Livros Mark Juergensmeyer, Global Rebellion: Religious Challenges to the Secular State, from Christian Militias to Al Qaeda. Estudo comparativo sobre a religião e a sociedade, University of California Press, 2008. O autor é professor de sociologia e director do departamento Global and International Studies da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara. Recebeu o Grawemeyer Award pelo seu livro Terror in the Mind of God (University of California Press, 2003), apareceu em francês sob o título Au nom de Dieu, ils tuent! Chrétiens, juifs et musulmans, ils revendiquent la violence (Autrement, 2003). Editou Global Religion: An Introduction (2003), e escreveu também The New Cold War? Religious Nationalism Confronts the Secular State (1993) assim como Gandhi’s Way: A Handbook of Conflict Resolution (2002), publicados igualmente pela University California Press. Foram feitas dez perguntas a Mark Juergensmeyer sobre o livro Global Rebellion. Religion Dispatches: O que é que lhe deu a ideia para escrever Global Rebellion? O que é que suscitou o seu interesse? Mark Juergensmeyer: Tudo começou com os Sikhs. Eu vivi na Índia entre eles e tenho uma grande admiração por eles. Assim foi com horror que assisti, há uns vinte anos, à terrível espiral de violência que eclodiu entre os Sikhs e o Estado laico, ceifando a vida de milhares de pessoas e levou ao assassinato do Primeiro-Ministro Indira Gandhi. Estive então na Índia e no Médio Oriente e em muitas outras zonas de conflito em todo o mundo, para entender como se chega a tal ponto. As perguntas que eu me colocava naquela época são as mesmas que eu me coloco, sempre que ocorre um conflito religioso: Porquê agora? E o que é que a religião tem a ver com isso? Que mensagem quer que os seus leitores retenham? A revolta religiosa contra o Estado laico encontra-se em todas as tradições religiosas – não só no Sikhismo ou no Islão. Aqueles que participam desses ataques não são nem maus, nem loucos: aqueles com quem falei acreditavam apaixonadamente que eram soldados defendendo a sua cultura e a sua honra, e que contribuíam para o aparecimento de uma política mais justa. 126