CORPOS SOLTOS NO MUNDO Aos poucos ele se compõe, o corpo. Aos poucos ele descobre, o movimento. Aos poucos ele experimenta, o tempo, o espaço, o peso, a fluência... os fluxos e os cortes. Aos poucos ele se relaciona com o mundo. Saboreia trajetórias sem saber aonde vão dar, ou não. O corpo rasga o espaço em movimento para descobrir, a si mesmo. Um corpo no mundo. O que move esse corpo? Um impulso, um desejo, uma vontade de... Ele brinca, ele ri, ele pensa. Ele se movimenta. O corpo cuida e é cuidado. O corpo cuida da vida. O corpo cuidado experimenta, sorri. A vida sorri com o corpo em movimento. Às lentes dos olhos e às outras que miram, miragem, oásis. Uma vida que não se preocupa com o espaço, nem com o tempo. Um rasgo na vida cotidiana de corpos soltos no mundo. Roberto Freitas
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