Ao pensar sobre os contextos educacionais para o ensino de Dança e as possíveis aprendizagens significativas enfatizamos que a produção dos conhecimentos, a partir dos conteúdos dos eixos aqui propostos, não deve ser meramente expositiva, mas, partindo da perspectiva de experimentação, deve compor os processos de ensino~aprendizagem como meios de formação/criação em/de perspectivas emancipadoras, convergindo para a autonomia de saberes e fazeres de uma corpesssoa. Ao propor: investigações de movimentos, sequências dirigidas, improvisações, jogos, apreciações estéticas, composições coreográficas, rodas de conversa e muitas outras, deve-se fazê-lo observando as concepções educacionais aqui propostas e todo o disposto nesta perspectiva rizomática. VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM (AVALIAÇÕES) Toda experiência provoca/promove processos de aprendizagem, mesmo que aparentemente não se conquiste o objetivo pretendido, não significa dizer que não houve aprendizagem, mas, que esta pode ter se dado de outras formas que não a que estava sendo esperada, ou mesmo em outras intensidades. Proponho que se busque instrumentos para uma avaliação processual, que ao quantificar a nota de um/uma estudante se leve em consideração a sua evolução, o processo experimentado, ou seja, levar em consideração o trajeto percorrido, refletindo criticamente para além de considerar, quantitativamente, um número de partida e outro de chegada (as metas). Que se busque observar se estão acontecendo outros modos de aprendizagem, outros processos, que não somente os que já estão sendo esperados pelos/as educadores/as. É bom lembrar que os resultados das avaliações não servem apenas para qualificar os/as estudantes, mas são indicativos de resultados dos próprios processos de ensino, pois, se não houver aprendizagem, significa dizer que o processo de ensino não se concretizou, não atingiu seu objetivo. Melhor ainda pode ser pensar por um caminho de identificações, perceber quais foram os avanços e seguir a partir deles, sem sofrimentos. Caso não seja conquistado o patamar desejado, identifica-se que é preciso melhorar as estratégias para os próprios processos de ensino, o que constitui, como dito anteriormente, em uma indicação para revisão do próprio trabalho do educador/a. Outro ponto é que muitos dos sistemas de ensino, estaduais e municipais, ainda são pautados em avaliações somente quantitativas e, desta forma, requerem o registro de uma nota. A quantificação de notas, a serem computadas nas fichas burocráticas dos sistemas, pode levar em consideração o disposto nesta sessão, os processos, os avanços que cada estudante atingiu, para além de qualquer expectativa acerca de uma resposta a ser considerada “certa” para determinada questão. Lembrando as palavras de Demerval Saviani
Capas de Diários de Bordo de estudantes da ETI Eurípides Aguiar – produzidos por ocasião do Programa Diálogos Socioemocionais (2019), desenvolvido na disciplina Projeto de Vida e Protagonismo Juvenil, em turmas mediadas pelo autor deste. Fotos: Roberto Freitas.
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