Caderno de Experiências Francisco Neudimar Ferreira Junior Design de Produto/UFCA juniisq@gmail.com
GESTÃO DO DESIGN COMO FERRAMENTA PARA O ESTUDO DE ALTERNATIVAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS AO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
1 Introdução
Deborah Macedo dos Santos Professor /UFCA deborah.macedo@gmail.com
Para Betts (2004), desde a revolução Industrial o conceito de consumo está associado ao suprimento de necessidades que foram se modificando ao passar do tempo, desde a sobrevivência até o indivíduo passar a buscar no consumo a experiência, aquilo que diz respeito ao produto e/ou serviço, indivíduo e sociedade. Para Arruda e Landim (2009) o consumo quando exagerado, é transformado em consumismo. O consumo tem uma parcela de responsabilidade na busca por um desenvolvimento se faz necessário mudanças comportamentais, por um desenvolvimento mais responsável e sustentável. O desafio da busca de um sistema sustentável, está ligado as mudanças do conceito de consumo da sociedade. E o entendimento deste conceito de sustentabilidade é sem dúvidas o primeiro passo para alcançar seus objetivos. Para Sanchs (1993) é necessário que compreenda a sustentabilidade, pelo menos, por meio de cinco dimensões, sendo elas: Sustentabilidade Social, Econômica, Ecológica, Espacial e Cultural. O desafio também passa pela avaliação da legislação ambiental em vigor no Brasil. A Lei nº 11.445/2007 estabelece, em seu artigo 1º, as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. Em seu artigo 2º, inciso III, a lei determina que os serviços públicos de saneamento básico serão prestados, entre eles tem-se o abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente. A lei Nº 12.305/2010, institui a política nacional de resíduos sólidos, tendo como principal objetivo diretrizes relativas a gestão integrada dos resíduos sólidos. No Capítulo II, parágrafo XI a lei afirma que consiste em um “conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável”. Sabendo que o consumo consciente é uma das maneiras que a sociedade pode seguir para atingir o
O Presente artigo se propõem estudar da importância da Gestão do Design como ferramenta para o estudo de alternativas para implementação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional. Compreender a importância da contribuição da gestão de design nas mudanças culturais acerca do consumo e modos de produção na sociedade. Pretende-se estudar a responsabilidade do design em relação ao desgaste socioambiental causado pela expansão das áreas urbanas, e o impacto ambiental causado pelo descarte não responsável de resíduos sólidos urbanos (RSU). Segundo Bonsiepe (2011) o desafio maior do design é solucionar problemas contribuindo com mudanças que já estão acontecendo em busca de um desenvolvimento sustentável para o planeta. 2 Fundamentação teórica A geração de lixo nas cidades é inevitável devido à cultura do consumo. Segundo dados do IBGE, são produzidas, por dia, cerca de 1,2kg de resíduos sólidos por habitante no Brasil. A disposição inadequada de resíduos sólidos origina impactos ambientais negativos, portanto, as práticas de consumo têm uma notável parcela de responsabilidade nas relações de cunho ambiental e, para um desenvolvimento mais responsável e sustentável, se fazem necessárias mudanças comportamentais. Os hábitos e costumes urbanos, tais como a produção exacerbada de lixo, formam resíduos que geram intensas agressões ao ambiente urbano. A produção de lixo nas cidades se intensifica e não se pode conceber uma cidade sem problematizar os resíduos sólidos gerados por ela. Somente na cidade do Crato produz-se, por dia, cerca de 120 toneladas de resíduos sólidos, segundo o secretário do Meio Ambiente da cidade (Diário do Nordeste). A sociedade de consumo é caracterizada pelas relações de consumo e valores a elas associadas. 204