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O MOLDE N126 | 07.2020
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EMPRESAS NA LINHA DA FRENTE DO COMBATE À COVID-19 Helena Silva* * Revista “O Molde”
De repente, a pandemia de Covid-19 caiu sobre o planeta, afetando cada país, cada região, cada lugar e deixando o mundo em suspenso. Em Portugal, os primeiros casos foram detetados a partir de março. E o país fechou-se em casa enquanto, nos hospitais, e tendo como exemplo o que já acontecera em Itália e Espanha, as equipas de saúde procuravam preparar-se para receber uma onda de doentes. Havia uma certeza que preocupava e angustiava: faltavam equipamentos de proteção, em especial para médicos, enfermeiros, bombeiros, todos os que, na linha da frente, combatiam a doença. Face a isto, muitas empresas da indústria de moldes foram um exemplo de altruísmo e abnegação. Alteraram as suas produções e criaram artigos únicos, destinados a proteger esses profissionais que combatiam o novo vírus. A grande maioria fê-lo, não com objetivos comerciais - até porque estas produções não representavam quantidades suficientes para fazer a diferença na atividade que sentiam já bastante estagnada – mas em nome de um bem maior: a saúde de todos.
Os casos que apresentamos são, apenas, de algumas empresas que se mostraram disponíveis para partilhar o seu exemplo. Muitas mais tomaram a mesma iniciativa, demonstrando que o sector é movido por um enorme espírito de generosidade. Nunca antes produzira um molde em tão curto espaço de tempo. Jorge Castanho, da Rapidtool, conta que, em quatro dias, a empresa criou um molde para construir um suporte para as viseiras de proteção. Fê-lo, explica, em parceria com a TJ Moldes, onde foi feita a injeção. Do projeto fez parte também o Instituto Superior Técnico de Lisboa que, antes deste molde, imprimia as peças de suporte em 3D. A rapidez era a prioridade. O objetivo: fornecer as viseiras às equipas de saúde nos hospitais. Ao integrar o projeto, Jorge Castanho pediu que fosse dada alguma prioridade aos hospitais da região de Leiria. E assim foi. Trabalharam 24 horas por dia, durante três semanas. “Fizemos 20 mil suportes para o Instituto Superior Técnico. E à empresa 3DMask, das primeiras a avançar com esta solução, demos outros 10 mil”, relata, adiantando que “o projeto foi criado numa lógica de incrementar a proteção disponível contra o vírus. E, num mês e meio, fizemos 70 mil suportes para viseiras”.