Caderno de Experiências
UM BALANÇO DAS AÇÕES E RESULTADOS DO SEGUNDO GOVERNO DO PRESIDENTE LULA
Roseany Severo da Silva Administração / UFCA roseanysevero@gmail.com
Maria das Dores Marciano Monteiro Administração /UFCA monteiro.dara@gmail.com
Valéria de Sousa Marques Administração / UFCA valeriamarques.ufc@gmail.co m
Webert Jannsen Pires de Santana Administração / UFCA webertjannsen@gmail.com
Silvia Roberta de Oliveira Silva Professor / UFCA sro.silva@hotmail.com
1 Introdução
volta de 2003, mantendo-se em 2008 perto da casa dos US$ 20 milhões. Consequentemente, gerando os superávits no saldo da balança comercial, chegando ao seu pico máximo perto dos US$ 5 milhões em dois anos entre 2005 e 2006. Muito diferente dos anos anteriores a 2003, quando as importações eram maiores que as exportações (REZENDE, 2009). A economia começou a apresentar crescimento, embora a dívida pública continuasse num padrão elevado. O desenvolvimento deste trabalho foi estimulado em sala de aula, durante a disciplina de Economia Brasileira cursada no segundo semestre de 2014 no curso de Administração de Empresas da Universidade Federal do Cariri. Foram privilegiadas discussões, debates e apresentações de forma participantes de temas relacionados a este assunto, privilegiando a troca de experiências e a construção do conhecimento em sala. Como trabalho final da disciplina, foi proposta uma produção textual de cunho científico, utilizando-se da metodologia participativa, na qual se define como uma intervenção que traz em si a forma de raciocínio empregada pelo pesquisador/ator e seu ponto de vista com relação à sociedade e ao mundo que o rodeia (BROSE, 2004), relacionando os temas abordados durante todo semestre como forma de reforçar os conhecimentos obtidos. O presente trabalho tem como objetivo entender as políticas macroeconômicas adotadas no segundo governo de Lula (2007 – 2010) e suas consequências na economia do país. A metodologia baseou-se em demonstrar o funcionamento e o conceito dessas políticas macroeconômicas buscando dados primários em fontes como, livros e artigos acadêmicos em documentos oficiais. Utilizou-se, além disso, relatórios técnicos como o Boletim do Banco Central (BC) de 2007 a 2010, o Boletim de conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA-2010, que permitiu um melhor detalhamento das políticas econômicas adotadas nesse período.
Historicamente o Estado brasileiro sempre buscou assumir um papel de promotor do crescimento, desde a economia cafeeira no financiamento de estradas de ferro e compras de imensas quantidades de sacas de café para segurar seu preço internacionalmente até o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND). No início dos anos 90 o país buscou um novo modelo de crescimento tendo o Mercado como o grande promotor do desenvolvimento econômico. Ao Estado, caberia garantir o clima favorável à atuação do setor privado. Segundo Morais (2011), as políticas macroeconômicas mantidas por Lula eram fundadas no famoso tripé composto por uma política monetária determinada pelas metas de inflação, câmbio flutuante e uma política fiscal visando manter um superávit primário que compensasse o déficit nominal das contas públicas (no contexto deste artigo, essas são as “políticas neoliberais”). Essas políticas são também associadas às reformas institucionais da década de 1990, que resultaram em forte liberalização comercial, desregulamentação financeira, uma crescente abertura da conta de capitais e outras reformas microeconômicas coerentes com o suposto da eficiência intrínseca dos mercados. A implementação do plano Real trouxe estabilidade monetária ao país e ajudou a manter alcançados os seus objetivos, que era justamente de conter e controlar a inflação. As políticas macroeconômicas que o sustentavam refletiam também, uma mudança na economia brasileira mais ampla do que a estabilização. O Governo Lula conseguiu elevados saldos na balança comercial com o crescimento das reservas internacionais diminuindo, assim a, vulnerabilidade externa. Apesar de uma valorização cambial prejudicar, geralmente, o setor exportador, porque deixa os preços dos produtos fabricados nacionalmente mais caro para o importador, essa situação não parece ter ocorrido no Brasil nesse período, porque esse duplo ganho do setor exportador anulou os efeitos da valorização cambial. O setor exportador começou a aumentar sua capacidade exportada por 172