laurem foi às lojas de tecido e comprou flanela em metro e lã em fio, para tricotar casacos, meias, tocas, xales e a flanela para costurar saias de pregas as suas meninas de estimação. Em pouco tempo tudo ficara pronto e muito bonito. Laurem provara que seu curso de corte e costura tinha valido a pena. Estava exuberante com seus feitos e a sua arte! Mal podia esperar que chegasse o tão sonhado sábado, para mostrar as suas amiguinhas o seu labor. Era sábado e o dia amanhe-

ceu com um sol esplendoroso! Laurem levantou cedo, fez café, preparou o lanche de suas amiguinhas, Keity ( 6 anos) e Heidy (5 anos). Fechou as janelas de sua lavanderia, acendeu o fogo no fogão à lenha, encheu o taxo de água até a borda, lavou com todo o cuidado os tanques de lavar roupa, colocou uma toalha de banho bem felpuda no fundo dos tanques e preparou o banho das princesas. Sim, seriam as suas princesas, de agora em diante. Tomaram banho no tanque de lavar roupas porque o chuveiro na casa de Lauren, não aquecia o suficiente. Enquanto uma tomava banho, a outra lia um livrinho. O banho de cada menina demorou uma hora, pois os cuidados eram muitos, para evitar machucá-las. O maior problema era lavar as suas cabeças. Mas Laurem sabendo da complexidade com a higiene, convidou sua mãe, que era enfermeira, para ajudá-la com os curativos, após o banho. Passadas duas horas de dedicação com banho, curativos e vestir as meninas, Laurem ficou emocionada com a lindeza que observava a sua frente. Realmente duas princesas. Que lindas ficaram, em suas saias de pregas, casacos, tocas, meias e xales de lã, limpas e penteadas! Laurem tinha vontade de adotá-las, pois não tinha filhos. Serviu-lhes um café e conduziu-as para casa. Chegando em casa a mãe quase não as reconheceu, tão lindas estavam! As visitas aos sábados continuaram por muito tempo. Aos poucos Laurem organizou-se e foi em busca de camas e agasalhos para os irmãozinhos das meninas. Ficou felicíssima com a compreensão e a ajuda dos amigos que lhe auxiliaram a reunir os

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itens necessários, para que todas as crianças desta família recebessem aconchego e alimentação. E assim, passaram-se vários anos. As crianças foram encaminhadas para escolas, e jardins de infância, e a vida prosperou lentamente, de acordo com as possibilidades. Um dia, para a surpresa de todos, a família foi embora. E Laurem ficou por muitos anos, sem notícias de suas princesas amadas. Os anos passaram, sem comunicação entre a família e Lauren. Esta sentia-se triste pois havia se apegado às crianças, com muito carinho. Eis que um belo domingo, toca a campainha de sua casa e para a surpresa de Laurem, observa ser uma família conhecida! Tomou um choque! Ficou sem palavras! Eram as suas meninas, agora, já mulheres, muito bem conduzidas em suas vidas, a mãe e o seu companheiro novo, e os meninos, agora, já homens. Para a sua surpresa maior, vieram convidá-la para ser madrinha de casamento de filho mais novo da família. Laurem chorou de alegria! Quando poderia imaginar uma surpresa tão agradável e feliz! Aceitou o convite e no dia do casamento estava lá deslumbrada e ofuscada pela emoção, por tudo o que pode presenciar e vivenciar! A festa de casamento fora maravilhosa, mas, o que mais emocionou Laurem, foi a união e a integração daquela família! Saiu de lá feliz e agradecida! Muito agradecida! Havia ganhado um grande prêmio! Constatar a felicidade das crianças que um dia a tiraram do seu aconchego e lhe ensinaram a ser solidária, fora muito, muito bom!


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Entrevista com a escritora

Simara Sá Simara Sá: Brasileira, professora de Musicalização Infantil por vinte anos, graduada em Pedagogia pela Associação Catarinense de Ensino(ACE), conquistou a nota máxima em seu TCC “A Música Como Apoio Pedagógico para Crianças com Dificuldade de Aprendizagem em Português e Matemática”. Tem várias certificações como Profissional da Educação e Coaching Literários. Estudou Canto Lírico, Linguagem Musical e Teatro. Atuou na peça “A Pequena Imperatriz” produzida pela companhia de teatro Circoon Produções.

Boa leitura!

Aqueles que assim como eu, amam literatura fantástica, irão descobrir um novo universo em Beckamel. Mergulharão num mundo cheio de mistério, suspense, aventura, imaginação e humor, tudo regado a muito molcanto.”

Pais e educadores usam Caderno de Atividades interativas para crianças

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Simara Sá, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto pela arte de escrever textos literários? Simara Sá - Primeiramente, agradeço a oportunidade de estar na Revista Divulga Escritor e seu interesse por minha obra. Quanto ao gosto pela arte de escrever, desde criança sempre gostei de ouvir e contar histórias. Vivia contando a história da Chapeuzinho Vermelho ao meu padrinho, que adorava me ouvir. A partir do momento que fui alfabetizada, tive vontade de escrever um livro, mas a imaginação sempre superava minha habilidade infantil de escrever. Só consegui concretizar o sonho depois de adulta mesmo.

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O que a inspirou a escrever “Beckamel”? Simara Sá - Minha maior influência, sem dúvida, foi Harry Potter. Sou apaixonada pela obra de JK Rowling e num dia chuvoso de blackout em casa, por causa da tempestade, criei as primeiras aventuras de Beckamel contando a história para meus filhos enquanto esperávamos a luz voltar. Quais critérios foram utilizados para escolha do título? Simara Sá - Beckamel é a Terra onde toda a história se passa. Achei que seria o nome perfeito para a obra: curto e fácil de memorizar. Apresente-nos a obra Simara Sá - Isaflora foi encontrada na Terra de Beckamel pelo supremo diplomata do COR.DI.MO. Albano Dumpierre, e está sem memória. Os facolets temem que ela seja uma espiã, enviada pelos sinistros fullons, enquanto ela pensa ser uma frifilin, vinda do mundo sem aquilo que todos chamavam de molcanto. Afinal, de onde é Isaflora? E por que ela foi sequestrada pelo Cadian? Em Beckamel, o leitor estará mergulhado num mundo fantástico, participando de aventuras cheias de imaginação, humor e emoção. Qual o momento enquanto escrevia a trama que mais chamou a sua atenção? Comente Simara Sá - Levei um bom tempo para concluir a história, por isso é difícil falar de um único momento. Quando terminei o último capítulo e vi o resultado completo da história foi muito emocionante, mas o desenrolar da trama e as reviravoltas que criei na história, também foram muito marcantes. Acho que pra mim o momento mais interessante foi escrever a revelação que

fiz no final, a respeito de uma personagem, e as consequências que ela sofreu por suas atitudes. O que o leitor pode esperar da leitura desta obra literária? Simara Sá - Aqueles que assim como eu, amam literatura fantástica, irão descobrir um novo universo em Beckamel. Mergulharão num mundo cheio de mistério, suspense, aventura, imaginação e humor, tudo regado a muito molcanto. Onde podemos comprar o seu livro? Nos links: Editora Mais que Palavras Mercado Livre Lojas Americanas O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Simara Sá - Escrever, para mim, é voar nas asas da imaginação, sem tirar os pés do chão. É mergulhar na própria fantasia. A melhor maneira de desenvolver a escrita, seja na carreira literária ou não, é cultivando o hábito de ler. Acho que não há outro caminho. Também costumo anotar minhas ideias em um arquivo no meu computador. Às vezes um sonho, ou até uma conversa interessante que ouvi por acaso em algum lugar, costumo anotar tudo.

Beckamel, para concluir uma trilogia. Depois? O céu é o limite. Ainda quero escrever muitas obras. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Simara Sá. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Simara Sá - Eu é que agradeço, mais uma vez, essa oportunidade. Aos leitores deixo meu convite para conhecer Beckamel, cuja leitura, tenho certeza, trará momentos divertidos e prazerosos em uma história envolvente e cativante. Espero que minha escrita toque diretamente o coração de cada leitor.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado? Quais os seus próximos projetos Entre em contato com nosso editorial, literários? apresentaremos proposta. Simara Sá - Pretendo escrever mais Contato: dois livros como continuação de smccomunicacao@hotmail.com www.divulgaescritor.com | abril | 2021

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA JACKMICHEL-------------

Bonequinha Araceli JackMichel é o primeiro grupo da literatura composto por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São irmãs e nasceram em Belém – PA (Brasil). O tema de sua obra é variado visto que tem 15 livros publicados escritos nos gêneros ficção, poesia, romance, fábula e conto de fadas. Também foi destaque em diversos jornais e revistas de literatura, artes e cultura. Participou de salões literários na Europa e no Brasil. Dentre outros prêmios, incluindo menções honrosas, conquistou o IV Prêmio Talentos HelvéticosBrasileiros na categoria Infantil/Infantojuvneil, o 3º lugar no Concurso Cultive de Literatura “Prix ALALS de Littérature” e no I concurso literário da Casa Brasil Liechtenstein e o 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa. Seu slogan é “A Escritora 2 Em 1. Website Oficial da JackMichel A Escritora 2 Em 1 https://www.websiteoficialjac kmichelaescritora2em1.com/

Olhando agora o teu retrato antigo Falei contigo. “Bonequinha Araceli” Alguém já te chamou assim Antes de mim? Mas, isso o que importa? Se entrasses por aquela porta E, me puxando pela mão, Me convidasses para assistir A Patota Como toda meninota...

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Se voltasses a sorrir, sapeca, Com aquele teu rostinho de boneca... E, me dando um beliscão, Me dissesses para irmos à praça de manhã Brincar no tobogã... Será que isso irá acontecer? Estou pagando para ver! Quando chegares dum remoto passeio E, me tocando o ombro, Me chamares para o recreio, Responderei afagando teu cabelo hippie: “Você me lembra a boneca Tippy!” (*) Homenagem ao Caso Araceli, crime ocorrido no Espírito Santo, em 1973

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA

ANASTÁCIA QUINTANILHA BASTOS------------

EU MULHER! Ah sou Mulher, mais qual Mulher eu sou? Negra, Branca, Parda, Amarela, vermelha... Qual Mulher eu fui ontem? Qual Mulher serei amanhã? Não sei! Será que sei? Qual Mulher eu sou hoje? Será que sou filha, irmã, tia, mãe, avó, bisavó? Ou só Mulher? Mulher de um homem ou de mais ou sem nenhum? Sou Mulher que trabalha, luta, briga, combate, pilota, cozinha, cuida, chora, ri, brinca, cai, levanta, ajuda, grita, sussura, amiga, inimiga, confiável, ou não, amável, companheira ou não. Eu Mulher mais qual Mulher? Aquela que nesta pandemia usou a máscara para disfarçar a falta de dinheiro, a falta de comida para os seus filhos, a falta de vergonha dos nossos governantes que deixou o Brasil nesta situação! Eu Mulher que hoje olha para os seus avós, pais, filhos, netos, irmãos, amigos, e não sabe o que dizer a não ser fiquem em casa, usem a máscara, use álcool gel! Eu Mulher que nesta luta não tem tempo para se olhar. Eu Mulher sem tempo de comer. Eu Mulher sem tempo de sorrir para si, e consigo mesma. Eu Mulher sem tempo de ser Mulher! hoje e o meu dia, o seu dia, o Dia da Mulher! Mais qual Mulher é vc hoje? A médica que deixou a sua família para cuidar do pai de família e que perdeu a vida? A enfermeira que tem o rosto marcada pela máscara? A faxineira que não pode faltar no serviço mais está com o coração apertado por que volta para casa no ônibus lotado e pensa em seus filhos? E assim e eu Mulher, cozinheira, cuidadora, babá, e muitas mais, eu Mulher! Qual Mulher eu sou? Hoje Mulher se olhe, se veja, se cuide, se ame! Por que nós somos essenciais para nós mesmas em primeiro lugar! Eu sou Mulher, sou lutadora sou guerreira e me amo! E eu Mulher amo a Mulher que você é! Se ame você também hoje e sempre.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA

ANASTÁCIA QUINTANILHA BASTOS------------

MULHER NA MENOPAUSA Hoje, eu estava a olhar a chuva, como ela é linda, forte, devastadora. Segue devorando tudo a sua frente, por onde passa sem dó e nem piedade. Ali nesse instante, parei, e me coloquei a pensar, que como a chuva, algo em mim estava devastando, destruindo algumas amarras, que ao longo da minha vida, deixei que colocassem em mim. Não vou contar tudo! Por que já passei e alguns dilemas, ainda não acabaram. Só vou compartilhar o meu despertar, em relação a uma sexualidade, que em mim imaginei estar morta ou extinta. Por amarras que eu permitir que me colocassem, por medo, preguiça de lutar, por vergonha de sentir ou desejar e ser desejada, ou mesmo por culpa de ser amada. Mas isto não vem ao caso! Me deparo com meu eu de agora, me encontrando finalmente. Em 2017 entrei para faculdade de Enfermagem. Nesse mesmo ano iniciei uma análise, e conversando com o meu analista, o mesmo me falou, que eu tinha uma trava em relação a homens, que eu teria que enfrentar isso um dia, e me propôs, que eu fizesse uma massagem tântrica, que me ajudaria a saber onde eu se encontrava esta trava. Procurei a massagem, e por coincidência ou não, marquei com um japonês. Quando cheguei você fica em uma suíte com um colchão no chão e um banheiro. Nesse instante, entra um japonês, estatura pequena, vestindo apenas uma cueca. Já me travei na hora, a voz não saia embargada com aquela situação em que me encontrava. Ele olhou para mim e perguntou, se eu queria ir embora, a voz não saiu. Ele começou a conversa e perguntando o que eu fazia dentre outras perguntas pessoais sobre mim e sobre minha vida. Ele disse: Você pode tomar um banho e ficar só de toalha, e pode

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se deitar de bruços assim que terminar. E se eu queria que ele ficasse de cueca ou sem. Pedi que permanecesse de cueca. Me pediu para ficar de olhos fechado, e que eu sentisse o toque de suas mãos. Ele mal tocava em minha pele, porque mais parecia que ele passava fogo sobre mim. Senti um turbilhão de sentimentos, entre, raiva culpa, ódio, vergonha. Tive vontade de sair correndo, mas a curiosidade falou mais alto, eu queria saber em que isto iria me ajudar, ele ia falando que eu ouvisse o meu corpo por que ele estava falando comigo. Que eu me permitisse sentir os meus próprios sentimentos, que deixasse eles virem á tona, aflorasse sobre a minha pele. Fui me permitindo, sentir mais e mais, cada vez com maior intensidade. Para mim, parecia que eu estava ligada em uma rede elétrica, de onde saiam faíscas das minhas mãos e dos meus pés. Fui longe, me recordei de quando eu era uma moça de 19 anos e estava com o pai da minha filha, que a nossa relação para mim era uma descarga elétrica que eu ficava acesa. E me lembrei que ele começou a me podar, que isto não era coisa de mulher decente, que isto não podia que aquilo era feio, sempre criticando minhas escolhas e fantasias. Quando percebi, que o que me dava prazer, eu já não fazia mais, e o que me dava alegria, me causava muitas vezes frustração e raiva. Que fazer amor ou sexo para mim já não tinha o mesmo sabor, o mesmo prazer. Nesse momento, me assustei com ele tocando a minha vagina, com um vibrador, dei um grito baixo. Ele disse só sinta, só sinta. Me permiti a sensação e a nova experiência, posso recordar de todos os detalhes perfeitamente. Quando terminou minha sessão, antes de sair, conversamos um pouco. Ele muito cordial, me disse, prestou atenção em seu corpo? Onde você tem mais sensibilidade? Que é no seu bumbum? Você viu que ao menor toque ele reage?

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Você vai ficar pensando, analisando, mesmo que inconsciente, por um bom tempo em tudo que você viveu aqui e com as ferramentas que você adquiriu hoje, você será capaz de lidar com tudo isto. Confesso que não queria pensar ou analisar por que não sabia o que eu estava sentindo. Mais os pensamentos não paravam de vir e toda hora eu ficava com raiva, outra hora alegre, hora triste, outras pensativa. Me pus a pensar tenho um homem que só dá as caras uma vez ou outra passa até mais de um ano sem vim e eu ficava à espera. Decidi, não esperar mais nada dele, e resolver os meus dilemas e conflitos. Comecei a procurar um massagista novamente, especialista em massagem relaxante. Olhei vários anúncios, onde dois me chamaram atenção. Marquei e fui, não gostei da pessoa, e então não fiz a massagem, decidi vir embora. Marquei com o outro, em um hotel onde poderia contar com auxílio caso eu estivesse em perigo. O Ser apareceu e na hora nos simpatizamos, me deixou muito à vontade. Disse que ficaria de cueca, e se eu não quisesse não finalizaria, tudo bem. Fiquei com a toalha no meu bumbum, ele começou pelos ombros e foi descendo, quando ele chegou no meu bumbum a massagem ele fez com a língua, aí foi um misto de susto com desejo, tesão, me deixei ser levada, nenhum homem nunca havia feito isto comigo. Descobri que amo tocar, beijar, cheirar um corpo suado, misturado com perfume, tendo uma mistura do cheiro natural do outro. Descobri que gosto de ser tocada, beijada, mordida em meu bumbum, em minhas partes mais íntimas, que vou ao delírio, com a língua em meu clitóris. Nossa uma loucura! Posso te garantir. Descobri que gosto de sexo, me sinto solta, relaxada. Tirei minhas amarras, já não me importo com as opiniões, se me rotulam como velha, por me permitir essas experiências. Posso dizer que estou mais alegre, mais solta, mais viva do que nunca. As minhas coisas estão fluindo, a minha vida tem um

novo sentido, me permito viver, me permito a felicidade que há dentro de mim e que irradia essa imensa felicidade a todos em minha volta. Estou fazendo mais por mim. Se eu tive que me redescobrir através de uma massagem relaxante, já não me culpo, já não me envergonho de tal atitude em minha vida. Mesmo que seja um momento que me proporciono, sendo pago a alguém, esse alguém me ouve, assim como também compartilha sobre sua vida. Olhando nesse instante para a chuva que cai lá fora eu acabo fazendo uma breve reflexão sobre outras mulheres, que assim como Eu, acabou tendo seus desejos ceifados por alguém, podados por pessoas que não estavam preparadas para uma intimidade. E vejo que essas mesmas mulheres, hoje têm uma velhice amargurada, repletas de bloqueios. Mulheres que aos seus 50 anos, no auge de toda sua experiência de vida, não se permitem sentir seus hormônios, seus sentimentos, já não ouvem seus corpos, gritando por algo a mais. Que acham pecado, se permitir ter prazer, tesão durante uma relação, vergonha do próprio corpo, e muitas vezes do que sente. Hoje estou bem, porque retirei, um fardo pesado sobre mim, sobre a minha vida. Entendo que posso tocar, beijar, acariciar, morder, sentir o outro, sem nenhuma culpa ou bloqueio, que nada disso tem de errado ou de pecado. Só demonstra que somos mulheres e que estamos vivas no auge dos nossos 50 anos. Voltando a chuva que cai, consigo entender, ela não se culpa pelo dia anterior, ter devastado um quarteirão, apenas cai serem no dia seguinte, linda e calma, molhando a terra, e exalando o cheiro de terra molhada. Me permito sentir, e experimentar tudo aquilo que me foi negado, tirado, roubado, sem nenhuma culpa, sem nenhum constrangimento. Ainda tenho muito que viver e aprender, e tenho certeza que ainda tenho muito o que me permitir.

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Entrevista com a escritora

Tania Vidal Tania Vidal é professora de língua portuguesa, com especialização em literatura infanto juvenil. Leitora desde a adolescência, sempre acreditou no livro como instrumento de transformação e cidadania. Como professora, teve uma grande preocupação com a formação de leitores, tornando-se assim, contadora de história, como forma de atrair seus alunos para o mundo da fantasia, através da literatura. Apaixonada pela literatura infantil e juvenil, é autora de quatro livros dedicados à crianças e jovens: A Dupla D2, A Casa da Bruxa, Maricá de Vila a Cidade, e seguindo na mesma linha, Niterói de Vila a Cidade, que acabou de sair da gráfica. Hoje, afastada das salas de aula, continua sua missão de conquistar novos leitores, contando suas histórias em escolas, feiras literárias, e em todos os lugares onde houver crianças ávidas por aventuras. Boa leitura!

Uma viagem por meio da leitura Escrever é a minha forma de me comunicar com o mundo. A leitura tem o poder de nos tirar da realidade e de nos remeter, nos transportar para mundos diferentes e imaginários.”

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Tania Vidal, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever textos com foco no público infantil? Tania Vidal - Primeiramente sou professora de língua portuguesa e leitora desde a adolescência. No final dos anos 1990, voltei à universidade para fazer pós graduação em literatura infanto juvenil. Me apaixonei de tal forma por ela, que passei a incluir a leitura de um pequeno livro, ou de uma fábula, no início de cada aula. Tempos depois, fui convidada a organizar e administrar a biblioteca da escola onde eu trabalhava. Foi a realização de um sonho. Mas a inspiração para meu primeiro livro, só aconteceu mesmo, após a aposentadoria, com a convivência e observação de meu gato e minha cadelinha, e a grande amizade entre eles. Nasceu então, A Dupla D2. www.divulgaescritor.com | abril | 2021


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Lá eu atendia tanto aos pequenos contando histórias e sugerindo livros, quanto aos maiores ajudando nas pesquisas e trabalhos escolares. Atualmente sou convidada a comparecer em escolas para apresentar e contar as histórias dos meus livros.

Apresente-nos os livros publicados A Dupla D2 Conta a história da amizade e das aventuras de Dora, uma cadelinha da raça shitzut, e do Dudu, um gatinho vira-lata pra lá de esperto, que unidos pela vida, nos mostram que é possível vencer as diferenças de raça e gênero. A Casa da Bruxa É a versão escrita de uma lenda contada na cidade mineira de Pouso Alto, lá nas montanhas da serra da Mantiqueira. Trata-se da história de duas irmãs gêmeas, que se apaixonam pelo mesmo rapaz. Ele se casa com uma delas, mas logo após o casamento descobre que ela é uma bruxa. Muito desiludido, manda ela embora. Mas, logo depois se casa com a outra irmã. A bruxa fica furiosa, e decide se vingar, jogando feitiços poderosos contra o casal. Uma história divertida, com um final super diferente. Maricá de Vila a Cidade Neste livro eu conto a história da fundação do município de Maricá para crianças. Niterói de Vila a Cidade. Neste livro eu conto a história da fundação do município de Niterói para crianças. O que a inspirou a escrever “A Casa da Bruxa”? Tania Vidal - Minha inspiração para escrever A Casa da Bruxa, veio da minha sobrinha neta, que gostava muito da história e também de escrever. Eu já havia publicado A dupla D2, e ela ficava me pedindo para escrever a história. Foi ela que me ajudou a lembrar detalhes que eu havia esquecido.

O que a inspirou a escrever “A Dupla D2”? Tania Vidal - A Dupla D2, como eu já contei acima, veio da minha observação das brincadeiras de Dora e Dudu, e da grande amizade que nasceu entre os dois. Eles ainda estão vivos; Dora tem oito anos e Dudu completa nove em junho. Onde podemos comprar os seus livros? Tania Vidal - Sou uma escritora independente, produzo, publico e comercializo meus livros. Os interessados podem entrar em contato comigo pelo Zap (21) 998746483, ou pelo facebook e pelo instagran @taniavidal, que eu envio pelo correio.

Quem desejar convida-la como contadora de história para o público infantil, como por exemplo, para aniversários, como fazer? Tania Vidal - Pode entrar em contato com comigo através do meu zap. 21 99874-6483. Sabemos que já tem novos projetos literários em andamento. Apresente-nos os seus próximos projetos literários. Tania Vidal - Descobri que gosto de história e de pesquisa. Pretendo então dar continuidade a série.... de Vila a Cidade, contando a história de mais municípios fluminenses e valorizando nossas raízes e cultura. Pois bem, estamos chegando ao fim da nossa entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora e contadora de história Tania Vidal. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Tania Vidal - Os livros não mudam o mundo. Os livros mudam as pessoas. As pessoas mudam o mundo. Mário Quintana.

O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária, que a levou a ser contadora de história? Tania Vidal - Escrever é a minha forma de me comunicar com o mundo. A leitura tem o poder de nos tirar da realidade e de nos remeter, nos Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura transportar para mundos diferentes Quer ser entrevistado? e imaginários. Quanto ao fato de ser contadora de história, como eu citei Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. acima, trabalhei por doze anos na Contato: biblioteca da escola onde trabalhava. smccomunicacao@hotmail.com

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A Nobreza no Mito Literário

noção popular decorre de uma tradição. A tradição é uma forma de cultura popular. Relacionar uma cultura popular analfabeta, com a tradição literária de uma elite erudita é uma amalgama que existe em sociedade. Uma vez, foi visto, um homem humilde falar sobre iluminatis e as “13” famílias que mandam no mundo. Embora para mim ele tivesse ouvido falar sobre isso e estivesse repetindo sua versão de um mito maçônico, esse mito era muito iniciático para um homem tão simples. É onde se deseja chegar no ouvi dizer, e todos sabemos que quem conta um conto aumenta um ponto, ou nas célebres histórias de pescador. Alguém da elite leu os contos de fadas, e contou aos humildes. É a presente tese, e onde se deseja chegar. Mas a mitologia de distorção da nobreza é alta obra literária. Sabe-se de antemão que a nobreza é só o caso de recusa de bebida alcoólica e ou beber com mode122

ração. Uma fineza comportamental em não ser um bêbado, a cair pelas sarjetas. Na literatura foi surgindo um imaginário da nobreza, a elite rica, que vive nos riquíssimos castelos. A confusão literária entre nobreza e realeza. Posso suspeitar que os contos de mamães ganso juto com as fábulas de La Fontaine povoavam a mente imaginária da França pré-revolução francesa. A princesa é sempre linda, mora num castelo, o pai é um velho rei, tem um baile, aparece um sapo, ela beija, ele vira um príncipe ela se apaixona e uma bruxa amaldiçoa. É um arcabouço de todos os contos de fada. Foi o golpe de misericórdia contra a nobreza, transformar o cotidiano de um lanceiro em contos de fadas. A nobreza passou a ser um imaginário de gala, era essa a imagem que se tinha e tem dela. Os livros de história são povoados por essa imagem. É a imagem que se tem nos dias de hoje. É de conhecimento muitos eruditos que tem www.divulgaescritor.com | abril | 2021

essa opinião, e a força motriz da justiça social se equipara ao fim do Colégio Brasileiro de Armas e Consulta Heráldica, a ao que julgo a equivoca condenação de D. Gabriel Inellas, Principe de Clausomene y Rodosto. A sanha ensandecido de medo e controle. Conheço algumas instituições que se julgam no arbítrio de decidir A Nobreza. Sempre numa ótica que prevê o conto de fadas, completamente afastados da verdadeira tradição. Hoje em dia cioso da calamidade social, o governo se silencia sobre muitos dos casos da nobreza, a maioria é considerada loucura, os psiquiatras vão pela mesma escola literária de conto de fadas e magias. A crença é sempre da masculinidade em conflito. A auto afirmação é permeada de uma série de rapapés ao definir a liberdade. Querem um mundo moderno onde eles são os Xerifes de Notinghan, medievalmente auto intitulados sem nenhuma autoridade sobre eles que não seja a ilusão.


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No presente estudo dar-se-a ênfase a algumas obras literárias de cunho nobiliárquico. Eça de Queiroz e a Nobreza, Branca de Neve, o Gato de Botas, Cinderela, a Bela Adormecida, o Conde Drácula, o Barão Frankstein, e Guilherme da Inglaterra.

Eça de Queiroz e a Nobreza

Esta obra do Conde da Aurora de 1946, é o espelho em que esse estudo se ilumina. Eça de Queiroz descrevia a sociedade e com ela a alta burguesia e pequena nobreza. Ele não tratava como Leon Tolstoi de uma crítica social, não era os Miseráveis de Vitor Hugo seu universo; mas eram as casas de moças de família com sua estabilidade social. Seus romances não eram doentios embora houvesse a tuberculose da dama das camélias. Tratava das novas princesas educadas e prontas para desempenhar seu papel social.

Branca de Neve

Uma princesa órfã de mãe que vê o pai ser ludibriado por uma bruxa. Tem que fugir para a casa dos anões, a fim de encontrar o verdadeiro amor de um príncipe depois da maldição da madrasta Bruxa; a grande opinião é que quem amava Branca de Neve era o caçador, que engambelou a bruxa matando um veado e levando o coração dele como prova do assassinato. O texto é dos Irmãos Grimm escrito entre 1812-1822.

o Gato de Botas

O gato alcoviteiro, casa um camponês com a filha do rei, esse gato é o próprio diabinho mentiroso, um gato mentiroso, enganador, e

que fala. Começa por ai o drama do conto de fadas com a nobreza linhas a frente retomaremos esse caso na análise da concessão do título de marquês para o jovem camponês.

Cinderela

Um caso de esperança a moça que serve e passível de se casar com um príncipe. Mas tudo acontece no Baile, a imagem republicana que se desejava dar a Nobreza em Gênova e Veneza. A relação sapato princesa é gritante como modelo e moda de padrão de consumo social. O conto como se conhece data de 1697, e é de Charles Perrault.

a Bela Adormecida

Nesse caso a bruxa ofendida por um convite perdido, amaldiçoa a princesa que será redimida por um beijo de amor verdadeiro de um príncipe forasteiro. A maldição é a visão que colocar a mão num objeto e trabalho é algo vil. A versão mais antiga é de Giambattista Basile, de 1634.

o Conde Drácula

Romance mal do século onde o conde porfirético se alimenta de sangue, quer reviver o amor, e é o modelo da crítica a elite e nobreza no século XX, permeou o imaginário da sociedade através dos inúmeros filmes feitos, mas é uma obra de 1897 de Bram Stoker.

o Barão Frankstein

A nobreza vira cientista, para desafiar o mundo pós revolução francesa. Começam a surgir os grandes naturalistas, von Humbolt, von Martius. O Barão revive um cadáver, jogo romântico da política a monarquia francesa é revivida com

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Napoleão, um jogo de poder e amor revive o cadáver monstro e revive sua noiva. A obra de é Mary Shelley de 1818.

Guilherme da Inglaterra

De Chrétien de Troyes, autor medieval inglês essa obra que muito deve ter influenciado os cavaleiros em suas corporações em suas leituras nas refeições, criou o mito metafisico da nobreza na literatura, os dois irmãos são “resgatados da boca do lobo” sem nunca terem desempenhado oficio vil. Pode-se afirmar que a literatura medieval e o romance de cavalaria serviu para a formação da moral cavalheiresca pelo imaginário.

Discussão

Resta a especulação de quem iniciou o imaginário literário da nobreza. Tudo leva a crer que foram os romances de cavalaria com sua inserção na vida cotidiana da elite. Pelo ouvi dizer isso se tornou popular. As casas cavalheirescas e suas instituições usavam possivelmente de sua leitura para manter o silencia e criar a moral. Aceitar que haja um oficio vil é muito mais conto de fadas literário do que a realidade da vida. Não é mesmo? Ao menos é o que parece. Lançada a pedra fundamental da nobre e conto de fadas a evolução distinguiu o Marquês da Carabás com o casamento com a princesa. Não foi um casamento por amor. Fui um embuste de um gato endemoniado. O gato de botas relaciona um título de nobreza dado a comandantes militares da fronteira, a uma concessão a um jovem camponês. Bastaria que o jovem camponês tivesse três gerações legítimas na varonia, para usar de um título de


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nobreza, mas para ser marquês precisava ser comandante militar na fronteira. Assim começa a mentira do gato enganador, logo se vê que é o mito do conto de fadas. Todos os outros romances se assim se pode chamar tratam da vida social, como modelo para o bom casamento. A maldição, a bruxa, a madrasta e a redenção pelo amor verdadeiro. Se os contos barrocos podem moldar a mentalidade pré revolucionário, os romances do mal do século demonstram a decadência. Sempre se relaciona nobreza e amor. A única relação social que a nobreza tem é ser educada com assinatura de nomes e consumo de álcool. Mas da literatura é cria uma expectativa que pode determinar destinos como o do caso de D. Gabriel Inellas. Isso já na vida real. Se a grande revolução social veio dos Hippies e dos Beatles, a literatura espetacular da nobreza fez a mesma coisa ao longo dos séculos. Em que a população vai acreditar? Na literatura do Barão de MünchHausen, em que pela literatura se transforma o mundo, e se transforma mesmo; ou numa vida pragmática em que todos tem que enfrentar os serviços e se preocupar com emprego, comida e saúde? A Dama da Camélia, simplesmente morria de tuberculose. Num entregar-se ao destino passivo. Talvez a posição da nobreza no imaginário literário do conto de fadas seja moldar o destino passivo

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de uma dádiva da natureza e redenção pelo amor. Mas é literatura e é o que o povo ouviu falar. As novelas atuais fazem disso, o imaginário é a lógica que entorpece o sono das mulheres trabalhadoras. Surge o sonho e o desejo. A nobreza dos contos de fadas tem agora o modelo na classe rica e abastada da burguesia bonita nas novelas. Tudo televisivo, sem o esforço dos óculos de leitura.

Conclusão

Pode-se concluir que a nobreza, literária não representa a nobreza da vida cotidiana, nem na idade média, nem ao longo dos tempos, nem nos dias de hoje. O modelo de nobreza literário é o da alta burguesia abastada, o que na França é dito Falsa Nobreza. De toda a literatura o que mais explica a presente explanação teórica é a farsa de Romeu e Julieta de Shakespeare. Em Verona as duas famílias nobres, poderosas e inimigas vivem um amor proibido e suicida. Representando a humanidade, o desejo do outro, e a busca para vencer barreiras e entraves. Posso concluir em Romeu e Julieta de uma forma muito paulatina que aquele amor proibido são as proibições que a Inglaterra Anglicana enfrenta no aspecto religioso. Dado o desfecho do romance os dois foram punidos com a morte. Exatamente por desafiar o mundo em que viviam. O que é a leitura literária da nobreza como conto de fadas se www.divulgaescritor.com | abril | 2021

não um desafiar o mundo, e construir um imaginário a ser imitado. D. Gabriel tinha que ser punído por desempenhar oficio considerado vil. O Duque de Aveiro tinha que ser morto com a condenação dos Távoras. O Conde Staufenberg, também filme era um modelo de alerta ao que seria uma punição envolvendo os nobres. Mas o grande romance do mal do século seria a morte do Rei Ludovico II da Baviera que deixaria um mundo de conto de fadas para atravessar o rio Estígio com seu médico particular. A literatura moldou o que se deseja consumir com a nobreza e nos dias de hoje o que se faz e novelas com a alta burguesia para moldar os sonhos de consumo. Tem-se certeza que a visão literária do ouvi dizer revoltou muitos dos revolucionários franceses. Eles precisavam destruir aquela realidade virtual do ouvi dizer, dos casamentos dos contos de fada, tão distante da realidade deles e da nobreza. O risco que se corre com o imaginário coletivo. Isso mesmo termina-se abordando Young com uma leitura de abordagem do inconsciente coletivo. O agir do grupo se dará com as imagens conscientes e sedimentadas no inconsciente da mesma forma que texto por texto das novelas de cavalaria moldaram o imaginário cavalheiresco medieval e alienou Dom Quixote de La Mancha ao distorcer a realidade como um quadro de Dali, como no painel de Guernica.


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Porque sou Monarquista?

Por Flavio Joppert Imaginem o meu país: a Terra do Nunca. Fomos uma monarquia que com um golpe de estado se tornou uma jovem república cheia de esperança. Eu decidi por livre escolha tomar o partido da memória monárquica com o que eu imagino de Utopos. Utopos ainda é uma monarquia muito conservadora e antiquada. Eu sou moderno, minha profissão é bem jovem, sou um ambientalista ativo no partido da ecologia. Desempenho a minha ação sem me preocupar com república ou monarquia. Mas hoje eu pensei, desde que houve a democratização dentro de nossa república não há empatia entre nosso presidente e o parlamento. Todos os presidentes tinham apoio fraco do parlamento. Esse problema se define como presidencialismo e parlamentarismo. Com certeza eu sou um defensor da monarquia parlamentar, é o que vou tentar explicar agora. Embora a experiência que tivemos de parlamentarismo no governo de João Pé-de-Feijão, tenha resultado num golpe militar que fez o destino de meu país. Numa monarquia tem o rei, numa monarquia parlamentarista os poderes são harmônicos entre si e independentes. O primeiro ministro é eleito pelo parlamento, e por

isso sempre começa o governo com a maioria no parlamento. Quando ele perde a maioria no parlamento, ele perde o emprego. O rei permanece o mesmo, abrindo o parlamento, comandando o corpo diplomático, chefiando o protocolo e mantendo a moral e a tradição. Como se nada tivesse acontecido. Então é essa minha escolha e grande simpatia pela monarquia. É porque lá o governo começa com aprovação do parlamento. Como é com a gente hoje em dia? é o que me pergunto. O que se dá é que a escolha do povo é democrática para a escolha do presidente e do parlamento. Mas o povo só escolhe os representantes, todas as outras decisões são soberanas de um parlamento em que obrigatoriamente o presidente não precisa ter maioria. Temos um presidente de mãos atadas pelo sufrágio do parlamento, não temos um primeiro ministro com apoio do parlamento. A voz do povo só é ouvida uma vez. Depois eles têm que se silenciar. Mesmo que apoiem ou sejam contra a decisão do parlamento frente os projetos do presidente e sua equipe de ministros. Por isso meu país discute sempre os mesmos problemas e não avança no plano de ideias e desenvolvimento. Por isso mesmo sou monarquista, e defendo a monarquia parlamentar. Venham comigo nessa viagem... (mas não é tão simples assim)

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A questão MonarquiaRepublica

Entendido o motivo de ser monarquista, agora busco algumas considerações para dar uma chance aqueles que não entendem das coisas. Início pelo Rei. Se há um rei ele seria melhor que os outros? Acredito que não, mas ele tem mais responsabilidade assim como um presidente da república. Quando o rei se dirige ao parlamento ele fala em nome da nação. Quando um presidente se dirige ao parlamento ele fala representando quem votou nele. Seus adversários políticos discordam dele, isso também se dá quando é um presidente numa república parlamentar. As questões diplomáticas numa monarquia são mais estáveis e o comércio é sempre certo e garantido. Já numa república sempre que há a troca da cimeira, as relações diplomáticas podem mudar, e alianças se fazem e desfazem. O grande problema de analisar as questões monarquia-república é quando se começa a discutir protocolo, ou seja, o sexo dos anjos dos dois, e se esquece de discutir questões de doutrina e políticas sociais para garantir o desenvolvimento e qualificação da população. Se o parlamento se fecha para discutir o uso da medalha, o voto que se daria ao projeto de sustentabilidade se perde. Mas se não for definida a “ferramenta e mecanismo” de desenvolvimento do país não se tem responsabilidade sobre o destino.


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O principal cuidado ao questionar porque monarquia ou república é a desigualdade social, principalmente, a que houve nas acusações do antigo regime. O povo passa fome. Mas o povo continua passando fome. Não discuto a injustiça social. Ela existe. A especulação é se fosse a Terra do Nunca uma monarquia teríamos maturidade para implantar um processo de evolução e desenvolvimento mais rápido. Sei que é difícil, sempre o fantasma da contravenção política, da subversão, do ser diferente, e o patinho feio quando tudo já está perdido. Para mim é indiscutível que trocamos de Rei a cada quatro anos. A cada eleição a estação de um partido diferente e a primavera de esperança de que tudo dessa vez vai dar certo. Mas na monarquia de Terra do Nunca não foi diferente, o primeiro ministro oscilava entre os dois partidos, a interpretação que dou a esse caso é que se não fosse o monarca o país teria se desintegrado na instabilidade política. Hoje o vacilo na troca de presidente mostra um desespero em encontrar uma luz no fim do túnel; e tudo isso com a instabilidade de política das instituições, da diplomacia, do comércio, e do projeto piloto a longo prazo. A população da Terra do Nunca mantem-se desesperada buscando um salvador. É o mito

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do sebastianismo. Ele trará o destino que se consolidará em quatro anos. Isso sabe-se que é impossível. Isso tudo me faz entender porque sou monarquista, porque existem outros monarquistas, e porque existem republicanos. Nessa visão de mundo eu aceito minha existência e aceito a existência dos outros. Como vou poder obrigar que aceitem minha posição política, se eu não aceitar a dos outros. A Fada Madrinha anda de calhambeque, aquilo é um anacronismo, mas se ela anda de calhambeque é porque lá existem calhambeques. Se não existissem calhambeques ela não usaria. Não se pode levar a discussão da moda para o que tem que ser a ferramenta e a máquina motriz de um país. É injusto com muitos, mas quem tem sua casa, sua comida; pode se perguntar monarquia? Para andarem de carruagem?

A questão Parlamentar

A regra do jogo é clara: aqui é república e eu e meus colegas temos que aceitar. Mas o que discuto é que se fosse parlamentarismo republicano teríamos as mesmas ferramentas e engrenagens da evolução e desenvolvimento do sucesso. Será? Começamos a discutir então partidos políticos. Têm-se os a favor, os contras, e os nulos. Mas isso define o destino. O destino é ter comida, remédio, saúde, escola, em-

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prego, acesso ao consumo. Sempre vai ser assim, três subconjuntos formando um universo parlamentar. O pluripartidarismo é muito bom principalmente numa monarquia, lá em Utopos não existem apenas brancos e colorados. Mas funciona bem. Na Grande Nação do Norte, basicamente existem dois partidos. Esses dois partidos tem quase a maioria absoluta do parlamento, e é como se o pluripartidarismo não existisse. Então o medo da república é o pluripartidarismo? Na monarquia da Terra do Nunca havia o sonho republicano dois partidos apenas maragatos e pica-paus. Por isso a instabilidade. Fomos e somos uma monarquia-república virada ao avesso. Analisando o cancro da república uma indicação identifica outro problema que não existe, no segundo turno todos tomam dois partidos. O parlamento se divide em três novamente. Então porque não dá certo? Alianças políticas e representações partidárias são boa parcela. Mas a culpa é da falta de um projeto piloto? O único projeto piloto que tivemos foi o do plano real e ele deu certo. Cabe parar respirar e entender que a Terra do Nunca precisa que sua população amadureça, e defina seus projetos. Eu não posso ter um país que paga parlamentares


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para discutir o sexo dos anjos. Mas seríamos diferentes de Utopos? A diferença de lá é que lá tem um Rei-Rainha. Isso cria uma estabilidade, a mesma que nosso monarca criou ao tamponar as reviravoltas políticas da Terra do Nunca. Precisa crescer e ver que tem um problema e para esse problema tem uma solução. Mas eu aprendi que não sou dono da verdade. Exatamente quem se considerava dono da verdade aplicou um golpe de estado governou por duas décadas e terminou vexado e envergonhado. Teve que fechar o parlamento, preferiu nomear senadores biônicos. Terminando condenado. Não é por aí. O que pode haver é um aceitar diferenças, que ninguém é doido aqui de não entender que a crise social é grave. Mas que ainda não encontraram uma saída. Muita carga está no parlamento, mas a culpa não é só deles. Diversas repúblicas como a de Gênova e Veneza foram parlamentarismo, deram certo, são modelos políticos que estudo, e considero, seriam o mesmo que a Pasárgada que colonizou Terra do Nunca é hoje e dia. Mas não é privilégio o que desejo discutir.

Conclusão

Faço minha vida de ambientalista, independentemente de ser república ou monarquia. Trabalho

as informações ambientais como tesouro político e solução para muitos dos problemas de sustentabilidade que são saídas para várias das crises. Usar a máquina das letras para agredir o mundo não é meu objetivo. Busco com ela trabalhar ideias para selar um destino de paz, exatamente onde não haja violência. A questão monarquia-república não pode ser discutida sob a ótica do da vingança do velho caudilho gaúcho. Ter maturidade para parar e pensar antes de discutir frente a tantos problemas se fosse monarquia ou parlamentarismo a saída seria diferente é uma maturidade que faria nosso país deixar de ser a Terra do Nunca e ser a Terra do Sempre onde todos cidadãos tem maturidade para viver em comunidade. A comunidade envolve o cidadão e o meio ambiente com certeza, é por isso que sou um ativista da ecologia. Se não posso usar a ferramenta da monarquia para encontrar uma saída para o grupo, uma alternativa que surge é a política ambiental. Com ela eu vou entender que não é para discutir nem calhambeque nem o sexo dos anjos a que fui chamado pelo destino. Precisa de muita maturidade é o que posso dizer para o povo da Terra do Nunca essa é a principal solução para encontrar a felicidade.

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Se da Monarquia de Dante surgiu a discussão sobre o embate monarquia-república que dilacera o mundo por séculos, do Príncipe de Maquiavel surgiu o princípio acadêmico maturidade tanto num rei como num presidente. Que a democracia seja respeitada sempre, que a tirania seja banida, que o povo possa usufruir de paz e prosperidade, é a semente que o paleo-mundo vai encontrar no Império Romano, e na Democracia Grega. Roma de seus Césares viu da monarquia de Rômulo e Remo, surgir a República Romana que sedimentou as bases de um Império Parlamentar. Utopos teve sua experiência republicana, e avançou mais e mais na busca do arquétipo felicidade. Se da monarquia romana saiu a semente da árvore política que se tem hoje; que esse artigo seja mais que uma poda, seja um adubar de carinho e orvalho, de quem tem esperança de ver esse velho menino amadurecer e saber usar bem as ferramentas que lhe são dadas. Como pude dizer sou monarquista, espero que compreendam, mas que se tomarem o caminho da república mesmo sem volta, que aprendam a usar as ferramentas que ela oferece. Se vão construir o Cavalo de Troia ou a Arca de Noé, também é meu destino nesse jogo e eu posso participar com a política ambiental.


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR TITO MELLÃO LARAYA-------------

A IMPORTÂNCIA DA FACULDADE DE DIREITO DO LARGO DE SÃO FRANCISCO PARA A LITERATURA BRASILEIRA

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Faculdade é composta de um pátio interno, onde nas paredes encontram-se nomes de escritores que lá estudaram, e salas nas laterais, cada uma com o nome de um jurista. O direito é ensinado em salas de aula, enquanto a vida, no pátio, no recreio. Segundo o professor Gofredo a faculdade é escola de vida, onde se forma de tudo, até advogado. A literatura tem fundo moral e social, é assim que ela se justifica como arte.

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E desta escola saíram escritores como Castro Alves, Rui Barbosa, Alvares de Azevedo entre outros. Acontece que as pessoas são criadas conforme os valores morais, que não são os do direito, que são mais amplos que os morais, e os do direito é que se aprende ali, não só de um caráter técnico, mas, filosófico, cria-se duvidas, que são debatidas com os colegas no pátio. Enquanto os professores cuidam do dever ser, no pátio, área do ser debatem-se as dúvidas.

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Cada aluno tem uma verdade, sempre relativa, para tirar dúvidas de algo absoluto, o direito ensinado nas aulas. Surgem conflitos, aí vem a primeira lição, respeitar e entender a verdade de cada um. Foi nesse meio que foi criado Monteiro Lobato, Oswald de Andrade e Lygia Fagundes Telles. O escrever nasce do conflito interno, que cria uma vontade intrínseca de tirar dúvidas e é ai que ele nasce. Depois como um rastilho de


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pólvora se espalha por todos, pois afinal cada um quer contar sua dúvida de forma diferente ao linguajar utilizado nas salas de aula. E, cada um cria sua forma, dando na verdade uma conotação estética a arte de escrever, assim nasceram correntes filosóficas como o modernismo. Hoje acredita-se que a Faculdade tenha formado a totalidade da literatura do século XIX, e a metade do século XX, fazendo, pois, a história do Brasil. Ao pensar em escrever esse artigo muito fiquei em dúvida de tratar cada um como uma estrela que fulgura no céu das letras, ou mais um tijolo que mantém as Arcadas, optei pela segunda sem lembrar a primeira, porque todos foram, são e serão estrelas como Paulo Bonfim e Hilda Hilrst entre outros. O pensamento da faculdade

nunca foi unanime, como o modernismo teve ferrenho opositor que foi Monteiro Lobato. Muitos não amaram faculdade como Oswald de Andrade, mas isso faz parte do mérito da casa, que foi construída com amor e com o ódio. E sobreviveu a lutas e revolução como a de 32, tão bem cantada nos versos de Guilherme de Almeida. Não podia deixar de esquecer de José de Alencar com seu romantismo que muito influenciou a faculdade. A semana de 22 traz em si uma revolução estética, preconizada pelo Manifesto Modernista de Mario de Andrade, que não foi acadêmico das Arcadas, mas influenciou a Oswald de Andrade e outros, como a literatura tem um escopo moral e social, que a justifi-

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ca como arte, teve grande com um meio dominado pelo romantismo, e o modernismo personalizado por Oswald, na faculdade. Logo no princípio, a não aceitação do modernismo foi gritante, com conflitos entre estudantes e Oswald e sua mulher Pagú, Patrícia Galvão. Hoje, não se pode falar de literatura brasileira, esquecendo este movimento, pois os escritores que vieram depois, e hoje enriquecem a nossa literatura, sofreram influência do modernismo e sua estética. E a faculdade continua, com mais uma luta do passado enriquecendo o pensar dos seus alunos, e eles a vida cultural do Brasil, pois é na faculdade que aprendemos conviver com as diferentes maneiras de pensar, e é isso que constrói a literatura.


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EM DESTAQUE LIVROS EDITORA PENALUX

“Eu não sou a protetora das coisas frágeis” da autora Íris Ladislau GÊNERO: poesia | FORMATO: 13X19 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 84| Pólen soft 80G SINOPSE: O amor mata e o amor morre e o amor abandona e o amor resgata e o amor se faz tão infalível, mas vulnerável, de proteção carente. Já em adiantados meses de pandemia do coronavírus, vi o amor assumir muitos comportamentos: emergir urgente, ou afundar para sempre; correr em pânico, ou descansar hedonista. A escritora mineira Íris apresentou tudo isso na sua obra, desdobrando o amor em reflexões com uma brutalidade que considerou necessária para se falar do que é frágil – um original irresistível ao catálogo Auroras. Dividido em três partes, o livro trafega por ambiguidades, elevando a paixão carnal e devota a sentidos que chegam à relação com Deus. Na minha visão de leitora, percebi que podia escolher o que queria interpretar, como se certos versos fossem cartas coringa. O eu lírico, coitado, cai de um abismo, escapa da solidão, se vê em armadilhas, encontra o inferno, lamenta, foge. Nada é fácil para ele. Justamente por isso, o visualizei publicado – a dor do coração partido ganha tanta complexidade nessa história em fases, que precisa ser encarada por mais e mais pessoas. O desamor que lute. Nós, que o lemos aqui, estamos prontos para a batalha. [Dani Costa Russo] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/eu-nao-sou-a-protetora-das-coisas-frageis 130

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“Quando versos gotejo” da autora Camila Dió GÊNERO: poesia | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 106| Pólen soft 80 SINOPSE: O leitor desavisado, que folheia o livro com interesse e queda os olhos marejados de cansaço nestas sóbrias linhas, talvez espere encontrar aqui uma última palavra de incentivo: leia! Depois de perceber a capa, de olhar de soslaio a orelha, de começar as primeiras linhas do prefácio e abandoná-lo para súbito deslizar o polegar pela correria das folhas numeradas, chegará inevitavelmente o leitor neste exíguo parágrafo, que [...] diz insistentemente: leia, leia! O leitor então, animado por este minguado estímulo, passará novamente os olhos pelos pequenos poemas que compõem o volume e desta vez perceberá, certo que com espanto, que o livro é de ausências: na forma breve desses versos, o silêncio das páginas em branco predomina. Avisado esteja o leitor que a poesia, como brancura do livro, não serve para nada: são inutilidades as coisas da pura beleza da linguagem. Ainda sim, é preciso dizê-lo aqui e em toda parte: leia, leia, leia! Desconfiado, perguntará o leitor: mas ler o quê? No que eu responderei: ora, leia a vida - veja como ela goteja nos poemas de Camila Dió. Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/quando-versos-gotejo

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“A inconstante órbita dos extremos” do autor Bioque Mesito GÊNERO: poesias | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 100| Pólen soft 80G SINOPSE: É fácil concluir desta leitura que o autor deste livro já estava pleno, de posse das virtudes essenciais de sua poética inovadora e antenada com seu tempo, que destaquei em crônica jornalística, a respeito do primeiro de seus livros que li A anticópia dos placebos existenciais: “a contemplação irônica do que se passa ao redor, a construção de uma arquitetura poética que extrai poesia da fumaça e das sombras em suspensão dos momentos cotidianos, que privilegia não os arroubos sentimentais mas a fotografia da incompletude dos gestos e das aspirações reprimidas, prestes a se dissiparem, mas carentes de uma voz que as eternize e as valorize na amplidão intercalada de vulgaridade e pulsação, compondo a beleza da vida”.A vida é bela, sim, mesmo em seus momentos mais desprovidos de exaltação, como é belo também o êxtase com a tarefa de retirá-la do acaso e da finitude através de palavras. Como se o poder de síntese de Bioque Mesito dispusesse de um dispositivo para captar a ternura que brota dos momentos mais parcos da vida humana como fez o autor, portanto, já neste primeiro livro (que agora faz o relançamento 20 anos após seu lançamento). Que não foi uma antecipação, mas aquele que, antes do futuro a despontar, já se estabelecera no mesmo. [José Ewerton Neto] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/a-inconstante-orbita-dos-extremos

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“Descanso” da autora Rafaela Riera GÊNERO: romance| FORMATO: 14X21 | ANO: 2020 | PÁGINAS: 180| Pólen soft 80 SINOPSE: Viver tantas décadas e não se sentir mais útil. Ou sofrer uma solidão e abandono tão grandes, que o propósito da vida passa a ser encontrar a morte. Descanso, distopia de Rafaela Riera, mostra como seria se idosos brasileiros pudessem escolher a hora de morrer. No mundo criado pela autora, o “Descanso”, simbolizado por um girassol, é um serviço que o governo oferece aos cidadãos maiores de 60 anos. Um suicídio assistido, considerado uma oportunidade preciosa. Para “descansar” pela eternidade, os candidatos precisam ser aprovados. São três os maiores impeditivos: falecimento recente de um parente, dívidas, e doenças que afetam o julgamento. Rafaela Riera impressiona com as muitas histórias que criou, nos alertando sobre a passagem dos anos, o peso inevitável da idade, a falta de consideração e respeito da sociedade com seus ancestrais, o descaso parental. Descanso foi produzido durante a pandemia do coronavírus, momento em que vimos nossa população idosa ser tratada como descartável, e aponta que, apesar de tudo, se tivermos sorte, um dia seremos velhos. Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/descanso

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Voz Mulher da autora Letícia Palmeira GÊNERO: novela| FORMATO: 13X20 | ANO: 2020 | PÁGINAS: 90| Pólen soft 80 SINOPSE: Letícia Palmeira brinca com o tempo ao dar voz à mulher. Mas que mulher é essa? Ela mesma? Uma autobiografia? A vida de uma mulher qualquer ou de qualquer mulher? O tempo hoje, um tempo de pandemia, um tempo no qual a protagonista se vê diante da rotina de um tempo mulher. Voz mulher, Letícia Palmeira. Um pequeno enorme livro. “A leveza dos lírios e a força sutil das divindades.” [Terezinha Pereira] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/voz-mulher

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‘Os anéis de Maria” da autora Lenita Estrela de Sá GÊNERO: romance | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 202| Pólen soft 80G SINOPSE: Na São Luís dos anos 1940, um casal pobre buscar conciliar estudos, trabalho exaustivo e ambições artísticas. Esse é o mote de Os Anéis de Maria, novo romance da escritora maranhense Lenita Estrela de Sá. A partir da saga de suor, sangue e fábrica, acompanhamos o cotidiano árduo de Maria e Inácio, em um Brasil explorador, com restrições às mulheres, aos pobres e a todo aquele que, de alguma forma, não nasceu em um berço estrelado – e precisa, portanto, subir a montanha na marra para capturar estrelas. Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/os-aneis-de-maria

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DIVULGA ESCRITOR Obrigada a todos escritores que fazem do Divulga Escritor o maior projeto de divulgação literária da Lusofonia

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Tito Mellão Laraya

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Tania Vidal

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Anastácia Quintanilha Bastos

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Rosemary Bento Molinari

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Edilson C. Silva

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Renato Siqueira

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Jucélia Betinardi Fachini

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Juliana Carvalho

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Beatriz Helena Ramos Amaral

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Angers Moorse

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Rosana Nicácio

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Estêvão de Sousa

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