que não significa dizer que não tenham alguma legitimidade e alguma importância do ponto de vista do conhecimento sistemático; e que desempenhem um papel indiscutível na construção de uma imagem e de um perfil civilizatório, por mais que muitas vezes possa parecer absurdo ou fique ao sabor da imaginação de cada um. Também é verdade que outras vertentes interpretativas construídas com base na lógica das ciências têm surgido e ocupado espaços. Ao lado, junto, concordando ou discordando destas primeiras vertentes, em parte ou no todo. Refiro-me às contribuições que, nas décadas mais recentes, alguns dos campos de conhecimento científico têm produzido sobre o Ceará: entre eles, a sociologia, a antropologia, a educação, a geografia, a história as artes visuais e a arquitetura. A oportunidade deste evento e desta mesa parece assim propícia para traçar algumas reflexões e desenhar alguns pontos de vista sobre as possibilidades de provocar diálogos da Educação, Geografia, História e Arquitetura entre si com outras disciplinas; diálogos que têm como moldura o Ceará, o ser cearense, o construir do ser cearense.
O Ceará das Festas Comunitárias Do meu lugar e da minha experiência tento fazer este exercício a partir de descrições e comentários que venho acumulando, ao longo de algumas décadas, sobre as festas que ocorrem em diferentes lugares do estado do Ceará, muitas vezes denominadas de festas populares pelos estudiosos dos campos da educação, da cultura e da comunicação e que, nesta oportunidade, vou chamar de festas comunitárias. As observações e as especulações que pretendo fazer poderiam ser feitas em torno de outros eventos, mas um dos
COMO OS MITOS ACERCA DO CEARÁ E DO SER CEARENSE CIRCULAM ENTRE AS FESTAS COMUNITÁRIAS E A CULTURA ESCOLAR
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