ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
.
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
Como você pode investir com sucesso em ações de saúde?
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
.
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
DWS Invest Global Infrastructure Transporte, energia, água e comunicações: investimento em infra-estruturas pode criar oportunidades para investidores, especialmente em ambientes inflacionários. É uma componente do portfólio que contribui com diversificação, mantém uma baixa correlação com outros tipos de ativos e oferece um retorno atrativo. Os investimentos estão sujeitos a riscos
Apenas para investidores profissionais (Diretiva MiFID 2014/65/UE Anexo II). DWS representa as atividades de gestão de ativos realizadas pela DWS Group GmbH & Co. KGaA ou qualquer uma de suas afiliadas. Os clientes podem receber produtos ou serviços da DWS por meio de um ou mais pessoas jurídicas, que serão identificadas aos clientes em virtude de contratos, acordos, materiais promocionais ou outra documentação pertinente a tais produtos ou serviços. CRC088759
EDI COMPETIÇÃO, A QUANTO OBRIGAS TO RIAL U
44 I MAIO E JUNHO
O MERCADO NACIONAL TEM CRESCIDO, MAS A COMPETITIVIDADE CONTINUA A FICAR EM RISCO POR CAUSA DE DECISÕES MUITAS VEZES EXÓGENAS AO MERCADO.
m mercado como o nacional, em que os fundos de investimento mobiliários valem pouco mais de 18 mil milhões de euros, não pode augurar ser muito competitivo. Há que ser realista. O mercado nacional foi crescendo sempre atrelado à comparação com o irmão mais velho. O emancipado espanhol fazia isto e aquilo, sempre mais crescido, 10 vezes maior do que o franzino português. O que podemos fazer sobre isso? Recentemente muita gente ficou indignada porque no Festival da Eurovisão, Portugal atribuiu 12 pontos à Espanha, enquanto deles recebemos uma mão cheia de nada. Paciência. A verdade é que temos de ser nós a fazer pela nossa competição. De que adianta esperarmos pela ajuda dos outros? Recentemente ficou a saber-se que o governo português contemplará a partir de 2023 o englobamento obrigatório dos rendimentos de mais-valias mobiliárias, de valores mobiliários detidos por menos de um ano. Nestas páginas, a APFIPP lembra-nos, e bem, que na verdade somos nós próprios - leia-se governo - que estamos a fazer pouco relativamente à nossa própria competitividade. Por outro lado, também nestas páginas, advogados do setor recordam-nos sobre a destrinça que é feita no novo Regime Jurídico da Gestão de Ativos. Pequenas ou grandes? Esta é uma das grandes divisões que serão feitas a partir de agora relativamente às entidades gestoras, o que terá seguramente efeitos no mercado. Mas serão outras dúvidas e pedidos das gestoras atendidos? É uma questão deixada em cima da mesa neste artigo. Já que demos o mote da competição logo no início, não podemos deixar passar em branco um dos tête-à-tête mais especiais de cada ano: os selecionadores favoritos nacionais. Os profissionais de vendas de fundos de investimento votaram, e embora vejam os selecionadores preocupados com o contexto de mercado, apontaram sem margem para dúvidas os nomes que consideram mais profissionais. O nosso mercado até pode não ser muito competitivo, mas a verdade é que existe consistência nesta votação, com nomes de excelência a serem sempre mencionados ano após ano. Espanha não nos deu nenhum ponto na Eurovisão. Aceitemos. Talvez nos tenha faltado levar uma música com mais artifícios, como a deles, e aí teríamos esse apoio. Ou então não: basta sermos simples, engenhosos, constantes e singelos. Como da única vez em que de facto ganhámos a Eurovisão. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 3
IN DI CE 44 I MAIO E JUNHO
76
PANORAMA
12 Foco nos alternativos 14 2021 ≄ 2022 18 Barómetro do Rating FundsPeople 22 Englobamento obrigatório de mais valias 26 Ranking Rating FundsPeople 34 Mercado europeu de fundos dá novo salto
TENDÊNCIAS
38 Selecionadores favoritos, as nuvens no horizonte 44 O regresso dos Morningstar Portugal Awards 2022 ao presencial 50 As preferências das gestoras de fundos de pensões nacionais 54 Os fundos com Rating FundsPeople 2022 em Portugal, Artigo 8º e Artigo 9º da SFDR 58 Os investidores e a crise 62 As sociedades gestoras de pequena dimensão 65 ESG já faz parte do ADN da banca privada nacional 68 CBDC e a moneyness do dinheiro digital 72 Soft skills, fator decisivo no recrutamento em serviços financeiros
82 84
ENTREVISTAS
76 Bin Shi 80 David Afonso 82 Gonçalo Câmara Pestana 84 Josh Duitz 88 João Gião 90 Richard Colwell
88
PRODUTOS
80
94 Quando as estrelas se alinham contra os mercados 100 Fundos de obrigações flexíveis globais 103 As duas caras de um crude disparado 106 Será que a terapêutica ESG tem efeitos secundários? 109 Fluxos para ações, o que se joga através de ETF e através de fundos? 112 Os Investimentos alternativos que predomiam nos grandes fundos de pensões 116 A alternativa dos private equity cotados
ESTILO DE VIDA 120 Um contrabaixo a investir 122 A grande desconexão 4 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
90
Material publicitário destinado somente para investidores qualificados*
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CO LABO RA DO RES
106 JOÃO SAFARA Administrador, ISQ
Será que a terapêutica ESG tem efeitos secundários?
22
112 JOSÉ MARQUES SÉRGIO BRITO Englobamento obrigatório de mais valias
116 BERNARDO MARQUES Advogado associado, RSA – Rede de Serviços de Advocacia -LP
CIO, Første
As Sociedades Gestoras de Pequena Dimensão
A alternativa dos private equity cotados
LUÍS AGUIAR Partner, Boyden
100
Fundador, Future Proof Wealth Advisors
Um contrabaixo a investir
122 BRUNO DHOOSCHE Analista Sénior, Allfunds
Obrigações flexíveis globais
6 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
VÍTOR RIBEIRO
Soft skills, fator decisivo no recrutamento em serviços financeiros
44 I MAIO E JUNHO 2022
A Primer Decil Consultores y Editores S.L. informa-o que os seus dados de carácter pessoal, obtidos na sua condição de subscritor da revista FundsPeople fazem parte do ficheiro 397084/2010 inscrito na Agência Espanhola de Proteção de Dados, sendo os mesmos apenas utilizados para os fins de envio desta revista e outras informações sobre produtos e/ ou atividades da entidade e/ou daquelas com as quais sejam celebrados acordos, assim como produtos e/ou atividades
PEDRO ASSUNÇÃO
120
72
Nota de redação
Os investimentos alternativos que predominam nos grandes fundos de pensões
Analista, APFIPP
62
CONTRIBUTOS DO MÊS
Diretor, Retirement, Willis Towers Watson
de patrocinadores e/ou colaboradores da revista e/ou da entidade, incluindo-se o envio de comunicações comerciais através de meios de comunicação à distância, efetuando, de igual modo, resumos estatísticos e/ou históricos. O leitor tem reconhecidos os direitos de acesso, retificação, cancelamento e oposição dos seus dados pessoais mediante comunicação individual que deverá enviar para o seguinte endereço de correio electrónico: protecciondatos@fundspeople.com A FundsPeople é uma revista dirigida exclusivamente a profissionais do sector financeiro e, em particular, a
DIOGO GOMES Sénior CRM, UBS AM Ibéria
A grande desconexão
entidades consideradas como contrapartes elegíveis ou investidores profissionais, ao abrigo da legislação aplicável. A informação sobre instituições de investimento coletivo ou outros instrumentos financeiros, constante da FundsPeople é apresentada unicamente com fins informativos e ilustrativos e nunca deve ser interpretada como uma oferta de venda ou uma recomendação de investimento. A informaçao não constitui uma descrição completa das instituições de investimento coletivo ou de outros instrumentos financeiros, mercados, ou desenvolvimentos a que se faz referência.
ATORES INVESTIMENTO ÉTICO UNDOS INVESTIMENTOS ATIVO EGRAÇÃO DE RELATÓRIOS ESG BRIGAÇÕES SUSTENTÁVEIS SR CREENING AMBIENTAL VERDE DE SOCIAL COM GOVERNAÇÃO ONVERSÃO CO2 ÁGUA OTIMIZA MUDANÇA CLAREZA PEGADA D ARBONO FATORES CLIMÁTICO Sustentável e simplificado com os ETFs iShares. Consiga a visão clara de que necessita para constuir um portfólio mais sustentável.
Invista em algo maior. Capital em risco. O valor dos investimentos e o rendimento deles resultante pode variar, aumentando ou diminuindo, não sendo garantido. Da mesma forma, o investidor pode não reaver o valor originalmente investido. Este conteúdo é emitido pela BlackRock (Netherlands) B.V. é autorizado e regulamentado por a Autoridade dos Países Baixos para os Mercados Financeiros. Escritório registado Amstelplein 1, 1096 HA, Amsterdão, Tel: 020 - 549 5200, Tel: 31-20-549-5200. Registo Comercial n.º 17068311. Para sua protecção, as chamadas telefónicas são geralmente gravadas. © 2022 BlackRock, Inc. Todos os direitos reservados. 2165599
DI RE TÓ RIO ÍNDICE DE EMPRESAS 44 I MAIO E JUNHO 2022
Brown Advisory 26 Brummer & Partners 34 CA Vida 50 Caixa Gestão de Ativos 22, 26, 38, 54 Candriam 20, 26, 34, 38, 54, 103 Capital Group 14, 20, 26, 44 Capital Strategies 38 Carmignac 14, 20, 26 Carne Global Financial Services 26 Carregosa 22 CarVal Investors 12 Casa de Investimentos 22 CFA Society Portugal 88 CGD Pensões 22, 50 China CITIC Bank International 12 Columbia Threadneedle Investments 20, 26, 38, 90 CPR AM 20 Crédit Mutuel Alliance Fédérale 34 Credit Suisse - Suc. Portugal 65 Credit Suisse AM 20, 26 Crédito Agrícola Gest 22, 38 Crédito Agrícola Vida 22
DEF DNCA Investments 20, 26 DPAM 20, 26, 38 DWM - Millennium BCP 38 DWS 14, 20, 26, 34, 38 ECS - SICAFI, SA 22 Edmond De Rothschild AM 20, 26 Eleva 20, 26, 54 Epsilon Capital 20 Eurizon 20, 26, 34, 38, 103 Evli 20, 26 Federated Hermes 103 Fidelity International 20, 26, 34, 38, 54, 94 First Eagle Investment Management 12, 20, 26 First Fund Box 22 Floresta Atlântica 22 Flossbach von Storch 20, 26 Franklin Templeton Investments 20, 26, 38, 100 Fundsmith 20 Futuro 22, 50
GHI ABC
ABANCA 38, 65 abrdn 20, 26, 38, 85, 103 Acatis 14, 20 Aegon Asset Management 20, 26, 34 Ageas Pensões 22, 38, 50 Alcentra 26 Alger 20, 26 AllianceBernstein 12, 20, 26, 38, 54 Allianz Global Investors 14, 20, 26, 34, 38, 103 Allsring Global Investments 26 Alvarium AM 38 Amundi 12, 20, 26, 34, 38, 54, 103 Arcano 20, 26 Atlantic 22 Atrium 38 AXA IM 20, 26, 103 Azimut 12 Baluarte Wealth Advisors 38, 68 Banco BPI 38, 68 Banco Carregosa 38 Banco Invest 38 Bankinter 38 Bankinter GA- Suc. Portugal 22, 26, 38 Barclays 26 BBVA 65 BBVA AM 22, 38, 68 BBVA Fundos 50 BiG - Banco de Investimento Global 38 BIZ Capital 22 BlackRock 14, 20, 26, 34, 44, 54, 94 Bluebay AM 20, 26 BMO GAM 20, 26 BNP Paribas AM 20, 26, 34, 38, 44, 54 BNY Mellon IM 20, 26 BPI Gestão de Ativos 22, 26, 38, 54, 83 BPI Vida e Pensões 22, 38, 50
GAM Gef Generali Investments Gesfimo GFM Gestão de Ativos Global X GNB - SGFP GNB Fundos Mobiliários GNB Gestão de Ativos GNB Real Estate Goldman Sachs AM GQG Partners H2O Asset Management Heed Capital HSBC iCapital Network IM Gestão de Ativos Imofundos Imopolis Imorendimento Institutional Investment Interfundos Invesco Invest Gestão de Activos iShares
Lloyd’s LM Capital Wealth Management Lonvia Capital Lumyna Investments LYNX Asset Managers Lyxor
12 20, 26, 38 20, 26, 38 20, 26 22 34
MN M&G Investments Main First AM Man Group MCH Investments Strategies Mercer MFS IM Mirabaud AM Mirae Asset Montepio Gestão de Activos Montepio Valor Morgan Stanley IM Multi Manager Acces Muzinich MyInvestor Napier Park Global Capital Natixis IM Neuberger Berman New Capital Funds NextCapital Group Ninety One Fund Managers NN IP Nomura AM Nordea AM Northern Trust AM novobanco
20, 26, 38, 103 20 20, 26, 38 38 20 14, 20, 26, 38, 54 26, 103 20, 26 22, 26, 38 22 20, 26, 38, 100 34 20, 26 109 12 12, 20, 34, 38, 103 20, 26, 103 20, 26 12 20, 26 20, 26, 38 26, 100 20, 26, 38, 94, 100 34 38
OPQ Oddo BHF Asset Management OFI AM Optimize Investment Partners Pictet AM PIMCO Plenisfer Investments Polar Capital Previsão Profile - SGFIM
14, 20, 26 38 22, 38 20, 26, 54, 103 26, 34, 38 103 20, 26 22 22
RST
20, 26, 38 22 103 22 22 103 22, 50 22 26, 38 22 12, 20, 26, 38, 94 20 12 22 34 12 22, 26, 38, 80 22 22 22 22 22 20, 26, 34, 109 22, 38 34, 44, 109
Real Vida Seguros 22, 50 Richard Bernstein Advisors 103 Robeco 20, 26, 38, 54, 103 Ruffer 20, 26 S.G.F.P. Banco de Portugal 22 Santander AM 22, 26, 38 Santander Pensões 22, 50 Santander Totta 38, 65 Schroders 12, 20, 26, 38, 54, 58, 94, 103 Schroders Solutions 12 Scor Investment Partners 26 Seilern 20, 26 SFS - Gestão de Fundos 22 SGF 22, 50 Silvip 22 Sixty Degrees 22 SPDR State Street 34 Square Asset Management 22 Swedbank 34 Sycomore 26 T. Rowe Price 20, 26 TF Turismo Fundos 22 Tikehau Capital 12, 22
JKL
UWXYZ
J.P. Morgan AM 14, 20, 26, 54, 94 Janus Henderson 20, 26, 38 Julius Baer Group 38 Jupiter AM 20, 26, 34, 38, 100, 103 KBC Asset Management 34 La Financiere De L’Echiquier 20, 26 Lazard AM 20, 26 Libertas 22 Lifento 22 Link Group 34 Liontrust AM 26, 38
UB Asset Management 20, 26 UBS AM 12, 20, 26, 34, 38, 76 Vanguard 20, 26, 34 Victoria - Seguros de Vida, SA 22, 50 Vila Gale Gest 22 Violas Ferreira - SICAFI, SA 22 Vontobel AM 20, 26, 38, 103 Wellington Management 20, 26 WisdomTree 103 XP 12 Xtrackers 34
8 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
CEO GONZALO FERNÁNDEZ gonzalof@fundspeople.com REDAÇÃO & ANÁLISE MARGARIDA PINTO, Editor Portugal margarida.pinto@fundspeople.com NACIONAL CATARINA VINAGRE, Reporter catarina.vinagre@fundspeople.com INTERNACIONAL ÓSCAR RODRÍGUEZ, Reporter orodriguez@fundspeople.com REGINA RIVERA, Reporter regina.webb@fundspeople.com FILIPPO LUINI, Reporter filippo.luini@fundspeople.com GRETA BISELLO, Reporter greta.bisello@fundspeople.com ANÁLISE MIGUEL RÊGO, CFA, Global Head of Analysis miguel.rego@fundspeople.com SAMUEL CAPUCHO, Fund Analyst samuel.capucho@fundspeople.com SOLUÇÕES E INOVAÇÃO MARIA FOLQUE, Head of Sustainability mfolque@fundspeople.com LAURA REY, Learning Irey@fundspeople.com ADOLFO PEREZ, Newsletter Content adolfo.perez@fundspeople.com CATARINA VINAGRE, Newsletter Content catarina.vinagre@fundspeople.com DANAE MORILLO, Support danae.morillo@fundspeople.com COMERCIAL RAQUEL ALONSO, Marketing Manager raquel.alonso@fundspeople.com IÑIGO IMBERT, Business Development Manager iimbert@fundspeople.com BEATRIZ DIEZ-BARTURE, Senior Business Development beatrizdiez@fundspeople.com JORGE ROMERO, Senior Business Development jorge@fundspeople.com DAVIDE PASIMENI, Head of Italy davide.pasimeni@fundspeople.com DATA RAQUEL ALONSO, Head of Data raquel.alonso@fundspeople.com CAROLINA PÉREZ, Data carolina.perez@fundspeople.com ADMINISTRAÇÃO administracion@fundspeople.com ALICIA FRAGIO alicia.fragio@fundspeople.com VIOLETA MAZO vmazo@fundspeople.com CONSULTORIA: ANTONIO SALIDO, CEO, NUVIX CONSULTING SL. PAGINAÇÃO: ANTONIO CAPA E RODRIGO PÉREZ, KEMBEKE ESTUDIO. FOTOGRAFIA E VÍDEO: VITOR DUARTE E MÁXIMO GARCÍA, OJIPLÁTICO TRADUÇÕES: CRISTINA JAOUEN, FULLY INVESTED TRANSLATION. IMPRESSÃO: RIVADENEYRA EDITADO por © Primer Decil Consultores y Editores S.L. Todos os direitos reservados. SUBSCRIÇÕES: pt.fundspeople.com DEPÓSITO LEGAL M-48220-2008 REDAÇÃO MADRID Paseo de la Castellana, 91, planta 2 (Madrid, 28046) Tel. (+34) 917 014 040 redaccion@fundspeople.com es.fundspeople.com REDAÇÃO LISBOA Espaço Amoreiras . Rua D. João V, nº 24, 1.03, E.26 - 1250-091 Lisboa Tel. (+351) 210 415 957 portugal@fundspeople.com PUBLICIDADE publicidad@fundspeople.com
ALLIANZ CYBER SECURITY A CIBERSEGURANÇA É UMA NOVA PRIORIDADE 7,8 biliões de pessoas no mundo cada vez mais conectadas. Nos últimos anos, a digitalização cresceu a uma velocidade inesperada, tornando-se uma megatendência. Do trabalho ao tempo livre: estamos “sempre ligados”. A transformação digital facilita nossa vida, mas nos torna mais vulneráveis a possíveis ataques cibernéticos. A forte expansão do cibercrime aumenta a demanda por proteção de organizações, empresas e indivíduos. O Allianz Cyber Security investe em empresas ativas na defesa contra crimes cibernéticos: recuperação de desastres, treinamento de usuários finais, segurança cibernética são apenas alguns exemplos. Da ameaça à oportunidade: uma importante temática de investimento em crescimento.
*Allianz Cyber Security foi classificado como um Artigo 8 sob SFDR: EU Sustainable Finance Disclosure Regulation. Informação exacta no momento da publicação. Os investidores devem ter em conta todas as características e/ou objectivos do fundo tal como descritos no seu prospecto e no KIID (regulatory.allianzgi.com). O investimento no Fundo envolve riscos. Os investimentos no Fundo e o rendimento obtido poderão oscilar para cima e para baixo, dependendo dos valores ou previsões existentes no momento do investimento e, portanto, poderá não recuperar o seu investimento na íntegra. O Allianz Cyber Security é um subfundo da Allianz Global Investors Fund SICAV, uma sociedade de investimento aberta de capital variável constituída de acordo com a legislação luxemburguesa. O valor das unidades de participação/ações, que pertencem às Categorias de Unidades de Participação/Ações do Subfundo denominadas na divisa base, poderá estar sujeito a volatilidade bastante elevada. É possível que a volatilidade de outras Categorias de Unidades de Participação/Ações seja diferente. O desempenho anterior não garante resultados futuros. Os investimentos em uma moeda diferente da do país onde reside o investidor, podem estar sujeitos a flutuações cambiais, ascendentes ou descendentes. O presente documento tem efeitos meramente informativos e não constitui uma proposta ou um convite a realizar uma oferta, a celebrar um contrato, a comprar ou vender quaisquer valores mobiliários. Os produtos ou valores mobiliários aqui descritos poderão não estar disponíveis para venda em todas as jurisdições ou para certas categorias de investidores. Esta informação tem apenas como fim a sua divulgação, de acordo com a legislação aplicável, e não está disponível para residentes e/ou cidadãos dos Estados Unidos. As oportunidades de investimento aqui descritas não têm em conta objetivos de investimento específicos, a situação financeira, o conhecimento, a experiência ou necessidades específicas de qualquer indivíduo em particular e não oferecem garantias. A sociedade gestora pode decidir pôr termo às formas previstas para a comercialização dos seus organismos de investimento coletivo, nos termos do os regulamentos de desnotificação aplicáveis. Os pontos de vista e opiniões expressas neste documento refletem o entendimento da sociedade gestora na data da publicação e estão sujeitos a alterações a qualquer momento e sem aviso prévio. Os dados facultados neste documento provêm de várias fontes e são considerados corretos e fiáveis na data da publicação. Prevalecerão os termos de qualquer oferta ou contrato subjacente que tenha sido ou venha a ser celebrado. Para obter uma cópia gratuita do prospecto, documentos de constituição, cotações diárias, informações fundamentais destinadas aos investidores e últimos relatórios financeiros anuais e semestrais, entre em contacto com a entidade gestora Allianz Global Investors GmbH no país onde o fundo está sediado (Luxemburgo), ou com a entidade emitente no endereço abaixo indicado ou em regulatory.allianzgi.com. Por favor leia atentamente estes documentos antes de investir, os quais são obrigatórios. Este material promocional foi elaborado pela Allianz Global Investors GmbH, www.allianzgi.com, uma sociedade de investimento de responsabilidade limitada, constituída na Alemanha, com sede em Bockenheimer Landstrasse 42-44, 60323 Frankfurt/M, com número de registo no tribunal local de Frankfurt/M, HRB 9340, autorizada pelo Bundesanstalt für Finanzdienstleistungsaufsicht (www.bafin.de). O resumo dos direitos dos investidores está disponível em inglês, francês, alemão, italiano e espanhol em https://regulatory.allianzgi.com/en/investors-rights. Não é permitida a duplicação, publicação ou transmissão do conteúdo deste documento, independentemente da forma de transmissão considerada. Março 2022. Admaster 2098485.
Value.Shared
Fundo classificado como um Artigo 8 sob SFDR *
“Esta é uma comunicação promocional. Consulte o prospeto do OICVM e o documento de informações fundamentais destinadas aos investidores antes de tomar quaisquer decisões de investimento finais.”
44 I MAIO E JUNHO NOTÍCIAS
O MAIS
1. Miguel Seabra (Credit Suisse): “Os investidores estão cada vez mais a recorrer a investimentos alternativos para ajudar a impulsionar quer o retorno, quer a diversificação”
VISTO EM
2. Morningstar Portugal Awards 2022: os grandes vencedores 3. Nuno Coelho (Montepio Gestão de Ativos): “Notamos uma maior predisposição para o cliente confiar à entidade gestora o papel de cuidar dos seus investimentos”
/
Período de recolha de dados: 17/04/2022 - 16/05/2022 em fundspeople.com/pt/
4. SOFR: o que é e porque é uma alternativa à libor? 5. O efeito Fisher: a relação entre o dinheiro, a inflação e as taxas de juro 6. Esta semana vou estar de olho… nos resultados das empresas industriais, de consumo e turismo 7. As maiores fundações portuguesas 8. Comissões de gestão variável impulsionam receitas da Montepio GA em 2021
PERFIS
José Maria Cazal Ribeiro Julius Baer
Pedro Lino Optimize Investment Partners
Gonçalo Mendes de Almeida Haitong
Nuno Henriques Santander Asset Management
Jorge Silveira Botelho BBVA Asset Management
Emanuel Silva IM Gestão de Ativos
Francisco Pinto ITIC – ISCTE Trading & Investment Club
Francisco Falcão Castro Hawkclaw Capital Advisors
Lisbon Family Office
Banco BEST
iCapital Network
Santander Asset Management
BiG
Nordea Asset Management
Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund A (USD)
CA Património Crescente A - Fundo de Investimento Imobiliário Aberto
Man AHL TargetRisk Fund Class I EUR
IMGA Alocação Conservadora A – Fundo de Investimento Mobiliário Aberto
BPI Moderado - Fundo de Investimento Aberto Flexível
Capital Group New Perspective Fund (LUX)
EMPRESAS
Interfundos
IM Gestão de Ativos
PRODUTOS
Caixa Ações Líderes Globais - Fundo de Investimento Mobiliário Aberto de Ações
Fundo Inv. Alt. Aberto de Poupança Reforma Santander Poupança Prudente FPR
10 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
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PANORAMA RADAR INTERNACIONAL
Aliança em alternativos
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE
A Schroders Solutions, que gere a nível mundial 150.000 milhões de libras para empresas seguradoras, ampliou a sua colaboração com o grupo Lloyd’s. O acordo contempla o lançamento de uma nova plataforma de investimento que dará acesso aos clientes de Lloyd’s a uma vasta gama de oportunidades de investimento que incluem ativos privados.
EUA
EUA
ENTREVISTAS
REINO UNIDO
Nova colaboração entre a Schroders e o Lloyd’s
A UBS, a Envestnet e a iCapital aliaram-se para lançar a plataforma de investimentos alternativos Alternatives Exchange, que colocará à disposição dos clientes da Envestnet 35 fundos de investimento e lhes dará acesso aos mercados privados e aos hedge funds da UBS e iCapital.
First Eagle aposta no crédito alternativo
A First Eagle Investments comprou a Napier Park Global Capital, gestora de crédito alternativo com cerca de 19.000 milhões de dólares em ativos. Esta aquisição completa a oferta multiativos da First Eagle, que amplia assim as suas capacidades de investimento para incluir o crédito oportunístico.
COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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EUA
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
AB reforça-se nos mercados privados
EUA
GSAM compra um roboadvisor
A AllianceBernstein comprou a gestora alternativa CarVal Investors por 750 milhões de dólares. Com um património próximo dos 14.300 milhões de dólares, a CarVal especializa-se em crédito oportunístico e distressed, infraestruturas de energias renováveis e, specialty finance e investimentos em transporte.
A Goldman Sachs Asset Management fechou a compra de NextCapital Group, uma entidade de advisory automatizado com sede em Chicago e 7.300 milhões de dólares en ativos, mediante um acordo que se completará no segundo trimestre. A NextCapital providencia assessoramento digital e soluções de arquitetura aberta em matéria de pensões e colabora com entidades financeiras de todos os EUA.
FOCO NOS
BRASIL
Acordo entre a XP e a Azimut
A XP e a Azimut Brasil, filial do Grupo Azimut, assinaram um acordo através do qual a Azimut Brasil Wealth Management ganhará acesso à gama de serviços de gestão de patrimónios da XP, incluída a plataforma de produtos bancários e de investimento e as soluções de financiamento. Na finalização do acordo, a XP poderá adquirir uma participação minoritária relevante na Azimut Brasil WM.
ALTERNATIV
12 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
FRANÇA
Amundi abre uma linha de negócio no mercado de capitais
A Amundi lançou uma nova linha de negócio centrada no mercado de capitais de ações (ECM, Equity Capital Markets) com o objetivo de oferecer aos seus investidores um acesso privilegiado às operações de captação de capital na Europa. Esta nova linha de negócio atuará como intermediária entre os bancos que operam nos mercados de capitais e as equipas de gestão da Amundi.
FRANÇA
Natixis IM sai da H2O AM
A Natixis Investment Management liquidou a sua participação na H2O Asset Management conforme o acordo anunciado em novembro de 2020. O processo consta de duas fases: a primeira prevê a cessão de 26,61% do capital, enquanto que o resto da participação (23,4%) se liquidará num prazo entre quatro e seis anos.
ISRAEL
Nova sede para o Tikehau Capital
O Tikehau Capital, grupo global de gestão de ativos especializados em investimentos alternativos, reforçou a sua presença mundial com a abertura de uma nova sede em Tel Aviv, à frente da qual estarão Asaf Gherman e Rudy Neuhof na qualidade de coresponsáveis do mercado de Israel.
IVOS
HONG KONG
Acordo estratégico para o CNCBI
O China CITIC Bank International (CNCBI) assinou um acordo estratégico com a Cachet Asset Management no qual a Cachet proporcionará serviços de asset allocation e investimentos personalizados aos clientes Ultra High Net Worth do banco na China continental e Hong Kong, na qualidade de gestora de patrimónios externa (EAM).
Aumenta o interesse das gestoras mundiais pelos mercados privados e pelos hedge funds.
A OPINIÃO DE JEREMIAH BUCKLEY, CFA Gestor do Balanced Fund, Janus Henderson Investors
PARA ALÉ ÉM DO RUÍDO DO MERCADO É difícil imaginar um regresso a uma forma pré-pandémica de trabalhar, viver e consumir. Foram induzidas mudanças estruturais. Isto poderá representar oportunidades atrativas a longo prazo, em oposição a ativos cuja volatilidade está atualmente à mercê de fatores fora do nosso controlo. Entre estes temas encontram-se as tecnologias avançadas, onde assistimos a uma mudança significativa das aplicações tecnológicas para a nuvem, a par com a transição para software e infraestruturas como um serviço (as a service). A mudança das preferências dos consumidores é outro tema a ter em conta. Novos hábitos criam nova procura e os clientes que se tornaram defensores do comércio eletrónico dificilmente vão voltar aos seus velhos hábitos. Por sua vez, isto deverá continuar a ter um impacto positivo nos gastos com pagamentos. Os riscos conhecidos são uma coisa, mas o impacto dos riscos desconhecidos é a causa de maior preocupação. Infelizmente, estes estão a aumentar; ninguém poderia ter previsto a invasão da Ucrânia que complicou a já difícil tarefa do banco central de preparar uma aterragem suave para a economia global dos EUA. O conservadorismo é exigido no crédito, embora as finanças possam apresentar um reposicionamento saudável a longo prazo. Os mercados continuam a caminhar na corda bamba de um cenário macroeconómico desafiante, com o aumento dos preços das mercadorias e a perturbação das cadeias de abastecimento, o que realça o benefício da atribuição flexível de ativos. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 13
PANORAMA SMART CONSENSUS por Miguel Rêgo, CFA
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
2021 ≄ 2022 Ninguém deseja um cenário tão avassalador como aquele que pesa nos mercados em 2022. Contudo, com o passado para trás das costas, o futuro e a dispersão que o caraterizam atualmente reservam uma panóplia grande de oportunidades para os gestores ativos.
O
ano de 2022 parece a antítese de 2021. Perante uma inflação mais teimosa do que se poderia prever e uma guerra na Europa, os bancos centrais mudaram de atitude e os mercados, que raramente reagem de forma comedida, foram coerentes na sua reação com outros períodos de semelhante incerteza. O que está para vir? Difícil dizer, e as opiniões diferem em várias frentes. Para Klaus Kaldemorgen, a evolução futura dos mercados de ações e obrigações vê-se agora mais dependente das possibilidades de uma recessão económica. “A probabilidade de que um ciclo de subidas de taxas de juro provoque uma recessão, é significativamente maior do que uma aterragem
suave”, analisa. Por outro lado, a equipa de gestão do JPMorgan Global Balanced Fund reconhece a realidade de um crescimento mais moderado, mas não se posiciona para uma recessão no curto prazo. “Estamos hesitantes em nos posicionarmos demasiado negativamente na nossa alocação global”, dizem. “É verdade que subiram os riscos para o crescimento, e as condições financeiras mais apertadas são um vento desfavorável, mas vemos o crescimento mundial sensivelmente na tendência em 2022. À medida que os riscos começarem a esbater-se, isso pode representar alguma upside para ativos de risco à medida que o ano se desdobra”, acrescentam. Não obstante o otimismo moderado, dizem, durante as semanas mais
FUNDOS QUE COMPÕEM A CARTEIRA DE CONSENSO DA FUNDSPEOPLE EM 2022 (*) FUNDO
CATEGORIA MORNINGSTAR
Acatis Gané Value Event Fonds
Mistos Moderados
Allianz Income and Growth
Mistos Moderados
Amundi Funds - Multi-Asset Sustainable Future
Mistos Cautelosos
BlackRock Global Funds - Global Multi-Asset Income Fund
Mistos Moderados
BNY Mellon Global Real Return Fund (EUR)
Mistos Flexíveis
Capital Group Global Allocation Fund (LUX)
Mistos Moderados
DWS Concept Kaldemorgen
Mistos Flexíveis
JPMorgan Investment Funds - Global Balanced Fund
Mistos Moderados
MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund
Mistos Moderados
ODDO BHF Polaris Moderate
Mistos Cautelosos
14 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
A carteira Smart Consensus é composta por fundos das categorias Mistos Moderados, Mistos Cautelosos e Mistos Flexíveis que em 2022 cumpriam pelo menos um dos três critérios para ser classificado com Rating FundsPeople nos três países analisados (Portugal, Espanha e Itália). O resultado é um carteira composta por 10 fundos multiativos com o mesmo peso, seis deles moderados, dois flexíveis e dois cautelosos. Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct.
DISTRIBUIÇÃO POR ATIVOS OBRIGAÇÕES AÇÕES LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO OUTROS (DIVISAS, ALTERNATIVOS E IMOBILIÁRIOS)
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M
recentes tornaram-se mais conservadores nos portefólio, à luz da maior incerteza e volatilidade. “Nas ações, mudámos para uma alocação neutra em relação ao nosso benchmark. Fechámos a nossa exposição sobreponderada na Europa e no Japão e agora estamos subponderados em ações europeias. Inclinámo-nos mais para os EUA, onde vemos uma maior qualidade de resultados e um mercado que está ainda mais distante do risco geopolítico que assola os mercados. Nos EUA, continuamos a apostar em value, enquanto na Europa vendemos a nossa alocação a small caps, dada a expectativa de que a geopolítica representará obstáculos para o crescimento na região”, descrevem. Klaus Kaldemorgen, por seu lado, espera que os mercados de ações se movam lateralmente numa banda ampla. “Atualmente, encontramo-nos mais ou menos no centro dessa banda. Ajustaremos, com flexibilidade, a exposição líquida a ações do DWS Concept Kaldemorgen dos cerca de 40%, para cima ou para baixo nesse intervalo, dependendo da tendência de preços”, explica. O gestor mostra-se especialmente cauteloso com títulos cíclicos (energia, matérias-primas e industriais). Já no que se refere à curva de yields, nos Estados Unidos em particular, Klaus Kaldemorgen acredita que é provável que a subida das mesmas no extremo mais longo da curva deverá abrandar. Vê, inclusive, que a curva se possa
2020
2021
2022
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA COMPONENTE DE AÇÕES EUROPA (INCLUI REINO UNIDO)
AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ)
EMERGENTES (INCLUI PAÍSES ASIÁTICOS DESENVOLVIDOS)
JAPÃO E AUSTRÁLIA
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M 2020
2021
2022
ALOCAÇÃO DA COMPONENTE DE OBRIGAÇÕES CORPORATIVAS
SOBERANAS
CASH
OUTRAS
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
M M A A M M JJ JJ A A S S O O N N D D JJ FF M M A A M M JJ JJ A A SS O O N N D D JJ FF M M 2020 2020
2021 2021
2022 2022
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 15
P
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PANORAMA SMART CONSENSUS
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A OPINIÃO DE
A CARTEIRA DE
A CARTEIRA MOSTRA MOVIMENTOS INTERESSANTES. MAIS OBRIGAÇÕES SOBERANAS É UM DELES
KLAUS KALDEMORGEN
Gestor do DWS Concept Kaldemorgen
“A probabilidade de que um ciclo de subidas de taxas de juro provoque uma recessão, é significativamente maior do que uma aterragem suave.”
KATY THORNEYCROFT, JOE CUMMINGS, GARETH WITCOMBN
Gestores do JPMorgan Global Balanced Fund
“Estamos hesitantes em nos posicionarmos demasiado negativamente na nossa alocação global”
inverter, caso aumentem as preocupações económicas. Na carteira do fundo misto da J.P. Morgan AM, os gestores optaram por encerrar a alocação a cross credit em fevereiro para reduzir o nível de risco ativo na carteira, ao mesmo tempo que aumentaram a subponderação a duration. “Abrimos uma posição subponderada em obrigações alemãs a 10 anos em março e uma posição subponderada a obrigações governamentais japonesas a 10 anos em abril. Em relação a este último, acreditamos que o Banco do Japão pode se tornar mais agressi16 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
vo à medida que a inflação global mais alta se espalha para a região com a moeda mais fraca como ponto de partida”, explicam.
POSICIONAMENTO AGREGADO
A carteira agregada de smart consensus mostra alguns movimentos interessantes em fevereiro e março, coerentes com algumas das opiniões que marcam as palavras citadas neste artigo. Por um lado, mais obrigações e menos ações. Está certo que apesar de ambas as classes de ativos terem sido penalizadas neste princípio de ano, as ações, foram-no mais do que as obrigações. Assim é a natureza destas classes de ativos, mas também temos visto ao longo de muitos meses, gestores a mostrarem a sua opção por durações mais curtas - e em consequência, mais defensivas perante subidas de taxas - em fixed income. Por outro lado, nas ações: mais Estados Unidos, menos Europa. O perfil mais insulado do cenário de guerra atual, bem como a “maior qualidade de resultados” que indicavam os gestores do fundo da J.P.Morgan AM, justificam o movimento. Por fim, nas obrigações: menos liquidez, mais obrigações soberanas. Se é certo que as subidas - repentinas - de taxas, yields e prémios de risco penalizam a classe no curto prazo, no longo prazo falamos de um regresso de algo que há muito deixava saudades aos gestores de obrigações: yield positiva e relevante.
NATALIA LUNA Analista sénior de Investimento Temático, Investimento Responsável, Columbia Threadneedle Investments
MERCADOS DE CARBONO VOLUNTARIOS OU COMPENSAÇÃO DE CARBONO Os mercados de carbono voluntário, ou compensação de carbono, oferecem às empresas uma oportunidade para gerir as emissões que não podem eliminar. Estes mercados baseiam-se no pressuposto de que as empresas não podem neutralizar ou compensar a quantidade de emissões que geram. Um mecanismo de compensação cria-se mediante o financiamento de projetos destinados a reduzir, prever ou eliminar emissões de CO2 da atmosfera. O preço do carbono determina-se no mercado e depende da oferta e procura de compensações. Os projetos de compensação do carbono incluem soluções baseadas na natureza, como a reflorestação, as energias renováveis e a eliminação de resíduos. Os resultados devem ser medíveis, verificados e de eficácia comprovada. Uma importante desvantagem dos sistemas de compensação é que o mercado está fragmentado e apresenta uma grande complexidade pela variedade de registos e metodologias aplicadas. Também não existem normas suficientes, o que apresenta o risco de greenwashing, ou seja, apresentar informação falsa ou enganosas sobre o quão respeitador do meio ambiente é um produto/ uma empresa. Por esta razão, os mecanismos de compensação de carbono não são atualmente considerados como uma alternativa ou um substituto de peso face a outras soluções de redução de emissões mais completas.
Esta comunicação é promocional. Consulte o prospeto do OICVM e o KIID antes de tomar qualquer decisão final de investimento.
Threadneedle (Lux) European Select
Um histórico consistente focado nos líderes mundiais do mercado europeu Uma carteira de ações europeias das melhores ideias que investe em empresas de crescimento de qualidade com vantagens competitivas duradouras e a capacidade de gerar um rendimento sólido e sustentável. n Centrado em empresas de elevada qualidade com vantagens competitivas comprovadas n Seleção de ações orientada em uma análise com vista a construir uma carteira de alta convicção n Uma equipa experiente de ações europeias que administra ativos com valor de 41 bilhões de euros* Riscos à ter em conta Este fundo está sujeito a uma série de riscos resultantes dos títulos em que investe e das técnicas que utiliza para atingir o seu objetivo. Os investidores deverão ler o Prospeto para obterem uma descrição completa de todos os riscos. Riscos de investimento O fundo está sujeito a riscos associados ao investimento em ações, concentração de carteiras e volatilidade.
Perfil do investidor típico Este fundo é adequado para investidores que possam tolerar elevados níveis de risco e volatilidade e que tenham um horizonte de investimento a longo prazo.
columbiathreadneedle.pt *Fonte: FUM by Desk & Strategy spreadsheet Net European and Net UK Equity assets added together, Columbia Threadneedle Investments em 31.03.22. INFORMAÇÕES IMPORTANTES: Estes materiais só podem ser utilizados em apresentações individuais com investidores institucionais. A presente Proposta de Solução de Investimento nesta apresentação serve apenas fins ilustrativos e não pode representar participações efetivas na carteira. Uma proposta concreta será sujeita a negociações e o conteúdo deste documento não é vinculativo e permanece sujeito a um contrato. Para efeitos de marketing. Este material não deverá ser considerado como uma oferta, solicitação, conselho ou recomendação de investimento. Esta comunicação é válida na data da publicação e poderá estar sujeita a alterações sem aviso prévio. As informações de fontes externas são consideradas fiáveis, mas a sua exatidão ou integralidade não podem ser garantidas. Os parâmetros concretos de investimento são acordados e estabelecidos no prospeto ou no contrato formal de gestão de investimento. Este material inclui declarações prospetivas, incluindo projeções de futuras condições económicas e financeiras. Nenhum dos administradores, diretores ou funcionários da Columbia Threadneedle Investments oferece garantias de qualquer natureza no sentido de assegurar que estas declarações prospetivas se revelem precisas. No EEE: Emitido pela Threadneedle Management Luxembourg S.A., matriculada no Registo do Comércio e das Sociedades (Luxemburgo), N.º de matrícula B 110242, 44, rue de la Vallée, L-2661 Luxembourg, Grão-Ducado do Luxemburgo. No Reino Unido: Emitido pela Threadneedle Asset Management Limited. Registada em Inglaterra e País de Gales, N.º de matrícula 573204. Sede Social: 78 Cannon Street, London EC4N 6AG, Reino Unido. Autorizada e regulada pela Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido. No Médio Oriente: Este documento é distribuído pela Columbia Threadneedle Investments (ME) Limited, que é regulada pela Autoridade dos Serviços Financeiros do Dubai (ASFD). Para os Distribuidores: Este documento destina-se a fornecer informações aos distribuidores sobre os produtos e serviços do Grupo, não devendo ser posteriormente distribuído. Para Clientes Institucionais: A informação contida neste documento não se destina a constituir aconselhamento financeiro, sendo apenas para pessoas com os conhecimentos adequados de investimento e que satisfaçam os critérios regulamentares de forma a serem classificados como Clientes Profissionais ou Contrapartes no Mercado, não devendo ser seguido por quaisquer outras Pessoas. Na Suíça: Emitido pela Threadneedle Portfolio Services AG, sede: Claridenstrasse 41, 8002 Zurich, Suíça. Columbia Threadneedle Investments é o nome da marca global do grupo de empresas Columbia e Threadneedle. 05.22 | J32015 | 4330656
PANORAMA BARÓMETRO
DESCUBRA OS FUNDOS COM RATING 20 22
São produtos que contam com o destaque dos analistas, sobressaem pela sua consistência ou se distinguem por serem blockbuster.
N
um mercado como o português, que conta com mais de 3.000 fundos registados para venda, a FundsPeople divulga os fundos com Rating FundsPeople 2022. São 687 produtos com o rating, que se destacam por um ou vários dos seguintes três critérios: Favoritos dos Analistas. Fundos que acumulam um mínimo de cinco votos dos selecionadores dentro de cada questionário anual realizado em Portugal, Espanha e Itália, dirigido aos analistas de fundos, sobre os seus produtos favoritos. Existem 34 fundos que conseguem este Rating.
último ano. São analisados os fundos registados para venda em Portugal, com uma antiguidade mínima de três anos à data de referência da análise. De cada fundo é selecionada uma classe, a mais representativa segundo um conjunto de critérios. Esta classe selecionada será comparada com os restantes fundos da sua categoria através de dois scorecards. No primeiro, são considerados critérios de rentabilidade e volatilidade acumulada a 3 e 5 anos, e no segundo, dados individuais
Nos três casos são excluídas da análise as categorias de fundos com garantia de capital, target date, do mercado monetário, obrigações de muito curto prazo e rentabilidade ou maturidade objetivo. 20 22
APENAS 15 FUNDOS OBTÊM A MÁXIMA DISTINÇÃO DO RATING FUNDSPEOPLE+ FUNDO
Blockbuster. São os super-vendas do mercado. Incluem-se os produtos com mais de 100 milhões de euros distribuídos no mercado ibérico ou 50 milhões de euros no caso dos produtos nacionais. Adicionalmente, a estes últimos exigem-se captações líquidas a três anos superiores ou iguais a um quarto dos AUM no fecho do ano: 493 fundos alcançam esta classificação.
BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund
Consistentes. A equipa de Análise da FundsPeople, dirigida por Maria Folqué, desenvolveu um modelo de seleção próprio para destacar os produtos mais consistentes em cada categoria, a partir da base da Morningstar Direct, com referência ao final do
MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund
18 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
dos últimos cinco anos civis. Em ambos os casos, a rentabilidade e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Do modelo resultam os fundos que se situam no primeiro quintil em ambos os scorecards. Há 274 fundos que cumprem os critérios.
Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva Absolute Return Europe Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva European Selection
CATEGORIA
Moderate Allocation Long/Short Equity Europe Equity Large Cap
Eurizon Fund - Bond Aggregate RMB
Asia Fixed Income
Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II
Flexible Allocation
JPMorgan Investment Funds - Global Macro Opportunities Fund Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond Man AHL TargetRisk Fund MFS Meridian Funds - European Value Fund
Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund PIMCO GIS Income Fund Robeco Global Consumer Trends Schroder International Selection Fund EURO Corporate Bond
Global Macro Global Fixed Income Moderate Allocation Europe Equity Large Cap Moderate Allocation Global Equity Large Cap Flexible Allocation Global Fixed Income Global Equity Large Cap Europe Fixed Income
DIOGO GOMES, Client Relationship Manager UBS AM
Como preparar as carteiras para vários desafios macroeconómicos?
A incerteza macroeconómica continua elevada por razões óbvias. A Reserva Federal não enfrentava uma inflação tão elevada há mais de quatro décadas e conseguir uma aterragem suave, num contexto de redução de estímulos monetários, é um grande desafio. Por outro lado, a invasão russa da Ucrânia está a causar um efeito dominó, e talvez sequelas, no panorama económico e geopolítico a longo prazo. Os surtos de Covid-19 na China e as restrições à mobilidade, ameaçam aumentar os estrangulamentos nas cadeias de abastecimento, ao mesmo tempo que afetam o consumo doméstico. Do mesmo modo, a crise dos preços das matérias-primas está a afetar as rentabilidades reais, reduzindo as perspetivas de despesas dos consumidores. O aumento da inflação é a causa ou o resultado de vários desafios macroeconómicos, mas certamente é o motivo da elevada volatilidade nos mercados financeiros. Esta dinâmica inflacionista representa uma grande diferença em relação ao ciclo anterior, quando a inflação era baixa e estável e os investidores só que preocupavam com as flutuações no crescimento. Na nossa opinião, estamos atualmente na transição de um ambiente de tensão inflacionista máxima para uma inflação acima da média, pelo que os investidores deverão considerar um vasto leque de opções tanto para os diferentes cenários de inflação como de crescimento. Os alpinistas mais experientes sabem que a descida pode ser ainda mais traiçoeira do que a subida. O mesmo se aplica à inflação que acreditamos que vai continuar a ser o principal fator a influenciar o desempenho dos mercados. Na nossa opinião, as ações estão geralmente pouco atrativas. O prémio de risco sobre as ações globais está próximo do seu nível mais baixo numa
década, consideramos que os investidores não estão a ser devidamente recompensados pelo risco de cenários negativos para o crescimento ou a inflação. Por conseguinte, consideramos que não é prudente sobreponderações em ativos de risco num contexto de grande incerteza em relação a potenciais resultados macroeconómicos. Os investidores deverão dar prioridade à diversificação e a estratégias que tenham a capacidade de assumir diferentes cenários. COMO POSICIONAR AS CARTEIRAS? Nos próximos tempos, esperamos que o mercado seja influenciado por diferentes narrativas sobre a inflação. Por enquanto, mantemo-nos cautelosos, com uma subponderação nas ações globais, posição neutra em crédito e dívida pública, e uma sobreponderação em matérias-primas. As presentes valorizações sugerem que o mercado está a excluir a possibilidade de um susto nas expetativas de crescimento ou de um contexto de estagflação, uma posição que consideramos demasiado otimista. Neste ambiente de elevada volatilidade, acreditamos que é prudente selecionar oportunidades de valor relativo que nos permitam lidar com diferentes resultados macroeconómicos em vez de apostar num determinado cenário. Esperamos ter mais informação sobre dados macroeconómicos e geopolíticos nos próximos meses. Entre eles está a magnitude e os meios do apoio do governos chinês à retoma económica, a evolução da inflação e as consequentes politicas monetárias, e as relações da Rússia com o resto do mundo. Será necessário reagir rapidamente a novas informações e aumentar o risco de forma criteriosa à medida que o nevoeiro se for reduzindo.
AVISO LEGAL: PARA EFEITOS DE MARKETING E INFORMAÇÃO PELA UBS. Antes de investir num produto, leia atentamente e na íntegra o prospeto mais recente e o documento de informações fundamentais destinadas aos investidores. As informações e opiniões contidas neste documento foram compiladas ou recebidas com base nas informações obtidas de fontes consideradas fiáveis e de boa-fé, mas não são garantidas como rigorosas, nem constituem uma declaração ou um resumo completo dos valores mobiliários, mercados ou desenvolvimentos referidos no documento. Os membros do Grupo UBS podem ter uma posição em e podem efetuar uma compra e/ou venda de qualquer um dos títulos ou outros instrumentos financeiros mencionados neste documento. As unidades de fundos da UBS aqui mencionadas podem não ser elegíveis para venda em todas as jurisdições ou em determinadas categorias de investidores e não podem ser oferecidas, vendidas ou entregues nos Estados Unidos. A informação aqui mencionada não se destina a ser interpretada como um pedido ou uma oferta para comprar ou vender quaisquer títulos ou instrumentos financeiros relacionados. O desempenho passado não é um indicador fiável de resultados futuros. O desempenho apresentado não tem em conta quaisquer comissões e custos cobrados aquando da subscrição e resgate de unidades. As comissões e os custos têm um impacto negativo no desempenho. Se a moeda de um produto financeiro ou serviço financeiro for diferente da sua moeda de referência, o retorno pode aumentar ou diminuir em função das flutuações cambiais. Esta informação não tem em consideração os objetivos de investimento específicos ou futuros, a situação financeira ou fiscal ou as necessidades particulares de qualquer destinatário específico. Os detalhes e opiniões contidos neste documento são fornecidos pela UBS sem qualquer garantia e destinam-se apenas à utilização pessoal e para efeitos de informação do destinatário. Este documento não pode ser reproduzido, redistribuído ou republicado para qualquer fim sem a autorização escrita da UBS Asset Management Switzerland AG ou de uma empresa agrupada local. Fonte de todos os dados e gráficos (caso não estejam indicados de outra forma): UBS Asset Management Este documento contém declarações que constituem “declarações prospetivas”, incluindo, entre outras, declarações relacionadas com o desenvolvimento futuro do nosso negócio. Embora estas declarações prospetivas representem os nossos julgamentos e expectativas futuras relativamente ao desenvolvimento do nosso negócio, uma série de riscos, incertezas e outros fatores importantes podem fazer com que os desenvolvimentos e resultados efetivos sejam materialmente diferentes das nossas expectativas. Pode encontrar um resumo dos direitos dos investidores em inglês online em: ubs. com/funds. Pode encontrar mais explicações das condições financeiras em ubs.com/glossary © UBS 2021. O símbolo das chaves e UBS estão entre as marcas comerciais registadas e não registadas da UBS. Todos os direitos reservados.
PANORAMA BARÓMETRO 20 22
OS FUNDOS INTERNACIONAIS SUPER-VENDAS NA PENÍNSULA IBÉRICA
Para ser considerado um fundo super-vendas, os produtos internacionais devem alcançar os 100 milhões de euros de património distribuído no mercado ibérico. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras. 500 1.000
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
AB International Health Care Portfolio
01 AÇÕES
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
CAPITAL GROUP NEW PERS (LUX) ZL ROBECO GLOBAL CONSUMER TRENDS D € MS INVF GLOBAL BRANDS A USD NORDEA 1 - GLOBAL CLIMATE & ENVIR BI EUR ROBECO BP US PREMIUM EQUITIES IH € JANUS HNDRSNABSOLUTE RETURN A2 GBP MFS MERIDIAN EUROPEAN VALUE A1 EUR MS INVF GLOBAL OPPORTUNITY Z FIDELITY GLOBAL TECHNOLOGY A-DIS-EUR ALLIANZ EUROPE EQUITY GROWTH W EUR ROBECO BP GLOBAL PREMIUM EQS B EUR MS INVF US ADVANTAGE I VANGUARD U.S. 500 STK IDX $ ACC FRANKLIN TECHNOLOGY A ACC USD PICTET TR - ATLAS I EUR ELEVA UCITS ELEVA EURP SEL I EUR ACC ALLIANZ GLOBAL ARTFCL INTLGC W EUR PICTET-SECURITY I EUR INVESCO PAN EUROPEAN EQUITY A EUR ACC BGF WORLD HEALTHSCIENCE A2 SEILERN WORLD GROWTH CHF H R INVESCO JAPANESE EQ ADV C JPY ACC BGF CONTINENTAL EURP FLEX E2 EUR JPM US SELECT EQUITY A (ACC) USD PICTET - ROBOTICS I DY EUR BNP PARIBAS AQUA C C SCHRODER ISF EM MKTS A DIS USD AV DPAM INVEST B EQS NEWGEMS SUST A DIS FIDELITY EUROPEAN DYNAMIC GR A-DIS-EUR ROBECO NEW WORLD FINANCIALS D € PICTET-PREMIUM BRANDS I EUR PICTET-GLOBAL MEGATREND SEL I USD AB SELECT US EQUITY A EUR H ACC BGF WORLD TECHNOLOGY A2 MFS MERIDIAN GLOBAL EQUITY A1 USD INVESCO GLBL CONSMR TRNDS A USD ACC WELLINGTON GLBL QUALITY GR USD S AC THREADNEEDLE (LUX) PAN EURP SMLRCOMS 3E PICTET-WATER I EUR ELEVA UCITS ELEVA ABS RET EURP S EUR ACC MFS MERIDIAN EUROPEAN RESEARCH A1 EUR T. ROWE PRICE US SMLR CM EQ Q USD PICTET-CLEAN ENERGY I USD AMUNDI FDS EUROPEAN EQ VAL M2 EUR C JPM US VALUE C (DIST) USD FIDELITY EUROPEAN LGR COMS A-DIS-EUR PICTET - GLOBAL ENVIR OPPS I EUR FIDELITY GLOBAL FINANCIAL SVCS A-DIS-EUR FUNDSMITH EQUITY I EUR ACC SCHRODER ISF GLB CLMT CHG EQ C ACC USD GS US CORE EQUITY BASE INC USD SNAP JPM EUROPE STRATEGIC VALUE A (DIST) EUR FRANKLIN US OPPORTUNITIES A(ACC)USD ODDO BHF AVENIR EUROPE CR-EUR ROBECOSAM SMART MATERIALS EQS I EUR GS JAPAN EQUITY R INC GBP SNAP JPM EMERGING MARKETS EQUITY A (DIST) USD BNY MELLON LONG-TERM GLBL EQ USD C ACC ROBECOSAM SMART ENERGY EQS D EUR BGF SUSTAINABLE ENERGY A2 VONTOBEL US EQUITY A USD FIDELITY EM MKTS A-DIST-USD SCHRODER ISF EMERGING ASIA C ACC EUR SCHRODER ISF ASIAN OPPORTS A DIS USD AV MS INVF US GROWTH I MS INVF ASIA OPPORTUNITY Z GS EM CORE EQ I ACC USD CLOSE VANGUARD EUROPEAN STOCK IDX USD ACC JANUS HENDERSON HRZN GLBLPTYEQSA2USD VONTOBEL MTX SUST EMMKTS LDRS I USD PICTET-DIGITAL PUSD BROWN ADVISORY US EQUITY GROWTH $ B FIDELITY CHINA CONSUMER Y-ACC-USD BGF NEXT GENERATION TECHNOLOGY Z2 USD DWS INVEST GLOBAL INFRAS FC ROBECO FINTECH I USD DWS INVEST TOP DIVIDEND FC SCHRODER ISF EURO EQUITY C DIS EUR AB SICAV I STBL GLB TMTC PTF A JPM GLOBAL HEALTHCARE C (ACC) USD
20 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
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500 1.000 JPM EUROPE EQUITY PLUS A PERF (ACC) EUR CS (LUX) DIGITAL HEALTH EQUITY SB USD AMUNDI FDS EUROLAND EQUITY E2 EUR C ROBECO QI EUROPEAN CNSRV EQS I € PICTET TR - CORTO EUROPE I EUR PICTET-USA INDEX P USD JPM US TECHNOLOGY A (DIST) USD MFS MERIDIAN EUROPEAN SMLR COMS A1 EUR EDRF BIG DATA N EUR JPM EUROPE DYNAMIC TECHS FD A (DIST) EUR POLAR CAPITAL GLOBAL TECH I INC BGF WORLD MINING A2 MAN GLG JPN COREALPHA EQ I JPY FIDELITY WORLD A-DIS-EUR JANUS HENDERSON HRZN EUROLAND A2 EUR PICTET-NUTRITION I USD CPR INVEST GLBL DSRPT OPP R EUR ACC UBS (LUX) EF CHINA OPPO(USD) P USD ACC AMUNDI IS S&P 500 ESG IE-C M&G (LUX) GLOBAL LISTED INFRAS L USD ACC VANGUARD GLB STK IDX $ ACC LM CLEARBRIDGE INFRAS VALPRGBPHDISAPH+E MS INVF GLOBAL PROPERTY I CARMIGNAC PF GRANDE EUROPE A EUR ACC JPM EUROLAND EQUITY A (DIST) EUR THREADNEEDLE (LUX) PAN EURP SMCPOPPS ZE ALLIANZ EUROLAND EQUITY GROWTH W EUR SCHRODER ISF JAPANESE EQ A DIS AV BGF FUTURE OF TRANSPORT Z2 USD VANGUARD PAC EX-JAPAN STK IDX USD ACC AB INTERNATIONAL HC A ACC JPM EM MKTS SMALL CAP A (ACC) PERF EUR VANGUARD EMERG MKTS STK IDX INV EUR ACC ROBECO BP US LARGE CAP EQUITIES I $ JPM GLOBAL FOCUS A (DIST) EUR AMUNDI MSCI EMU ESG LDRS SEL IE-C BNP PARIBAS SMART FOOD I CAP MS INVF GLOBAL SUSTAIN Z USD ACC ALLIANZ CHINA A SHARES AT USD GS GLOBAL MILLENNIALS EQ I ACC USD M&G (LUX) GLB DIVIDEND CI USD ACC JPM GLOBAL NATURAL RESOURCES A (ACC) EUR AXA ROSENBERG US ENH IDX EQ ALP A $ ACC MIRAE ASSET ASIA GREAT CONSUMER EQ I USD CANDRIAM SST EQ EM MKTS R € ACC AB AMERICAN GR PTF C ACC AMUNDI FDS PIO US EQFUNDMGR M2 EUR C AMUNDI IS MSCI NORTH AMERICA IE-C BNP PARIBAS ENERGY TRANSITION C D MS INVF EUROPE OPPORTUNITY Z FIDELITY GLOBAL DIVIDEND I-ACC-EUR SCHRODER ISF US LARGE CAP A DIS FRANKLIN INDIA I(ACC)USD ROBECOSAM SUSTAINABLE WATER EQS F EUR PICTET-EUROPE INDEX P EUR NN (L) US ENH CR CONCNTR EQ P DIS USD BNP PARIBAS DISRPT TECH CL D BNP PARIBAS CLIMATE IMPACT AB SELECT ABS ALPHA S1 USD ACC BNY MELLON MOBILITY INNOVATION USD E ACC PICTET TR - MANDARIN I USD FIDELITY AMERICA A-DIS-USD CANDRIAM EQS L ONCLGY IMPCT I USD CAP BGF EUROPEAN SPECIAL SITUATIONS A2 PICTET-TIMBER I USD PICTET-JAPANESE EQUITY OPPS PJPY JPM EUROPE STRATEGIC GROWTH A (DIST) EUR MIRAE ASSET ASIA SECT LDR EQ K USD CAP CANDRIAM EQS L BIOTECH C USD CAP GS GLOBAL CORE EQ I INC USD SNAP THREADNEEDLE (LUX) GLOBAL TECH DU FIDELITY SUSTAINABLE ASIA EQ A-DIS-USD JPM ASIA PACIFIC EQUITY A (ACC) USD DWS DEUTSCHLAND LC JANUS HENDERSON HRZN GLBTECHLDRS A2USD T. ROWE PRICE US BLUE CHIP EQ A USD BGF EURO-MARKETS A2 JUPITER EUROPEAN GROWTH D EUR ACC FIDELITY FAST EUROPE A-ACC-EUR ABRDN EU SML COMP D ACC EUR
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500 1.000 JPM THEMATICS GENETIC THRPS C2 ACC USD SCHRODER GAIA EGERTON EQUITY C ACC EUR PICTET SMARTCITY I DM GBP DWS INVEST ESG EQUITY INCOME LC FIDELITY GLB DMGRPHCS Y-ACC-GBP UBS (LUX) ES EURO COUNTRS INC€ P-ACC AXAWF FRAM ROBOTECH G CAP USD BMO RESPONSIBLE GLOBAL EQUITY I INC EUR DWS AKTIEN STRATEGIE DEUTSCHLAND LC CPR INVEST EDUCATION E EUR ACC JPM US SMALLER COMPANIES A (DIST) USD JANUS HENDERSON GLB TECH&INNO H2 USD THREADNEEDLE (LUX) GLOBAL FOCUS THREADNEEDLE (LUX) UK EQS IG GBP ACC JPM JAPAN EQUITY A (DIST) USD AXA ROSENBERG GLB EQ ALPHA A USD ACC FIDELITY GERMANY A-DIS-EUR T. ROWE PRICE US EQ I USD GS EMERGING MARKETS EQ R INC GBP AXAWF FRAMLINGTON DGTL ECOY I CAP USD FIDELITY IBERIA A-DIS-EUR AB EUROZONE EQ PTF IX ACC UBAM 30 GLOBAL LEADERS EQUITY AHC EUR BNP PARIBAS EUROPE SMALL CAP I C BGF EMERGING MARKETS A2 FIDELITY GLOBAL HEALTH CARE A-DIS-EUR ROBECO EMERGING STARS EQUITIES D € LEGG MASON CB US LG CP GR B USD DIS(A) ABRDN JAPANESE EQUITY A ACC JPY LEGG MASON RY US SMCP OPP A USD DIS(A) THEMATICS SAFETY H-R/A GBP JPM AMERICA EQUITY A (DIST) USD JANUS HNDRSNCONTINEN EURP I2 EUR GAM STAR CONTINENTAL EURP EQ INSTL £ ACC AXA ROSENBERG US EQUITY ALPHA A USD ACC JPM CHINA A (DIST) USD VONTOBEL CLEAN TECHNOLOGY I EUR BGF WORLD GOLD A2 THREADNEEDLE (LUX) EUR SMLR COM 9E EUR AMUNDI IS MSCI JAPAN IE-C EUR FIDELITY EUROPEAN GROWTH A-DIS-EUR M&G (LUX) EURP STRAT VAL CI EUR ACC ABRDN ASIA PACIFIC EQ A ACC USD JANUS HENDERSON HRZN PANEURPSMRCOMS A2€ BSF EUROPEAN OPPS EXTENSION A2 EUR MAINFIRST TOP EUROPEAN IDEAS C ALGER SMALL CAP FOCUS I US SCHRODER ISF CHINA OPPS C ACC USD NORDEA 1 - EMERGING STARS EQUITY BI EUR AXAWF FRAM SWITZERLAND F CAP CHF JPM US SELECT EQUITY PLUS A (ACC) EURH ROBECO QI EMERGING CNSRV EQS I € LEGG MASON CB US EQ SUST LDRS A EURH ACC ROBECO SUSTAINABLE EURP STARS EQS D EUR NINETY ONE GSF GLOBAL ENVIR I ACC EUR CANDRIAM EQS L EURP INNOVT R EUR CAP T. ROWE PRICE GLB FOC GR EQ A USD ABRDN ASIAN SMLLR COMS A ACC USD ALLIANZ ORIENTAL INCOME P USD ECHIQUIER ARTIFICIAL INTELLIGENCE K EUR JPM GLOBAL SELECT EQUITY A (ACC) USD MFS MERIDIAN US VALUE A1 USD LAZARD GLOBAL LSTD INFRAS EQ A DIST GBP CS (LUX) SECURITY EQUITY BH CHF GS INDIA EQUITY I INC USD NEUBERGER BERMAN US MLTCP OPPS USD1 IACC INVESCO SUS PAN EURP STU EQ C € ACC ALLIANZ THEMATICA P EUR ABRDN EU SUS N RES INV EQ A ACC EUR ALLIANZ GLOBAL METALS AND MINING I EUR MS INVF GLOBAL QUALITY Z CANDRIAM SST EQ WORLD R € ACC THREADNEEDLE (LUX) AMER SMLR COM 9U USD GS EUROPE CORE EQUITY BASE INC EUR MS INVF EMERGING LEADERS EQUITY A GAM MULTISTOCK EM EQUITY USD C TEMPLETON GROWTH (EURO) I(ACC)EUR JANUS HENDERSON GLB LIFE SCN I2 USD T. ROWE PRICE US LG CAP GR EQ I USD GAM MULTISTOCK LUXURY BRANDS EQ USD C
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20 22
02 FIXED INCOME
500 1.000 CARMIGNAC PF SÉCURITÉ FW EUR ACC BGF EURO SHORT DURATION BOND A2 EUR MUZINICH ENHANCEDYIELD S-T HUSD ACC A NORDEA 1 - LOW DUR EURP COV BD BC-EUR PIMCO GIS INCOME INSTL EURH ACC MS INVF EURO CORPORATE BOND A MS INVF SHORT MATURITY EURO BOND I JUPITER DYNAMIC BOND I EUR Q INC BSF GLOBAL ABSOLUTE RETURN BOND A2 EUR AXAWF EURO CREDIT SHORT DUR I CAP EUR SCHRODER ISF EURO CORP BD C ACC EUR VONTOBEL EURO CORPORATE BOND A EUR JPM US AGGREGATE BOND A (DIST) USD JPM GLOBAL STRAT BD A PERF (ACC) USD NEUBERGER BERMAN SHRT DUREM DBTUSD I ACC FIDELITY EURO SHORT TERM BOND Y-ACC-EUR VONTOBEL TWENTYFOUR STRATINC G GBP CANDRIAM BDS CRDT OPPS I EUR CAP CANDRIAM BDS EURO SHORT TERM C EUR CAP MFS MERIDIAN EMERGING MKTS DBT A2 USD JANUS HENDERSON HRZN EURO CORP BD A2 EUR AXAWF GLOBAL INFL SH DUR BDS I CAP USD INVESCO EURO SHORT TERM BOND Z EUR ACC EURIZON BOND AGGREGATE RMB Z EUR ACC GS EM CORP BD I ACC EUR HDG EVLI SHORT CORPORATE BOND A VANGUARD € GOVT BD IDX € ACC MS INVF GLOBAL FIXED INCOME OPPS Z ROBECO FINANCIAL INSTITUTIONS BDS I € CARMIGNAC PF FLEXIBLE BOND A EUR ACC AXAIMFIIS US CORP ITMT BDS A USD DIS NN (L) US CREDIT P CAP USD UBAM DYNAMIC US DOLLAR BOND AC USD AEGON EUROPEAN ABS B EUR ACC FVS BOND OPPORTUNITIES EUR I MS INVF EURO CORPORATE BD - DUR HGD Z CANDRIAM BDS EURO HIGH YLD R EUR CAP NORDEA 1 - EUROPEAN COVERED BOND BP EUR PICTET-SHORT TERM EM CORP BDS I DY USD ALLIANZ CREDIT OPPORTUNITIES IT13 EUR DWS INVEST ESG EURO BONDS (SHORT) FC JPM INCOME A (ACC) USD BLUEBAY INVESTMENT GRADE BD R EUR AXAIMFIIS EUROPE SHORT DUR HY A CAP EUR AXAIMFIIS US SHORT DUR HY A CAP USD BNP PARIBAS ENHANCED BOND 6M I C NOMURA FDS US HIGH YIELD BOND I USD PICTET-EUR SHORT TERM CORP BDS I ROBECOSAM EURO SDG CREDITS I EUR JPM GLOBAL CORP BD A (ACC) USD BLUEBAY INV GRD EURO AGGT BD I EUR PIMCO GIS GLB HI YLD BD INSTL USD ACC
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MFS MERIDIAN PRUDENT CAPITAL I1 USD DWS CONCEPT KALDEMORGEN EUR FC M&G (LUX) OPTIMAL INCOME CI EUR ACC JPM GLOBAL INCOME A (DIV) EUR PICTET-MULTI ASSET GLOBAL OPPS I EUR BGF GLOBAL ALLOCATION A2 JPM GLOBAL INCOME CNSRV C (ACC) EUR NORDEA 1 - STABLE RETURN BP EUR INVESCO PAN EUROPEAN HI INC A EUR QD MFS MERIDIAN PRUDENT WEALTH I1 USD BSF GLOBAL EVENT DRIVEN Z2 USD PIMCO GIS DYN MLT-ASST INSTL EUR ACC PICTET TR - DIV ALPHA J EUR BSF EUROPEAN ABSOLUTE RETURN A2 EUR AMUNDI FDS GLOBAL MA CNSRV C EUR C BNY MELLON GLBL RL RET (EUR) W ACC CARMIGNAC PF PATRIMOINE F EUR ACC PIMCO GIS CMDTY REAL RET INSTL USD ACC MAN GLG ALPHA SELECT ALT DLH EUR
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500 1.000 ROBECO EURO CREDIT BONDS D € INVESCO EURO CORPORATE BOND Z EUR ACC ROBECO HIGH YIELD BONDS DH € AXAWF US HIGH YIELD BONDS I CAP USD DNCA INVEST - ALPHA BONDS MUZINICH EMERGINGMKTSSHRTDUR HUSD ACC S CARMIGNAC PF CREDIT FW EUR ACC FIDELITY EUROPEAN HI YLD A-DIS-EUR DWS INVEST EURO CORPORATE BDS FC AMUNDI FDS PIO US BOND A2 EUR C UBAM GLOBAL HIGH YIELD SOLUTION AC USD CANDRIAM LONG SHORT CREDIT CLASSIQUE ALLIANZ EURO CREDIT SRI W EUR M&G (LUX) GLB FL RT HY CI USD ACC T. ROWE PRICE DYN GLB BD I USD LAZARD CREDIT FI SRI PVC EUR AMUNDI RSPNB INVEST IMP GREEN BDS I C JPM GLOBAL SHORT DURATION BD A(ACC)USD AMUNDI FDS GLB SUBRDNTD BD I2 EUR C BGF GLOBAL HIGH YIELD BOND C1 USD CANDRIAM SST BD GLBL HI YLD R € ACC JPM US SHORT DURATION BOND A (ACC) USD BGF US DOLLAR SHORT DURATION BD A1 USD JPM INCOME OPP A PERF (ACC) EURH AMUNDI FDS GLBL AGGT BD I USD C PIMCO GIS GLB BD INSTL USD ACC NORDEA 1 - EUROPEAN HIGH YLD BD BI EUR NINETY ONE GSF EM LCLCCYTLRTDT I ACC$ GS EM MKTS DBT BASE INC USD JPM GLOBAL CONVERT (EUR) A (DIST) EUR GAM STAR MBS TOTAL RETURN INSTL USD ACC BGF EMERGING MARKETS LCL CCY BD A2 FIDELITY GLOBAL INFL-LINK BD A-ACC-USD MUZINICH SHORTDURATIONHY HEUR ACC A NORDEA 1 - FLEXIBLE FIXED INCOME BI EUR BGF CHINA BOND D3 USD BNY MELLON GLB SHRTDTD HY BD USD W ACC FIDELITY US HIGH YIELD A-DIS-USD PIMCO GIS TTL RET BD INV USD ACC BGF EURO CORPORATE BOND A1 EUR ALLIANZ ADVCD FXD INC S/D W EUR AXAWF GLOBAL STRATEGIC BDS F CAP GBP H VANGUARD U.S. GOVT BD IDX $ ACC LSF-ARCANO LW VOL EURP INC-ESG SEL CE-A UBAM MEDIUM TERM US CORPORATE BD AC USD EDRF BOND ALLOCATION B EUR INC UBS (LUX) BS SHT TERMUSDCORPSST$P-ACC JPM EURO GOVT SHORT DUR BD A (ACC) EUR PIMCO GIS DIVERS INC INSTL USD ACC AMUNDI FDS EM MKTS BD E2 EUR C ABRDN EM CORP BD A ACC USD GAM MULTIBOND LOCAL EMERGING BOND USD C
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FVS - MULTI ASSET - DEFENSIVE I FVS MULTIPLE OPPORTUNITIES II RT JPM GLOBAL MACRO OPPS A (ACC) EUR NINETY ONE GSF GLB MA INC A ACC USD BMO REAL ESTATE EQ MKT NETRL B ACC EUR ACATIS GANÉ VALUE EVENT FONDS A FIDELITY GLB MLT AST INC A-ACC-USD FRANKLIN K2 ALT STRATS I(ACC)USD CANDRIAM RISK ARBITRAGE C FIRST EAGLE AMUNDI INTERNATIONAL AU-C JANUS HENDERSON BALANCED A2 USD ALLIANZ INCOME AND GROWTH I H2 EUR M&G (LUX) DYNAMIC ALLOCATION CI EUR ACC OFI FINCL INV PRECIOUS METALS I RUFFER TOTAL RETURN INTL I GBP CAP NEUBERGER BM UNCRLTD STRATS USD I5 ACC MFS MERIDIAN GLOBAL TOTAL RET A2 USD MAN AHL TREND ALTERNATIVE DNY H EUR ACC ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI75 I EUR
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03 MULTIATIVOS E ALTERNATIVOS
500 1.000
500 1.000 INVESCO GLOBAL INV GRD CORPBD C USD AD ROBECOSAM SDG CREDIT INCOME I USD AB AMERICAN INCOME C INC LAZARD CONVERTIBLE GLOBAL PC EUR ABRDN EURO CORPORATE BD D ACC EUR BNP PARIBAS EURO GOVERNMENT BD PRIVL C BLUEBAY INV GRD EURO GOVT BD I EUR ACC AB SHORT DUR HI YLD S1 USD ACC GS GLBL HI YLD BASE INC USD NN (L) EURO FIXED INCOME P CAP EUR M&G (LUX) EM MKTS BD C USD ACC PIMCO GIS GLINGD CRDT INSTL USD INC LEGG MASON WA MCR OPPBD S USD ACC AXAWF GLOBAL INFL BDS I CAP EUR DWS INVEST EURO HIGH YIELD CORP LD NN (L) GREEN BOND I CAP EUR AMUNDI FDS PIO STRAT INC A USD C NEUBERGER BERMAN EM DBTHRDCCY USD I C VONTOBEL TWENTYFOUR ABS RETCRDT G GBP AXAWF GLOBAL INFL BDS REDEX I ACC EUR PIMCO GIS EM MKTS BD ESG INS USD ACC MUZINICH LONGSHORTCREDITYLD HEUR ACC E BLUEBAY FINANCIAL CPTL BD I USD MERCER SHORT DUR GLBL BD 1 M-1 NOK HDG SCHRODER ISF EURO BOND C DIS AV JPM EMERG MKTS LCL CCY DBT A (ACC) USD MUZINICH GLOBAL TACT CRDT HUSD INC FNDR PIMCO GIS LOW AVRG DUR INSTL USD ACC FRANKLIN US GOVERNMENT A(MDIS)USD SCHRODER ISF EURO CRDT CONVCT C ACC EUR NEUBERGER BERMAN CORP HYB BD EUR I5 ACC VONTOBEL EMERGING MKTS DBT I USD EDR SICAV FINANCIAL BONDS I EUR JANUS HENDERSON HRZN EURO HY BD I2 EUR FRANKLIN EURO SHORT DUR BD I(ACC)EUR TEMPLETON GLOBAL BOND A(MDIS)USD JANUS HENDERSON HRZN GLB HY BD I2 USD ROBECOSAM GLOBAL SDG CREDITS IH $ BGF EURO BOND A2 NEW CAPITAL WLTHY NTN BD USD INST INC NEUBERGER BERMAN ULTR S/T ER BD I EURINC MS INVF GLOBAL ASSET BACKED SECS Z USD PICTET-EMERGING LOCAL CCY DBT I USD TEMPLETON GLOBAL TTL RET A(ACC)USD MS INVF EMERGING MKTS CORP DEBT Z PICTET-EUR SHORT TERM HIGH YIELD I EUR NORDEA 1 - EUROPEAN FINCL DBT BI EUR ABRDN EUCPBDS&RINV D ACC EUR MFS MERIDIAN GLOBAL OPPC BD I1 USD ROBECO ALL STRATEGY EURO BONDS D € FRANKLIN EUROPEAN TTL RET A(ACC)EUR EPSILON FUND EMERG BD TTL RET I EUR ACC
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BGF ESG MULTI-ASSET E2 EUR LUMYNA-MW TOPS (MN) UCITS USD B (ACC) MAN AHL TARGETRISK D H EUR LUMYNA PSAM GLOBAL EVENT EUR A ACC JPM GLOBAL MACRO A (ACC) USD MW SYSTEMATIC ALPHA UCITS A EUR JPM GLOBAL BALANCED A (ACC) EUR BGF GLOBAL MULTI-ASSET INC A2 ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI15 AT EUR GS ABSOLUTE RET TRKR I ACC EUR HDG M&G (LUX) INCOME ALLOCATION C EUR ACC ALLIANZ STRATEGY 15 CT EUR ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI50 W EUR AMUNDI FDS MLT ASST SUST FUT I EUR C CAPITAL GROUP GLOB ALLOC (LUX) Z EURIZON ABSOLUTE PRUDENT R ACC NINETY ONE GSF GLB MAC ALLC IX ACC USD FVS MULTI ASSET - BALANCED I NORDEA 1 - ALPHA 10 MA FD BP EUR
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500 1.000
500 1.000
Fundos com mais de 1.000 milhões de euros nas mãos de clientes ibéricos.
OS FAVORITOS DOS ANALISTAS EUROPEUS EM 2022
Entre parêntesis o número total de votos. FUNDO Jupiter Dynamic Bond (26) Nordea Global Climate and Environment (19) Seilern World Growth (13) Morgan Stanley Global Brands (11) Eleva European Selection (10) PIMCO GIS Income (10) Capital Group New Prespective (9) MFS Meridian Prudent Wealth (9) Muzinich Enhancedyield Short-Term Fund (9) Ruffer Total Return International (9) Allianz Europe Equity Growth (8) Fundsmith Equity Fund (8)
CATEGORIA Obrigações Ações Ações Ações Ações Obrigações Ações Multiativos Obrigações Multiativos Ações Ações
FUNDO Pictet TR - Atlas (8) DPAM Equities New Gems Sustainable (7) Eleva Absolute Return Europe (7) Lonvia Avenir Mid Cap Europe (7) MFS European Value (7) Robeco Global Consumer Trends (7) BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund (6) BMO Real Estate Equity Market Neutral (6) Eurizon Bond Aggregate RMB (6) Flossbach von Storch - Bond Opportunities (6) Man AHL Target Risk (6) PIMCO Dynamic Multi Asset (6)
CATEGORIA Alternativos Ações Alternativo Ações Ações Ações Multiativos Alternativos Obrigações Obrigações Multiativos Multiativos
FUNDO CATEGORIA Robeco Global Premium (6) Ações Wellington Enduring Assets (6) Ações BGF Continental European Flexible Fund (5) Ações Brown Advisory US Equity Growth (5) Ações Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II (5) Multiativos GQG Partners Emerging Markets Equity (GEM) (5) Ações Janus Henderson Horizon Pan European Absolute Return Fund (5) Alternativos JPM Global Macro Opportunities Fund (5) Alternativos Morgan Stanley Asia Opportunity (5) Ações Schroder ISF EURO Corporate Bond (5) Obrigações
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 21
PANORAMA FÓRUM APFIPP
por Sérgio Brito
TOTAL DE FUNDOS MOBILIÁRIOS ENTREVISTAS
PATRIMÓNIO
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN
20000
LEGISLAÇÃO
400 300
OS INVESTIDORES E A CRISE
200
17500
100
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
-100 15000
-300
MARÇO 2021
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
MARÇO 2022
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS 80 70 60 50 40 30 20 10 0 -10 -20 -30 -40 -50 -60
1875 1750 1625
-200
.
AB International Health Care Portfolio
2000
0
COM ESTILO
Olhar para o futuro investindo em saúde
PATRIMÓNIO
500
PLANIFICAÇÃO
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS 600
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
FUNDOS DE CURTO PRAZO HARMONIZADOS
1500
MARÇO 2021
MARÇO 2022
ENGLOBAMENTO OBRIGATÓRIO DE MAIS VALIAS Com a medida agora enunciada, o governo transmite aos investidores a perceção de que é penalizador investir nos mercados de capitais e ignora o facto de que os investidores com um horizonte de investimento mais curto são muito importantes na dinamização do mercado.
22 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
FUNDOS DE OBRIGAÇÕES PATRIMÓNIO
FUNDOS MISTOS
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
3000
PATRIMÓNIO 30 20 10 0 -10 -20 -30 -40 -50 -60 -70 -80
2500
2000
MARÇO 2021
A
MARÇO 2022
(nova) proposta de Orçamento do Estado para 2022, entregue no Parlamento, pelo governo, no passado dia 13 de abril, contempla o englobamento obrigatório dos rendimentos de mais-valias mobiliárias especulativas, que correspondem, de acordo com a mesma, às que resultam de valores mobiliários detidos por menos de um ano. Não é um englobamento generalizado, já que apenas afeta os contribuintes que se encontram no escalão mais elevado de IRS, o qual, coincidência ou não, regista um ajuste significativo no seu limite mínimo, passando dos atuais 80.882 € de rendimento anual, para 75.009 € anuais (menos 7,3% do que em 2021). Também não é uma medida imediata, já que a proposta do Governo prevê que a sua aplicação se inicie apenas em 2023. O governo apresenta a medida como uma iniciativa para aumentar a justiça fiscal, consignando o respetivo imposto arrecadado ao Fundo de Es-
FUNDOS DE AÇÕES CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
8000
250
PATRIMÓNIO
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
4000
150
200
7500
150
7000
120
3500
90
100
6500
50
3000
60
0
6000
-50
5500
30
2500
0
-100
5000
-150
MARÇO 2021
MARÇO 2022
tabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), portanto para salvaguardar as futuras pensões de reforma dos portugueses. Atendendo ao objetivo enunciado, ao aumento do universo de eventuais contribuintes afetados (em resultado da diminuição do limite inferior do escalão mais elevado de IRS) e ao destino a dar ao imposto a arrecadar, esperar-se-ia que este montante tivesse alguma expressão. No entanto, de acordo com as projeções do governo, o valor que decorre desta medida equivale a 10 milhões de euros.
RELEVÂNCIA
Ora, tendo em conta que o total de ativos do FEFSS, no final de 2020, ascendia a quase 22 mil milhões de euros e que o montante de pensões de velhice pagas pela Segurança Social, em 2021, ascendeu a mais de 13,9 mil milhões de euros, percebe-se que se trata de uma quantia quase sem significado e que corre o risco de ser ainda menor, se os contribuintes relevarem a medida em causa e deti-
2000
-30
MARÇO 2021
MARÇO 2022
verem os ativos mobiliários por um período superior a um ano. Não se compreende, pois, a inclusão da medida, não só pelo montante de imposto a arrecadar, como pelo sinal que este governo transmite relativamente à importância que confere aos investidores e ao mercado de capitais, enquanto dinamizadores da economia e fonte de financiamento das nossas empresas. Importando também realçar o aspeto negativo decorrente de uma constante instabilidade no nosso regime fiscal, que mina a confiança que investidores estrangeiros possam ter em vir para o nosso país. E não se compreende porque é o mesmo governo que determinou a criação, em 2015, de uma Estrutura de Missão, com o propósito de identificar os constrangimentos à capitalização e financiamento das empresas portuguesas e de propor medidas que obviassem esses constrangimentos. E porque essa Estrutura de Missão identificou a Dinamização do Mercado de Capitais como um dos eixos de atuação para permitir o alargaMAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 23
PANORAMA FÓRUM APFIPP
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE
mento das fontes de financiamento das empresas, promovendo o acesso direto aos investidores. Com a medida agora enunciada, o governo transmite aos investidores a perceção de que é penalizador investir nos mercados de capitais, já que se o fizerem e obtiverem mais-valias em ativos mobiliários detidos por menos de um ano, o Estado fica com metade desse ganho.
O governo parece estar a desconsiderar o facto de que nos mercados de capitais coexistem investidores com diferentes objetivos, perspetivas e abordagens, e que os investidores com um horizonte de investimento mais curto são muito importantes na dinamização do mercado, no aumento do volume de transações e para a liquidez dos títulos transacionados, contribuindo, portanto, para
um funcionamento mais eficiente destes sistemas. Parece também não ter presente que um mercado sem liquidez é um mercado que não atrai investidores e que sem investidores as empresas não conseguem o financiamento que necessitam para se modernizarem e crescerem, a menos que recorram ao limitado e muitas vezes mais oneroso financiamento bancário.
COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
.
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
AS GESTORAS EM MARÇO DE 2022 Dados em milhões de euros
FUNDOS DE PENSÕES Ageas - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões CGD Pensões BPI Vida e Pensões GNB - SGFP S.G.F.P. Banco de Portugal Futuro Santander Pensões BBVA Fundos Crédito Agrícola Vida Real Vida Seguros SGF Previsão Victoria - Seguros de Vida Total
DEZEMBRO 2021
QUOTA (%)
DEZEMBRO 2020
QUOTA (%)
VAR. (%) 2021
6.657,80
27,93
6.427,66
28,21
3,58
4.526,64 3.389,69 2.633,65 2.231,57 1.943,15 1.165,07 597,25 248,83 237,46 110,06 79,03 16,78 23.836,97
18,99 14,22 11,05 9,36 8,15 4,89 2,51 1,04 1,00 0,46 0,33 0,07
4.434,82 3.160,17 2.463,10 2.108,48 1.829,83 1.143,83 569,96 220,81 240,24 87,76 79,86 16,30 22.782,83
19,47 13,87 10,81 9,25 8,03 5,02 2,50 0,97 1,05 0,39 0,35 0,07
2,07 7,26 6,92 5,84 6,19 1,86 4,79 12,69 -1,16 25,40 -1,04 2,91 4,63
Nota: Dados Provisórios (Fonte: ASF); Amostra = 98,9% do total gerido por Fundos de Pensões (Em Dezembro 2021)
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO Caixa Gestão de Ativos IM Gestão de Ativos BPI Gestão de Ativos Santander Asset Management GNB Fundos Mobiliários Bankinter Gestion de Activos Invest Gestão de Activos Montepio Gestão de Activos Optimize Investment Partners Heed Capital Casa de Investimentos Crédito Agrícola Gest LYNX Asset Managers GFM Gestão de Ativos BIZ Capital Sixty Degrees Total
MARÇO 2022
QUOTA (%)
6.586,51 3.976,52 3.237,70 3.064,32 842,96 345,81 188,68 170,71 136,49 34,34 33,80 19,39 18,05 17,94 16,35 10,45 18.700,04
35,22 21,26 17,31 16,39 4,51 1,85 1,01 0,91 0,73 0,18 0,18 0,10 0,10 0,10 0,09 0,06
DEZEMBRO 2021 6.951,38 4.306,14 3.404,78 3.287,60 896,84 358,35 184,06 175,80 142,88 33,37 29,20 19,87 19,65 19,55 19,25 20,59 19.869,29
QUOTA (%)
VAR. (%) 2021
34,99 21,67 17,14 16,55 4,51 1,80 0,93 0,88 0,72 0,17 0,15 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10
-5,25 -7,65 -4,91 -6,79 -6,01 -3,50 2,51 -2,89 -4,47 2,93 15,76 -2,41 -8,14 -8,24 -15,03 -49,26 -5,88
ORGANISMOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO
MARÇO 2022
QUOTA (%)
Square Asset Management Interfundos GNB Real Estate Caixa Gestão de Ativos BPI Gestão de Ativos Silvip Montepio Valor LYNX Asset Managers GEF Imofundos Santander Asset Management SFS Norfin Libertas Fidelidade Insula Capital Fundiestamo Institutional Investment Fund Box Violas Ferreira TF Turismo Fundos TIKEHAU Investment Management Profile ECS Imopolis Refundos Imorendimento Vila Gale Gest Carregosa Gesfimo Atlantic GFM Gestão de Ativos Lifento, SAS Crédito Agrícola Gest Invest Gestão de Activos Floresta Atlântica Silar Total
1.234,19 1.145,77 986,62 883,31 626,37 532,56 417,02 414,80 394,75 374,26 345,98 332,76 332,49 318,45 288,27 284,33 277,12 258,79 205,27 179,89 161,47 142,33 109,93 107,06 98,50 85,37 75,77 63,17 62,78 54,90 51,65 38,51 27,52 24,29 22,70 17,67 15,25 10.991,90
11,23 10,42 8,98 8,04 5,70 4,85 3,79 3,77 3,59 3,40 3,15 3,03 3,02 2,90 2,62 2,59 2,52 2,35 1,87 1,64 1,47 1,29 1,00 0,97 0,90 0,78 0,69 0,57 0,57 0,50 0,47 0,35 0,25 0,22 0,21 0,16 0,14
GESTÃO DE PATRIMÓNIOS
MARÇO 2022
QUOTA (%)
9.003,94 5.722,52 4.335,58 4.240,36 1.578,63 1.398,61
33,19 21,09 15,98 15,63 5,82 5,16
9.476,19 5.900,22 4.696,84 4.315,52 1.640,21 1.381,89
724,34
2,67
769,73
2,71
-5,90
81,88 24,51 17,32 27.127,70
0,30 0,09 0,06
148,71 25,26 18,67 28.373,24
0,52 0,09 0,07
-44,94 -2,93 -7,21 -4,39
Caixa Gestão de Ativos Santander Asset Management GNB BPI Gestão de Ativos Montepio Gestão de Activos Crédito Agrícola Gest Bankinter Gestion de Activos, SGIIC Optimize Investment Partners Heed Capital SGOIC, SA LYNX Asset Managers Total
DEZEMBRO 2021 1.224,14 1.180,52 1.082,85 891,75 631,60 510,34 400,18 379,46 400,29 367,39 344,56 331,66 365,78 334,56 286,08 280,16 275,17 248,13 220,48 178,21 161,19 139,91 115,13 102,37 100,49 84,47 74,80 62,45 63,24 58,72 50,49 38,50 30,71 24,60 22,20 23,80 15,05 11.101,42
DEZEMBRO 2021
QUOTA (%)
VAR. (%) 2021
11,03 10,63 9,75 8,03 5,69 4,60 3,60 3,42 3,61 3,31 3,10 2,99 3,29 3,01 2,58 2,52 2,48 2,24 1,99 1,61 1,45 1,26 1,04 0,92 0,91 0,76 0,67 0,56 0,57 0,53 0,45 0,35 0,28 0,22 0,20 0,21 0,14
0,82 -2,94 -8,89 -0,95 -0,83 4,35 4,21 9,31 -1,38 1,87 0,41 0,33 -9,10 -4,82 0,76 1,49 0,71 4,30 -6,89 0,94 0,17 1,73 -4,52 4,59 -1,98 1,07 1,31 1,16 -0,72 -6,51 2,31 0,04 -10,39 -1,26 2,25 -25,74 1,37 -0,99
QUOTA (%)
VAR. (%) 2021
33,40 20,80 16,55 15,21 5,78 4,87
-4,98 -3,01 -7,69 -1,74 -3,75 1,21
Nota: Amostra = 74,8% do total de activos da Gestão de Patrimónios (Em Março de 2022)
24 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
P
AR
P
R
TNE
R
AR
TNE
A OPINIÃO DE FERNANDO FERNANDEZ-BRAVO Responsável de distribuição ativa para a Península Ibérica, Invesco
À data em que este texto foi escrito, o Orçamento de Estado foi aprovado na generalidade e seguiu para discussão na especialidade. Permanece, pois, em aberto, a possibilidade do governo e dos grupos parlamentares perceberem o que está em causa com a proposta apresentada e que a mesma não venha a ser aprovada. Seria, igualmente, desejável que o governo se debruçasse sobre as propostas apresentadas pela estrutura de
ENTRADAS E SAÍDAS DOS FUNDOS MOBILIÁRIOS Dados em milhões de euros 1500
1.500 1.250
missão e que tomasse a iniciativa de introduzir as medidas por esta sugeridas. Há muito a ganhar com um mercado de capitais dinâmico em Portugal. Ganham as empresas nacionais que têm mais alternativas para se financiarem, ganham os aforradores que têm mais opções para aplicar as suas poupanças, ganha Portugal e os portugueses com uma economia mais forte, com um maior crescimento e capaz de gerar mais emprego e riqueza.
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO
MARÇO 2022
DESDE INÍCIO DO ANO
ÚLTIMOS 12 MESES
Casa de Investimentos
3,291
6,271
23,537
Invest Gestão de Activos
2,450
11,654
58,472 -15,162
Optimize Investment Partners
0,027
3,434
GFM Gestão de Ativos
0,000
0,000
13,156 0,000
Crédito Agrícola Gest
0,000
0,000
LYNX Asset Managers
-0,094
-0,168
2,429
Heed Capital SGOIC, SA
-0,399
0,776
2,079
BIZ Capital
-1,521
-2,025
1,343
Bankinter Gestion de Activos
-4,131
4,821
134,388
Montepio Gestão de Activos
-5,383
0,365
10,248
GNB Fundos Mobiliários
-6,947
-17,364
166,629
BPI Gestão de Ativos
-42,541
-30,499
Santander Asset Management
-53,999
-43,612
378,122
Caixa Gestão de Ativos
-67,222
-55,118
1.245,894
IM Gestão de Ativos
-81,943
-180,572
591,068
n.a.
n.a.
Sixty Degrees Total
-258,413
-302,037
397,751
n.a. 3.009,955
1000 1.000
750 500 500
250 0
0
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO *
MARÇO 2022
DESDE INÍCIO DO ANO
ÚLTIMOS 12 MESES
Fundos de A3ções Globais
9,960
58,414
646,892
F. Mercado Monetário Euro
7,471
-3,200
-83,440
Fundos de Acções Nacionais
0,878
1,658
91,731
F. Mercado Monetário Internacional
0,792
1,436
3,826
F. Acções da América do Norte
0,186
1,923
23,842 35,806
F. Multi-Activos Agressivos
0,151
-4,867
FIA Flexíveis
0,000
-0,075
15,744
Outros Fundos
0,000
0,000
35,833
Fundos PPA
0,000
0,000
-0,654
FIA Multi-Activos
-0,014
0,003
2,976
FIA de Retorno Absoluto
-0,029
-0,029
-0,029
FIA de Obrigações
-0,288
-0,705
-2,574
Fundos de Acções Ibéricas
-0,292
-1,034
-5,388
-1000
Fundos de Acções Sectoriais
-0,556
-0,523
Outros F. Acções Internacionais
-2,436
-12,260
10,202
-1.250
F. Multi-Activos Equilibrados
-3,710
-5,050
238,857
Outros FIA
-5,386
-6,048
-8,948
Fundos de Acções Europeias
-5,474
-4,050
-10,834
-5,579
-13,294
32,112
-10,982
-26,199
123,049 -146,627
-250 -500 -500 -750 -1000
-1.500 -1500
Fundos de Obrigações Internacional F. Multi-Activos Defensivos
JANEIROFEVEREIRO DE 2022
5,755
Fundos de Obrigações Euro
-26,284
-91,487
F. Obrigações Taxa Indexada Euro
-26,383
-60,688
-55,488
-37,227
-2,293
889,707
F. Multi-Activos Moderados
-45,933
-15,405
862,140
Fundos Flexíveis
-48,459
29,557
319,936
Fundos de Curto Prazo Euro
-58,820
-147,821
-14,472
-258,413
-302,037
3.009,955
Fundos PPR
Total
* - Não inclui os Fundos geridos por 1 entidades (amostra = 99,94%)
OTIMISTAS APESAR DE TUDO Muitos clientes perguntam-me porque continuamos otimistas em relação à Europa apesar das quedas que tem sofrido. A guerra, o baixo crescimento e a inflação deviam ser motivos mais do que suficientes para sair a correr da região, não? Em alguns casos, o que aconteceu reforçou o nosso cenário. Por exemplo, antes da guerra já considerávamos que era pouco provável que a inflação tivesse um carácter tão transitório como o mercado previa. E esta inflação, que prejudicará os investidores, terá um claro impacto negativo no consumo. Não obstante, pensamos que existe um excesso de aforros desde a pandemia – acreditamos que poderá representar 6% do PIB, cerca de 700.000 milhões de euros - o que poderá compensar esse efeito após o impacto inicial. A isto soma-se o impacto económico devido à dependência energética da região. Por último, não devemos desdenhar a política fiscal empregue para reduzir o impacto negativo da guerra e do encarecimento da fatura energética nem o possível efeito contágio da inflação nos salários. Ainda que vejamos um aumento significativamente inferior ao previsto, a inflação estará, em todo o caso, em números não vistos desde há muitos anos na Europa. Para as carteiras, isto significa ter uma boa combinação de setores defensivos e cíclicos para aproveitar o cenário económico que nos apresenta. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 25
20 22
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
Asia Fixed Income
DADOS A 30/04/2022 FUNDO
NB Rendimento Plus FIMAO
Eurizon Bond Aggregate RMB Z EUR Acc
7,33
17,49
6,09
Nordea 1 - Low Dur Eurp Cov Bd BC-EUR DWS Invest Euro High Yield Corp LD Franklin Euro Short Dur Bd I(acc)EUR
BGF China Bond D3 USD
6,07
5,44
6,42
5,67
Schroder ISF Asian LclCcy Bd C Acc USD
3,63
4,48
6,50
6,24
EdRF Bond Allocation B EUR Inc
Emerging Markets Fixed Income
RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
0,93
VOLAT. 3 ANOS
0,33
-6,37
0,32
-1,58
6,95 1,17
1,16
0,19
-5,86
10,09
-0,02
0,16
-1,24
1,97
0,34
0,14
-5,52
5,48
Jupiter Glbl Em Mkt Crp Bd I USD Acc
3,72
3,99
4,44
10,13
Nordea 1 - European High Yld Bd BI EUR
1,51
0,13
-6,08
9,72
abrdn Frntr Mkts Bd X Acc USD
3,65
3,78
2,61
12,33
Robeco Financial Institutions Bds I €
1,47
0,12
-7,63
8,03
Nordea 1 - Emerging Mkt Corp Bd BP EUR
3,29
3,68
2,75
12,73
Franklin European Ttl Ret A(acc)EUR
0,01
0,11
-8,07
5,46
Muzinich EmergingMktsShrtDur HUSD Acc S
2,90
3,55
7,87
8,80
BlueBay Inv Grd Euro Aggt Bd I EUR
1,31
0,03
-9,48
5,48
Neuberger Berman Shrt DurEM DbtUSD I Acc
2,05
2,41
6,13
8,41
Schroder ISF EURO Crdt Abs Rt C Acc EUR
0,62
-0,01
-6,58
5,91
Pictet-Short Term Em Corp Bds I dy USD
1,95
2,29
6,51
8,31
Invesco Euro Corporate Bond Z EUR Acc
0,85
-0,02
-6,63
5,97
MS INVF Emerging Mkts Corp Debt Z
1,90
2,11
3,68
Allianz Credit Opportunities IT13 EUR
0,48
-0,07
-1,72
1,91
abrdn EM Corp Bd A Acc USD
1,90
1,80
1,31
11,99
Pictet-EUR Short Term High Yield I EUR
0,34
-0,09
-2,16
8,23
M&G (Lux) Em Mkts Bd C USD Acc
1,43
0,99
-0,83
10,57
Fidelity Euro Short Term Bond Y-Acc-EUR
0,07
-0,11
-2,76
1,83
MFS Meridian Emerging Mkts Dbt A2 USD
0,68
0,95
-0,94
9,95
T. Rowe Price Rspnb Euro Corp Bd Z EUR
0,95
-0,18
-7,46
6,00
New Capital Wlthy Ntn Bd USD Inst Inc
1,33
0,82
-3,43
9,30
Schroder ISF EURO Crdt Convct C Acc EUR
1,09
-0,25
-9,97
7,70
PIMCO GIS Em Mkts Bd ESG Ins USD Acc
1,14
0,66
-3,49
10,49
Eurizon Bond Aggregate EUR Z EUR Acc
0,63
-0,29
-8,62
5,28
-0,25
0,64
0,01
10,16
BNY Mellon Rspnb Hrzn Euro Corp Bd X€Acc
0,77
-0,40
-7,56
5,96
1,15
0,63
-0,70
13,91
Evli Short Corporate Bond A
0,05
-0,42
-3,94
5,12
0,52
0,59
-2,63
10,28
BlueBay Investment Grade Bd R EUR
0,57
-0,46
-8,99
6,55 2,20
Pictet-Emerging Local Ccy Dbt I USD Amundi Fds Em Mkts Bd E2 EUR C Capital Group EM Debt (LUX) Z JPM Emerg Mkts Lcl Ccy Dbt A (acc) USD
-0,34
0,39
0,81
9,54
Invesco Euro Short Term Bond Z EUR Acc
-0,20
-0,49
-3,03
Capital Group EM Local Debt (LUX) Z
-0,15
0,24
-1,48
10,46
DWS Invest ESG Euro Bonds (Short) FC
-0,36
-0,50
-2,74
1,68
T. Rowe Price Em Lcl Mkts Bd I USD
-0,19
0,18
-1,56
9,87
AXAWF Euro Credit Short Dur I Cap EUR
-0,24
-0,51
-2,44
2,48
Neuberger Berman EM DbtHrdCcy USD I C
0,89
-0,14
-3,90
11,33
Allianz Euro Credit SRI W EUR
0,67
-0,51
-10,33
8,13
Ninety One GSF EM LclCcyTlRtDt I Acc$
0,14
-0,15
-4,91
8,12
MS INVF Short Maturity Euro Bond I
-0,41
-0,57
-2,00
-0,13
-0,18
0,97
9,46
Schroder ISF EURO Corp Bd C Acc EUR
0,69
-0,67
-9,98
-0,08
-0,19
-8,50
7,89
BlueBay Inv Grd Euro Govt Bd I EUR Acc
1,06
-0,68
-9,55
5,25
-0,32
-10,60
11,28
Bankinter Rendimento PPR/OICVM A FIMA
-0,72
-2,31
3,97
Nomura Fds Emerging Market LC Debt I USD BlueBay EMkt Inv Grd Corp Bd I EUR (AID) BlueBay Emerging Mkt Aggt Bd M EUR
6,98
0,49
-0,48
-2,73
14,52
IMGA Euro Taxa Variável A FIMA
-0,47
-0,72
-2,61
2,62
GS Em Mkts Dbt Base Inc USD
-0,30
-0,61
-2,49
12,35
JPM Euro Govt Short Dur Bd A (acc) EUR
-0,60
-0,81
-1,89
0,80
Vontobel Emerging Mkts Dbt I USD GS EM Corp Bd I Acc EUR Hdg
-0,05
-0,83
-11,36
11,02
Candriam Bds Euro Short Term C EUR Cap
-0,60
-0,92
-2,15
1,50
GAM Multibond Local Emerging Bond USD C
-0,69
-0,91
0,16
9,92
Allianz Advcd Fxd Inc S/D W EUR
-0,45
-0,94
-3,52
2,08
abrdn SLI EmMkLclC D D Acc USD
-0,80
-1,02
-2,77
10,08
Robeco All Strategy Euro Bonds D €
-0,20
-1,00
-9,40
4,64
-1,26
-1,62
-11,07
6,85
Pictet-EUR Short Term Corp Bds I
-0,49
-1,02
-3,99
2,88 6,00
Allianz Em Mkts Shrt Dur Bd AM H2 EUR JPM Emerg Mkts Inv Grd Bd A (acc) EURH
-0,90
-1,70
-12,75
7,99
Invesco Euro Bond Z EUR Acc
0,27
-1,05
-9,66
BGF Emerging Markets Lcl Ccy Bd A2
-2,53
-1,70
-3,91
10,83
Nordea 1 - European Covered Bond BP EUR
0,21
-1,06
-7,37
2,99
Epsilon Fund Emerg Bd Ttl Ret I EUR Acc
-1,79
-2,55
-10,06
4,75
RobecoSAM Euro SDG Credits I EUR
0,05
-1,18
-8,06
5,90
-4,98
6,67
13,04
NB Corporate Euro A
-0,25
-1,18
-7,86
6,40
DWS Invest Euro Corporate Bds FC
0,20
-1,22
-9,04
6,65
MS INVF Euro Corporate Bond A
-0,07
-1,28
-8,77
6,54
IMGA Rendimento Semestral A FIMA
-0,67
-1,28
-4,72
3,73
Robeco Euro Credit Bonds D €
-0,11
-1,30
-8,25
5,91
Franklin European Corp Bd I(acc)EUR
-0,15
-1,32
-8,64
5,59
Vontobel Euro Corporate Bond A EUR
-0,19
-1,35
-9,64
7,47
Janus Henderson Hrzn Euro Corp Bd A2 EUR
0,02
-1,36
-9,15
5,92
GlobalAccess EM Lcl Ccy Dbt A Dis EUR H Europe Fixed Income BNP Paribas Enhanced Bond 6M I C BNP Paribas Euro Government Bd Privl C MS INVF Euro Corporate Bd - Dur Hgd Z NB Subordinated Debt I EUR Inc BlueBay Financial Cptl Bd I USD
-7,37 7,83
Carmignac Pf Credit FW EUR Acc
8,45
5,65
13,21
6,78
-6,27
11,35
Vanguard €z Infl-Lnkd Bd Idx € Acc
3,75
5,19
6,38
6,01
Lazard Credit Fi SRI PVC EUR
2,83
3,14
-3,96
9,42
NB Euro Bond
4,76
3,10
-4,36
9,35
NB Obrigações Europa FIMAO
4,74
3,05
-4,94
9,58
BNP Paribas Euro High Yld Bd I C
2,19
2,11
-5,99
9,26
Amundi Fds Glb Subrdntd Bd I2 EUR C
2,75
2,03
-5,95
10,81
BlueBay High Yield ESG Bond R EUR
2,19
1,71
-5,59
8,72
BGF European High Yield Bond A2 EUR
2,09
1,65
-5,92
9,38
Carmignac Pf Flexible Bond A EUR Acc
0,71
1,62
-7,40
6,01
Scor Sustainable Euro High Yield C EUR
1,92
1,49
-5,29
9,08
BGF Euro Short Duration Bond A2 EUR
-1,00
-1,37
-3,98
2,11
abrdn Euro Corporate Bd D Acc EUR
-0,10
-1,46
-8,62
6,31
Schroder ISF EURO Bond C Dis AV
-0,16
-1,48
-10,79
5,48
Vanguard € Govt Bd Idx € Acc
-0,11
-1,55
-9,08
5,01
abrdn EuCpBdS&RInv D Acc EUR
-0,17
-1,61
-8,77
6,61
MS INVF Euro Bond I
-0,27
-1,63
-8,96
4,43
BGF Euro Corporate Bond A1 EUR
-0,22
-1,75
-9,07
5,83
Caixa Obrigações LP FIMAO
-0,46
-1,76
-8,53
4,44
BGF Euro Bond A2
-0,54
-2,01
-9,87
5,21
IMGA Rendimento Mais FIMA
-1,19
-2,40
-7,61
4,83
-0,20
1,45
-0,75
6,50
NN (L) Green Bond I Cap EUR
-0,42
-2,48
-11,50
6,57
2,74
1,39
-5,96
10,97
NN (L) Euro Fixed Income P Cap EUR
-1,33
-2,91
-12,20
5,68
1,15
-2,23
7,76
Fixed Income Miscellaneous
Candriam Bds Euro High Yld R EUR Cap
1,96
1,06
-6,44
6,88
Millesima 2026 CR
ODDO BHF Euro High Yield Bond CI-EUR
1,53
0,99
-4,57
8,31
BlueBay Divers Alt Crdt I Pf USD Acc
14,46
25,20
Pictet-CHF Bonds P Nordea 1 - European Fincl Dbt BI EUR LSF-Arcano Lw Vol Eurp Inc-ESG Sel CE-A
-2,94
EdR SICAV Financial Bonds I EUR
1,81
0,91
-6,34
9,22
Franklin Gulf Wealth Bond I(acc) USD
6,56
8,59
11,00
9,93
Fidelity European Hi Yld A-Dis-EUR
1,25
0,83
-6,69
10,51
GAM Star MBS Total Return Instl USD Acc
3,36
4,33
15,87
12,47
Janus Henderson Hrzn Euro HY Bd I2 EUR
2,07
0,83
-6,84
10,06
MS INVF Global Asset Backed Secs Z USD
3,48
3,91
11,90
Neuberger Berman Corp Hyb Bd EUR I5 Acc
1,46
0,81
-7,10
7,89
Alcentra European Loan II-A EUR Acc
2,71
2,94
2,53
0,49
-2,60
3,06
Arcano European Income ESG Sel BD
1,71
1,96
-0,18
7,29
Neuberger Berman Ultr S/T Er Bd EUR IInc
9,81
Carmignac Pf Sécurité FW EUR Acc
-0,13
0,39
-4,60
3,40
Arcano Eurp Sr Secu Ln ESG Sel B1 - Acc
2,00
1,54
1,20
8,01
AXAIMFIIS Europe Short Dur HY A Cap EUR
0,59
0,33
-1,86
7,53
Aegon European ABS B EUR Acc
0,85
0,42
-0,43
2,94
26 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
Lider Europeu em Gestão de Activos*
Hidrógenio Um grande passo para os seus investimentos e para a transição energética.
CPR Invest - Hydrogen, uma oportunidade para criar valor investindo em todo o ecossistema do hidrogénio: um mercado inovador com grande potencial; Estima-se que irá cobrir cerca de 17% de todas as necessidades energéticas até 2050**; Poderá ajudar a reduzir as emissões globais de gases com efeito de estufa.
amundi.pt
*Fonte: IPE “Top 500 Asset Managers” publicado em Junho 2021 com dados de Dezembro de 2020. **ETC (Energy Transition Commission), “Making the Hydrogen Economy Possible”, Abril 2021. Esta é uma comunicação de marketing, sem valor contratual. Consulte o Prospecto e a KIID antes de tomar uma decisão final de investimento. A CPR Invest - Hidrogénio (doravante também “Fundo”) é um Subfundo da CPR Invest SICAV, gerido pela CPR Asset Management, uma empresa do grupo Amundi. A CPR Asset Management é autorizada em França e regulamentada pela Autorité des Marchés Financiers (AMF). O Subfundo é autorizado no Luxemburgo e supervisionado pela Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). Os potenciais investidores devem examinar se os riscos associados ao investimento no Fundo são adequados à sua situação, e devem também assegurar-se de que compreenderam plenamente este documento. Em caso de dúvida, recomenda-se que consulte um consultor financeiro. O valor do investimento pode diminuir ou aumentar. O Fundo não oferece qualquer garantia de retorno. O investimento envolve riscos. O desempenho passado não é uma garantia nem indicativo de resultados futuros e não existe qualquer garantia de que se obtenham retornos iguais no futuro. O presente documento não representa uma oferta de compra ou uma solicitação de venda. Não é dirigido a qualquer “Pessoa dos EUA”, tal como definido na Securities Act de 1933 e no prospecto. A KIID, que o proponente do investimento deve entregar antes de assinar, e o Prospecto estão disponíveis gratuitamente nos escritórios dos agentes de colocação, bem como no website https://www.amundi.com/globaldistributor/. Um resumo da informação sobre os direitos dos investidores e os mecanismos de recurso colectivo pode ser encontrado em inglês no seguinte link: https://about.amundi.com. A sociedade de gestão pode decidir retirar a notificação das disposições tomadas para a comercialização de unidades de participação, incluindo, quando apropriado, em relação a categorias de acções, num Estado-Membro ao qual tinha previamente notificado. - Abril de 2022. |
20 22
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
Global Fixed Income
DADOS A 30/04/2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
US Fixed Income
BSF Global Absolute Return Bond A2 EUR
Nomura Fds US High Yield Bond I USD
4,58
5,91
9,62
10,29
MS INVF Global Fixed Income Opps Z
19,62
12,09
9,96
8,06
AXAWF US High Yield Bonds I Cap USD
4,16
4,82
9,20
7,60
T. Rowe Price Dyn Glb Bd I USD
3,33
6,87
16,04
7,26
Neuberger Berman Strat Inc I JPY Acc
3,36
4,51
7,58
7,75
Nomura Fds Global Dynamic Bond I USD
5,46
6,52
4,02
8,76
AXAIMFIIS US Short Dur HY A Cap USD
3,44
4,25
12,34
6,84 9,09
AXAWF Global Infl Sh Dur Bds I Cap USD
3,75
6,36
18,96
6,63
Fidelity US High Yield A-Dis-USD
3,76
3,98
9,62
Legg Mason BW Glb Inc Opt A USD Acc
3,50
5,80
3,62
7,02
JPM Income A (acc) USD
3,84
3,97
8,81
8,21
Fidelity Global Infl-Link Bd A-Acc-USD
3,09
5,20
13,32
4,61
Allspring (Lux) WW $ IG Crdt I USD Acc
3,01
3,55
2,43
7,86
M&G (Lux) Glb Fl Rt HY CI USD Acc
4,02
5,13
15,60
11,96
NN (L) US Credit P Cap USD
2,85
3,53
1,20
8,47
AB Short Duration High Yield S1 USD
4,06
5,12
10,09
8,26
Amundi Fds Pio Strat Inc A USD C
2,02
3,36
6,12
8,84
T. Rowe Price Glb HY Bd Z USD
4,36
5,10
8,70
9,59
Vanguard USTrs InfProtSecsIdxSel EURHAcc
1,55
3,31
0,33
3,45
BNY Mellon Global Credit USD W Acc
3,76
4,89
4,85
8,06
AXAIMFIIS US Corp Itmt Bds A USD Dis
2,59
3,30
5,61
7,22
Muzinich Global Tact Crdt HUSD Inc Fndr
3,66
4,80
8,79
7,28
JPM US Short Duration Bond A (acc) USD
1,72
3,05
9,88
6,78 6,91
BlueBay Global Hi Yld ESG Bd I USD
4,15
4,76
7,50
8,33
CS (Lux) Corporate Short Dur USD Bd A
1,84
2,77
9,35
Aegon Strategic Global Bd B Inc EUR Hdg
2,90
4,51
-6,38
8,10
UBAM Dynamic US Dollar Bond AC USD
1,82
2,71
13,66
7,24
BNY Mellon Glb ShrtDtd HY Bd USD W Acc
3,93
4,36
14,93
8,79
UBS (Lux) BS Sht TermUSDCorpSst$P-acc
1,64
2,67
9,36
6,89
Janus Henderson Hrzn Glb HY Bd I2 USD
4,26
4,27
3,74
10,06
Amundi Fds Pio US Bond A2 EUR C
1,85
2,57
4,78
7,57
AXAWF Global Infl Bds Redex I Acc EUR
4,07
10,95
3,93
PIMCO GIS Low Avrg Dur Instl USD Acc
1,45
2,45
9,07
6,63
RobecoSAM SDG Credit Income I USD
4,00
5,19
7,99
JPM US Aggregate Bond A (dist) USD
1,61
2,41
4,78
7,00
Jupiter Strategic AbsRt Bd I € H Acc
3,93
0,58
2,64
UBAM Medium Term US Corporate Bd AC USD
1,68
2,33
5,10
6,87
Muzinich Enhancedyield S-T HUSD Acc A
3,16
3,82
11,06
8,00
Vanguard U.S. Govt Bd Idx $ Acc
1,47
2,31
5,67
7,72
PIMCO GIS Glb Hi Yld Bd Instl USD Acc
3,57
3,73
7,15
8,08
BGF US Dollar Short Duration Bd A1 USD
1,39
2,28
8,78
7,00
Vontobel TwentyFour StratInc G GBP
2,94
3,55
-2,40
10,06
PIMCO GIS Ttl Ret Bd Inv USD Acc
1,60
2,25
2,79
6,72
GS Glbl Hi Yld Base Inc USD
2,88
3,45
6,77
10,55
AB American Income C USD
1,56
1,95
3,96
8,52
JPM Global Strat Bd A perf (acc) USD
2,17
3,32
10,23
6,20
GS US Mortgg Bckd Secs I Acc USD
1,37
1,88
4,29
6,47
Amundi Fds Glbl Aggt Bd I USD C
2,75
3,28
8,80
8,00
Legg Mason WA US Core+ Bd A USD Acc
1,07
1,31
0,09
6,93
3,24
2,70
7,98
Franklin US Government A(Mdis)USD
0,11
0,73
4,42
6,66
2,95
3,24
-4,13
5,93
Nomura Fds Select US High Yield Bd IEURH
0,72
-6,31
9,39
3,14
7,45
5,00
JPM Global High Yield Bond A (acc) EURH
0,97
0,21
-5,73
8,39
PIMCO GIS Glb Bd Instl USD Acc
2,70
3,06
6,01
6,61
Muzinich ShortDurationHY HEUR Acc A
0,28
0,17
-2,65
5,62
MFS Meridian Global Credit I1 USD
2,62
3,02
-1,61
7,64
MFS Meridian US Corporate Bond IH1 EUR
-0,13
-0,61
-11,62
8,25
RobecoSAM Global SDG Credits IH $ Candriam Bds Global Hi Yld R EUR Cap DNCA Invest Alpha Bonds I EUR
MFS Meridian Global Oppc Bd I1 USD
2,75
2,98
5,63
7,07
JPM Income Opp A perf (acc) EURH
-0,77
-0,78
-1,29
2,72
BGF Global High Yield Bond C1 USD
2,19
2,92
4,44
8,76
Amundi Fds Pio US Corp Bond G EUR H C
-0,40
-0,84
-12,09
9,56
Invesco Global Inv Grd CorpBd C USD AD
2,42
2,85
3,20
8,61
JPM Global Corp Bd A (acc) USD
2,37
2,82
3,51
7,89
AXAWF Global Infl Bds I Cap EUR
1,42
2,77
0,09
6,15
13,68
18,60
-7,28
19,15
8,19
7,93
-10,15
13,75
14,06
-14,80
15,24
11,59
-4,60
16,82
10,98
-12,57
16,85
9,61
-7,12
14,00 16,28
UBAM Global High Yield Solution AC USD
3,19
2,75
7,99
8,17
Muzinich LongShortCreditYld HEUR Acc E
1,86
2,73
-2,22
3,05
JPM Global Short Duration Bd A(acc)USD
1,60
2,54
11,79
6,80
PIMCO GIS Divers Inc Instl USD Acc
2,72
2,37
1,13
7,97
FvS Bond Opportunities EUR I
2,24
1,90
-6,15
6,76
1,68
-5,92
5,61 4,07
Candriam Sst Bd Glbl Hi Yld R € Acc Invesco Global Ttl Ret EUR Bd Z EUR Acc
1,51
1,64
-2,76
MS INVF Global Bond I
1,51
1,48
-0,21
PIMCO GIS GlInGd Crdt Instl USD Inc
1,92
1,45
1,47
Fidelity Global Bond A-Dis-USD
1,29
1,37
-1,66
5,45
BlueBay Glbl Inv Grd Corp Bd I EUR
1,13
1,17
-10,26
8,49
AXAWF Global Strategic Bds F Cap GBP H
0,99
1,12
-4,15
6,86
M&G (Lux) Glb Corp Bd CI H EUR Acc
1,03
0,91
-8,46
6,50
New Capital Glbl Val Crdt GBP Acc
0,66
0,85
-6,18
8,72
Vanguard Global Credit Bond Ins EURH Acc
8,54
0,85
-9,72
6,74
Jupiter Dynamic Bond I EUR Q Inc
0,71
0,82
-6,27
5,38
Capital Group Glob Bond (LUX) Z
0,62
0,64
-2,01
4,89
Candriam Long Short Credit Classique
0,21
0,50
-0,66
1,63
JPM Aggregate Bond C (dist) EURH
0,44
0,43
-5,81
3,71
Mercer Short Dur Glbl Bd 1 M-1 NOK Hdg
0,08
0,26
-1,32
0,71
0,10
-6,97
PIMCO GIS Income Instl EURH Acc
Asia Equity Allianz Oriental Income P USD JPM Pacific Equity A (dist) USD Asia ex-Japan Equity New Capital Asia Future Ldrs USD Sdr Acc Fidelity Asia Pacific Opps A-Acc-EUR
11,48
Polar Capital Asian Stars S Acc UBS (Lux) ES As Smlr Coms (USD) P-acc
7,51
Schroder ISF Emerging Asia C Acc EUR
9,41
9,24
-9,39
JPM Asia Pacific Equity A (acc) USD
8,13
8,26
-8,37
15,42
Schroder ISF Asian Ttl Ret C Acc USD
7,68
8,10
-7,25
15,00
Mirae Asst Sst Asia Sect Ldr Eq K USDCap
6,35
7,96
-8,37
16,30
7,91
-6,80
14,77
7,22
6,37
-5,21
12,57
abrdn Asian Smllr Coms A Acc USD
3,80
6,20
2,88
17,07
Vanguard Pac ex-Japan Stk Idx USD Acc
5,87
6,14
6,90
18,82
T. Rowe Price Rspnb Asn ex-Jpn Eq I USD
6,43
5,65
-15,88
14,94
Fidelity Sustainable Asia Eq A-Dis-USD
7,22
5,15
-12,09
15,16
abrdn Asia Pacific Eq A Acc USD
5,12
5,02
-11,04
14,91
Schroder ISF Sust Asn Eq C Acc USD CS (Lux) Asia Pacific Income Eq A USD
MS INVF Asia Opportunity Z
10,97
4,68
-29,04
Schroder ISF Asian Opports A Dis USD AV
6,34
3,80
-14,46
16,29
12,94
Mirae Asset Asia Great Consumer Eq I USD
6,36
2,61
-21,38
16,47
6,83
Consumer Goods & Services Sector Equity 18,87
Candriam Bds Crdt Opps I EUR Cap
0,23
-0,07
-3,45
2,94
Pictet-Premium Brands I EUR
14,14
17,47
10,34
Robeco High Yield Bonds DH €
0,83
-0,08
-6,85
8,79
GAM Multistock Luxury Brands Eq USD C
11,24
10,26
0,23
17,56
1,07
-0,30
-5,53
11,44
BNP Paribas Smart Food I Cap
6,92
8,67
3,26
15,00
7,82
5,59
-28,82
23,81
Legg Mason WA Mcr OppBd S USD Acc Nordea 1 - Flexible Fixed Income BI EUR
-0,16
-1,11
-4,59
2,69
Invesco Glbl Consmr Trnds A USD Acc
Amundi Rspnb Invest Imp Green Bds I C
-0,61
-1,66
-10,72
5,70
Energy Sector Equity
Templeton Global Bond A(Mdis)USD
-1,21
-2,16
9,39
6,91
RobecoSAM Smart Energy Eqs D EUR
17,13
21,10
1,51
21,54
Templeton Global Ttl Ret A(acc)USD
-3,07
-4,63
4,16
7,49
BGF Sustainable Energy A2
12,81
18,83
2,15
18,34
Pictet-Clean Energy I USD
11,99
17,65
-0,59
21,87
1,42
1,64
0,65
6,31
12,95
-34,06
Sterling Fixed Income Vontobel TwentyFour Abs RetCrdt G GBP
28 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
BNP Paribas Energy Transition C D
Material promocional
UMA MULTI-ESTRATÉGIA PARA UMA NOVA ERA Mauro Ratto
Gestor e CIO, Plenisfer Investments (parte da Generali Investments).
Neste cenário, uma estratégia baseada na mera exposição ao risco de mercado, tanto de ações como de crédito, poderá oferecer uma trajetória ascendente limitada. Por isso, privilegiamos opções de seleção de valores idiossincráticos e exposição a estratégias alternativas, especialmente em ativos reais, e favorecemos uma abordagem flexível entre questões defensivas e cíclicas, como as telecomunicações, a energia e o setor industrial, e empresas capazes de gerar cash flows sólidos. Data da criação
4 de maio de 2020
Processo de invertimento
Processo de investimento O objetivo deste Subfundo é alcançar um retorno total ajustado ao risco acima do ciclo de mercado - criando valor através de um retorno total ajustado ao risco. A obtenção de uma valorização do capital a longo prazo e do rendimento subjacente através de um enfoque a longo prazo na avaliação e nos ciclos de mercado são essenciais para atingir os objectivos do Subfundo. Não pode haver garantia de que o objetivo do investimento será alcançado ou de que haverá um retorno sobre o patrimônio líquido. O subfundo tem uma carteira multi-ativos e multi-estratégia construída com um objetivo específico. Como meta interna esperada, pretendemos atingir 8% ao ano. em dólares, bruto, com volatilidade patrimonial <75% ao longo do ciclo (> 5 anos). É um retorno de destino interno esperado e não é garantido. O portfólio tem uma abordagem de alta convicção e sem benchmarks. A seleção dos títulos está ancorada em avaliações fundamentais. Ao mapear para estratégias proprietárias em vez de classes de ativos, o portfólio identifica oportunidades idiossincráticas em um conjunto de oportunidades de classes de ativos tradicionais e alternativas. Uma meta importante do portfólio é alcançar a verdadeira diversificação usando o tempo e a correlação como diversificadores-chave.
• Compounders: valores de qualidade para a revalorização do capital.
Sociedade gestora
Generali Investments Luxembourg S.A.
• Macro: para obter rentabilidades totais.
Gestor financeiro
Plenisfer Investments Management SGR S.p.A.
• Special Situations: oportunidades idiossincráticas entre ações e obrigações. Também prestamos muita atenção aos tail risks e cobrimo-los cuidadosamente.
Moeda
Euro
UMA RENTABILIDADE CONSISTENTE E NÃO CORRELACIONADA
Depositário
State Street Bank International GmbH, Luxembourg Branch
Temos o prazer de dizer que, desde a sua criação1, esta abordagem beneficiou de rentabilidade ao mesmo tempo que resistiu a períodos de elevada volatilidade. Neste período imprevisível, os ativos alternativos e os eventos corporativos são fundamentais para gerar uma rentabilidade não correlacionada na carteira. Nos ativos alternativos, a exposição do fundo ao ouro deverá continuar a ter um bom desempenho, dado o aumento da inflação e a fuga para ativos de refúgio, enquanto os certificados de carbono também vão oferecer uma sólida rentabilidade, embora estejamos a vigiá-los, dado os impactos energéticos decorrentes da guerra entre a Rússia e a Ucrânia2.
Tipo de fundo
SICAV domiciliado no Luxemburgo (UCITs)
SFDR*
Artigo 6
Lançámos a Plenisfer Investments SICAV Destination Value Total Return em maio de 2020 porque acreditamos que o contexto que os investidores vão enfrentar nas próximas duas décadas será profundamente diferente do dos últimos 20 anos. Nesse período, os investidores beneficiaram da deflação, da abundância de liquidez e de políticas monetárias acomodatícias, bem como a disponibilidade de mão de obra, matérias-primas e energia baratas. Os investidores enfrentam agora uma inflação mais elevada, uma liquidez mais ajustada e uma escassez de mão de obra e matérias-primas.Fatores de risco: A categoria e o perfil de Risk and Reward é 6, o que significa alta e muito alta volatilidade. O indicador não tem suficientemente em conta o risco de contraparte, o risco de crédito, o risco de derivados, o risco de liquidez, o risco geopolítico, o risco operacional e o risco de depósito. Ao utilizar derivados, a utilização de alavancagem pode aumentar o risco potencial de perda ou retorno potencial. Os investidores podem correr o risco de perder parte ou a totalidade do seu investimento inicial.
THE NEW ACTIVE Na nossa opinião, esta mudança requer uma abordagem de investimento inteiramente nova para obter uma rentabilidade multiativos. Por isso, não alocamos por classes de ativos, mas por cinco estratégias complementares. Estas estratégias são: • Income: obrigações e dividendos para alcançar um cash flow estável.
Quanto à estratégia macroeconómica, entrámos em 2022 com um parecer contrário ao consenso sobre a inflação. Não a considerávamos transitória, acreditávamos que seria mais resiliente do que o pensamento do mercado. Isto levou-nos a ter uma duração líquida negativa na carteira, o que ajudou à rentabilidade este ano. Implementámos também operações de valor relativo: posições longas no setor financeiro europeu e posições curtas no índice europeu. Realizámos mais-valias antes de o mercado começar a avaliar o risco de estagflação devido à crise entre a Rússia e a Ucrânia.
A TRANSIÇÃO GLOBAL Na estratégia de Compounders uma ideia-chave para o fundo é aquilo a que chamamos de transição global, que engloba uma ampla mudança socioeconómica mundial. Engloba não só a transição energética, mas também a procura de eficiência dentro das empresas que estão a impulsionar a digitalização e a cloudification, por exemplo. Alguns destes impulsos à digitalização estão atrasados nos mercados emergentes, que é onde estamos a encontrar oportunidades para as próximas histórias de crescimento. Acreditamos que a transição energética é mais complexa do que as renováveis versus petróleo. Selecionámos empresas petrolíferas, por exemplo, que estão a utilizar os preços mais elevados para desenvolver os seus investimentos em fontes de energia renováveis. O hidrogénio está a tornar-se cada vez mais importante do ponto de vista geopolítico. A Arábia Saudita, por exemplo, está a desenvolver uma fábrica de 5 mil milhões de dólares e pretende tornar-se um produtor de hidrogénio totalmente verde. A platina, que mantemos no fundo, é um dos catalisadores em que se baseia a tecnologia das pilhas de combustível de hidrogénio. Acreditamos também que a tecnologia da energia nuclear está a progredir bem e a tornar-se cada vez mais importante. Isto beneficia o urânio, ao qual também temos exposição no fundo3.
AS NOSSAS PERSPETIVAS: O BOM, O FEIO E O MAU Olhando para o futuro, as nossas perspetivas dividem-se em: o bom, o mau e o feio. O Bom é representado pelas perspetivas positivas de crescimento económico, o Mau indica as consequências a médio prazo do tapering e a subida das taxas. Acreditamos que o mercado só as começou a valorizar nas últimas semanas, e, finalmente, o Feio está relacionado com uma potencial estagflação, impulsionada pelo aumento dos preços da energia e exacerbado pela invasão russa da Ucrânia, e o seu impacto no rendimento disponível dos países ocidentais, especialmente na Europa.
*SFDR: Sustainable Finance Disclosure Regulation Classe
XH Acc.
Data da criação
4 de maio de 2020
ISIN
LU2087694480
Comissão de venda
n.a
Comissão de reembolso
0%
Comissão de gestão
1,75%
Comissão de desempenho
15% ao ano em desempenho positivo acima do "Índice SOFR"
Menos risco
Mais risco
Menos potencial de rentabilidade
1
2
Mais potencial de rentabilidade
3
4
5
6
7
Principais riscos *: risco de crédito, derivativos, liquidez, geográfico, operacional e de depositario Os dados históricos, como os utilizados para calcular o indicador de risco sintético, não podem ser considerados uma indicação fiável do perfil de risco futuro do subfundo. A categoria de risco associada ao fundo não é garantida e pode mudar com o tempo. * Os fatores de risco estão totalmente descritos no prospecto disponível em nosso website, www.generali-investments.com, ou no da Generali Investments Luxembourg S.A. (empresa gestora da Generali Investments SICAV), em www.generali-investments.lu, ou através dos nossos distribuidores. Almudena Mendaza Head of Sales Iberia
Juan Pita Da Veiga Sales Manager
Contacte-nos: Almudena.MendazaSanz@generali-invest.com
Contacte-nos: juan.pita@generali-invest.com
www.generali-investments.com
O Destination Value Total Return foi lançado a 05/04/2020. O desempenho passado não é um guia para resultados futuros. O desempenho futuro está sujeito a impostos que dependem da situação pessoal de cada investidor e podem mudar no futuro. 2 Fatores de risco: A categoria e o perfil de Risk and Reward é 6, o que significa alta e muito alta volatilidade. O indicador não tem suficientemente em conta o risco de contraparte, o risco de crédito, o risco de derivados, o risco de liquidez, o risco geopolítico, o risco operacional e o risco de depósito. Ao utilizar derivados, a utilização de alavancagem pode aumentar o risco potencial de perda ou retorno potencial. Os investidores podem correr o risco de perder parte ou a totalidade do seu investimento inicial. 3 As alocações/valores são fornecidos apenas para fins informativos e não devem ser consideradas como uma recomendação de comprFatores de risco: A categoria e o perifl de Risk and Reward é 6, o que significa alta e muito alta volatilidade. O indicador não tem suficientemente em conta o risco de contraparte, o risco de crédito, o risco de derivados, o risco de liquidez, o risco geopolítico, o risco operacional e o risco de depósito. Ao utilizar derivados, a utilização de alavancagem pode aumentar o risco potencial de perda ou retorno potencial. Os investidores podem correr o risco de perder parte ou a totalidade do seu investimento inicial.a ou venda nos valores mobiliários e/ou setores indicados. A alocação da carteira está sujeita a alterações. Comunicação comercial relativa à Plenisfer Investments SICAV (o Fundo) e ao seu Sub-Fundo de Destination Value Total Return (o Sub-Fundo). Informação não destinada a investidores de retalho ou pessoas americanas. O Fundo é uma sociedade de investimento de capital variável em aberto (SICAV) ao abrigo da legislação luxemburguesa, classificada como empresa de investimento coletivo em valores mobiliários (OICVM). A Sociedade Gestora é a Generali Investments Luxembourg S.A., uma sociedade anónima pública (société anonyme) ao abrigo da legislação luxemburguesa. É autorizada no Luxemburgo e regulamentada pela Comissão de Supervisão do Setor Financeiro (CSSF). Esta comunicação vem da Empresa de Gestão. A Plenisfer Investment Management SGR S.p.A. foi nomeada Gestora de Investimentos do Fundo (a "Gestora de Investimentos"). Esta comunicação é emitida conjuntamente pela Gestora de Investimentos e pela Sociedade gestora. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, deve ler o KIID, o Prospecto e os relatórios anuais e semestrais, especialmente no que diz respeito aos riscos e custos associados ao Sub-Fundo. Esta documentação está disponível gratuitamente em inglês na Generali Investments Luxembourg S.A., 4 Rue Jean Monnet, L-2180 Luxemburgo, Grão-Ducado do Luxemburgo, ou no seguinte endereço de e-mail: GILfundInfo@generali-invest.com. Esta publicação não pode ser reproduzida (total ou parcialmente), transmitida, modificada ou utilizada para qualquer finalidade pública ou comercial sem a autorização prévia por escrito da Plenisfer. As informações contidas neste documento são consideradas exatas à data da sua preparação e são fornecidas para fins informativos. Os potenciais investidores devem avaliar se os riscos associados ao investimento são adequados à sua situação, bem como assegurar que compreendam plenamente este documento. Em caso de dúvida, recomenda-se consultar um consultor financeiro para determinar se o investimento é adequado. A informação contida neste documento baseia-se em dados do passado. A rentabilidade obtida no passado não é indicativa da rentabilidade futura. Do mesmo modo, não estão garantidos retornos equivalentes no futuro. O valor de um investimento e os rendimentos obtidos a partir dele podem aumentar ou diminuir, existindo a possibilidade de os investidores não recuperarem o montante inicialmente investido. Fatores de risco: risco de taxa de juro, risco de crédito, risco de capital, risco de mercado emergente (incluindo a China; não existe uma limitação pré-determinada da exposição a mercados emergentes, pelo que o risco de mercado emergente pode ser elevado em determinados momentos), risco de mercado fronteiriço, risco cambial e risco de volatilidade. Para obter mais informações sobre os riscos potenciais associados ao investimento no Fundo, consulte o prospecto. 1
20 22
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
.
VOLAT. 3 ANOS
DWS Deutschland LC
0,00
0,47
-13,37
Fidelity Iberia A-Dis-EUR
-0,53
-0,84
-6,96
18,67
0,43
-1,65
-2,89
16,07
12,09
-4,20
16,67
10,79
-7,01
26,22 22,39
RobecoSAM Sustainable Water Eqs F EUR
11,38
14,36
3,53
17,29
UBS (Lux) ES Euro Countrs Inc Sust €Pacc
Pictet-Water I EUR
11,01
14,18
Pictet-Nutrition I USD
8,27
9,71
10,89
16,61
1,60
13,41
Europe Equity Mid/Small Cap
6,51
9,65
14,29
23,30
24,44
BNP Paribas Europe Small Cap I C Lonvia Avenir Mid-Cap Euro Clean
Europe Equity Large Cap
LEGISLAÇÃO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
BNP Paribas Aqua C C
Amundi Fds Russian Equity A EUR C
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN
FUNDO
Equity Miscellaneous
Europe Emerging Markets Equity
ENTREVISTAS
DADOS A 30/04/2022
-6,42
Eleva UCITS Eleva Ldrs SMCap Eurp I€ acc Janus Henderson Hrzn PanEurpSmrComs A2€
6,82
AXAWF Fram Switzerland F Cap CHF
10,20
13,79
9,83
13,29
abrdn Eu Sml Comp D Acc EUR
8,81
9,15
-10,52
BSF European Opps Extension A2 EUR
10,22
13,77
7,19
19,85
CM-AM Small & Midcap Euro RC
7,15
7,88
-7,91
17,19
13,39
7,13
15,22
Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmCpOpps ZE
7,09
7,30
-13,83
20,51
BSF European Unconstrained Eq A2 EUR UBAM Swiss Equity UC CHF
8,83
12,97
7,91
13,99
Threadneedle (Lux) Eur Smlr Com 9E EUR
6,95
6,79
-10,09
19,40
BGF Continental Eurp Flex E2 EUR
9,01
12,17
-6,83
19,14
UBAM Swiss Small And Mid Cap Eq AHC EUR
4,70
5,62
-8,53
16,79
MS INVF Europe Opportunity Z
8,06
11,83
-19,92
Sycomore Fund Happy @ Work I
3,48
5,36
-6,66
16,41
Candriam Eqs L Eurp Innovt R EUR Cap
9,88
11,53
0,36
15,42
Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmlrComs 3E
5,84
4,96
-15,21
20,24 16,34
Carmignac Pf Grande Europe A EUR Acc
7,73
10,70
-4,53
16,36
Echiquier Agenor SRI Mid Cap Europe A
6,41
4,45
-13,80
GAM Star Continental Eurp Eq Instl £ Acc
5,83
10,46
-1,45
17,04
MFS Meridian European Smlr Coms A1 EUR
5,17
4,38
-3,29
17,35
JPM Europe Sustainable Equity I (acc)EUR
7,09
10,07
4,90
18,23
IMGA Ações Portugal A FIAA
4,57
3,72
19,29
21,29
3,00
1,92
-16,83
17,60
JPM Europe Strategic Growth A (dist) EUR
7,96
10,06
3,63
16,57
Oddo BHF Avenir Europe CR-EUR
CM-AM Convictions Euro S
7,83
9,95
-0,46
16,43
Financials Sector Equity
Janus HndrsnContinen Eurp I2 EUR
6,56
9,80
2,78
15,95
Fidelity Global Financial Svcs A-Dis-EUR
6,70
7,94
0,98
20,03
Allianz Europe Equity Growth W EUR
7,82
9,78
-6,67
19,14
Robeco New World Financials D €
8,62
7,01
-1,94
22,75
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Eleva UCITS Eleva Eurp Sel I EUR acc
7,74
9,58
8,97
17,63
46,67
45,35
-15,33
20,42
9,20
-14,26
18,02
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
Olhar para o futuro investindo em saúde
AB International Health Care Portfolio
Schroder ISF European Sus Eq C Acc EUR
9,43
3,42
17,25
Echiquier Positive Impact Europe A
7,55
9,15
-3,38
14,93
M&G (Lux) Eurp Strat Val CI EUR Acc
5,52
8,99
15,72
20,80
Candriam Sst Eq Euro R Acc €
7,29
8,67
4,61
16,44
MGI Eurozone Equity M1 EUR
8,07
8,64
-0,26
17,11
Threadneedle (Lux) European Select IE
7,30
8,54
-3,67
15,62 17,20
BGF European Special Situations A2
6,99
8,33
-4,02
T. Rowe Price Eurp Eq I EUR
6,38
8,13
1,06
15,61
BGF European Equity Income A2
4,81
7,76
5,12
16,68
Fidelity FAST Europe A-ACC-EUR
9,24
7,73
-2,58
14,80
JPM Europe Equity Plus A perf (acc) EUR
5,04
7,72
11,28
18,98
Jupiter European Growth D EUR Acc
8,07
7,64
0,56
15,43
Robeco QI European Cnsrv Eqs I €
5,75
7,57
11,35
13,62
BGF Euro-Markets A2
4,61
7,26
-4,03
19,74
Vanguard European Stock Idx USD Acc
5,82
7,26
6,80
16,44
MFS Meridian European Value A1 EUR
7,45
7,24
2,03
14,73
GS Europe CORE Equity Base Inc EUR
5,30
7,22
8,44
18,05
Candriam Sst Eq EMU R € Acc
6,01
7,08
1,52
18,43
Aberdeen European Sstnb Eq A Acc EUR
6,83
6,91
-3,76
14,96
Pictet-Europe Index P EUR
5,47
6,85
6,25
16,51
Schroder ISF EURO Equity C Dis EUR
3,96
6,82
0,95
19,91
Amundi Fds Euroland Equity E2 EUR C
4,23
6,54
2,34
20,29
abrdn Europe (ex-UK) Sus Eq Fd
7,48
6,47
-2,45
16,00
Allianz Euroland Equity Growth W EUR
5,29
6,38
-11,50
19,51
MFS Meridian European Research A1 EUR
5,65
5,94
2,07
14,40
Fidelity European Dynamic Gr A-Dis-EUR
7,36
5,83
-4,02
15,21
Threadneedle (Lux) Pan Eur Eq Dv 9G GBP
4,48
5,64
-1,56
18,35
Janus Henderson Hrzn Euroland A2 EUR
2,70
5,54
-1,13
21,11
Global Emerging Markets Equity MS INVF Emerging Leaders Equity A Polar Capital Em Mkts Stars S USD Acc Candriam Sst Eq Em Mkts R € Acc
7,79
8,96
-12,83
16,39
GQG Partners Emerging Mkts Eq I EUR Acc
7,90
8,60
-3,39
14,39
Capital Group New World (LUX) Z
7,25
7,55
-6,64
15,61
GS EM CORE Eq I Acc USD Close
6,33
7,11
-4,54
15,61
JPM Emerging Markets Div A (acc) EUR
6,85
7,01
1,66
16,26
7,01
-12,92
16,58 16,99
GS Emerging Markets Eq ESG I Acc USD Wellington Emerg Mkt Devpmt USD D Ac
7,35
6,66
-12,83
JPM Em Mkts Small Cap A (acc) perf EUR
5,83
6,53
-2,74
17,93
GS Emerging Markets Eq R Inc GBP
6,24
6,23
-13,03
17,00
Nordea 1 - Emerging Stars Equity BI EUR
6,22
5,94
-18,71
17,19
Robeco QI Emerging Cnsrv Eqs I €
4,48
4,28
10,78
13,57
Vanguard Emerg Mkts Stk Idx Inv EUR Acc
4,65
4,00
-7,12
15,55
Schroder ISF Em Mkts A Dis USD AV
4,64
3,99
-12,47
16,59 16,30
Capital Group EM Growth (LUX) Z
5,28
3,74
-15,03
BGF Emerging Markets A2
5,98
3,63
-18,28
17,63
Fidelity Em Mkts A-DIST-USD
4,29
3,59
-18,05
17,50
JPM Emerging Markets Equity A (dist) USD
5,50
3,28
-18,73
17,13
GAM Multistock EM Equity USD C
3,51
2,82
-12,66
17,70
American Century Em Mkts Eq I USD
4,21
2,68
-15,72
16,32
Robeco Emerging Stars Equities D €
3,36
2,49
-8,16
17,65
UBS (Lux) Eq Fd EM Sst Ldrs (USD) P
5,78
2,36
-19,04
14,28
Vontobel mtx Sust EmMkts Ldrs I USD
4,58
1,84
-14,35
14,56
Templeton BRIC I(acc)USD
3,99
-0,47
-20,09
19,53
NB Mercados Emergentes FIMAA
1,55
-1,21
-15,20
14,69
15,39
Global Equity Large Cap
JPM Euroland Equity A (dist) EUR
3,89
5,23
-0,60
20,82
MS INVF Global Brands A USD
91,92
49,34
AXA IM Euro Sélection A
5,57
4,95
-6,26
16,58
MS INVF Global Quality Z
72,85
41,21
10,11
13,81
Invesco Sus Pan Eurp Stu Eq C € Acc
3,42
4,81
6,11
15,57
MS INVF Global Opportunity Z
79,34
26,84
-23,05
18,52
Amundi MSCI EMU ESG Ldrs Sel IE-C
4,10
4,80
-1,74
19,01
AMP Capital Global Companies I USD Acc
22,89
16,84
14,77
Robeco Sustainable Eurp Stars Eqs D EUR
4,41
4,49
5,92
15,48
Schroder ISF Glbl Sust Gr C Acc USD
17,19
8,25
13,50
15,17
MainFirst Top European Ideas C
4,29
4,37
-8,69
24,57
Schroder ISF Glb Disruption C Acc USD
16,56
-1,40
17,52
Amundi Fds European Eq Val M2 EUR C
3,33
4,35
2,88
24,60
Ninety One GSF Global Envir I Acc EUR
16,14
-3,84
19,22
DWS Aktien Strategie Deutschland LC
3,28
4,09
-8,64
24,47
Schroder ISF Glb Clmt Chg Eq C Acc USD
13,60
16,00
-3,49
17,59
Invesco Pan European Equity A EUR Acc
2,12
3,89
7,29
21,98
American Century Concntr Glb Gr Eq I USD
15,97
15,85
4,04
14,65
AB Eurozone Eq IX EUR
3,23
3,10
-0,82
21,30
JPM Global Focus A (dist) EUR
10,86
15,82
12,53
16,73
JPM Europe Strategic Value A (dist) EUR
1,43
3,03
7,92
24,99
T. Rowe Price Glb Foc Gr Eq A USD
14,69
15,43
-5,89
17,06
Montepio Acções Europa A FIMAA
17,60
2,03
2,92
0,09
17,24
Vontobel Clean Technology I EUR
10,50
15,13
0,80
Santander Acções Europa CA FIMAA
1,61
2,92
-3,18
19,65
JPM Global Select Equity A (acc) USD
11,71
15,02
12,91
16,41
Fidelity Germany A-Dis-EUR
3,51
2,66
-8,80
19,25
Schroder ISF Global Eq Alp C Acc EUR
12,26
14,99
10,58
14,78
Fidelity European Lgr Coms A-Dis-EUR
2,50
1,82
1,77
17,87
DPAM B Eqs NewGems Sust A Dis
14,09
14,98
-3,99
17,52
Fidelity European Growth A-Dis-EUR
2,42
1,67
1,34
17,82
Threadneedle (Lux) Global Focus ZU
14,25
14,89
3,83
15,08
30 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
20 22
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
DADOS A 30/04/2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
Pictet - Global Envir Opps I EUR
12,40
14,82
4,67
16,48
Candriam Eqs L Onclgy Impct I USD Cap
15,50
3,84
Allianz Thematica P EUR
14,62
14,78
2,32
15,00
BGF World Healthscience A2
12,23
15,34
15,77
14,90 13,18
Schroder ISF Global Eq C Acc USD
12,72
14,61
9,84
14,66
Fidelity Global Health Care A-Dis-EUR
11,58
14,71
12,97
13,82
New Capital Glbl Eq Convict USD Inst Acc
13,49
14,44
-3,56
14,41
Janus Henderson Glb Life Scn I2 USD
11,00
12,76
6,28
15,29
Capital Group New Pers (LUX) ZL
12,81
14,07
1,29
16,83
Candriam Eqs L Biotech C USD Cap
6,66
9,17
-1,34
18,32
GS Global Millennials Eq I Acc USD
13,20
13,89
-14,16
17,48
CS (Lux) Digital Health Equity SB USD
7,03
-39,44
25,77
AB Sustainable Glb Thematic A USD
12,13
13,86
-1,10
16,79
India Equity
BPI GIF Opportunities I
11,75
13,84
8,76
16,03
Ashoka India Opps A USD Acc
Allianz Global Sustainability P EUR
11,67
13,78
12,28
15,80
Nomura Fds India Equity Z USD
11,70
Seilern World Growth CHF H R
12,78
13,65
-1,68
19,45
GS India Equity I Inc USD
Pictet-Security I EUR
12,58
13,29
7,41
16,92
Schroder ISF Indian Opports C Acc USD
Nordea 1 - Global Portfolio BP EUR
12,47
13,03
4,65
16,16
Nordea 1 - Global Stars Equity BP EUR
12,28
13,00
2,86
15,37
Candriam Sst Eq World R € Acc
9,65
12,89
9,81
16,56
BMO Responsible Global Equity I Inc EUR
12,37
12,78
2,76
16,09
Caixa Ações Líderes Globais FIMAA
11,56
12,59
8,65
14,31
Vanguard Glb Stk Idx $ Acc
10,75
12,59
10,01
15,85
CS (Lux) Security Equity BH CHF
10,89
12,53
0,88
21,37
M&G (Lux) Glb Dividend CI USD Acc
10,52
12,49
17,98
19,30
MS INVF Global Sustain Z USD Acc
12,47
9,57
9,53
11,82
2,41
GS Global CORE Eq I Inc USD Snap
10,05
11,64
10,55
16,75
Fundsmith Equity I EUR Acc
12,88
11,54
4,97
13,22
Fidelity Glb Dmgrphcs Y-Acc-GBP
10,72
11,51
1,54
14,29
11,49
1,48
16,42
AB Global Equity Blend S1 USD
M&G (Lux) Positive Impact LI EUR Acc
15,86
Fidelity World A-Dis-EUR
9,68
11,41
4,10
15,76
Ninety One GSF Glb Qual Eq Inc IX Inc $
9,16
11,36
11,24
13,26
12,85
11,06
0,91
14,90
11,05
16,00
12,58
11,04
3,03
15,22
Wellington Glbl Quality Gr USD S Ac DWS Invest ESG Equity Income LC NSF SICAV Wealth Defender Glbl Eq I USD
11,94
Candriam Eqs L Glbl Demography C EUR Cap
9,77
11,00
5,02
15,26
AXA Rosenberg Glb Eq Alpha A USD Acc
9,25
10,55
10,59
16,26
BNY Mellon Long-Term Glbl Eq USD C Acc
11,34
10,50
8,09
14,56
24,80
28,83
21,71
17,51
38,43
23,09
10,72
17,51
30,80
23,21
9,96
12,94
20,33
20,49
7,19
12,78
27,48
22,58
7,78
9,56
-4,11
20,19
13,52
19,58
18,00
DWS Invest Global Infras FC
9,09
12,40
27,60
14,87
Wellington Enduring Assets GBP G A1 Di
8,68
9,83
16,89
11,58
7,19
9,80
17,76
17,62
6,82
8,49
20,31
17,07
GS Japan Equity Ptnrs I Acc EUR Hdg
11,11
10,99
-4,08
16,79
GS Japan Equity R Inc GBP Snap
6,54
7,05
-2,60
14,53
Jupiter Japan Select D USD Acc
6,93
6,34
-4,14
14,71
Pictet-Japanese Equity Opps PJPY
4,55
6,00
-2,63
14,74 13,50
Franklin India I(acc)USD Industrials Sector Equity RobecoSAM Smart Materials Eqs I EUR Infrastructure Sector Equity M&G (Lux) Global Listed Infras L USD Acc
LM ClearBridge Infras ValPRGBPHDisAPH+e Lazard Global Lstd Infras Eq A Dist GBP Japan Equity BNP Paribas Japan Sm Cp Cl C
Amundi IS MSCI Japan IE-C EUR
4,47
5,01
-1,28
Invesco Japanese Eq Adv C JPY Acc
5,49
3,83
-2,97
15,58
Man GLG Jpn CoreAlpha Eq I JPY
2,37
3,79
13,20
19,90 14,94
Aberdeen Japanese Sstnb Eq Sus A Acc JPY
1,29
3,62
-7,36
JPM Japan Equity A (dist) USD
6,22
3,34
-18,16
18,29
Schroder ISF Japanese Eq A Dis AV
3,37
3,06
-3,30
13,43
9,65
10,33
-2,90
16,07
Latin America Equity
UBAM 30 Global Leaders Equity AHC EUR
10,73
10,18
-2,33
17,62
DWS Invest Latin American Eqs LC
9,95
8,44
16,73
30,72
NB Momentum Sustentável FIMAA
8,07
9,83
3,55
14,12
Schroder ISF Latin American C Acc EUR
5,20
5,24
18,55
30,54
Long/Short Equity 8,80
Pictet-Global Megatrend Sel I USD
Fidelity Global Dividend I-Acc-EUR
8,54
9,76
11,30
12,25
CPR Invest Glbl Dsrpt Opp R EUR Acc
10,25
9,51
-14,65
19,21
Janus Henderson Hrzn PanEurpAbsRetI2 EUR
Robeco BP Global Premium Eqs B EUR
6,60
9,35
10,97
18,45
AB Select Absolute Alpha S1 USD
9,34
10,73
13,87
MFS Meridian Global Equity A1 USD
8,07
8,98
3,55
15,86
GAM Star Alpha Technology EUR Inc
8,83
10,61
-1,95
11,82
Mercer Passive Global Equity M2 EUR H
8,16
8,87
-1,67
17,28
Alger Dynamic Opportunities A US
9,27
9,28
-6,91
12,46 8,36
Mirabaud Sust Glbl Hi Div A USD Acc
8,59
8,60
10,48
14,99
Pictet TR - Mandarin I USD
7,22
7,16
-5,57
DWS Invest Top Dividend FC
6,36
8,57
19,78
12,59
Eleva UCITS Eleva Abs Ret Eurp S EUR acc
6,30
5,62
3,81
3,87
Robeco Global Consumer Trends D €
11,19
8,11
-17,25
17,08
Pictet TR - Atlas I EUR
3,24
5,28
-0,95
3,08
Pictet SmartCity I dm GBP
6,64
6,34
-5,31
15,59
Pictet TR - Corto Europe I EUR
2,32
4,02
4,38
3,56
Templeton Growth (Euro) I(acc)EUR
1,93
3,32
0,09
14,86
Janus HndrsnAbsolute Return A2 GBP
1,18
2,78
2,77
6,69
4,30
2,59
-8,44
12,04
1,22
-14,63
11,74
Schroder GAIA Egerton Equity C Acc EUR
Global Equity Mid/Small Cap
BSF Emerging Coms Abs Ret A2 EUR H
Fisher Invts Instl Glbl Small Cp Eq $ Nordea 1 - Global Climate & Envir BI EUR BNP Paribas Climate Impact Cl C
14,60
19,80
9,67
12,37
-2,10
0,57
-10,76
CPR Invest Education E EUR Acc
11,89
17,62
Natural Resources Sector Equity BGF World Mining A2
17,31
26,26
24,56
26,04
18,52
Allianz Global Metals and Mining I EUR
12,71
18,48
25,01
28,43
10,85
18,12
8,91
21,84
12,13
16,57
41,93
25,54
12,84
23,25
13,03
35,08
5,68
17,92
8,01
34,33
Pictet-Timber I USD
Greater China Equity Schroder ISF Taiwanese Equity C Acc USD
13,43
18,11
Allianz China A Shares AT USD
15,61
Schroder ISF All China Equity C Acc USD
JPM Global Natural Resources A (acc) EUR
-3,31
17,72
16,87
-15,44
18,94
11,38
-16,53
17,58
DWS Invest Gold and Prec Mtl Eqs FC
Precious Metals Sector Equity
JPM China A (dist) USD
9,55
6,69
-31,84
20,44
BGF World Gold A2
BNP Paribas China Eq Cl C
7,16
4,24
-28,64
18,51
Real Estate Sector Equity Janus Henderson Hrzn GlblPtyEqsA2USD
Schroder ISF China Opps C Acc USD
6,03
3,55
-23,04
17,98
Ninety One GSF All China Eq IX Acc$
6,07
-0,06
-21,03
15,13
Janus Henderson Hrzn PanEurpPtyEqs A2EUR
Schroder ISF Hong Kong Eq A Acc HKD
3,97
-0,61
-17,86
15,56
MS INVF Global Property I
21,66
12,89
18,93
21,09
Fidelity China Consumer Y-Acc-USD
2,98
-2,67
-30,64
18,33
Nordea 1 - Global Real Estate BP EUR
9,44
11,36
22,37
18,38
UBS (Lux) EF China Oppo(USD) P USD acc
6,10
-2,72
-28,10
14,63
Technology Sector Equity 19,91
23,65
8,41
22,22
22,14
-23,29
27,27
22,01
3,98
17,71
Healthcare Sector Equity
BPI GIF Technology Revolution M EUR
JPM Thematics Genetic Thrps C2 Acc USD
-24,21
Threadneedle (Lux) Global Tech DU
AB Intl Health Care A USD
13,55
16,37
19,12
13,38
BGF Next Generation Technology Z2 USD
JPM Global Healthcare C (acc) USD
12,38
15,83
12,75
14,84
Fidelity Global Technology A-Dis-EUR
-24,72
20,63
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 31
20 22
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
.
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
20,21
21,11
-14,57
26,57
Robeco BP US Large Cap Equities I $
9,86
12,10
16,70
BGF World Technology A2
23,02
20,11
-10,61
22,58
Fidelity America A-Dis-USD
8,39
11,84
24,14
JPM US Technology A (dist) USD
23,40
19,56
-10,07
24,94
MFS Meridian US Value A1 USD
7,86
9,60
12,85
16,43
19,10
1,22
23,81
Robeco BP US Premium Equities IH €
6,73
8,61
-0,29
20,63
US Equity Mid Cap 9,90
8,33
-10,36
18,69
BNP Paribas Disrpt Tech Cl D
19,79
17,62
5,12
18,08
EdRF Big Data N EUR
13,74
16,51
11,76
18,60
JPM Europe Dynamic Techs Fd A (dist) EUR
13,85
16,18
-3,92
20,70
16,15
-12,41
18,87
Janus Henderson Hrzn GlbTechLdrs A2USD
16,48
15,70
-3,12
17,76
Janus Henderson Glb Tech&Inno H2 USD
18,79
15,66
-9,43
18,84
Pictet - Robotics I dy EUR
16,00
15,61
-3,62
20,87
15,42
-5,08
22,89 21,94
Wellington Asia Technology USD D Ac
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN
DADOS A 30/04/2022
Allianz Global Artfcl Intlgc W EUR
BGF Future of Transport Z2 USD
ENTREVISTAS
VOLAT. 3 ANOS
BNY Mellon Mobility Innovation USD E Acc Franklin Technology A Acc USD
18,93
15,41
-9,33
Polar Capital Global Tech I Inc
18,57
14,83
-8,89
18,10
AXAWF Fram Robotech G Cap USD
13,63
13,46
-4,16
20,06
13,40
-9,06
18,40
11,37
-24,52
31,42
10,80
-15,11
22,03
AXAWF Framlington Dgtl Ecoy I Cap USD Echiquier Artificial Intelligence K EUR UBAM Tech Global Leaders Equity IHC EUR Pictet-Digital PUSD
7,72
Robeco FinTech I USD
3,79
-19,86
15,82
3,27
-20,44
20,65
UK Equity Large Cap Liontrust GF Spec Sits C3 Instl Acc £
6,70
5,20
2,30
17,13
BGF United Kingdom E2
3,40
2,40
-7,74
17,42
Threadneedle (Lux) UK Eqs IG GBP Acc
1,58
1,48
0,83
21,02
US Equity Large Cap Blend Thematics Safety H-R/A GBP
US Equity Small Cap Threadneedle (Lux) Amer Smlr Com 9U USD
12,28
17,06
1,53
20,68
Legg Mason RY US SmCp Opp A USD Dis(A)
10,62
16,43
1,00
27,95
T. Rowe Price US Smlr Cm Eq Q USD
14,29
15,47
2,62
17,68
Fisher Invst Instl US SmCp Cr Eq ESG USD
12,66
11,56
-6,21
21,73
JPM US Smaller Companies A (dist) USD
7,73
9,26
0,37
20,04
Alger Small Cap Focus I US
9,33
-0,32
-33,69
23,33
Franklin Glbl Convert Secs I(acc)EUR
11,70
12,52
0,32
12,78
Lazard Convertible Global PC EUR
7,93
7,59
-6,32
10,75
OFI Fund RS Glbl Convert Bond I C EUR
2,79
4,33
-11,16
10,73
JPM Global Convert (EUR) A (dist) EUR
2,37
3,16
-19,22
14,95
Allianz Convertible Bond AT EUR
0,42
0,87
-4,28
6,70
Convertibles BNP Paribas Europe Sm Cp CnvrtI C
Commodities Broad Basket PIMCO GIS Cmdty Real Ret Instl USD Acc
13,04
24,24
67,49
17,18
StructGSQrtxMdfdStgyBlmbrgCmdIdxTR I$
12,52
22,39
66,58
14,18
6,82
11,10
-10,23
17,50
6,49
12,85
18,22
14,62
4,42
5,22
5,59
4,07
0,91
14,09
Commodities Specified Ofi Fincl Inv Precious Metals I
-16,21
JPM America Equity A (dist) USD
15,11
18,10
16,48
JPM US Select Equity A (acc) USD
14,10
17,70
14,35
17,01
Schroder ISF US Large Cap A Dis $ AV
13,56
17,12
16,32
15,93
Amundi IS S&P 500 ESG IE-C
14,10
16,23
16,29
16,77
BNY Mellon Dynamic U.S. Equity USD W Acc
BL-American Small & Mid Caps B EUR Hdg
17,53
19,05
Alternative Miscellaneous Schroder GAIA BlueTrend C Acc EUR Hedged ThomasLloyd Sust Infras Inc R USD Acc Man AHL Trend Alternative DNY H EUR Acc
4,61
Global Macro
16,08
12,02
16,91
Amundi Fds US Pioneer Fund C EUR C
13,29
15,52
10,64
15,37
Polar Capital Global Abs Rt S EUR H Acc
6,82
0,02
7,89
Vanguard U.S. 500 Stk Idx $ Acc
13,67
15,49
13,79
16,54
Schroder GAIA WellingtonPagosa C AccEURH
4,10
4,62
4,03
Amundi IS MSCI North America IE-C
13,47
15,38
12,04
16,88
JPM Global Macro A (acc) USD
4,28
3,74
8,77
6,68
Pictet-USA Index P USD
13,32
15,10
13,34
16,53
GS Global Absolute Ret IO Acc USD
2,00
3,52
9,21
6,59
GS US CORE Equity Base Inc USD Snap
12,96
15,07
15,16
16,57
JPM Global Macro Opps A (acc) EUR
3,59
1,49
-7,63
5,32
AXA Rosenberg US Enh Idx Eq Alp A $ Acc
13,20
14,97
12,25
16,33
Eurizon Absolute Prudent R Acc
-0,44
-0,63
-3,69
1,84
T. Rowe Price US Eq I USD
12,69
14,94
13,66
15,97
Market Neutral
IMGA Ações América A FIAA
11,99
14,19
12,69
15,06
Lumyna-MW TOPS (MN) UCITS USD B (acc)
AXA Rosenberg US Equity Alpha A USD Acc
11,66
13,14
11,71
17,35
BSF Global Event Driven Z2 USD
5,63
6,86
12,77
7,52
JPM US Select Equity Plus A (acc) EURH
10,61
12,98
-2,51
19,03
Man GLG Alpha Select Alt DLH EUR
6,30
5,84
9,81
3,98 6,06
Legg Mason CB US Eq Sust Ldrs A EURH Acc
11,50
12,22
-7,92
17,44
BSF European Absolute Return A2 EUR
4,15
4,60
6,65
Neuberger Berman US MltCp Opps USD1 IAcc
11,45
12,11
9,32
18,47
MW Systematic Alpha UCITS A EUR
3,62
4,51
5,97
4,74
NN (L) US Enh Cr Concntr Eq P Dis USD
11,45
11,97
10,71
17,26
Lumyna PSAM Global Event EUR A Acc
4,79
4,48
-0,34
8,80
AB Select US Equity A EUR H
9,72
10,39
-1,28
17,86
BMO Real Estate Eq Mkt Netrl B Acc EUR
3,36
3,67
4,24
2,54
Allianz Best Styles US Equity AT H2 EUR
9,36
10,07
-0,72
18,28
BPI GIF Alt Fund Iberian Eq L&S I
1,79
2,67
1,14
3,21
-0,33
-0,04
-1,58
2,04
6,12
8,84
13,10
6,00
6,62
23,38
10,49
Candriam Risk Arbitrage C
US Equity Large Cap Growth MS INVF US Growth I
116,39
41,27
-31,58
30,70
Multialternative
MS INVF US Advantage I
68,27
17,72
-31,60
25,23
NN (L) Alternative Beta I Cap USD
AB Sustainable US Thematic A USD
15,67
16,52
4,20
16,84
Neuberger Bm Uncrltd Strats USD I5 Acc
Amundi Fds Pio US EqFundmGr M2 EUR C
14,26
15,53
5,85
16,83
Nordea 1 - Alpha 10 MA Fd BP EUR
3,17
4,79
4,96
6,74
AB American Growth C USD
15,21
15,39
2,89
16,59
Franklin K2 Alt Strats I(acc)USD
3,11
3,92
8,64
6,97
T. Rowe Price US Lg Cap Gr Eq I USD
16,47
14,51
-2,92
18,81
Nordea 1 - Alpha 7 MA Fd BC EUR
3,17
3,37
4,59
Janus Henderson US Forty A2 USD
14,95
14,41
-4,01
17,55
Pictet TR - Div Alpha J EUR
0,68
2,00
-3,41
3,24
New Capital US Growth GBP Acc
12,50
13,88
-8,87
23,53
GS Absolute Ret Trkr I Acc EUR Hdg
1,03
0,83
-4,75
7,32
Allspring (Lux) WW USLrgCpGr IEUR Acc
16,04
13,56
-2,88
19,00
Aggressive Allocation
Vontobel US Equity A USD
12,14
12,38
9,22
15,54
Allianz Dyn MltAst Stgy SRI75 I EUR
9,12
12,35
11,54
12,73
Brown Advisory US Equity Growth $ B
15,47
12,37
-4,34
18,26
GS Global MA Gr I Acc USD
7,29
9,49
10,52
12,34
BPI América D FIAA
11,50
12,00
6,90
17,16
CS (Lux) Portfolio Growth CHF B
4,97
7,70
5,26
10,74
Franklin US Opportunities A(acc)USD
13,25
11,91
-5,55
20,17
BSF Managed Index Port Growth A2 EUR
6,31
7,33
0,13
13,66 12,33
T. Rowe Price US Blue Chip Eq A USD
13,75
10,83
-5,33
19,42
First Eagle Amundi International AU-C
5,01
7,08
10,27
Legg Mason CB US Lg Cp Gr B USD Dis(A)
12,20
10,40
-1,67
18,14
Barclays GlobalBeta Port 4 A Acc GBP
6,04
6,90
2,74
12,93
Santander Acções América CA FIMAA
-0,88
-5,60
-32,09
23,25
IMGA Alocação Dinâmica A FIMA
2,82
4,01
-0,93
13,64
3,28
-1,93
9,53
DWS Invest CROCI US Dividends USD LC
13,53
16,38
27,56
18,45
Allocation Miscellaneous
JPM US Value C (dist) USD
10,59
14,24
17,90
18,05
GS US RlEstt Bal R USD (MDist Cap (MBS))
8,98
13,07
12,58
Santander Select Dinâmico A FIMA
US Equity Large Cap Value
32 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
20 22
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
Cautious Allocation Caixa Defensivo PPR/OICVM FIA
-4,96
Schroder ISF Glbl MA Bal C Acc EUR
3,50
5,88
-0,26
8,63
GS Global MA Cnsv I Acc USD
4,07
5,51
6,27
7,73
U Asset Allocation Enhancement USD Acc
3,25
4,45
7,13
5,68
CS (Lux) Portfolio Yield CHF B
1,91
4,12
2,44
6,73
Ninety One GSF Glb MA Inc A Acc USD
3,00
3,40
9,17
6,52
Amundi Fds Global MA Cnsrv C EUR C
1,57
2,99
-3,32
5,20
ODDO BHF Polaris Moderate Cl EUR
2,05
2,69
-0,97
5,56
Invest Alves Ribeiro PPR FIMA
3,09
2,18
-3,19
9,00
Allianz Dyn MltAst Stgy SRI15 AT EUR
1,70
2,17
-1,50
5,06
Pictet-Multi Asset Global Opps I EUR
1,72
2,04
-3,70
4,50
NB PPR/OICVM FIMA
3,47
2,00
-3,60
10,16
FvS - Multi Asset - Defensive I
1,58
1,81
-0,50
6,63
Invesco Pan European Hi Inc A EUR QD
1,54
1,80
-3,77
9,31
BPI Moderado FIAF
0,96
1,66
-1,28
4,23
Amundi Fds Mlt Asst Sust Fut I EUR C
2,00
1,44
-4,27
5,63
1,37
-4,06
5,12
1,25
1,36
-5,71
7,07
Bankinter 50 PPR/OICVM A FIMA
0,82
1,33
-6,25
9,77
JPM Global Income Cnsrv C (acc) EUR
1,42
1,11
-5,32
6,00
Caixa Inv Socialmente Resp FIMA
1,18
0,73
-4,41
7,96
0,50
0,71
-2,98
4,81
Caixa Wealth Defensivo D FIMA Caixa Seleção Global Moderado FIMA
Santander Poupança Valorização FPR FIAA IMGA Alocação Conservadora A FIMA
0,30
0,36
-5,95
7,33
Bankinter 25 PPR/OICVM A FIMA
-0,20
-0,32
-6,75
7,46
BPI Reforma Investimento PPR/OICVM FIAPR
-0,47
-0,48
-5,74
7,36
Caixa Seleção Global Defensivo FIMA
-0,28
-0,56
-5,11
3,65
0,43
-0,63
-5,94
5,08
-0,67
-3,96
4,77
Allianz Strategy 15 CT EUR Santander Sustentável FIMA M&G (Lux) Optimal Income CI EUR Acc
0,32
-0,91
-8,28
7,58
Santander Poupança Prudente FPR FIAA
-1,11
-2,41
-8,59
5,35
Flexible Allocation
DADOS A 30/04/2022 RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
FUNDO
VOLAT. 3 ANOS
PIMCO GIS Dyn Mlt-Asst Instl EUR Acc
2,73
3,46
-8,04
6,01
M&G (Lux) Dynamic Allocation CI EUR Acc
2,23
3,24
2,50
11,93
Moderate Allocation Caixa Arrojado PPR/OICVM FIA
-6,69
Caixa Moderado PPR/OICVM FIA
-5,70
Ruffer Total Return Intl I GBP Cap
6,07
12,25
11,30
8,80
Capital Group American Bal (LUX) Z
8,54
9,85
11,62
9,68
9,44
-1,50
7,07
Carmignac Pf Patrimoine Europe A EUR Acc Janus Henderson Balanced A2 USD
8,82
9,11
8,72
10,63 9,86
BGF Global Allocation A2
5,99
8,98
2,54
T. Rowe Price Glb Alloc I USD
7,50
8,28
5,12
9,87
Allianz Dyn MltAst Stgy SRI50 W EUR
6,12
8,27
7,12
8,98
Capital Group Glob Alloc (LUX) Z
6,60
7,94
7,56
8,12
MFS Meridian Prudent Wealth I1 USD
7,95
7,72
7,37
5,39
BGF ESG Multi-Asset E2 EUR
5,63
7,33
3,94
8,24
Acatis Gané Value Event Fonds A
6,89
7,13
-0,31
13,05
Allianz Income and Growth I H2 EUR
6,34
6,98
-7,03
14,26
MFS Meridian Global Total Ret A2 USD
4,67
6,15
6,02
9,32
Jupiter Merlin Intl Bal D EUR Acc
5,34
5,83
0,38
8,76
MFS Meridian Prudent Capital I1 USD
5,88
5,49
7,27
4,87 8,56
Man AHL TargetRisk D H EUR
6,03
5,13
1,66
Barclays GlobalBeta Port 3 A Acc GBP
4,48
5,09
0,92
11,14
BGF Global Multi-Asset Inc A2
3,73
4,87
7,44
8,24
JPM Global Balanced A (acc) EUR
9,32
3,99
4,21
-5,74
BMO Sustainable Mul Ast Inc I Inc EUR
2,71
4,15
-1,57
7,16
M&G (Lux) Income Allocation C EUR Acc
3,10
3,92
1,42
11,07
FvS Multi Asset - Balanced I
3,05
3,26
0,18
8,56
3,23
-5,63
8,73
Caixa Wealth Moderado D FIMA Carmignac Pf Patrimoine F EUR Acc
0,43
3,17
-11,07
7,34
BPI Dinâmico FIAF
2,05
3,16
-1,02
6,68
Caixa Seleção Global Arrojado FIMA
2,57
3,04
-6,60
10,68
Bankinter 75 PPR/OICVM A FIMA
1,97
2,94
-6,54
12,00
Ninety One GSF Glb Mac Allc IX Acc USD
9,01
10,85
14,59
10,15
Fidelity Glb Mlt Ast Inc A-Acc-USD
2,85
2,79
4,81
8,54
BL-Global Flexible USD B
7,48
7,73
8,03
7,90
Nordea 1 - Stable Return BP EUR
1,24
2,58
1,99
5,85
BL-Global Flexible EUR B
5,47
6,87
5,16
8,53
IMGA Alocação Moderada A FIMA
1,49
2,36
-2,84
9,52
FvS Multiple Opportunities II RT
5,42
6,12
2,74
8,79
JPM Global Income A (div) EUR
1,83
2,05
-3,21
9,83
0,50
-3,51
5,83
-0,02
-3,28
8,23
3,61
4,94
-2,36
8,11
Santander Select Moderado A FIMA
DWS Concept Kaldemorgen EUR FC
3,55
4,60
4,08
6,74
Santander Rendimento FIMA
P
R
TNE
AR
AR
R
P
BNY Mellon Glbl Rl Ret (EUR) W Acc
TNE
A OPINIÃO DE DAVID OLDER Responsável de Ações, gestor, Carmignac
NA ÉPOCA DE RESULTADOS DO TERCEIRO TRIMESTRE: O QUE SE PODE ESPERAR DAS EMPRESAS TECNOLÓGICAS?
Os investidores reduziram a sua exposição a setores de crescimento como a tecnologia, uma vez que a inflação elevada fez subir as taxas de juro, o que tem um efeito negativo nas valorizações, enquanto que as empresas de crescimento a longo prazo tendem a negociar com um prémio. Esta compressão múltipla relacionada com a taxa está largamente atrás de nós. A mudança da indústria para um modelo de negócios de subscrição baseado na nuvem traz resiliência e poder de preços, atributos ideais num ambiente de inflação crescente e crescimento retardado. Os múltiplos de software estão abaixo da média de cinco anos (com base nos rácios P/E e
EV/Vendas). Ainda estamos no início da tendência de transformação digital, uma vez que apenas 10% das despesas de TI das empresas se deslocaram para a nuvem, um número que se prevê triplicar até 2025. As empresas cujos negócios foram impulsionados durante a crise da COVID poderiam levar mais de um ano a regressar às taxas de crescimento normais, pré-coronavírus. Os efeitos da reabertura podem ter sido adiados devido à variante omicron e espera-se que o seu impacto real se manifeste este ano. A taxa de rotatividade nas plataformas OTT é susceptível de aumentar e a macroeconomia é susceptível de ser um obstáculo. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 33
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS por Catarina Vinagre
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
.
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
FEVEREIRO E MARÇO
LEGISLAÇÃO
S
e há dois anos os mercados entravam em rebuliço devido ao começo da pandemia, em fevereiro deste ano escreveu-se mais um capítulo negro. A Rússia invadiu a Ucrânia. Embora já houvesse algum falatório quanto a um possível conflito, os mercados não esperavam que este cenário de guerra se materializasse na Europa. O aumento dos preços, principalmente das matérias-primas e do petróleo, a elevada inflação e, claro, o grande problema de dependência do gás russo, complicou o trabalho do Banco Central Europeu. Porém, embora houvesse
na Europa
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN
Os mercados não esperavam um conflito bélico. Ainda assim, os marcantes acontecimentos que mancharam o pano de fundo da Europa em fevereiro e março não impediram a indústria europeia de fundos de voltar a crescer.
Barómetro
ENTREVISTAS
MERCADO EUROPEU DE FUNDOS DÁ NOVO SALTO quem esperava um BCE mais acomodatício, a guerra e as suas consequências não desviam o banco central do seu caminho de normalização monetária. Christine Lagarde acelerou o tapering. Do outro lado do oceano, a Reserva Federal assumiu uma postura claramente hawkish e, pela primeira vez desde 2018, aumentou as taxas de juro em 25 pontos base. As reações foram mistas. Houve quem compreendesse a necessidade de a Fed seguir o caminho da normalização, enquanto outros debatiam o perigo da estagflação. Mas como é que tantos acontecimentos marcantes ficaram refletidos no mercado europeu de fundos? Con-
PATRIMONIO
AB International Health Care Portfolio
PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO E 15.000.000 15000000 CAPTAÇÕES DE FUNDOS UCITS 14.000.000 14000000 NA EUROPA
(Em milhões de euros, inclui monetários)
13.000.000 13000000 12.000.000 12000000 11.000.000 11000000
PATRIMÓNIO
10.000.000 10000000 9.000.000 9000000
FEV.
CAPTACIONES NETAS
MAR.
ABR.
MAI.
JUN.
JUL.
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS 150.000 100.000 50000 50.000 CAPTAÇÕES LÍQUIDAS 0 0 MÊS COM -50000 -50.000 ENTRADAS LÍQUIDAS -100000 -100.000
AGO.
SET.
OUT.
NOV.
DEZ.
JAN.
FEV.
MAR.
SET
OUT.
NOV.
DEZ.
JAN.
FEV.
MAR.
2020
150000
100000
MÊS COM SAÍDAS LÍQUIDAS
FEV.
Con monetarios
34 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
MAR.
ABR.
MAI.
JUN.
JUL.
AGO. 2020
Sin monetarios
P
AR
P
R
TNE
R
AR
TNE
A OPINIÃO DE ELENA DOMECQ Membro da equipa de Cliente e Estratégia para Espanha e Portugal da J.P. Morgan AM
DISTRIBUIÇÃO DO PATRIMÓNIO NA EUROPA EM MARÇO MERCADO
OBRIGAÇÕES
AÇÕES
OUTROS
MISTOS
Internacional
2.221.277
3.170.042
311.708
764.385
Reino Unido
266.882
1.033.526
34.384
França
143.874
248.262
68.550
60.572
261.151
187.343
290.724
80.211
373.337
6.010
88.044
52.045
16.552
Alemanha Suíça Suécia Espanha Itália TOTAL
MONETÁRIOS
TOTAL
966.411
7.433.822
241.351
33.897
1.610.040
115.575
326.331
902.593
155.745
129.067
4.767
611.301
31.967
52.891
25.069
587.993
75.527
0
535.086
89.796
9.246
255.682
48.050
31.041
4.273
134.830
3.025
221.218
3.371.403
5.854.603
733.019
1.795.662
1.389.840
13.144.527
DISTRIBUIÇÃO DAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS NA EUROPA EM FEVEREIRO E MARÇO MERCADO
OBRIGAÇÕES
AÇÕES
OUTROS
MISTOS
MONETÁRIOS
TOTAL
Internacional
-21.418
7.091
9.668
7.589
-22.463
Reino Unido
-332
4.112
-710
2.116
-724
4.462
-2.451
-2.268
144
-1.278
-32.143
-37.996
Alemanha
-524
-2.862
1.982
1.517
400
513
Suíça
984
2.035
-62
665
480
4.102 -1.066
França
Suécia
-19.533
-77
-180
-252
-557
0
Espanha
4.945
-616
-756
-820
631
3.385
Itália
-1.327
164
-391
451
21
-1.083
-20.200
7.476
9.623
9.684
-53.797
-47.215
TOTAL
*Os dados do Luxemburgo incluem os fundos domicíliados em Dublin. Os monetários dinâmicos incluem-se em outros.
ABR.
MAI.
JUN.
JUL.
AGO.
SET.
OUT.
NOV.
DEZ.
JAN.
FEV.
2021
ABR.
MAI.
JUN.
JUL.
AGO. 2021
MAR. 2022
SET.
OUT.
NOV.
DEZ.
JAN.
FEV.
MAR. 2022
AS MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA ALCANÇAR AS ZERO EMISSÕES LÍQUIDAS Será necessário fazer mudanças drásticas na economia global se quisermos alcançar os objetivos de zero emissões líquidas para 2050. Quantificar a magnitude do problema constitui um desafio em si mesmo. Os cálculos devem ter em conta o tamanho da empresa ou do país, assim como da etapa de desenvolvimento económico em que se encontra, em vez de considerar unicamente o volume de emissões. Para reduzir as emissões, será imprescindível aumentar a geração de energia limpa e eletrificação, e melhorar a eficiência. Também são precisas estratégias de compensação para neutralizar o resto das emissões inevitáveis. Para a maioria dos setores será necessário reduzir as emissões líquidas mais do que as contrariar, e os investidores também devem analisar os compromissos das empresas a partir desta perspetiva. Os legisladores serão o principal motor da mudança ao oferecer tanto incentivos baseados em estímulos para fomentar o investimento e o desenvolvimento, como medidas dissuasoras, como os regimes de preços do carbono. Após uma década de domínio das empresas tecnológicas orientadas para o consumidor, as empresas que consigam alcançar soluções tecnológicas baseadas em fatores climáticos têm possibilidades de ser os maiores beneficiários das novas iniciativas ambientais a partir de agora. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 35
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS
OS FUNDOS INTERNACIONAIS UCITS QUE MAIS CAPTAM NO MÊS EM AÇÕES
EM OBRIGAÇÕES
FUNDO
VOL.
FUNDO
EM FEVEREIRO
EM MULTIATIVOS E OUTROS VOL.
EM FEVEREIRO
Invesco S&P 500 ETF
FUNDO
VOL.
EM FEVEREIRO
1.360
SPDR® Bloomberg SASB U.S. Corp ESG ETF
1.414
Allianz Income and Growth
940
iShares Core S&P 500 ETF
1.152
Focused High Grade Long Term Bond USD
1.227
BGF ESG Multi-Asset Fund
469
iShares S&P 500 Swap ETF
725
Focused SICAV High Grade Lg Trm Bd EUR
907
iShares Physical Gold ETC
454
iShares Edge MSCI USA Value Factor ETF
706
Focused SICAV US Treasury Bond USD
704
Amundi Fds Multi-Strategy Growth
390
UBS (Lux) FS MSCI EMU SRI
634
iShares $ Treasury Bd 3-7y ETF
670
Lyxor EUR 2-10Y Inflation Expct ETF
282
Fidelity European Fund
577
Invesco US Treasury Bond 7-10 Year ETF
546
UBS FS CMCI Composite SF
281
Xtrackers ESG MSCI USA UCITS ETF
571
KBC Renta Eurorenta
517
Brummer Multi-Strategy UCITS
248
iShares Edge MSCI Eurp Val Fctr ETF
499
iShares $ Floating Rate Bond ETF
457
Lyxor Euro Stoxx 50 Dly -1x Inverse ETF
iShares Edge MSCI Wld Val Fctr ETF
497
Invesco US Senior Loan Fund
379
Amundi Fds Global Multi-Asset Cnsrv
216
Amundi Fds European Equity Value
490
Aegon European ABS Fund
347
Xtrackers Physical Gold ETC (EUR)
185
EM MARÇO
EM MARÇO
219
EM MARÇO
Swedbank Robur Transition Global
1.920
PIMCO GIS Income Fund
4.210
iShares Physical Gold ETC
2.525
NT UCITS FGR EM Custom ESG Eq Idx
1.413
Focused SICAV US Treasury Bond USD
3.818
Invesco Physical Gold ETC
1.985
iShares Core S&P 500 ETF
1.237
MM Access - Green, Social and Sust Bds
2.509
Allianz Income and Growth
1.250
Candriam Eqs L Robotics & Innovative Tec
953
Focused High Grade Bond USD
1.712
Xtrackers IE Physical Gold ETC
Jupiter Merian North American Equity
688
Eurizon Bond Short Term EUR T1
1.051
Amundi Physical Gold ETC
iShares Global Clean Energy ETF
675
iShares JP Morgan $ EM Bond ETF
885
BGF ESG Multi-Asset Fund
250
iShares Core MSCI World ETF
668
HSBC GIF Global Corporate Bond
794
Lyxor EUR 2-10Y Inflation Expct ETF
230
Candriam Eqs L Life Care
537
Focused High Grade Long Term Bond USD
659
Lyxor US$ 10Y Inflation Expectations ETF
224
Fidelity America Fund
518
iShares Core € Corp Bond ETF
622
DWS Concept Kaldemorgen
220
UBS ETF S&P 500 ESG
494
Invesco US Treasury Bond 7-10 Year ETF
621
UBS FS CMCI Composite SF ETF
943 426
174
Fonte: Morningstar e J.P. Morgan AM. Em milhões de euros.
forme mostram os dados da Morningstar e da J.P. Morgan AM compilados exclusivamente para a FundsPeople, a indústria voltou a dar um salto rumo à recuperação da queda que sofreu no início do ano. Ainda está longe dos valores atingidos em novembro de 2021 (13,50 biliões), mas entre fevereiro e março conseguiu crescer 108.098 milhões de euros, fixando-se nos 13,14 biliões de euros. Contudo, a distribuição das captações líquidas na Europa permanece em terreno negativo.
PROCURA POR REFÚGIO
Uma das primeiras reações à nova e agitada dinâmica dos mercados foi a procura por refúgio. Isso é bastante visível quando olhamos para as captações, em particular, no segmento de multiativos e outros, onde o ouro, ativo refúgio por excelência, reluziu. Embora em fevereiro esta tendência ainda
não estivesse muito clara, em março a presença destes fundos de gestão passiva que investem em ouro entre os que mais captaram duplicou, e os fluxos por eles alcançados foram, no conjunto, quase 10 vezes superiores. No campo das ações, não houve grandes surpresas. Os ETF continuam a sua hegemonia, embora seja percetível alguma propensão para a aposta no investimento sustentável, nomeadamente, na transição energética já que o risco geopolítico do fornecimento energético europeu tem impulsionado a adoção de fontes de energias alternativas. Olhando agora para as obrigações, a média de captações cresceu drasticamente de fevereiro, quando não foi além dos 717 milhões de euros, para março, quando atingiu os 1.688 milhões de euros. Vale ainda referir que no mês que fecha o primeiro trimestre,
o PIMCO GIS Income dominou. O fundo da PIMCO, a gestora americana fundada por Bill Gross e que este ano ostenta o Rating FundsPeople+, destacou-se dos demais ao obter captações na ordem dos 4.210 milhões de euros.
ENTIDADES
Analisando agora os grupos internacionais, no segundo mês do ano, a UBS AM foi a entidade que mais volume de captações obteve tanto no segmento que inclui os monetários, tanto no que os exclui ao registar fluxos superiores a 3.800 milhões de euros. Em março, a Goldman Sachs AM conseguiu atingir um volume de subscrições líquidas na casa dos 10.671 milhões de euros no segmento com monetários. No segmento que não os inclui, a iShares teve um lugar de destaque ao registar entradas de 6.843 milhões de euros.
Con monetarios COM MONETÁRIOS
GRUPOS QUE MAIS CAPTAM NO MÊS NEGÓCIO INTERNACIONAL
Sin monetarios SEM MONETÁRIOS
EM FEVEREIRO
EM FEVEREIRO
UBS AM
3.897
UBS AM
3.834
iShares
2.654
iShares
2.626
BNP Paribas
2.627
Invesco
DWS
2.342
Lyxor
1.946
Lyxor
2.043
Link Group
1.560
EM MARÇO
1.977
EM MARÇO
Goldman Sachs
10.761
iShares
iShares
6.864
Amundi
5.708
UBS
4.945
UBS
4.966
Natixis
4.004
Vanguard
2.092
C. Mutuel Alliance Féd.
3.494
Invesco
2.016
36 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
6.843
Investir no combate às alterações climáticas exige inteligência
As alterações climáticas constituem um dos maiores desafios que se deparam à nossa sociedade. Por esse mundo fora, porém, existem empresas dinâmicas que estão a enfrentar o desafio com abordagens inovadoras, criando oportunidades multissetoriais para investidores que queiram fazer parte da solução.
Para mais informações digitalize o nosso código QR
O seu capital poderá estar em risco. LV-JPM53369 | 03/22 | 09ql222903091954
TENDÊNCIAS CAPA por Catarina Vinagre
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
.
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE À nuvem negra da pandemia, que ainda pairou durante o último ano, juntaram-se outras como a da inflação e a da guerra. Obstáculos que dificultaram, mas não impediram os selecionadores de fundos nacionais de fazer um trabalho notável.
E
stamos quase a meio do ano, o que significa que chegou uma vez mais a altura de apurar quem são selecionadores de fundos portugueses que mais se destacam pela qualidade do seu trabalho. Para tal, e como habitualmente, consultámos os responsáveis de vendas das gestoras internacionais. À convocatória da FundsPeople responderam 36 profissionais de 34 casas gestoras, que mencionaram 43 selecionadores nacionais. Neste ano que tem sido marcado pelo regresso à normalidade no pós-
38 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
-pandemia, entre os 24 selecionadores de fundos que obtiveram dois ou mais votos, destacam-se quatro profissionais. Por ordem alfabética, os seus nomes são Carla Veiga, da GNB Gestão de Ativos, Inês Castro, da DWM do Millennium bcp, João Pina Gomes, da ABANCA Portugal, e Marta Martins, da IM Gestão de Ativos.
INQUIETAÇÕES
Além de votarem nos selecionadores que sobressaíram, os vendas das gestoras internacionais revelaram quais
CARLA VEIGA GNB GA
INÊS CASTRO DWM - Millennium bcp
JOÃO PINA GOMES ABANCA Portugal
MARTA MARTINS IMGA MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 39
TENDÊNCIAS CAPA
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
DEVIDO AO AMBIENTE NUBLADO ONDE REINA A INCERTEZA, OS RISCOS TÊM MOLDADO A PROCURA DOS SELECIONADORES são as maiores preocupações que, desde o início do ano, têm auscultado do lado dos selecionadores. E que pedidos têm tido mais afluência? As respostas foram muito variadas, mas devido ao atual ambiente nublado onde reina a incerteza, os riscos têm moldado a procura dos selecionadores. Do lado macroeconómico, as principais inquietações gravitaram especialmente entre o aumento da inflação e das taxas de juro, o regresso dos bancos centrais a uma postura hawkish e, claro, o tema quente do momento, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Por isso, os selecionadores têm procurado não só alguma proteção, como também a diversificação e descorrelação das carteiras. No que diz respeito às classes de ativos, a que mais tem tirado o sono a estes profissionais é o fixed income. Assim, os investidores têm-se virado para estratégias de obrigações de curta duração, menos expostas a estes riscos face às de longo prazo que voltaram a terreno negativo. 40 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
ANA ONOFRE Montepio GA
ANDRÉ PINTO Alvarium Investments
DUARTE NUNES Santander
ELISABETE PEREIRA novobanco
LUÍS ALVARENGA BPI GA
LUÍS ANDRADE IMGA
PAULO SÁ Bankinter
RICARDO DUARTE SILVA CA Gest
CARLA PRATES LM Capital
CARLOS PINTO Optimize IP
DUARTE FRANCISCO DWM - Millennium bcp
GUILHERME CARDOSO DWM - Millennium bcp
GUILHERME PIEDADE ONOFRE Caixa GA
JOÃO PAULO SILVA Novobanco
LUÍS BARRETO XAVIER Julius Baer
MIGUEL TALEDO DE SOUSA Bankinter GA
PAULO MONTEIRO Invest GA
RITA GONZÁLEZ Baluarte
RUI BROEGA BiG
RUI MACHADO IMGA MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 41
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TENDÊNCIAS CAPA
AR
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A OPINIÃO DE MÁRIO PIRES Diretor de clientes institucionais e do mercado português, Schroders
FLEXIBILIDADE E DIVERSIFICAÇÃO
OS SELECIONADORES TÊM DEMONSTRADO INTERESSE EM ATIVOS QUE TÊM, HABITUALMENTE, UM BOM DESEMPENHO NUM AMBIENTE INFLACIONÁRIO
ENTIDADES QUE RESPONDERAM NOME
abrdn AllianceBernstein Allianz Global Investors Amundi BNP Paribas AM Candriam Capital Strategies Carmignac Columbia Threadneedle Investments DPAM DWS Eurizon Fidelity International
RESTANTES VOTADOS NOME
Franklin Templeton
ENTIDADE
GAM
Alexandre Antunes
BiG
Goldman Sachs AM
André Braz
Santander AM
Janus Henderson Investors
Eduardo Monteiro
BPI GA
Jupiter AM
Fábio Sequeira
BPI Vida
Liontrust AM
Filipa Almeida
Caixa GA
Lonvia Capital
Gonçalo Marouvo
BPI GA
M&G Investments
Gonçalo Câmara Pestana
BPI
Man Group
João Henriques
Bankinter
MCH Investment Strategies
João Pisco
Alvarium Investments
MFS IM
Jorge Silveira Botelho
BBVA AM Portugal
Morgan Stanley IM
Lingzhi Yu
Fidelidade
Natixis
Nuno Botelho
DWM - Millennium bcp
NN IP
Nuno Salvador
Bankinter GA
Nordea AM
Raul Póvoa
Banco Invest
OFI AM
Renato Rocha
Atrium
PIMCO
Ricardo Líbano
IMGA
Robeco
Rui Castro Pacheco
Banco Best/novobanco
Schroders
Rui Grenho
Ageas
UBS AM
Tiago Gaspar
Banco Carregosa
Vontobel
Os responsáveis de vendas das gestoras referiram também que os selecionadores têm demonstrado interesse em ativos que têm, habitualmente, um bom desempenho num ambiente inflacionário e que têm procurado proteção através de exposição a metais, principalmente ao ouro. 42 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
Contudo, ainda tem havido espaço para alguns ativos menos conservadores, como as ações, em particular fundos value e empresas de elevada qualidade com um forte poder de fixação de preços. Veremos se em 2023 as preocupações dos selecionadores se justificaram, ou se outras nuvens se adensaram entretanto.
Quando o crescimento económico abranda e a inflação cresce, os mercados enfrentam novos desafios, hoje agravados pelos bloqueios das cadeias de abastecimento e o agudizar das tensões geopolíticas. Neste cenário, em que nem os bancos centrais têm margem de manobra, os investidores precisam de encontrar retorno, reduzir a exposição ao risco e proteger o valor das carteiras. O caminho para resistir neste final de ciclo, com avaliações elevadas e alterações nas correlações entre ativos, passa por conjugar flexibilidade e diversificação. Esta dupla significa a agilidade de aproveitar oportunidades à medida que elas surgem, equilibrando ativos defensivos e de crescimento que promovam proteção, risco reduzido e potencial de retorno. Com os conhecimentos das nossas equipas especialistas em diferentes ativos e em multiativos, é esta a estratégia que temos vindo a seguir nos fundos de multiativos. O Global Multi-Asset Balanced, que conjuga ações, obrigações e alternativos a nível global, é um exemplo desta estratégia, equilibrando flexibilidade e diversificação com uma abordagem de sustentabilidade. A estratégia multiativos parece-nos a mais adequada no momento que vivemos, mas pode ser demasiado complexa para investidores individuais, pois implica um profundo conhecimento de cada classe de ativos (sectores, geografias e até empresas) e a capacidade de as gerir proativamente, num equilíbrio contante entre riscos e oportunidades em contínua mudança.
TENDÊNCIAS NEGÓCIO por Samuel Capucho
O REGRESSO DOS ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
MORNINGSTAR PORTUGAL AWARDS 2022
AO PRESENCIAL
No regresso ao formato presencial, a Morningstar traz novidades na metodologia apresentada para selecionar os seis grandes vencedores desta 16.ª edição. Estreou ainda uma nova categoria de prémios: a melhor gestora de ativos de investimento sustentável.
AB International Health Care Portfolio
O
presente ano está a ser marcado por um regresso à normalidade no que diz respeito aos eventos, e a tradição de entrega dos prémios Morningstar não fugiu à regra. Para a 16.ª edição, os Morningstar Awards, um evento de relevo no panorama da indústria de fundos de investimento e gestão de ativos nacional e internacional, foi realizado no EPIC SANA Marquês Hotel, em Lisboa. De destacar que nesta edição foi atualizada a metodologia de reconhecimento dos produtos e das entidades gestoras. Contudo, o que não se alterou
44 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
foi a excelência com que a empresa de análise seleciona o que melhor se faz na indústria de gestão de ativos. No total, os vencedores foram reconhecidos entre seis categorias. Os quatro prémios entregues aos fundos foram selecionados com base numa combinação de histórico de performance de médio a longo prazo ajustado ao risco, e também em ratings quantitativos da empresa de análise independente. Já no que diz respeito às entidades gestoras, o reconhecimento nesta edição recai sob duas categorias: a Melhor Gestora de Ativos – Overall e a Melhor Gestora de Ativos – In-
vestimento Sustentável. No que diz respeito a esta última categoria, tratando-se de uma novidade este ano, a Morningstar refere que o vencedor “é determinado por uma combinação do ESG Commitment Level para as gestoras de ativos, juntamente com as métricas de sustentabilidade da Morningstar para os fundos e o conhecimento dos Manager Research Analyst sobre os grupos de fundos que eles avaliam no contexto da Morningstar Analyst Rating”. Deste modo, apresentamos-lhe de seguida os fundos e entidades galardoados este ano.
Da esq. para a dir: Francesco Paganelli (Morningstar), Sol Hurtado Mendoza (BNP Paribas AM), André Themudo (BlackRocK), Mario Gonzalez Perez (Capital Group) e Davide Pelusi (Morningstar)
MELHOR GESTORA DE ATIVOS Investimento Sustentável: BNP Paribas AM A BNP Paribas AM conseguiu uma distinção nesta edição ao arrecadar o novo prémio que congratula a melhor gestora de https://bit.ly/3yrdD32 ativos ao nível do investimento sustentável. A par da Capital Group, é mais uma gestora de referência no mundo do ESG. Segundo dados da Morningstar, no final de junho de 2021, a BNP Paribas AM era a terceira gestora com mais ativos em fundos artigo 8º, com cerca de 172.600 milhões de euros, e a segunda gestora com mais fundos classificados nesse artigo, com 231 produtos. A aposta da gestora numa forte gama de produtos de investimento sustentável foi um dos fatores que impulsionou a duplicação dos seus ativos sob gestão na Península Ibérica nos últimos três anos. Passou de 3.800 milhões no final de 2019 para mais de 7.700 no final de 2021. Em entrevista à FundsPeople, Sol Hurtado Mendoza, diretora-geral da entidade, comentou que “sem dúvida que foi um vento a favor estar bem posicionados no investimento sustentável antes do boom”. Afirma mesmo que, “no futuro, ou se é sustentável ou não se existirá”. Francesco Paganelli e Sol Hurtado Mendoza.
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 45
TENDÊNCIAS NEGÓCIO
MELHOR FUNDO DE ALOCAÇÃO Capital Group Global Allocation Fund (LUX)
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
Francesco Paganelli e Mario Gonzalez Perez.
20 22
Gerido pela Capital Group, esta estratégia de investimento pretende alcançar três objetivos principais: crescimento do capital a longo prazo, conservação do capital e rendimento corrente. Sinteticamente, através de uma abordagem bottom-up, o fundo investe numa perspetiva global, procurando ações de alta qualidade e obrigações com baixas correlações. A componente acionista da carteira pode variar entre os 45 e 75%, enquanto a composição de fixed income entre 25 e 55%. Podemos encontrar no Top 3 desta carteira títulos de rendimento fixo do governo norteamericano, e também ações da Microsoft e da TSMC, sendo que, a região norteamericana é a região preferida da equipa de gestão tanto para o investimento em ações como para o investimento em obrigações.
MELHOR GESTORA DE ATIVOS – OVERALL Capital Group A empresa de análise independente tem por hábito premiar a que considerou ser a Melhor Entidade Gestora de Ativos no ano que terminou. A vencedora nesta categoria foi a Capital https://bit.ly/394YU3e Group, que está em destaque nesta edição com dois fundos premiados. A entidade gestora norteamericana foi fundada no ano de 1931 e é hoje uma das maiores e mais antigas gestoras do mundo. Atualmente, a Capital Group é uma das 10 maiores entidades do mundo por património, com ativos sob gestão superiores a 2,6 biliões de dólares. No último ano a Capital Group celebrou 90 anos e Guy Henriques, presidente do Client Group do Capital Group na Europa e na Ásia, referia, em entrevista à FundsPeople, que “a cultura da entidade é muito única”. Mencionava também que a gestora “tem-se concentrado única e exclusivamente no crescimento orgânico por meio da comercialização de uma gama altamente concentrada de fundos geridos ativamente”. No final do último ano a entidade foi distinguida como uma das gestoras de referência no mundo do ESG.
MELHOR FUNDO DE AÇÕES GLOBAL Capital Group New World Fund (LUX)
20 22
Lançado em 2016, este fundo gerido pela Capital Group procura um crescimento de capital a longo prazo através do investimento em ações de empresas com exposição significativa a economias e mercados em desenvolvimento. Segundo a gestora, e no que toca à repartição geográfica, empresas inseridas em mercados emergentes chegam a pesar 39% da carteira. Contudo, com cerca de 409 títulos em carteira, o fundo apresenta uma carteira bastante diversificada. O setor com maior peso é o da tecnologia da informação, seguido do financeiro e saúde. Entre as maiores posições em carteira estão ações da Microsoft, Reliance Industries e Vale.
A CAPITAL GROUP FOI A GESTORA QUE VENCEU O PRÉMIO NA CATEGORIA MELHOR GESTORA DE ATIVOS. A ENTIDADE SURGE TAMBÉM PREMIADA EM MAIS DUAS CATEGORIAS ATRAVÉS DE DOIS FUNDOS GERIDOS ATIVAMENTE 46 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
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A OPINIÃO DE JONATHAN BALTORA Responsável de dívida soberana, inflação e divisas, AXA IM
Francesco Paganelli e André Themudo.
A BLACKROCK VINGOU EM DUAS CATEGORIAS PREMIADAS ATRAVÉS DE DOIS FUNDOS PASSIVOS: UM DE OBRIGAÇÕES E OUTRO DE AÇÕES EUROPEIAS
MELHOR FUNDO DE OBRIGAÇÕES iShares Core € Corp Bond ETF Da gestora BlackRock (iShares), surge o fundo vencedor na categoria de fixed income. Trata-se de um produto gerido passivamente, com uma exposição diversificada a obrigações empresariais emitidas em euros. Lançada em 2009, a filosofia de investimento desta estratégia passa por “procurar acompanhar o desempenho de um índice constituído por obrigações empresariais com grau de investimento denominadas em euros”. Atualmente conta com um montante superior a 7 mil milhões de euros em ativos sob gestão. Relativamente à sua carteira, esta detém uma elevada exposição a empresas do setor da banca, consumo não cíclico e consumo cíclico. Entre a região europeia, o país com maior exposição é a França e, no que toca à maturidade das emissões, os três e cinco anos estão em maior preponderância. Além disso, as obrigações classificadas BBB são as que mais peso têm no fundo.
MELHOR FUNDO DE AÇÕES EUROPEIAS iShares MSCI Europe SRI ETF É a BlackRock através de mais um fundo gerido passivamente que sai destacada na categoria de ações. Criado em 2011, atualmente com mais de 3 mil milhões de euros em ativos sob gestão, o objetivo desta estratégia de investimento é acompanhar o desempenho de um índice composto por empresas europeias sujeitas a uma análise ESG. Tratando-se de um produto que investe com base numa filosofia de investimento responsável, este exclui a exposição a empresas com atividade em setores tais como armas nucleares, tabaco, armas de fogo, armas convencionais, bebidas alcoólicas, energia nuclear, entre outros. Por outro lado, o setor com maior exposição por parte do fundo é o da saúde.
ESTRATÉGIAS PARA O NOVO CENÁRIO DE INFLAÇÃO E TAXAS DE JURO EM ALTA O aumento generalizado nos preços não parece deter-se, impulsionado pela reabertura da economia mundial depois da crise sanitária, pela enorme intervenção monetária e orçamental e, agora, pelas consequências da crise geopolítica. Esta situação transformou o cenário para os bancos centrais. Os investidores devem preparar-se para um contexto de inflação elevada e taxas de juro em alta. A título ilustrativo, a inflação anualizada de 2,5% durante 10 anos pode deteriorar 22% da rentabilidade de um investimento. A resposta da AXA Investment Managers a este dilema para os participantes é o AXA WF Global Inflation Short Duration Bond, no qual o nível de inflação é a base do rendimento, protegendo o valor real da carteira. Este fundo de obrigações globais investe em obrigações ligadas à inflação de curta duração, com vencimentos residuais normalmente abaixo de quatro anos, para reduzir a sensibilidade ao risco de taxas. A estratégia, coberta em euros, centra-se em dívida pública de elevada classificação de países desenvolvidos. Outra das suas vantagens é o vencimento anual de 20% das obrigações. Isto aporta liquidez ao fundo, que se converte assim numa estratégia alternativa ao remanescente de liquidez acumulada em contas correntes, mas sem exposição ao risco inflacionista. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 47
Alimente as inovações que impulsionam a economia limpa
O sub-fundo AXA WF ACT Clean Economy é um compartimento da AXA WORLD FUNDS, uma SICAV harmonizada e domiciliada no 49, avenue J.F Kennedy L-1885 Luxembourg. O a investidores profissionais, em conformidade com a legislação DMIF. A informação constante do mesmo tem fins exclusivamente publicitários e informativos e não se destina, em cas podem ser obtidos de forma gratuita em www.axa-im.com. O presente documento não pode ser interpretado como consultoria em matéria de investimento, promoção financeira ou r garantia de rentabilidade futura de investimentos financeiros. O mercado financeiro é flutuante e está sujeito a variações, e as taxas de câmbio podem sofrer oscilações que afetam dir de risco da referida classe de acções é 6. Esta informação não considera os objetivos de investimento específicos, atuais ou futuros, a situação financeira ou tributária ou as necessida https://funds.axa-im.com/clean-economy. A AXA Investment Managers não assume qualquer responsabilidade por atos ou omissões decorrentes do uso indevido ou incorreto da present Majunga 6, Place de la Pyramide 92908, e está registada na CMVM em Regime de Livre Prestação de Serviços (LPS), como Sociedade gestora de organismos de investimento colectivo do
Material publicitário. Exclusivamente para clientes profissionais
AXA WF ACT Clean Economy Investir numa economia limpa faz sentido não só em termos ecológicos, como também em termos financeiros. As empresas que selecionamos estão na vanguarda dos transportes de baixo carbono, da energia inteligente, da tecnologia agrícola e da preservação de recursos. Estas empresas inovadoras podem ajudá-lo a conseguir retornos sustentáveis à medida que evoluímos para um mundo mais limpo. O Investimento implica riscos, incluindo a perda de capital. Invista num futuro melhor. Invista agora num futuro sustentável.
AXA-IM.COM/ACT-CLEAN-ECONOMY
depositário é a State Street Bank International GmbH, Luxembourg Branch e a sua sociedade gestora é a AXA Funds Management. O presente documento destina-se exclusivamente so algum, a clientes não profissionais e/ou investidores finais. O prospeto e as informações fundamentais destinadas aos investidores, em língua inglesa e portuguesa, respetivamente, recomendação de investimento, não podendo constituir, por si só, uma base para a tomada de decisões de investimento. O presente documento não representa de modo algum uma retamente a rentabilidade dos investimentos, tanto para cima como para baixo. A diversificação dos investimentos não garante ganhos nem proteção perante eventuais perdas. O nível ades pessoais de qualquer indivíduo específico. Para mais informações sobre o fundo AXA WF ACT Clean Economy da AXA IM, recomendamos que visite o nosso sítio na Internet, em te informação, declinando toda e qualquer responsabilidade pelo uso incorreto ou inadequado do documento. A AXA INVESTMENT MANAGERS PARIS SA tem sede social em Paris, Tour o Espaço Económico Europeu e com Sucursal em Espanha, autorizada e registada na Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV) com o número 38.
TENDÊNCIAS GESTÃO
por Samuel Capucho
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
INVESTIMENTO DIRETO OU INDIRETO
AS PREFERÊNCIAS DAS GESTORAS DE FUNDOS DE PENSÕES NACIONAIS Que gestoras de fundos de pensões portuguesas mais confiam no expertise de terceiros? Observamos a evolução da alocação de 2019 a 2021 e aquelas que, nos dias de hoje, mais recorrem ao investimento em fundos de terceiros.
AB International Health Care Portfolio
O
s fundos de investimento são, sem dúvida, um veículo de investimento muito utilizado pelas entidades gestoras de fundos de pensões nacionais. Pelos menos é isso que demonstra a composição do total das carteiras geridas por essas entidades. À data de 31 de dezembro de 2021, segundo dados da APFIPP relativos a entidades associadas, o investimento através de fundos de terceiros representava mais de 50% da estrutura das carteiras dos fundos de pensões de três casas gestoras nacionais: Ageas Pensões, SGF e Victoria Seguros.
50 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
Em boa verdade, o investimento indireto tem crescido nos últimos anos na generalidade das casas gestoras nacionais. A confiança que os gestores portugueses têm depositado na gestão de terceiros reflete-se no facto de, em 2019, estes veículos de investimento pesarem 30,1% no agregado das carteiras das gestoras, em 2020, 31,4% e, em 2021, este valor já era de 35,3%. De facto, de 2019 a 2021, foram apenas duas as gestoras que não aumentaram a preponderância de fundos de terceiros nas suas carteiras: a BPI Vida e Pensões e a SGF. Todas as restantes gestoras aumentaram o investimento através
EVOLUÇÃO DA PERCENTAGEM INVESTIDA EM FUNDOS DE TERCEIROS 2019
2020
2021
90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Ageas Pensões
BBVA Fundos
BPI Vida e Pensões
CGD Pensões
GNB - SGFP
Futuro
Real Vida Seguros
Santander Pensões
SGF
Victoria Seguros
Fonte: APFIPP, dezembro de 2021. As gestoras de fundos de pensões do Banco de Portugal e Previsão não constam, porque não apresentavam dados no respetivo relatório. Dados em milhões de euros.
destes produtos. Ainda assim, como se pode ver pelos números, é o investimento direto que representa a parte mais relevante na maioria das carteiras dos fundos de pensões. Ao virar o ano de 2019 para 2020, a entidade que, em percentagem, mais reforçou a alocação a fundos de terceiros foi a Santander Pensões. Por outro lado, de 2020 para 2021, esse destaque vai para a Ageas Pensões. Já no conjunto deste período em análise, por ordem decrescente, as casas que, em percentagem, mais aumentaram o investimento através de fundos de terceiros foram a Santander Pensões, a BBVA Fundos e a Futuro. Atualmente, a Victoria Seguros é a entidade que mais investe através de fundos de terceiros, sendo que estes veículos de investimento têm uma ponderação de 84,2% nas suas carteiras de investimento. Logo depois surge a SGF com 66% e a Ageas Pensões com 51,4%. Contudo, as gestoras que
contam com maior volume de ativos investidos nestes veículos, em termos absolutos são, por ordem decrescente, a Ageas Pensões, CGD Pensões e BPI Vida e Pensões.
DOIS OBJETIVOS
Questionado sobre os motivos e as vantagens que vê na utilização destes veículos, Valdemar Duarte, diretor-geral da Ageas Pensões, começa por
mencionar que a utilização de fundos de terceiros nos fundos com gestão discricionária tem dois objetivos principais. O primeiro, refere, “é a utilização de veículos passivos, como sejam ETF, que permitem maior dinâmica nas decisões de alocação tática”. O segundo, afirma, “passa por abordar certas classes de ativos através da seleção de gestoras com expertise específico, como, por exemplo,
“RECONHECEMOS QUE A VANTAGEM DESTA ABORDAGEM CENTRA-SE ESSENCIALMENTE NA ESCALA, LIQUIDEZ E RAPIDEZ DE EXECUÇÃO”
VALDEMAR DUARTE, AGEAS PENSÕES MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 51
TENDÊNCIAS GESTÃO
COMPOSIÇÃO DO TOTAL DAS CARTEIRAS GERIDAS PELAS GESTORAS DE FUNDOS DE PENSOES GESTORA
ENTREVISTAS
FUNDOS DE TESOURARIA
OUTROS FUNDOS DE INVESTIMENTO
PONDERAÇÃO FUNDOS NA CARTEIRA
INVESTIMENTO DIRETO E OUTROS
TOTAL CARTEIRA (EUROS)
Ageas Pensões
4,80%
22,30%
21,70%
0,00%
2,60%
51,4%
48,6%
BBVA Fundos
0,00%
26,40%
21,20%
0,00%
0,00%
47,6%
52,4%
597
1,20%
19,80%
9,90%
0,00%
0,20%
31,1%
68,9%
3.389
BPI Vida e Pensões
6.657
CA Vida
0,70%
8,20%
1,30%
0,00%
2,40%
12,6%
87,4%
248
CGD Pensões
4,80%
15,70%
3,30%
3,00%
1,80%
28,6%
71,4%
4.554
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO
GNB - SGFP
3,60%
9,70%
11,30%
0,20%
1,30%
26,1%
73,9%
2.633
PLANIFICAÇÃO
Futuro
3,30%
17,10%
22,40%
0,40%
1,10%
44,3%
55,7%
1.943
Real Vida Seguros
4,20%
6,70%
21,20%
0,00%
3,70%
35,8%
64,2%
237
Santander Pensões
10,80%
22,40%
9,40%
0,00%
4,40%
47,0%
53,0%
1.165 110
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
.
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
SGF
2,80%
31,10%
32,10%
0,00%
0,00%
66,0%
34,0%
Victoria Seguros
0,00%
23,30%
60,90%
0,00%
0,00%
84,2%
15,8%
16
4,10%
18,30%
13,90%
0,70%
1,80%
38,80%
64,70%
23,864
Total
Fonte: APFIPP, dezembro de 2021. As gestoras de fundos de pensões do Banco de Portugal e Previsão não constam na tabela porque não apresentavam dados no respetivo relatório. Dados em milhões de euros.
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
INVESTIMENTO EM FUNDOS DE TERCEIROS DAS SOCIEDADES GESTORAS DE FUNDOS DE PENSÕES (MILHÕES DE EUROS) GESTORA
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
Ageas Pensões BBVA Fundos BPI Vida e Pensões CA Vida CGD Pensões
AB International Health Care Portfolio
FUNDOS DE OBRIGAÇÕES
LEGISLAÇÃO
COM ESTILO
Olhar para o futuro investindo em saúde
FUNDOS DE AÇÕES
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN
OS INVESTIDORES E A CRISE
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
FUNDOS DE AÇÕES
FUNDOS DE OBRIGAÇÕES
FUNDOS DE TESOURARIA
OUTROS FUNDOS DE INVESTIMENTO
TOTAL DE INVESTIMENTO EM FUNDOS TERCEIROS
TOTAL CARTEIRA
319
1.484
1.444
-
173
3.422
-
157
126
-
-
284
6.657 597
40
671
335
-
67
1.115
3.389
1
20
3
-
5
31
248
218
715
150
136
81
1.302
4.554
GNB - SGFP
94
255
297
5
34
687
2.633
Futuro
64
332
435
7
21
860
1.943
9
15
50
-
8
85
237
125
260
109
-
51
547
1.165
SGF
3
34
35
-
-
72
110
Victoria Seguros
-
3
10
-
-
14
16
878
3.951
2.998
149
444
8.423
23.864
Real Vida Seguros Santander Pensões
Total
Fonte: APFIPP, dezembro de 2021. As gestoras de fundos de pensões do Banco de Portugal e Previsão não constam, porque não apresentavam dados no respetivo relatório.
DE 2019 A 2021, FORAM APENAS DUAS AS GESTORAS NACIONAIS QUE NÃO AUMENTARAM A PREPONDERÂNCIA DE FUNDOS DE TERCEIROS NAS SUAS CARTEIRAS 52 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
na componente de alternativos ou high yield”. Termina ao reconhecer que a vantagem desta abordagem “se centra essencialmente na escala, liquidez e rápida execução”. No entanto, também reconhece “que, apesar da implícita lógica de diversificação, a utilização de instrumentos passivos potencia um maior enviesamento ao
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A OPINIÃO DE DIOGO GOMES Responsável de relações com Clientes, UBS AM Iberia
PERCENTAGENS DA ALOCAÇÃO DAS CARTEIRAS A FUNDOS DE TERCEIROS DE 2019 A 2021 2019
2020
Ageas Pensões
42,9%
38,4%
51,4%
BBVA Fundos
33,4%
40,2%
47,6%
BPI Vida e Pensões
31,7%
30,9%
31,1%
CGD Pensões
27,0%
30,5%
28,6%
GNB - SGFP
22,3%
27,8%
26,1%
2021
Futuro
33,7%
41,0%
44,3%
Real Vida Seguros
30,8%
29,2%
35,8%
Santander Pensões
31,9%
41,8%
47,0%
SGF
66,7%
66,7%
66,0%
Victoria Seguros
81,5%
80,2%
84,2%
Fonte: APFIPP, dezembro 2021. As gestoras de fundos de pensões do Banco de Portugal e Previsão não costam na tabela por que não apresentavam dados no respetivo relatório. Também a gestora CA Vida não constam, uma vez que apenas apresentava dados para o ano 2021.
nível das grandes capitalizações e/ou grandes emitentes dos vários índices de mercado”.
RADIOGRAFIA
OBRIGAÇÕES VS INFLAÇÃO
Tendo em conta o último ano, a APFIPP deu conta de um crescimento de 5,8% - para 23.864 milhões de euros – dos volumes sob gestão nos fundos de pensões entre as suas associadas, o que as configura como um setor investidor muito relevante no panorama da gestão de ativos nacional. Destes 23 mil milhões, 8.423 milhões correspondiam a investimento indireto. Entre as classes de ativos que mais captaram investimento de 2019 a 2021, o destaque vai para a classe acionista. No sentido oposto, neste período considerado, os fundos de obrigações perderam peso nas carteiras das gestoras de fundos de pensões. Em dezembro passado, os fundos de ações reinavam no agregado dos portefólios com uma preponderância de 18,3%, seguidos dos fundos de obrigações com um
É O INVESTIMENTO DIRETO QUE REPRESENTA A PARTE MAIS RELEVANTE DA MAIORIA DAS CARTEIRAS DOS FUNDOS DE PENSÕES peso de 13,9% e dos fundos imobiliários com 4,1%. Em termos absolutos, estas percentagens refletem um investimento de 3.951 milhões de euros em fundos de ações, ou seja, praticamente metade do valor investido em fundos de terceiros, 2.998 milhões em fundos de obrigações e 878 milhões em fundos imobiliários. Por outro lado, olhando ainda só para o último ano, em termos absolutos, a casa que mais investe diretamente nos ativos e não recorre a fundos de terceiros é a CGD Pensões, alocando mais de 3.251 milhões de euros. Em termos percentuais, este destaque vai para a CA Vida, com 87,4% da carteira no final de 2021 alocada a investimento direto e outros. Haverá espaço no futuro para que esta tendência de aumento do peso de fundos geridos por terceiros continue o seu caminho? Ou as gestoras nacionais precisarão de reconsiderar esta estratégia de investimento em algum momento?
Historicamente, as subidas de taxas têm sido preventivas e baseadas na previsão da inflação; hoje estão atrasadas. O Instituto de Finanças Internacionais constatou que tanto o consumo das famílias como o investimento empresarial nos Estados Unidos superaram as tendências prépandemia. O crescimento dos salários está no nível mais alto em 30 anos. Medidas destinadas a reduzir a inflação a estes níveis podem ser difíceis e exigir taxas mais elevadas do que o mercado está a descontar. Mas também há fatores opostos em jogo. É evidente que o aumento dos preços dos produtos alimentares e energéticos exercerá uma enorme pressão sobre os orçamentos das famílias. A despesa pública, que apoiou as famílias durante a pandemia, diminuirá a partir de agora. Em conjunto, estes fatores podem significar que a Reserva Federal está, de facto, a começar a endurecer a sua política monetária quando a economia começa a enfrenta ventos contrários e não devemos descartar um cenário deflacionário mais tarde. Na UBS AM pensamos que o maior risco no mercado obrigacionista está no aumento das taxas, e consequentemente, mantemos uma infra ponderação em obrigações. Estamos apenas no início de uma série de subidas de taxas nos EUA, com uma inflação provavelmente complicada e com a perspetiva da Reserva Federal começar também a vender ativos, pelo que a nossa visão é que as yields das obrigações continuarão a subir e consequentemente os preços das mesmas a caírem. O investimento em obrigações será mais convincente se algumas das forças deflacionistas mencionadas anteriormente passarem a ocupar o primeiro plano. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 53
TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS
por Margarida Pinto
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
.
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
OS FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE 2022 EM PORTUGAL ARTIGO 8º E ARTIGO 9º DA SFDR Mais de 58% dos fundos com Rating FundsPeople 2022 estão inseridos num destes dois artigos da SFDR. Que entidades e categorias de fundos sobressaem?
O
número é expressivo. Bem mais de metade dos fundos com Rating FundsPeople 2022 em Portugal estão classificados com o artigo 8º ou 9º da SFDR (Sustainable Finance Disclosure Regulation). Contas feitas, 400 do total de 687 produtos com Rating veem ser-lhes atribuída uma das etiquetas da SFDR (Sustainable Finance Disclosure Regulation).
54 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
Comecemos pelo artigo mais ambicioso: o 9º. Como seria de esperar, é bem mais modesto o número de fundos com Rating FundsPeople 2022. No total, são 43 fundos que se comprometem a perseguir um objetivo específico de sustentabilidade, pertencentes a 21 entidades distintas. Mas são a Pictet Asset Management, a Candriam Asset Management e a Robeco, as três entidades gestoras mais pujantes neste campo. A primeira apresenta sete
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE ARTIGO 9º POR CLASSE DE ATIVO
FUNDOS CON RATING FUNDSPEOPLE ARTIGO 8º POR CLASSE DE ATIVO ALOCAÇÃO
10%
2% ALTERNATIVOS
OBRIGAÇÕES
15%
ALTERNATIVOS
0%
OBRIGAÇÕES
35%
CONVERTÍVEIS
2%
2% ALOCAÇÃO
COMMODITIES
0%
AÇÕES
AÇÕES
81%
53%
Fonte: Morningstar Direct e elaboração própria.
fundos classificados com artigo 9º, e as duas outras gestoras, seis fundos cada. Destes 43 fundos, nenhum consegue a classificação máxima do Rating - o Rating FundsPeople+, mas há cinco que conjugam o facto de serem consistentes e de se destacarem pelo montante que têm colocado no sul da Europa. Na verdade, realçar que mais de metade dos fundos que apresentam este artigo são fundos muito apreciados pelos investidores, ou seja, com um volume sob gestão interessante na região mencionada.
são quem se destaca no universo dos fundos que promovem características ambientais e sociais, com 35, 19 e 16 fundos, respetivamente. No caso da J.P. Morgan AM, tratam-se de 35 fundos dos 42 da entidade que obtêm Rating FundsPeople, enquanto na Fidelity International esse número é mais representativo: 19 do total de 23. Por fim, a Schroders apresenta 16 dos seus 29 fundos com Rating FundsPeople inseridos neste artigo. Do total de 357 fundos, há espaço para oito fundos recordistas, ou seja,
oito fundos com Rating FundsPeople, listados na tabela da página seguinte.
ENTIDADES NACIONAIS
Se na lista de entidades com artigo 9º a ausência de entidades nacionais era notada, elas aparecem quando o artigo 8º entra na equação. Na verdade, são duas bem conhecidas entidades do mercado nacional que figuram com fundos desta tipologia: a Caixa Gestão de Ativos e a BPI Gestão de Ativos, com 11 e quatro fundos, respetivamente. No caso da Caixa Gestão de
ARTIGO 8º DOMINAM
O caso muda muito de figura quando a contabilização é feita aos fundos com Rating FundsPeople 2022 que são classificados com o artigo 8º. O universo de produtos sobe para 357 produtos pertencentes a 74 gestoras de ativos. No Top 3 de entidades que apresentam mais fundos assim classificados, não aparece, contudo, nenhuma das entidades que liderava no campo do artigo 9º. A J.P. Morgan Asset Management, a Fidelity International e a Schroders
ANÁLISE SEGUNDO O PERFIL DE SUSTENTABILIDADE Já faz um ano que entrou em vigor a SFDR (Sustainable Finance Disclosure Regulation), uma das regulações que mais afetam o investimento sustentável na Europa. A classificação dos produtos financeiros tendo em conta o seu perfil de sustentabilidade, é uma das medidas contempladas neste Regulamento de Divulgação. Este artigo analisa quantos fundos dos 687 produtos que obtiveram
Rating FundsPeople 2022 em Portugal, são classificados com artigo 8 (promovem características ambientais e sociais, e também conhecidos como fundos estratégias ESG) ou artigo 9 (com um objetivo específico de sustentabilidade) da normativa da divulgação. Para realizar esta análise utilizamos o campo de análise EU SFDR Fund type (Article 8 or Article 9) disponibilizado pela Morningstar.
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 55
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TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS
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A OPINIÃO DE
GESTORAS COM MAIS FUNDOS ARTIGO 9º COM RATING FUNDSPEOPLE GESTORA
GESTORAS COM MAIS FUNDOS ARTIGO 8º COM RATING FUNDSPEOPLE
NÚMERO DE FUNDOS
GESTORA
NÚMERO DE FUNDOS
Pictet Asset Management
7
J.P. Morgan Asset Management
35
Candriam
6
Fidelity International
19
Robeco
6
Schroders
16
BNP Paribas Asset Management
4
Amundi
14
AllianceBernstein
2
Robeco
14
BlackRock
2
Fonte: elaboração própria.
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE + ARTIGO 8º FUNDO
CATEGORIA GLOBAL
GESTORA
Europe Equity Large Cap
Eleva Capital
Eleva UCITS Eleva Abs Ret Eurp S EUR acc
Long/Short Equity
Eleva Capital
PIMCO GIS Dyn Mlt-Asst Instl EUR Acc
Flexible Allocation
PIMCO
Moderate Allocation
BlackRock
Europe Fixed Income
Schroders
Eleva UCITS Eleva Eurp Sel I EUR acc
BGF ESG Multi-Asset E2 EUR Schroder ISF EURO Corp Bd C Acc EUR Robeco Global Consumer Trends D €
Global Equity Large Cap
Robeco
MFS Meridian European Value A1 EUR
Europe Equity Large Cap
MFS IM
MFS Meridian Prudent Wealth I1 USD
Moderate Allocation
MFS IM
Fonte: elaboração própria.
ENTRE OS FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE+ 2022 EM PORTUGAL, NÃO EXISTE NENHUM ARTIGO 9º. HÁ, CONTUDO, OITO FUNDOS ARTIGO 8º Ativos, figura mesmo um fundo cujo nome ilustra à cabeça o seu objetivo: o Caixa Investimento Socialmente Responsável, que se destaca pelos seus ativos colocados em Portugal. Do conjunto de fundos da entidade, nove são fundos de alocação, um de obrigações e outro de ações. No caso da BPI Gestão de Ativos, os fundos de alocação também dominam: três dos quatro fundos inseridos no artigo 8.º pertencem também a esta classe de ativos, restando espaço para apenas um fundo de ações: o BPI América D. Na generalidade, as classes de ativos dominantes entre fundos com 56 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
artigo 8º e 9º são as mesmas, quando olhamos para o universo em análise, e não há espaço para grandes exotismos. A categoria de ações domina tanto nos fundos com Rating FundsPeople que têm artigo 8º (187 fundos), como artigo 9º (34 fundos). Seguem-se, com correspondência para ambos os artigos, os fundos de obrigações e os fundos de alocação. Não sabemos o futuro, mas seguramente que estes números mudarão de ano para ano. Aqui estaremos em 2023 para verificar quão mais verdes estão as gestoras com fundos com Rating FundsPeople 2022.
ANA CARRISSO Senior sales manager, Fidelity International
A GUERRA NA UCRÂNIA VAI ACELERAR O MOMENTUM DA DESCARBONIZAÇÃO A terrível invasão da Ucrânia tem levado a emissões temporariamente mais elevadas, com alguns países a mudarem para combustíveis mais sujos e a afastarem-se do petróleo e gás russos, politicamente tóxicos. Mas, a longo prazo, esta situação acelerará a adoção de soluções alternativas de energia. Já assistimos a vários anúncios de políticas para desenvolver a capacidade de energia limpa em resposta à guerra. Todos sabemos que a Europa lidera neste aspeto, globalmente. Mas a SEC recentemente propôs novas regras que farão com que o reporte de emissões seja tão comum como o de lucros nas declarações financeiras das empresas norte-americanas cotadas. A indústria de investimento está por isso também crescentemente a fazer a sua parte, apoiada pela consciência ambiental dos investidores. A população em geral, particularmente as gerações mais jovens, estão cientes do que está em jogo e pressionam cada vez mais os governos a agir. Ainda há muito por fazer, e estamos atrasados para atingir a meta das emissões líquidas zero até 2050, por isso a transição precisa de acelerar. Assim, é importante manter a pressão sobre quem legisla e governa e sobre as organizações, de forma a reduzir as emissões. Mas achamos que a confiança no momentum em direção à sustentabilidade climática é justificada e estamos a ir na direção certa. O progresso feito nos últimos 14 anos tem sido subvalorizado e, dado o crescente impulso na luta contra o aquecimento global, acreditamos que os próximos anos também superarão as expectativas.
INVISTA COM IMPACTO POSITIVO FUNDO JANUS HENDERSON HORIZON GLOBAL SUSTAINABLE EQUITY Três décadas de experiência em investimento sustentável* Seleção de empresas inovadoras à procura de respostas para desafios ambientais e sociais Redução da pegada de carbono *Estratégia lançada a 01/08/1991. O fundo foi lançado a 29/05/2019.
janushenderson.com/pt/gse
Apenas para profissionais. Comunicação promocional. Capital em risco. Os resultados anteriores não são uma garantia de resultados futuros. Nada no presente anúncio deve ser interpretado como aconselhamento. O presente anúncio não é uma recomendação de venda, compra ou de um investimento. Consulte o prospecto do OICVM e o documento com as IFI antes de tomar qualquer decisão de investimento. O Janus Henderson Horizon Fund (o “Fundo”) uma SICAV luxemburguesa constitu da a 30 de maio de 1985, gerida pela Henderson Management S.A. Emitido na Europa pela Janus Henderson Investors. Janus Henderson Investors é o nome sob o qual são fornecidos produtos e serviços de investimento pela Janus Henderson Investors UK Limited (n.º reg. 906355) (registada em Inglaterra e País de Gales em 201 Bishopsgate, London EC2M 3AE e regulada pela Financial Conduct Authority) e pela Henderson Management S.A. (n.º reg. B22848 em 2 Rue de Bitbourg, L-1273, Luxemburgo e regulada pela Commission de Surveillance du Secteur Financier). Está disponível em inglês, em www.janushenderson.com/ summary-of-investors-rights-english,uma síntese dos Direitos dos Investidores. A Henderson Management SA pode decidir pôr termo aos acordos de comercialização deste Organismo de Investimento Coletivo nos termos da regulamentação adequada. Janus Henderson e Knowledge Shared são marcas comerciais da Janus Henderson Group plc ou de uma das suas subsidiárias. © Janus Henderson Group plc. 117977/0222
TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO por María Folqué
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
OS INVESTIDORES
E A CRISE Num momento de máxima incerteza perante a situação na Ucrânia, o comportamento dos investidores em crises anteriores converte-se numa referência inevitável. 58 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
L
amentavelmente, os meses de fevereiro e março ganharam uma péssima reputação no calendário dos investidores. Às vendas de finais de maio para se ir de férias com calma, à fixação dos crash bolsistas pelo outono, uniu-se o fator surpresa horrível de fevereiro e março. De uma pandemia passámos a uma guerra. Poderiam fazer-se piadas, mas não apetece. Nestes episódios de incerteza aguda, o passado converte-se na referência inevitável, já que o futuro está cheio de incógnitas impossíveis de esclarecer. Neste artigo faz-se um seguimento sobre a reação dos investidores perante a crise desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, tomando como referência outras crises anteriores.
Se partirmos dos dados de subscrições e resgates de fundos de investimento mobiliários em Portugal, que oferece a Morningstar, vemos que os dados de fevereiro podem já ter sido influenciados pelo despoletar do conflito. O saldo entre subscrições e resgates foi de -201 milhões de euros, o que comparou com o saldo positivo de dezembro e janeiro anteriores: 567 e 172 milhões de euros de captações, respetivamente. Em dezembro, a guerra era apenas um rumor, mas o ano anunciava-se complicado, com taxas de inflação que lembravam os anos setenta, e a expetativa de subida de taxas de juro. Se o compararmos com março de 2020, quando o COVID-19 chegou a fechar a Europa, os resgates em Portugal nesse mês superaram os 600 milhões de euros,
OS PIORES 10 DIAS DO S&P 500 DESDE 1989 E AS RECUPERAÇÕES POSTERIORES DATA
MOTIVO
QUEDA NO DIA
RETORNO DEPOIS DE UM ANO
RETORNO DEPOIS DE CINCO ANOS
15/10/2008
Crise financeira global
-9,0%
24,0%
109,0%
01/12/2008
Crise financeira global
-8,9%
39,3%
146,3%
29/9/2008
Crise financeira global
-8,8%
-1,5%
69,9%
09/10/2008
Crise financeira global
-7,6%
20,9%
103,5%
27/10/1997
Crise asiática
-6,9%
23,4%
8,7%
31/08/1998
Default russo
-6,8%
39,8%
13,0%
20/11/2008
Crise financeira global
-6,7%
48,8%
164,3%
08/08/2011
Crise de dívida soberana
-6,6%
28,1%
117,0%
13/10/1989
Black Friday
-6,1%
-5,8%
63,8%
19/11/2008
Crise financeira global
-6,1%
39,2%
147,5%
Fonte: Schroders, Refinitv. Dados a 3 de março de 2020 referentes ao S&P 500 Total Return Index, que inclui dividendos.
reduzindo-se a 68 milhões em abril e recuperando o terreno positivo em maio, com subscrições líquidas de 47 milhões. Olhando mais para trás, até à crise financeira trazida pela queda da Lehman Brothers, vemos que o número de resgates líquidos em setembro de 2008 é um pouco inferior ao de março de 2020: perto de 300 milhões de euros. As subscrições positivas demoraram algum tempo a chegar. Neste momento, há que manter atenções redobradas sobre os dados nos próximos meses, sobretudo se, infelizmente, a guerra se prolongar.
OS MERCADOS
Outro ângulo de análise centra-se nos mercados, ou seja, no comportamento das distintas classes de ativos. Se o S&P 500 chegou a cair cerca de 12%
a meio de março, o certo é que uma recuperação permitiu que eliminasse grande parte das perdas no final de março. Parece haver uma forte correlação com o preço do crude. O preço do Brent chegou a subir cerca de 60% desde dezembro de 2021, para depois corrigir a sua escalada (perante rumores de negociação com outros produtores de petróleo e o encerramento de Shenzen por causa da pandemia) e voltar a retomá-la em parte. Algo parecido está a acontecer com o ouro. Sim, a isto chama-se volatilidade. Perante episódios de muita volatilidade, o que deve fazer um investidor? O mais importante é que esteja numa carteira adequada ao seu perfil. Isto acreditamos que já seja uma lição bem estudada.
ESPECIALISTAS DA SCHRODERS RECORDAM QUE OS DADOS SUBLINHAM A RESISTÊNCIA HISTÓRICA DOS MERCADOS ACIONISTAS EM PRAZOS LONGOS, EMBORA TAMBÉM EXISTAM EXCEÇÕES
Partindo desse ponto, o medo é humano e também não há que ficar alvoroçado; convém sim, talvez, olhar para as crises passadas, embora avisemos que a natureza e a origem de cada uma é diferente: uma crise financeira, uma pandemia e uma guerra. Os especialistas da Schroders recordam-nos que os dados sublinham a resistência histórica das ações em prazos longos, inclusive depois das crises. Tendo em conta os 10 piores dias da bolsa americana desde 1989, na Schroders analisaram o que aconteceu depois. “As quedas associadas à crise financeira mundial, incluída a dívida da zona euro em 2011, representam sete dos 10 piores dias suportados pela bolsa norte-americana desde 1989. A mais grave foi uma queda de 9% a 15 de outubro de MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 59
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TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO
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A OPINIÃO DE ANA CLAVER GAVIÑA Diretora-geral da Robeco Iberia, Latam & US Offshore
EVOLUÇÃO DOS MERCADOS QUANDO O VIX ALCANÇA UM NÍVEL DE 30 Retorno a 12 meses do S&P 500, baseado em distintos níveis do VIX. 11,3 OU MAIS BAIXO 11,3 - 12,0 12,0 - 12,5 12,5 - 13,1 13,1 - 13,8 13,8 - 14,5 14,5 - 15,3 15,3 - 16,0 16,0 - 16,7 16,7 - 17,6 17,6 - 18,5 18,5 - 19,5 19,5 - 20,6 20,6 - 21,6 21,6 - 22,8 22,8 - 24,3 24,3 - 26,1 26,1 - 28,7 28,7 - 33,5 SUPERIOR A 33,5 0%
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20%
25%
30%
Fonte: Schroders, Refinitiv. Dados entre 2 de janeiro 1991 e 24 de fevereiro de 2022.
2008. A esta seguiu-se uma rentabilidade a cinco anos de 109% ou o equivalente anual de 15,9%, um padrão que se repete em muitas outras das 10 piores quedas de um dia”. Contudo, os especialistas também avisam que este padrão não é uma regra, mas sim a exceção. Como exemplo, citam as quedas do mercado de valores durante o colapso das dotcom de 2000 a 2003. “Apesar das perdas não se encontrarem entre as 10 primeiras, uma queda de 5,8% a 14 de abril de 2000 foi a décima segunda pior. Seguiu-se uma perda de 7,4% cinco anos depois”. Em Espanha e também noutros países da Europa, como a Bélgica ou 60 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
França, existem indícios sobre o arrojo dos investidores de retalho nos mercados. Por exemplo, um relatório do regulador espanhol (CNMV), constata um aumento do negócio dos clientes de retalho durante a crise. “Em Espanha, o aumento da negociação de ações do Ibex 35 por parte dos investidores de retalho destacou-se, sobretudo, nos meses de março, junho e novembro de 2020. Em março desse ano, coincidindo com uma queda mensal do Ibex de 35 de 22,2%, alcançou-se o nível máximo do volume de compras do período, aproximadamente 4.000 milhões de euros”, pode ler-se.
A ELECTRIFICAÇÃO COMO SOLUÇÃO ENERGÉTICA Se há algo claro neste mundo de incerteza, onde a preocupação com a segurança elétrica e os seus preços desempenham um papel preponderante, é que o futuro da energia será elétrico e inteligente. A eletrificação da economia torna-se na solução energética preferencial graças a diversos fatores como a pressão dos grupos de interesse e o apoio das políticas, a elevação dos preços da energia e do carbono, que tornam as renováveis mais competitivas, a procura do consumidor de soluções, assim como a independência energética pela mão da energia limpa perante as restrições de fornecimento e os riscos geopolíticos. Investir em estratégias que entendam esta transformação que põe na primeira fila a geração renovável, as energias eficientes e as redes inteligentes, tornase acertado. Por isso, o fundo RobecoSAM Smart Energy, com um objetivo claro de transformação e descarbonização do setor energético, não investe diretamente no setor energético apostando em empresas nucleares ou de combustíveis fósseis que possam ter maior exposição a futuros ativos bloqueados, mas investe em empresas que oferecem as tecnologias necessárias para conseguir a transição energética.
Is it okay to ask, “What do I get out of ESG?” It’s not just okay, it’s imperative. ESG means many things to many people, which is why developing the right strategy has to start with understanding what it means to you. At Natixis IM, ESG begins with a deep dive into your objectives, then implementing the expertise of our
smart sustainable solutions
diverse affiliates to create a solutions-based approach to meet them. Questions before answers. Solutions before products What do you want from ESG? Start the conversation
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TENDÊNCIAS LEGAL
por Bernardo Marques
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO Pequenas ou grandes gestoras. É uma das destrinças feitas no Regime Jurídico da Gestão de Ativos, com a qual se pretende adaptar a regulamentação em vigor à realidade do mercado nacional de gestão de ativos.
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om o intuito de simplificar e clarificar o enquadramento normativo aplicável aos Organismos de Investimento Coletivo (OIC) em Portugal, a CMVM lançou para consulta pública, no passado dia 7 de dezembro de 2021, a proposta do Regime Jurídico da Gestão de Ativos (RGA), que se propõe revogar o Regime Jurídico dos Organismos de Investimento Coletivo (RGOIC), aprovado pela Lei n.º 16/2015, de 24 de fevereiro, e o Regime Jurídico do Capital de Risco, Empreendedorismo Social e Investimento Alternativo Especializado (RJCRESIE), aprovado pela Lei n.º 18/2015, de 4 de março, com as sucessivas alterações. Enquanto aguardamos pela publicação dos resultados da Consulta Pública, bem como se as principais preocupações dos agentes do setor serão ou não atendidas na versão final do projeto legislativo, que o Regulador irá submeter ao Governo para aprovação, podemos já concluir que a versão inicial do RGA vem alterar o paradigma atual da gestão de ativos, nomeadamente quanto ao regime aplicável às sociedades gestoras. Neste âmbito, é importante realçar a introdução de um novo regime para as Sociedades Gestoras, que passam a estar classificadas como sendo de pe-
É IMPORTANTE REALÇAR A INTRODUÇÃO DE UM NOVO REGIME PARA AS SOCIEDADES GESTORAS, QUE PASSAM A ESTAR CLASSIFICADAS COMO SENDO DE PEQUENA OU GRANDE DIMENSÃO
quena dimensão ou grande dimensão, em função do volume de ativos sob gestão – as Sociedades Gestoras passam a ser consideradas de grande dimensão quando os ativos sob gestão ultrapassem o montante de 500.000.000 e não incluam ativos adquiridos sem recurso ao efeito de alavancagem, ou o montante de euros 100.000.000 (cem milhões de euros) quando incluam ativos adquiridos com recurso ao efeito de alavancagem.
IMPLICAÇÕES
Esta distinção tem importantes implicações no regime e requisitos prudenciais aplicáveis, menos exigentes para as SG de pequena dimensão. Desde logo, importa destacar as alterações propostas para o regime de autorização, tendo sido reduzidos os prazos para a concessão de autorização – as SG de pequena dimensão estão sujeitas a um regime simpliMAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 63
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TENDÊNCIAS LEGAL
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A OPINIÃO DE MIGUEL LUZARRAGA Country manager Iberia, AllianceBernstein
FRICÇÕES NAS ECONOMIAS PROVOCAM A RUTURA DOS MERCADOS FINANCEIROS ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
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Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
FICA A DÚVIDA SE A CMVM NÃO IRÁ EXIGIR A ESTAS ENTIDADES QUE ADOTEM AS POLÍTICAS E PROCEDIMENTOS A QUE ESTARÃO DISPENSADAS NO PROCEDIMENTO DE AUTORIZAÇÃO, RECOMENDADAS PELAS BOAS PRÁTICAS DE GOVERNANCE ficado de autorização, com prazo de decisão de 30 dias, por contraposição ao prazo de três meses para a concessão de autorização às SG de grande dimensão. Aliada ao prazo de aprovação reduzido, as SG de pequena dimensão ficam ainda dispensas de demonstrar o cumprimento dos requisitos prudenciais iniciais aplicáveis às SG de grande dimensão (nomeadamente quanto à necessidade de adotar uma política de remunerações e de subcontratação de funções).
ADAPTAR À REALIDADE
Estas alterações pretendem, segundo a CMVM, adaptar a regulamentação em vigor à realidade do mercado nacional de gestão de ativos, simplificando os requisitos para a entrada no mercado, e privilegiando uma supervisão ex-post, no âmbito da atividade das SGOIC. Neste ponto, permitamo-nos questionar até que ponto, durante o exercício da atividade e no âmbito da supervisão contínua, se a CMVM não irá exigir a estas entidades que adotem as políticas e procedimentos a que estarão dispensadas no procedimento de autorização, recomendadas pelas boas práticas de governance. 64 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
Adicionalmente, as SG de pequena dimensão têm um capital social mínimo de (75.000,00 euros), podendo apenas gerir OIA (a gestão de OICVM apenas poderá ser exercida pelas SG de Grande Dimensão), e podem exercer as atividades adicionais de gestão de imóveis ou carteiras de imóveis por conta dos OIA Imobiliários sob gestão, repristinando-se uma atividade que, estranhamente, havia sido revogada pela revisão de 2019 do RGOIC. Uma última nota, para o facto de os OIA exclusivamente dirigidos a investidores profissionais geridos por SG de pequena dimensão não estarem obrigados a designar depositário. Atenta à função desempenhada pelo depositário no âmbito dos OIC (função de guarda dos ativos e defesa da legalidade e supervisão da atividade da SG), vemos com alguma apreensão esta nova alteração, ficando por esclarecer, nesta fase, a quem incumbirá o exercício dessas funções (será a sociedade gestora?). Aguardemos pela publicação do resultado da consulta pública e da versão final do projeto a enviar ao Governo para perceber se algumas das questões e dúvidas pendentes quanto ao RGA serão ou não respondidas. Como diz o ditado “a procissão ainda vai no adro”.
A economia global está desequilibrada em múltiplas dimensões. A procura está bem acima da oferta agregada, empurrando a inflação para níveis não observados em décadas. Embora a maioria dos bancos centrais esteja a ajustar a política, alguns não o estão a fazer, desencadeando movimentações de dimensão exagerada nos mercados cambiais (FX). E as fricções entre as economias e dentro das mesmas estão a provocar a ruptura dos mercados financeiros, aumentando os prémios de risco entre as classes de ativos. Estes são tempos conturbados, e esperamos mais do mesmo nos próximos meses. A inflação continua a ser a manchete da história. Os preços continuam a subir devido a restrições de oferta e perturbações relacionadas com os diferentes ritmos a que diferentes partes da economia global reabriram após o pior da pandemia da COVID-19. Os preços das mercadorias subiram ainda mais devido à invasão russa da Ucrânia, atrasando a recuperação da cadeia de abastecimento e empurrando ainda mais os níveis de preços para cima. Esperamos que a Reserva Federal dos Estados Unidos prossiga um ciclo de ajuste de primeira linha que rapidamente aproxime a taxa de política perto de 2,0%, a fim de abrandar a procura. Depois disso, esperamos que a inflação comece a desacelerar, permitindo um aperto monetário mais gradual. Embora a maioria dos outros grandes bancos centrais estejam numa trajetória semelhante, a diminuição dos rendimentos reais no Reino Unido e na Europa sugere que a margem para o aumento das taxas nessas economias é mais limitada do que nos EUA ou em economias sensíveis às mercadorias.
TENDÊNCIAS ADVISORY por Catarina Vinagre
ESG JÁ FAZ PARTE DO ADN DA BANCA PRIVADA NACIONAL Através dos olhos dos responsáveis de quatro bancas privadas nacionais, podemos fazer um decalque de como o investimento com critérios ESG tem evoluído em Portugal na área de private banking e qual é rumo que poderá tomar no futuro.
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ustentável. Uma palavra simples, mas com tanto significado. Sem sombra de dúvida, nos últimos anos tem ganho um impressionante destaque e, acima de tudo, importância no mundo dos investimentos. Contribuir para a construção de um mundo mais sustentável ao mesmo tempo que se obtém retornos interessantes, é o objetivo. Que o digam os responsáveis das bancas privadas nacionais que no desempenhar das suas funções têm visto nos seus clientes uma enorme vontade de adaptar as suas carteiras de investimento para se alinharem com um MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 65
TENDÊNCIAS ADVISORY
ANA NOBRE ABANCA
ENTREVISTAS
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UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
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Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
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O ISR VAI CONTINUAR A GANHAR TRAÇÃO GRAÇAS À CRESCENTE NOÇÃO DA RELEVÂNCIA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS futuro mais verde. Prova disso é o facto das estratégias de investimento sustentáveis estarem a crescer dentro das carteiras da gestão de patrimónios em Portugal. Assim, a FundsPeople consultou os profissionais ao leme das áreas de private banking do ABANCA, do BBVA, do Credit Suisse em Portugal e do Santander Totta para perceber como tem sido a evolução do investimento com critérios ambientais, sociais e de governance neste segmento. E o que será que o futuro tem reservado para esta temática? As respostas foram unânimes: o ESG já faz parte do ADN das entidades que representam e, nos próximos anos, o investimento sustentável vai continuar a ganhar tração graças à crescente consciencialização para as questões ambientais e sociais, e ainda devido à regulação em matéria de sustentabilidade que pretende proporcionar uma maior transparência e confiança nestes investimentos. 66 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
https://bit.ly/387E1Er
Pensamento de longo prazo. Segundo explica Ana Nobre, responsável de banca privada, o tema da sustentabilidade e do investimento com critérios ESG está, desde há muito, presente no trabalho do ABANCA. “O ESG faz parte do ADN ABANCA, e neste campo diria que o elo de ligação com a nossa filosofia de gestão ABANCA 360 está no pensamento de longo prazo”, conta. Ana Nobre
explica que tal como para um gestor profissional de carteiras de excelência é fundamental uma gestão focada no médio/longo prazo, a filosofia ESG faz parte dos mesmos pressupostos, isto é, “não sacrificar o longo prazo em detrimento do curto prazo”. “As empresas comprometidas com o longo prazo e a sustentabilidade são aquelas que, para nós, oferecem maior grau de confiança e de credibilidade”, sublinha.
LUÍS NASCIMENTO BBVA
https://bit.ly/3ygKiIO
Disrupção. “A sustentabilidade vai provocar uma disrupção na economia nos próximos anos, com alterações profundas nos modelos económicos e no tecido empresarial, criando grandes oportunidades na captura de valor”, assegura Luís Nascimento, diretor de Banca de Retalho da BBVA em Portugal. Conforme explica o profissional, “a evolução da regulação em matéria de sustentabilidade, riscos e métricas, assim como da taxonomia
dos produtos financeiros, vai criar maior transparência e confiança nestes investimentos e aumentar os ritmos de crescimento que temos vindo a verificar nos últimos anos”. Como tal, no grupo BBVA consideram a questão da sustentabilidade como uma enorme oportunidade de mitigar os riscos de investimento e de gerar retorno adicional, permitindo oferecer cada vez melhores soluções de investimento aos clientes.
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A OPINIÃO DE LAURA DONZELLA Responsável de Vendas para Portugal, Espanha, América Latina e Ásia, Nordea AM
MIGUEL SEABRA Credit Suisse
https://bit.ly/3FisaQ0
Transição. No Credit Suisse, os investidores têm expressado interesse em alinhar a sustentabilidade com a rentabilidade, “uma tendência que a pandemia da COVID-19 só tem reforçado”, conta Miguel Seabra, diretor-executivo da sucursal portuguesa do banco. Para o profissional, um dos claros benefícios para o fazer é o facto de as carteiras que têm em conta fatores ESG
poderem reduzir a exposição a riscos relacionados, ao mesmo tempo que identificam novas oportunidades a longo prazo. “Acreditamos que temos um papel importante a desempenhar à medida que os nossos clientes fazem a transição das suas carteiras de investimento. Neste sentido, a sustentabilidade está no centro da estratégia do banco e é uma parte fundamental do nosso quotidiano empresarial”, revela.
LOURENÇO VIEIRA DE CAMPOS Santander Totta
https://bit.ly/3LQ8s0t
Do nicho ao mainstream. “Os investimentos sustentáveis deixaram de ser uma área de nicho e estão a tornar-se o mainstream”, começa por dizer o diretor de Private Banking do Santander em Portugal. Lourenço Vieira de Campos expõe que os investimentos em ESG estão a ser cada vez mais vistos como uma précondição para a criação de valor a longo prazo. O profissional explica ainda que esta procura “parece prestes
a acelerar, impulsionada por mudanças sociais e demográficas, por uma maior regulamentação e foco governamental, e maior convicção no investimento”, comenta. Para tirarem partido disto, os investidores têm de começar hoje a adaptar as carteiras à nova realidade do amanhã. “A transição ESG, não apenas é verde mas também social. É a maior oportunidade que perspetivamos em termos de investimento e é o tema para a próxima década”, afirma.
O COMPROMISSO É O PONTO-CHAVE DA MUDANÇA No que diz respeito ao investimento sustentável, para a Nordea Asset Management (NAM) não optamos pelo caminho fácil. De facto, contamos com a maior e mais experiente equipa interna de Investimentos Sustentáveis do setor. O investimento responsável faz parte do nosso ADN nórdico. Como consequência natural, a propriedade ativa desempenha um papel fundamental na nossa filosofia de investimento responsável, que acreditamos firmemente acrescentar valor no longo prazo. Por isso, favorecemos o compromisso com as empresas, ao invés da exclusão como a forma mais eficaz de perseguir mudanças. Não obstante, não temos medo de excluir as empresas quando o consideramos necessário. O nosso sólido compromisso em criar um impacto substancial é aplicado a todos os nossos produtos, através da votação ou da participação ativa. Esforçamonos para levar o compromisso com as empresas ao nível seguinte, por isso, o nosso processo é baseado no estabelecimento e acompanhamento de objetivos e planos de trabalho com estas empresas. Só em 2021, levámos a cabo 1.033 compromissos e votámos em mais de 4.200 conselhos gerais. Isto torna-se realidade graças às nossas equipas de investimento responsável e ao trabalho em proximidade com os gestores de carteira das nossas soluções temáticas ESG STARS e ESG, garantimos que a contribuição da NAM continua a ser um pontochave para alcançar a mudança real. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 67
TENDÊNCIAS I+D por Miguel Rêgo, CFA
PEDRO ASSIS
ENTREVISTAS
MANAGING PARTNER, BALUARTE WEALTH ADVISORS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO
As CBDC parecem ser, sobretudo, uma forma de aumentar a eficácia da política monetária dos bancos centrais, com grandes ganhos de controlo público em benefício de todos, se bem exercido - e algumas perdas de liberdade individual; ambos, aspetos que deveriam ser mais amplamente debatidos.
PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
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CBDC E A D MONEYNESS DO DINHEIRO DIGITAL Considere-se ou não uma classe de ativos, a verdade é que a dinâmica de mercado de ativos digitais como as criptomoedas veio provar a funcionalidade e potencial da tecnologia de blockchain aplicada ao mundo das finanças. Será que os Bancos Centrais podem ou vão entrar na mesma onda?
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epois de anos de toda uma comunidade fã de Bitcoin e outras criptomoedas a fazer ruído sobre e alegado o potencial de uma moeda digital, descentralizada e que quebre com a hegemonia e o poder dos bancos centrais, é normal que estes últimos sintam a necessidade de avaliar de que forma é que poderemos abraçar a tecnologia e elevar os sistemas monetários a um segundo nível de eficiência. “O espaço de ativos digitais tem crescido de forma exponencial nos últimos 10 anos tendo convencido cada vez mais utilizadores sobre a sua utilidade. Num contexto em que a dimensão da Bitcoin já não pode ser ignorada, as caraterísticas deste instrumento e as suas vantagens sobre a infraestrutura do sistema financeiro atual tornaram-se evidentes”, comenta Luís Alvarenga, CFA, gestor na BPI Gestão de ativos. Mais além, Jorge Silveira Botelho, CIO da BBVA AM Portugal, considera que tem ficado evidente que os estados e bancos centrais “não podem ficar fora da corrida da moeda digital, correndo o risco de perder toda a efi-
JORGE SILVEIRA BOTELHO
CIO, BBVA AM PORTUGAL A emissão da moeda digital vai dar uma enorme flexibilidade à política monetária, porque a emissão de moeda pode ter distintos fins e datas de expiração diferentes. Por exemplo, os Estados podem emitir especificamente uma moeda digital que só pode ser usada apenas para comprar determinados bens (exemplo: alimentos), mas essa moeda expira ao fim de um ano. É este tipo de flexibilidade, que torna irreversível a convergência entre a política fiscal do governo e a política monetária do Banco Central.
cácia da política monetária, ao mesmo tempo que perdem uma oportunidade única de maior eficiência da política fiscal”. Foi precisamente por estas e outras razões que o Banco Central Europeu decidiu lançar uma investigação sobre a possibilidade de criação de um euro digital. Como parte dessa investigação, foi recentemente publicado o relatório The digital euro: policy implications and perspectives, onde se explora o racional para a possível emissão desta nova versão da moeda europeia no sentido de “preservar o papel de dinheiro público numa economia digital”. Entretanto, também a Reserva Federal divulgou um documento de de discussão sobre o assunto intitulado de Money and Payments: The U.S. Dollar in the Age of Digital Transformation. Dizia o banco central norte-americano que embora “não tenha tomado decisões sobre desenvolver ou implementar uma moeda digital de banco central, ou CBDC”, estão a “explorar os potenciais benefícios e riscos das CBDCs a partir de vários ângulos, inclusive por meio de research e experimentação tecnológica”. É algo que está, portan-
to, em cima da mesa, ao mais elevado nível das instituições monetárias. Mas voltando ao euro digital, e como resultado do estudo citado, conclui-se que o projeto do euro digital é impulsionado por duas forças. Uma é a digitalização e as profundas ruturas que traz para o dinheiro e para os pagamentos. A outra é o impulso para um sistema de pagamentos mais unificado e autónomo na Europa. Estas duas forças trabalham, em grande parte, em direções opostas, segundo os autores. A digitalização tende naturalmente a segmentar e organizar o espaço económico em torno de fronteiras tecnológicas que não têm ligação direta com a jurisdição da UE/área do euro. O research desenvolvido mostra que o euro digital pode ser essencial para superar essa con-
tradição. Permitiria aos cidadãos da área do euro colher os benefícios do dinheiro digital e, simultaneamente, proteger a uniformidade da moeda.
UM OPORTUNIDADE
Segundo o estudo, estamos perante uma oportunidade para definir e moldar a arquitetura dos pagamentos europeus na era digital. “Para que o euro digital produza todos os benefícios esperados, deve desenvolver-se em coerência com o seu ambiente regulatório”. A regulamentação atualmente considerada ou debatida afetará diretamente o dinheiro e os pagamentos. Também definirá o lugar e o papel do dinheiro digital privado, como este interage com o euro digital e se as complementaridades e sinergias aparecerão na formação
CONCLUI-SE QUE O PROJETO DO EURO DIGITAL É IMPULSIONADO POR DUAS FORÇAS. ESTAS DUAS FORÇAS TRABALHAM EM DIREÇÕES OPOSTAS MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 69
TENDÊNCIAS I+D
LUÍS ALVARENGA, CFA
GESTOR DE CARTEIRAS, BPI GESTÃO DE ATIVOS
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN
As CBDC são a criação dos Bancos Centrais de uma moeda digital que reúne as vantagens e utilidade dos ativos digitais conjugadas com as necessidades de transparência, velocidade e centralização. As CBDC terão um papel relevante, ainda que existam muitas questões operacionais. A forma como interagirão/ coexistirão com outras cripto (Bitcoin) e stablecoins será uma das grandes incertezas.
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A DIGITALIZAÇÃO CRIARÁ UMA ARQUITETURA MAIS DIVERSIFICADA E COMPLEXA, COM POSSÍVEIS CAMADAS ADICIONAIS DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA do futuro cenário de pagamentos. Segundo descrito, “a digitalização criará uma arquitetura mais diversificada e complexa, com possíveis camadas adicionais de intermediação financeira”, mas também produzirá, contudo, “um espectro mais amplo de diversos ativos financeiros e monetários com diferentes graus de segurança e liquidez”. Uma das conclusões evidentes, no entanto, é que o futuro parece passar pela convivência entre formas de dinheiro públicas e privadas. Sobre essa convivência, apesar de algumas respostas a que se chegam no estudo, muitas questões são levantadas, nomeadamente: as stablecoins, e-dinheiro, criptomoedas e outros tipos de tokens digitais devem ser tratados igualmente como dinheiro ou deve haver uma di70 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
ferenciação?; a regulamentação deve incitá-los a convergir com os bancos por meio de requisitos de capital?; devem ser tratados separadamente, como provedores de pagamento?; do ponto de vista monetário quais destes digitais ativos serão − ou deveriam ser - qualificados como dinheiro?
ALGUMAS RESPOSTAS
Para Pedro Assis, managing partner na Balarte SCI, “uma moeda digital oficial apresenta-se como uma conveniência”, muito embora esta deva “ser analisada de forma separada da conveniência das transações eletrónicas de dinheiro, em sentido lato, que, de uma forma ou outra, existem há muitos anos”. Para o profissional, deve-se distinguir uma CBDC “do interesse gerado pelas crip-
tomoedas privadas, que não cumprem com a função de moeda, como tal”. Como explica, estas são apenas “tokens de valor altamente especulativo que, pela novidade, tem evoluído de forma geralmente positiva, mas é difícil (impossível?) de determinar, pela precariedade do equilíbrio entre a sua oferta e procura, cuja segurança contra furto não é a que se apregoa e cuja utilização por quem quer liquidar transações em segredo lhes tem trazido alguns danos de imagem”, expõe. Na mesma linha os autores do relatório citam Dang et al., 2015: “O que importa são as propriedades do próprio ativo - se tem as características de dinheiro, se vai contribuir para a uniformidade da moeda. O que dá a um ativo a sua moneyness é a constância do seu valor nominal ao longo do tempo e do espaço. Esse valor não pode ser sensível perante novas informações ou o estado da economia”. Um ativo financeiro digital – por exemplo, uma stablecoin – pode ser totalmente colateralizado, o seu emitente pode ser perfeitamente sólido e, ainda assim, pode não ser adequado para uso como dinheiro, dizem.
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Baseada em dois princípios: uma separação clara e absoluta entre o que é dinheiro e o que não é; uma política e regime regulatório totalmente unificados entre as diferentes formas de dinheiro privado.
Mais favorável à concorrência nos pagamentos e pode ser benéfico à inovação.
Será um desafio garantir que regimes regulatórios específicos não resultem em diferentes tipos de dinheiro, emitidos por diferentes entidades, com diferentes graus de segurança e liquidez
Contará com a capacidade das autoridades de supervisão e supervisão para monitorar evoluções futuras e ajustar os regimes legais e políticos, se necessário.
Em grande medida, a própria política pública determinará o que é dinheiro: a moneyness depende do status legal, do colateral, da conversibilidade e da conexão com o banco central (ou ausência dela).Portanto, os policymakers não perguntam se os ativos emitidos por uma instituição específica são dinheiro. Determinam se querem que seja dinheiro e definem o regime regulatório em concordância. “A inovação tecnológica torna necessário ter uma visão precisa do que deve ser o dinheiro e fundamentar as políticas públicas nessa perspetiva”, dizem. O estudo considera a preservação de uma moeda uniforme como uma prioridade global e a principal justificação para a criação de um euro digital e define duas abordagens a essa uniformidade, suave e forte, como visível no esquema.
ABORDAGEM FORTE DE UNIFORMIDADE
ABORDAGEM SUAVE DE UNIFORMIDADE
As diferenças são aceites e resultam numa gradação entre as diferentes formas de dinheiro do ponto de vista da segurança e liquidez
Submeteria todos os emitentes de dinheiro privado (incluindo stablecoins) a uma forma de regulação e supervisão bancária – com, entre outras coisas, alguns requisitos de capital.
Pode limitar a concorrência, a inovação e a capacidade dos sistemas de pagamento de se desenvolverem de forma flexível e independente.
Levanta a questão de que tipo de garantia pública poderiam beneficiar novas formas de dinheiro privado. Qual seria sua relação com o banco central e possível conversibilidade em moeda do banco central?
Qualquer que seja a opção escolhida, os desenvolvimentos monetários na área do euro devem, para os autores do estudo, continuar a basear-se na complementaridade e na cooperação entre emitentes de dinheiro públicos e privados. “Essa complementaridade tem servido bem o público nas últimas décadas. Traz uma combinação positiva de iniciativa privada, competição e inovação, com a estabilidade e uniformidade proporcionada pelo dinheiro do banco central”. A justificação final para a existência de um euro digital é manter este equilíbrio, dizem, num ambiente em rápida mudança. “O seu sucesso será determinado pela capacidade dos diferentes atores em preservar as complementaridades e sinergias entre as suas respetivas ações”
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Aceita e incentiva a competição entre diferentes formas de dinheiro privado (desde que sejam denominadas em euros) através de diferentes regimes regulatórios
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A OPINIÃO DE ROB ZEUTHEN Gestor do BNY Mellon Mobility Innovation Fund, BNY Mellon AM
SUPORTE TECNOLÓGICO À MOBILIDADE Existe um mundo crescente de oportunidades de investimento na mobilidade fora dos veículos elétricos (VE). Vemos várias tendências de crescimento estrutural em múltiplas áreas, como as oportunidades em fabricantes de redes 5G, redes de computação na nuvem, infraestruturas e, de forma crescente, sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS). Concretamente, o panorama de crescimento em ADAS e a identificação de veículos continua a parecer-nos positivo no médio-longo prazo. A funcionalidade e o conteúdo ADAS por veículo continua a crescer em mercados chave, tal como a mudança secular para veículos elétricos, um âmbito ainda importante para a Europa e China devido às regulações e políticas de emissões. Com base em certas medidas, a UnivDatos Market Insights antecipa que o mercado ADAS crescerá a uma taxa de crescimento anual composto (TCAC) de 16% entre 2021 e 2026, até mais de 73.000 milhões de dólares. Também podemos destacar o segmento 5G como uma área que continua a ter impacto positivo na indústria da mobilidade. Os lançamentos de novos telefones inteligentes gozam de uma aceitação notável, e as perspetivas de maior quota de mercado estão a abrir alas aos concorrentes no segmento. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 71
TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES por Luís Aguiar
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
SOFT SKILLS
FATOR DECISIVO NO RECRUTAMENTO EM SERVIÇOS FINANCEIROS As competências técnicas são essenciais para qualquer gestor ou private banker executar o seu trabalho, mas são as soft skills que permitem distinguir um candidato de outro.
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s soft skills são decisivas em qualquer tipo de seleção, e a sua importância pode ser ainda mais crítica quando falamos em recrutamento para cargos relevantes dentro das organizações. No caso particular da gestão de ativos ou private banking, para as quais são necessárias competências técnicas – hard skills – muito especificas, é importante assegurar um equilíbrio entre estas e as soft skills para recrutar o candidato ideal para o cargo. Em geral, no recrutamento de executivos, o primeiro passo do processo
de recrutamento passa por entender de uma forma muito clara a indústria ou setor onde cada função se insere, a instituição (cliente) que está a contratar; a cultura organizacional e valores dessa mesma instituição; e os objetivos da função – job description –, nomeadamente os desafios e metas que se pretendem atingir. As competências técnicas – hard skills –, por serem também mais objetivas, são de mais fácil aferição, e podem ser determinadas através da leitura de um bom Curriculum Vitae ou complementadas através de respostas às seguintes questões: já traba-
SOFT SKILLS PARA CADA PERFIL
GESTOR DE PORTEFÓLIOS
PRIVATE BANKER
Ambição
Diplomacia Assertividade Facilidade de criar empatia
Clareza na comunicação verbal
Capacidade de networking
lhou em instituições sofisticadas nas áreas em questão? Que tipo de ativos geriu? É um gestor de portefólio que usa exclusivamente, no seu processo de decisão, modelos matemáticos, ou é um gestor que usa análise fundamental na escolha individual dos ativos a investir? Qual a dimensão das carteiras geridas? Já teve clientes internacionais de private banking?, entre outras.
PAPEL DAS SOFT SKILLS
Mas o principal fator crítico que pode distinguir os candidatos é o respetivo perfil, as designadas soft skills. E
Resiliência
Gestão do risco Capacidade de conviver com situações de stress
Ética irrepreensível Capacidade de tomar decisões
Orientação para o detalhe
O PRINCIPAL FATOR CRÍTICO QUE PODE DISTINGUIR OS CANDIDATOS É O RESPETIVO PERFIL, AS DESIGNADAS SOFT SKILLS com isto não se quer dizer que o perfil do candidato A seja melhor que o do candidato B, mas tão somente que poderá adaptar-se melhor à cultura organizacional e aos valores daquela instituição, naquele momento, MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 73
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TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES
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A OPINIÃO DE NED NAYLOR-LEYLAND Responsável de Estratégia, Ouro & Prata, Jupiter AM
PORQUE É QUE O OURO E A PRATA PODEM ESTAR PRESTES A DISPARAR
QUANDO FALAMOS DE UM PRIVATE BANKER, AS SOFT SKILLS NECESSÁRIAS PARA QUE SEJA BEM-SUCEDIDO SÃO DISTINTAS FACE ÀS REQUERIDAS A UM GESTOR DE PORTEFÓLIOS assim como aos objetivos requeridos para a função. Por exemplo, para funções de gestão de portefólios financeiros, as equipas de Executive Search devem aferir o que designaríamos de mínimos olímpicos das soft skills: a capacidade de conviver bem com situações de stress; a resiliência (tão em voga nos dias de hoje); a gestão do risco; a capacidade de tomada de decisão, rápida quando necessário; a orientação para o detalhe, para o negócio e objetivos; e ainda a ambição, sempre com base em princípios de ética e integridade. Quanto à função de private banker, o perfil necessário muda totalmente face a um gestor de portefólio. Neste caso, as soft skills mais relevantes serão a facilidade em criar empatia e um nível de confiança elevado com os clientes; a diplomacia; a capacidade de networking; a orientação para o cliente e a forte capacidade de relacionamento comercial; a clareza na comunicação verbal, mas também escrita, particularmente relevante na necessária explicação da potencial 74 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
complexidade dos produtos a comercializar. Além disso, será fundamental ser dotado de uma ética irrepreensível, dada a sensibilidade dos temas e a relação com os clientes individuais; ter orientação para o negócio e para objetivos; e, ainda, a sensibilidade para o risco que o cliente está disposto a tomar; capacidade de influência e negociação. Por último, mas não menos importante, um forte candidato para este tipo de função deverá ser assertivo; ter controlo emocional e resiliência; capacidade de resolução de problemas e conflitos; ser dinâmico e ter espírito de iniciativa. Depois dos três pilares – indústria/ setor, cultura organizacional e objetivos da função – discutidos e definidos claramente com a instituição, começa o trabalho de campo da equipa de Executive Search, com a finalidade de apresentar uma lista de potenciais candidatos que correspondem ao perfil requerido, permitindo assim assegurar ao candidato escolhido pela instituição, uma integração muito mais rápida, produtiva e eficaz.
O preço do ouro esteve por volta do seu valor atual (em dólares dos EUA) quatro vezes desde 1971, numa base ajustada à inflação. O ouro está hoje um pouco abaixo de 2.000 dólares/onça. As pessoas estão cada vez mais interessadas no ouro por estarem preocupadas com o seu futuro poder de compra. O mercado pondera se a Reserva Federal dos EUA (Fed) pode vir a aumentar as taxas de juro até sete vezes este ano e se a inflação vai abrandar de forma significativa. O disparo do ouro pode acontecer quando a inflação surpreender em alta, ou quando o mercado aceitar que a Fed não vai fazer sete subidas de taxas de juro. Na minha opinião, isso levaria a um disparo no preço do ouro. O preço do ouro segue a direção oposta às das taxas de juro reais, ou à taxa de juro paga por um título, ajustada à inflação. As taxas reais estão a subir, o que pode ser um obstáculo a curto prazo para o metal. Apesar disso, vejo o ouro como dinheiro sem riscos. O mesmo acontece com os bancos centrais – é por isso que costumam ter enormes reservas de ouro. Dizse que não podemos valorizar o ouro, mas acho que o ouro valoriza tudo o resto. O mercado da prata tem um décimo da dimensão do mercado do ouro, mas o preço da prata está intimamente associado ao do ouro. Creio que, quando o ouro despontar, vamos ver também a prata a seguir o mesmo caminho ascendente.
Marketing Communication
LOOKING TO STAY IN TUNE WITH INFLATION JUPITER STRATEGIC ABSOLUTE RETURN BOND FUND Inflation spikes, yield challenges, liquidity not flowing. There’s a lot of discord for investors right now but at Jupiter we have investment capabilities that address these issues in a single strategy. Our teams have the expertise to restore harmony for investors. We call this human advantage ‘the value of active minds’. To discover more reasons to consider an allocation now, visit www.jupiteram.com/pt-SARB As with all investing your capital is at risk. Investment risk – while the Fund aims to deliver above zero performance irrespective of market conditions, there can be no guarantee this aim will be achieved. The actual volatility of the Fund may be above or below the expected range, and may also exceed its maximum expected volatility.
This Marketing Communication is intended for investment professionals only, not for end investors. Please refer to the latest sales prospectus and Key Investor Information Document (KIID), particularly to the fund’s characteristics and investment objective including those related to ESG (if applicable), before making a final investment decision. The fund is a sub-fund of Jupiter Asset Management Series plc, a UCITS umbrella fund incorporated in Ireland. The fund may be subject to various other risk factors, please refer to the latest sales prospectus for further information. The sales prospectus, KIID and a summary of investors’ rights are available from www.eifs.lu/jupiteram. The Manager may terminate marketing arrangements. Information on sustainability-related aspects are available from jupiteram.com. Issued by Jupiter Asset Management (Europe) Limited (the Manager), The Wilde-Suite G01, The Wilde, 53 Merrion Square South, Dublin 2, D02 PR63, Ireland which is registered in Ireland (company number: 536049) and authorised and regulated by the Central Bank of Ireland (number: C181816). JAM002230-001-0422
ENTREVISTAS GURU por Margarida Pinto
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
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Parecem ter ficado para trás os meses mais severos para o mercado chinês. As mudanças regulatórias no país atingiram as empresas, mas agora é estabilidade o melhor epíteto que Bin Shi encontra para descrever a situação no país. Na verdade, estabilidade e crescimento. São as duas palavras que salpicam o seu discurso, e que o fazem mostrar com entusiasmo o UBS (Lux) Equity Fund China Opportunity, um fundo agnóstico quanto a benchmarks, mas que vive da forte procura de fontes não convencionais de retorno e da proximidade com o mercado. TNE
GESTOR PRINCIPAL DO UBS (LUX) EQUITY FUND - CHINA OPPORTUNITY MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 77
ENTREVISTAS GURU
EXPERIÊNCIA LOCAL Bin Shi é o gestor principal da equipa de ações chinesas, e no currículo conta com mais de 24 anos de experiência. Formada por nove elementos, a equipa insere-se dentro da equipa de ações Emergentes e Ásia Pacífico da UBS Asset Management, com a liderança a ficar a cargo de Geoffrey Wong. Para que a filosofia de investimento seja mantida entre produtos, condição sine qua non é que todos os fundos sejam geridos em equipa. ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
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stabilização. É este o sinal que o governo chinês tem vindo a dar ao mercado relativamente ao contexto regulatório que se vive no país. Mas no último ano não foi assim. As mudanças regulatórias aplicadas na China atingiram as empresas, e essa pressão acabou por justificar as quedas de mercado registadas no período. No entanto, o ponto de inflexão quanto a esse risco regulatório provavelmente já foi alcançado. É essa a convicção de Bin Shi, gestor principal do fundo UBS (Lux) Equity Fund China Opportunity, produto com Rating FundsPeople 2022. Em entrevista à FundsPeople, lembra que “as autoridades políticas reafirmaram em assembleia-geral a sua postura pro-crescimento, fixando um objetivo de crescimento do PIB em 2022 de 5,5%”. Razões suficientes para o profissional fazer uma convicta declaração de interesses: “De maneira geral, estamos otimistas para as ações chinesas em 2022”. Cauteloso, o gestor espera, contudo, que se continuem a aplicar as regulamentações durante o ano, mas com um impacto “provavelmente menor para as empresas e para os investidores”. Esta convicção sobre a boa forma do mercado chinês é, claro, meio caminho andado para que Bin Shi nos apresente o fundo UBS (Lux) Equity Fund China Opportunity - bem como os outros portefólios da gama China - com entusiasmo. A verdade é que a experiência da casa de investimento no país fala por si. “Somos a principal gestora de ativos estrangeira na China”, salienta o profissional. Completamente agnósticos relativamente aos índices de referência, é na capacidade que têm de encontrar informação em fontes não convencionais que dizem residir o valor acrescentado da equipa.
ESTAR PRIMEIRO
Chegar primeiro do que os outros. Quase que se poderia definir assim a filosofia de investimento do gestor. Da entidade procuram identificar de forma “precoce as empresas líderes atualmente, bem como as que serão líderes 78 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
no futuro, dentro das tendências seculares”, nos setores que consideram chave. Ao anteciparem-se, o gestor explica que acabam por participar “num maior crescimento”, e conseguir “comprar as ações das empresas a preços mais atrativos, antes de serem conhecidas pela comunidade investidora”. A análise fundamental que executam é o santo graal do processo. Baseiam-se num modelo próprio, em que o objetivo da análise é cobrir todos os setores e a maior parte da capitalização de mercado. “Dois terços do alfa esperado explica-se pela seleção de títulos, enquanto que os fatores top-down determinam os parâmetros de risco da carteira”, enfatiza o gestor. A convicção do lado da gestão leva-os, como já assinalado, a preterir a comparação com um índice de referência, pelo que “as carteiras podem apresentar desvios importantes face ao benchmark”. O grande conhecimento do mercado justifica esta decisão. “Acreditamos que algumas indústrias não se encontram bem representadas nos índices chineses e, através do nosso enfoque de análise fundamental, é-nos permitido encontrar empresas sub representadas nos índices com grande potencial de crescimento a longo prazo”, afiança. Sinteticamente, o processo de investimento do produto começa então pela análise elaborada pela equipa de analistas com base na sua filosofia de investimento. O gestor, conta, entra em ação na etapa seguinte, ao incorporar essas ideias de forma a que a carteira “cumpra com os objetivos do cliente”. O risco não está imune ao processo, e todas as carteiras são supervisionadas de forma a garantir que não são assumidos riscos “descompensados”.
CONVICÇÃO NAS EMPRESAS
Este discurso não se compatibilizaria com uma carteira pouco concentrada. E a do UBS (Lux) Equity Fund China Opportunity não o é, de facto. O produto apresenta “títulos de elevada convicção”, e normalmente a carteira ronda os 40-70 ativos, que se são, regra geral, mantidos no portefólio durante algum tempo. “Mantemos os títulos em
“ACREDITAMOS QUE MUITOS INVESTIDORES VENDEM DEMASIADO CEDO TÍTULOS QUE SÃO, NA VERDADE, MUITO BONS”
carteira numa média entre três e cinco anos, ou até mais no caso das principais posições. Em geral, acreditamos que muitos investidores vendem títulos demasiado cedo, que são, na verdade, muito bons”, alerta o especialista. No caso da gestão deste fundo, a confiança no que colocam em carteira é chave. “Quando temos convicção numa empresa, tendemos a mantê-la em carteira durante muito tempo, já que essa é a forma como podemos capturar o maior valor para os nossos clientes”, salienta o gestor. Ainda assim, a diversificação é garantida. Apontam baterias a “todo o universo investível de ações chinesas”, participando “em muitos setores”, mas sem que “nenhuma posição supere os 10% da carteira”. O setor financeiro, os serviços de comunicação e o consumo defensivo são atualmente os setores em que o fundo apresenta maior sobreponderação. A supervisão constante dos títulos é outro dos pontos que Bin Shi faz questão de sublinhar. Para além de quererem comprovar com regularidade a rentabilidade, mu-
danças na tese de investimento podem ser descobertas. Na verdade, são algumas as red flags que colocam a equipa em posição vendedora relativamente a um título. As valorizações pouco atrativas são uma delas, claro, mas também “a valorização de um título que não reflita plenamente os elementos positivos da tese de investimento” da casa. São dois fatores que os fazem carregar no botão do sell. O gestor fala também da possibilidade de a tese de investimento sobre um ativo não se vir a cumprir, e aí a opção também é desfazerem-se do ativo. “Isto pode ocorrer devido a um choque de mercado imprevisto, ou simplesmente porque a nossa análise inicial era incorreta”, elenca. Internamente apelidam essas situações de “incumprimento da tese”, mas o profissional lembra serem pouco frequentes. Contudo, quando acontecem, acabam por servir de lição. “São muito importantes para garantir que aprendemos os erros do passado, e somos suficientemente flexíveis no nosso processo de investimento para realizar mudanças perante este tipo de circunstâncias”, conclui o gestor. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 79
ENTREVISTA ENTREVISTA GESTOR
por Samuel Capucho
FOCO NO ESTUDO Nos últimos meses, David Afonso tem-se focado no estudo para o CFA Charter, mas também gosta de ir ao ginásio, de ler e de viajar. Jogar Fantasy Premier League também é um dos seus hobbies.
David Afonso GESTOR DO IMGA AÇÕES PORTUGAL, IM GESTÃO DE ATIVOS ENTREVISTAS
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LEVANTAR O VÉU DO IMGA AÇÕES PORTUGAL Quem deseja investir em ações nacionais encontra neste produto uma equipa de gestão experiente, com um processo de investimento muito seletivo e com um ponto de vista de investimento bastante interessante.
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assaram-se anos sem uma boa performance do PSI, mas finalmente chegou. Em boa verdade, quando o tema se trata de ações portuguesas, o IMGA Ações Portugal, gerido por David Afonso e distinguido com Rating FundsPeople 2022, é um dos produtos de referência do mercado português. Só em 2021, foram mais de 83 milhões de euros que o fundo arrecadou, o que fez dele o fundo de ações portuguesas que mais captou no último ano. Mas este destaque, segundo David Afonso, só é possível devido a um trio de forças. Em primeiro lugar, diz que “a equipa de gestão é muito experiente e dá a segurança aos investidores de que o seu dinheiro está bem guardado e investido”. Em segundo, refere que “a equipa comercial também tem feito um esforço muito grande de dinamização do fundo junto dos investidores finais” e, por último, menciona “os bancos distribuidores que têm estado bastante dinâmicos”. Em suma, “os investidores veem que o fundo tem uma oferta do ponto de vista de investimento bastante interessante, e todos estes fatores ajudaram-no a ter este sucesso”, sublinhou. Contudo, David Afonso começou por assumir que o IMGA Ações Portugal sofre bastante com os constrangimentos de investir num mercado como o português, tais como o pequeno número de títulos existente e a liquidez de alguns deles ser também bastante reduzida. Desta forma, o gestor partilha que “a abordagem que se adequa 80 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
mais a este fundo é uma abordagem top-picks”. “Tentamos a cada momento selecionar as quatro ou cinco empresas que julgamos que têm mais potencial de valorização, de forma a posicioná-las com um peso superior aos 5%”, explica. Por isso, há um processo muito seletivo por detrás de cada escolha de investimento. Já os títulos que se posicionam perto, mas que detêm um peso ligeiramente abaixo desses 5%, o gestor conta que o objetivo é “jogar muito com a liquidez e o potencial de valorização”. O gestor revela ainda que a equipa de gestão não tem uma necessidade de balanceamento periódica. Segundo o profissional, “é no momento e de forma muito tática” que facilmente retiram uma empresa desse top pick e trocam por outra. Quando se fala de ESG no mercado português, fala-se necessariamente de EDP Renováveis. De facto, essa é uma das grandes apostas de David Afonso, não só por ser, segundo o profissional, um “grande driver de valor para a EDP”, mas também pela “recente procura por energias renováveis”. “É a empresa que, de uma maneira mais direta, entra na questão, por exemplo, da mitigação e transição para uma economia mais sustentável”, sublinha. Ainda assim, vê que “a questão do ESG, nas suas três vertentes, entra praticamente em todas as empresas. Todas elas têm um esforço grande nos relatórios de sustentabilidade em desenvolver métricas mais tangíveis para atingir objetivos”, menciona.
MODERADAMENTE POSITIVOS
Já quando olhamos para o primeiro trimestre de 2022, o PSI tem sido um dos índices com melhor performance na Europa, devido ao facto de o setor das utilities ter um grande peso no índice nacional. Ou seja, “tem-se vindo a constatar que o problema de concentração que o PSI tem, por vezes, joga a favor do investidor em ações nacionais”, comenta o profissional. E, no que toca aos riscos que vê no horizonte, como é o caso da subida das taxas de juro, David Afonso não está muito preocupado. “As empresas nacionais têm feito um grande esforço de desalavancagem”, recorda. O desafio futuro, segundo o profissional, será perceber se os segmentos de utilities, banca e retalho alimentar se comportarão bem ou não. “Estamos expectantes de momento, mas moderadamente positivos. Daí termos exposição a utilities e também ao retalho alimentar”, conclui.
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ENTREVISTA DISTRIBUIDOR por Miguel Rêgo, CFA
ENTREVISTAS
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O PESO DO COMITÉ O comité de aconselhamento financeiro do Private, do qual Gonçalo Câmara Pestana faz parte, tem um peso muito grande na definição das diretrizes de alocação de investimento que se refletem nos quatro perfis de risco distintos que definem para disponibilizar aos clientes.
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82 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
Gonçalo Câmara Pestana RESPONSÁVEL PELA EQUIPA DE ACONSELHAMENTO FINANCEIRO, BPI PRIVATE
“PERANTE FUNDOS COM RISCO E RETORNO SEMELHANTE, TEMOS POR OBJETIVO SELECIONAR OS QUE MELHOR SE POSICIONAM EM SUSTENTABILIDADE” O responsável pela equipa de aconselhamento financeiro do BPI Private descreve o processo e filosofia que regem o trabalho de aconselhamento para investimento na entidade e como esse processo evoluiu com a integração no CaixaBank e com a crescente importância do tema ESG.
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onçalo Câmara Pestana é o responsável pela equipa de aconselhamento de financeiro do BPI Private. É uma equipa pequena, mas multifacetada, que usufrui de todos os recursos do grupo Caixabank para providenciar a melhor experiência possível aos clientes. “Temos pessoas que se focam somente nos fundos de investimento, outras especializadas nos produtos estruturados e também pessoas responsáveis por dar resposta a todos os pedidos adicionais de informação que nos chegam dos clientes e da equipa comercial”, descreve em entrevista à FundsPeople. No segmento private do Banco BPI, como explica Gonçalo Câmara Pestana, são duas as abordagens de investimento: a gestão discricionária e a consultoria para investimento. A primeira, como indica, “é subcontratada à BPI Gestão de Ativos”. Tem também, diz, crescido de forma bastante relevante, em especial por via dos seguros de investimento, “cada vez mais por razões de otimização fiscal”.
Já a segunda, está totalmente sob a responsabilidade da equipa de Aconselhamento Financeiro. Contudo, o profissional faz questão de relevar a importância e peso em todo o processo do comité de aconselhamento financeiro do Private. Neste comité estão presentes o administrador do pelouro (Pedro Barreto), o diretor executivo do Private Banking (António Luna Vaz), a economista chefe do Banco, membros da BPI Gestão de ativos, da BPI Vida e Pensões, da BPI Suisse e do Caixabank Luxemburgo, além da equipa de Aconselhamento Financeiro. “É um fórum que tem um peso muito grande na definição das diretrizes de alocação de investimento. Essa definição reflete-se nos quatro perfis de risco distintos que definimos para disponibilizar aos clientes”, explica. Esse comité reflete, no entanto, uma visão de grupo estabelecida ao nível CaixaBank, para qual a equipa de Gonçalo Câmara Pestana contribui, e que é refletida na visão e decisão de alocação local. Já o universo de instrumentos que compõem as carteiras aconselhadas é constituído por fundos de gestão ativa de terceiros e da própria entidade gestora do banco, sem investimento direto nem recurso a gestão passiva. A seleção destes produtos, a um primeiro nível, é algo que mudou muito com a integração no grupo bancário espanhol. “Existe uma equipa muito robusta no Caixabank ao nível da seleção e validação de fundos. Todo o processo de due dilligence e análise é feito a esse nível. É posteriormente publicada uma lista de fundos aprovados, da qual elegemos os melhores para compor as carteiras, adaptados à realidade dos clientes em Portugal”, explica. Aponta, no entanto, que algum produto que considerem adequado pode ser sugerido e argumentado para que seja analisado e potencialmente incluído na lista aprovada.
ESG NA OFERTA
“O banco, tal como todas as indústrias, tem apostado muito no ESG. No BPI estamos avançados neste aspeto”, introduz Gonçalo Câmara Pestana. Em termos do que é a inclusão de critérios ESG no aconselhamento financeiro, em específico, o profissional comenta que é um dos critérios de escolha no processo de construção das carteiras recomendadas. “Perante fundos com potencial de risco e retorno semelhante, temos por objetivo privilegiar aqueles que melhor se posicionam em termos de sustentabilidade”, diz. Contudo, alerta que, em primeiro lugar, vem o perfil de risco e retorno, sendo esse “o objetivo mais importante do trabalho de aconselhamento”. “Ao nível da oferta, estamos a trabalhar em conjunto com o CaixaBank para oferecer mais produtos artigo 8º e 9º aos clientes e ir aumentando a percentagem de fundos sustentáveis nas carteiras”, diz. Também importante, para Gonçalo Câmara Pestana, é a comunicação desta temática aos clientes. “A ideia é darmos cada vez mais informação ao cliente sobre a vertente ESG dos fundos em que investem. Temos acordos com provedores de dados ESG para lhes podermos mostrar de que forma é que os seus investimentos estão a contribuir para a sustentabilidade”, conclui. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 83
ENTREVISTAS GURU por Catarina Vinagre
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Uma carteira grande e extremamente diversificada, mas muito equilibrada. Um foco em empresas que pagam dividendos e em temáticas específicas. Uma visão muito global. Com mais de 15 anos de vida, muito havia para dizer sobre as linhas que cosem o Aberdeen Global Dynamic Dividend. Porém, das palavras de Josh Duitz são estas três características que saltam à vista e que resumem na perfeição em que consiste a filosofia de investimento do fundo. TNE
SUBDIRETOR DE AÇÕES GLOBAIS MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 85
ENTREVISTAS GURU
O PONTO DE PARTIDA O Aberdeen Global Dynamic Dividend está sob a alçada da equipa de Ações Globais que trabalha em proximidade com as equipas regionais com mais de 130 analistas e gestores de portefólios que têm espalhadas por todo o mundo. Estes profissionais reúnem-se com empresas e realizam uma análise que depois partilham com a equipa de Ações Globais. É este o ponto de partida para a entrada de uma empresa na carteira.
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AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
O
Aberdeen Global Dynamic Dividend é um dos nomes mais sonantes do mercado europeu de fundos de distribuição de rendimentos. Criado em 2006 e tendo como principais desígnios o crescimento de longo prazo e a procura por um elevado fluxo de dividendos, o fundo manteve a mesma essência durante todos estes anos. Josh Duitz, subdiretor de Ações Globais da abrdn, conta as idiossincrasias que fazem este produto da abrdn sobressair. “Procuramos investir em empresas que pagam dividendos, pois já vimos que, historicamente, a longo prazo, os dividendos contribuem largamente para os retornos totais”, começa por explicar. O profissional dá como exemplo o MSCI All Country World Index, índice em que metade dos retornos vieram do reinvestimento de dividendos nos últimos 20 anos. Outro dos motivos para mostrarem esta preferência por empresas que pagam dividendos prende-se no facto de considerarem que estes negócios demonstram uma maior disciplina na gestão do capital. “Estas empresas como sabem que têm de pagar dividendos a cada trimestre ou ano, estão cientes de que têm de reservar uma certa quantia para tal e, por isso, fazem uma alocação de capital mais refletida”, iniciou. Contudo, segundo conta o gestor, o racional de investimento não passa por investirem em empresas simplesmente porque pagam elevados dividendos. “Seja qual for a empresa para a qual olhamos, o que nos interessa é o retorno total. Assim, privilegiamos empresas que pagam dividendos, mas que também têm espaço para crescer, bem como terem não só uma distribuição de dividendos 86 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
sustentável, mas também um retorno total global que esteja boa forma”, explica Josh Duitz.
AS PEÇAS DO PUZZLE
A carteira do Aberdeen Global Dynamic Dividend é um complexo puzzle que conta com 80 a 100 nomes. Como não fazem grandes apostas macro, quer por geografia, quer por setor, o fundo é extremamente diversificado e equilibrado. “Queremos pegar nas melhores ações dentro de cada setor e, no final de contas, é isso que vai ajudar o fundo a ter uma boa performance”. Isto, porém, não quer dizer que não nutram alguma predileção por algumas áreas, como é o caso da transição energética. “Há certas áreas nas quais realmente queremos investir porque há empresas muito capacitadas para aproveitar os sinais que o mercado está a enviar. É o que acontece se olharmos para o que está a acontecer agora na Europa… 40% da produção de energia já advém de fontes renováveis e espera-se que até 2030 esse valor suba para 70%”, conta. Contudo, no lado financeiro, o mais importante para o profissional, quando se pondera investir numa empresa, é olhar para o balanço da empresa de forma a assegurar que esta não está demasiado alavancada. “Como em cada setor há diferentes níveis de alavancagem, há empresas com negócios mais sustentáveis, como as de consumo discricionário, e outras onde é esperado um maior nível de dívida, como acontece com as utilities”, refere. Assim, conta, para cada setor, a equipa de Ações Globais da abrdn define que quantidade de dívida uma empresa deve ter e compara-a com outras empresas. “Aquelas que têm uma forte balanço e cash flows robus-
“HÁ CERTAS ÁREAS NAS QUAIS REALMENTE QUEREMOS INVESTIR PORQUE HÁ EMPRESAS MUITO CAPACITADAS PARA APROVEITAR OS SINAIS QUE O MERCADO ESTÁ A ENVIAR”
tos, têm a capacidade de pagar os dividendos, ao mesmo tempo que continuam a crescer”, afirma. Por um lado, a equipa procura também negócios com uma forte barreira protetora à sua volta. “Queremos empresas fortes, em que as suas perspetivas avancem com os modelos de negócio”, explica Josh Duitz. Por outro lado, afastam-se de empresas cujas bases do seu negócio sejam modas passageiras, que até podem temporariamente ter excelentes resultados, mas que a longo prazo perdem o fôlego e tornam-se imprevisíveis.
O MOMENTO CERTO
Além disso, como Josh Duitz explica, também é preciso saber entrar no momento certo. “Queremos ter a certeza de que estamos a comprar na altura ideal. As empresas podem ser ótimas, mas isso não significa que as vamos comprar. Isto porque temos de analisar detalhadamente as valuations em toda a empresa, como é que ela negoceia historicamente, bem como onde os seus pares estão a negociar”. No polo oposto, Josh Duitz fala de algumas razões que justificam as vendas de empresas. Fala de motivos como não apresentarem o desempenho esperado, quando a indústria se torna demasiado competitiva ou quando as companhias falham em cumprir os objetivos. Um exemplo disso é a Intel. A concorrência é forte e a empresa não foi capaz de estar a par com a indústria e, especialmente, no campo dos semicondutores. “Mas também vendemos quando a empresa atinge metas em termos de múltiplos e aquilo que pensávamos ser um nome relativamente barato, torna-se mais caro. Nestes casos, realizamos mais-valias e partimos para outra”, concluiu. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 87
ENTREVISTA 5 MINUTOS
por Samuel Capucho
João Gião CONSULTOR SÉNIOR DO EUROPEAN STABILITY MECHANISM E PRESIDENTE DO JÚRI DO PRÉMIO ÉTICA E ESG DA CFA SOCIETY PORTUGAL
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
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OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
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“É IMPORTANTE CONTINUAR A DESENVOLVER O NOSSO ENTENDIMENTO SOBRE O IMPACTO DAS PRÁTICAS DE ESG NO DESEMPENHO FINANCEIRO DAS EMPRESAS” No âmbito da primeira edição do prémio Ética e ESG da CFA Society Portugal, em que o seu objetivo principal se prendeu com a promoção da investigação do movimento ESG e ética profissional, conheça com mais pormenor as teses vencedoras e a pertinência desta iniciativa para o mundo da gestão de ativos.
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S
e há algo em que os profissionais da gestão de ativos concordam é que se deve investigar mais os temas que envolvem o investimento responsável, sustentável e ética. É nesse sentido que a CFA Society Portugal surge com um papel preponderante. A organização introduziu, no ano passado, a primeira edição do Ethics and ESG Award, que tem como objetivo premiar as melhores teses de mestrado que incidam sobre estas temáticas. Foi neste contexto que a FundsPeople conversou com João Gião, consultor sénior do European Stability Mechanism e presidente do júri nesta edição. Procurámos saber mais sobre a sua opinião acerca desta iniciativa que, segundo o próprio, “superou as expectativas em termos de candidaturas e qualidade”, considerando previsível a participação de mais candidatos nas próximas edições. O profissional começa por esclarecer que não tem dúvidas acerca da importância desta iniciativa, quer para os jovens profissionais, quer para o mundo da gestão de ativos. Comenta que, na sua base, “o objetivo declarado deste prémio é, justamente, a promoção da investigação relacionada com comportamentos não alinhados com os padrões de ética profissional e com critérios ESG nas decisões de investimento e na gestão das organizações”. Partilha também que, apesar da chegada ao mainstream destes temas, acredita que “estamos todos bem cientes de que ainda há muito por fazer”. Isto é, por um lado reconhece que as iniciativas regulatórias têm apresentado uma grande fluidez, contudo, por outro lado, é da opinião de que “ainda estamos longe da existência de standards universalmente aceites e reconhecidos”. A acrescer, diz, “continua a observar-se alguma rigidez e mecanicidade na adesão aos diversos standards disponíveis por parte de todos os agentes económicos envolvidos nesta cadeia de valor, desde os emitentes até aos gestores de ativos, o que aumenta de forma significativa os riscos para o sistema”.
O PÓDIO
No que toca aos temas mais focados pelos participantes desta edição, o profissional começou por realçar que “uma quantidade significativa das teses a concurso versou a relação entre o grau de cumprimento de regras de ESG por parte de empresas e o seu desempenho financeiro, nas suas diferentes variantes”. De facto, entre o trio de teses que ocupam o pódio, podemos encontrar temas como a relação entre as práticas de sustentabilidade ESG e o custo de capital próprio, mas também uma tese que seguiu um outro caminho e investigou a qualidade do reporte de medidas não-financeiras de desempenho ESG por parte de 10 bancos europeus. De salientar que, nesta edição, de fora das principais áreas de investigação esteve o tema da ética profissional. Neste ponto, João Gião sublinhou que “não se pode perder de vista que o sistema financeiro assenta na confiança dos agentes económicos sobre o comportamento dos demais”. Desta forma, coloca que “é por isso essencial ter na indústria financeira
MAIS JOVENS João Gião acredita que “ao incentivarmos a realização de trabalhos nas áreas da ética e ESG, estamos certamente a contribuir para colocar os jovens profissionais no trilho da ética e da sustentabilidade, onde desejavelmente se manterão ao longo das suas carreiras”.
profissionais que conheçam bem os seus deveres e limites da sua atuação, qual o comportamento que deles é esperado, e que saibam identificar, sem hesitação, quais são as decisões corretas do ponto de vista ético”. Sobre este tema, afirma, por último, que a sua expectativa é de que, “nas próximas edições do prémio, o tópico da ética profissional no setor financeiro não seja tão subrepresentado, porque continuará a constar num lugar cimeiro na lista de preocupações dos investidores”.
AS CONCLUSÕES PRINCIPAIS
O trabalho vencedor pertence a Liliana Cardoso, aluna da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, tendo este se focado na relação entre as práticas de sustentabilidade ESG e o custo do capital próprio. Neste domínio, João Gião destacou as três principais conclusões que o trabalho evidenciou. A primeira é que “as empresas com melhores práticas ambientais parecem beneficiar de custos de capital próprio mais baixos”. A segunda diz que “esta relação positiva entre desempenho sustentável e diminuição do custo de capital próprio parece ser mais evidente nos setores em que a materialidade das questões ambientais, sociais e governativas é acima da média”. A terceira é que “as empresas que, em termos absolutos, apresentam os melhores desempenhos em termos de ESG, parecem ter um custo de capital mais elevado”. Na verdade, esta terceira conclusão faz parecer que estamos perante um paradoxo. No entanto, o profissional es-
clarece que não se trata necessariamente de um paradoxo. “Constitui antes um alerta sobre a qualidade, rentabilidade e propósito real de certos investimentos e sobre os riscos de greenwashing e de comportamentos oportunísticos dos gestores, que, em abstrato, todas as empresas enfrentam”, refere. Destas conclusões, segundo o júri, “sai realçada a importância das avaliações de materialidade e da qualidade do reporte sobre as mesmas, assim como o papel que as práticas de sustentabilidade ESG podem assumir como instrumento de gestão de risco e de redução dos custos de capital das empresas”. Foi precisamente no tema das práticas de reporte de indicadores de ESG que investigou a terceira tese classificada, onde afirma que “ficou visível o longo caminho que ainda há pela frente quanto ao cumprimento dos standards de relato ESG, em particular nas áreas de desempenho ambiental e social”. Já relativamente ao processo de decisão dos vencedores menciona que, apesar de não ter existido discussão das teses entre os membros do júri, “houve algumas semelhanças nas notas atribuídas por cada membro, o que confirma a qualidade das teses vencedoras e a justiça do resultado”. Conclui ao deixar uma pequena nota para os futuros participantes: “É desejável que os próximos trabalhos dediquem mais atenção ao enquadramento legal e regulatório vigente em Portugal e ao próprio Code of Ethics and Standards of Professional Conduct do CFA Institute”. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 89
ENTREVISTAS GURU por Miguel Rêgo, CFA
ENTREVISTAS
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Depois de um período longo em que o capital fluiu para mercados como o norteamericano, Richard Colwell, gestor do Threadneedle UK Equity Income, acredita que as ações do Reino Unido poderão começar a beneficiar de um reequilíbrio dos fluxos de investimento e a ver encerrar-se o valuation gap.
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RESPONSÁVEL DE AÇÕES DO REINO UNIDO MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 91
ENTREVISTAS GURU APONTAR PARA O RETORNO TOTAL A equipa gestora gere com o retorno total em vista, mas apontando para uma dividend yield atrativa ao nível do portefólio. Esta yield é obtida através de uma combinação de ativos com uma baixa yield, mas elevado crescimento, e de elevada yield, mas mais estáveis.
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Não acontecerá de um dia para outro, mas acredito que estamos no início de um novo período”, diz. O responsável por Ações do Reino Unido na Columbia Threadneedle, que tem sob a sua responsabilidade o fundo Threadneedle UK Equity Income, vê no mercado britânico uma oportunidade de investir em empresas grandes, multinacionais e com receitas em divisas diversificadas além da libra esterlina. Argumenta também que o Threadneedle UK Equity Income é um fundo adequado para ganhar essa exposição, não só pelo seu perfil de rendimento, como pela sua abordagem contrarian. “Estamos interessados em negócios acerca dos quais o mercado se mostra temeroso perante supostas questões estruturais”. Segundo diz, o seu trabalho passa por destrinçar entre aqueles ativos que são, efetivamente, armadilhas de valor, e aqueles que, provavelmente, verão diluir-se os fatores que pesam nas avaliações. Por outro lado, gestor mostra o seu perfil contrarian também no típico período de investimento. “Somos contrarian também quando continuamos a investir num título, mesmo depois de se provar a nossa tese de investimento e de a empresa se mostrar bem sucedida na sua reabilitação. Não somos rápidos a atirar a toalha ao chão perante um par de sinais de alerta. Frequentemente, se acreditamos que o valor intrínseco da empresa é maior do que aquele que o preço sugere, arregaçamos as mangas e envolvemo-nos com a empresa, como acionistas que somos. Ficamos contentes de nos manter investidos, desde que os fluxos de caixa acompanhem os lucros e se valer a pena batalhar, assim o faremos”, explica. Para Richard Colwell, contudo, não se pode dizer que a abordagem seja puramente value. “Estamos situados num espectro. Estamos mais perto de value, mas acreditamos que a nossa abordagem é mais nuanced, mais equilibrada. Não queremos pagar demasiado por growth, mas também não queremos filtrar mecanicamente por ações que parecem baratas, mas que têm problemas irremediáveis”, descreve o gestor. 92 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
“Sermos investidores de convicção ao nível da ação, pode ser por vezes bastante solitário, quando o mercado diz que estamos errados”. Segundo Richard Colwell, alguns dos investimentos mais bem sucedidos na carteira do fundo não revelaram o seu valor durante vários anos. Há que dar tempo ao tempo. “Não somos timers de mercado, mas sim investidores pacientes”, manifesta. A construção da carteira, por seu lado, revela-se tão importante como a seleção de ações, segundo diz, e os títulos que têm um desempenho pior equilibram com aqueles que estão já numa fase de reabilitação. Importante também, quando se tem esta abordagem contrarian, é que a equipa não tem uma visão unilateral de um tema. “Temos diferentes experiências e estilos de investimento. Procuramos opiniões de pessoas diferentes para considerar novas perspetivas sob diferentes ângulos. Queremos que desafiem as nossas opiniões”, explica.
CONVICÇÃO E RENDIMENTO
“Como gestores ativos que somos temos que evitar ser investidores tímidos e assumir tracking error. Não queremos imitar índices ou o que os outros fundos andam a fazer”, refere Richard Colwell. Como resultado, a carteira do Threadneedle UK Equity Income é bastante focada, entre 40 e 50 posições. “As maiores posições ocupam, habitualmente, mais de 5% da carteira, tanto em termos absolutos, como em termos de peso ativo. Por vezes investimos e vamos adicionando à medida que a convicção aumenta. Outras, não adicionamos durante anos, mas deixamos a beleza da capitalização composta fazer o seu trabalho”, descreve o gestor. Já a abordagem à geração de rendimento também tem múltiplas facetas no portefólio, segundo diz. “Não impomos um requisito mínimo em cada posição individual. Tentamos providenciar uma dividend yield atrativa ao nível do portefólio e conseguimo-lo através de uma combinação de ativos com uma baixa yield, mas elevado crescimento, e de elevada yield, mas mais estáveis”, expõe.
Contudo, para Richard Colwell, não é apenas a yield que importa na seleção dos títulos, mas sim o retorno total. Isso fez com que “em períodos de desequilíbrio como o da pandemia, tenhamos investido em ações sem dividendos, para capturar a recuperação inicial do preço antes de se reinstituir o dividendo”, conta. Na carteira entram empresas de seguros e tabaco por exemplo, mas as empresas de commodities, tipicamente de yield elevada, não são preponderantes, pelo risco inerente aos seus cash-flows. “As empresas de commodities pagam yields muito atrativas, mas temos muito mais opções no Reino Unido”, diz.
ABORDAGEM ESG
Sendo um fundo artigo 8º da SFDR, o Threadneedle UK Equity Income já considerava seriamente as vertentes S e G da sigla. “Acreditamos que estas eram já capacidades muito relevantes da nossa equipa e abordagem. Uma boa governance nos títulos em que investimos, por exemplo, era já um fator que nos diferenciava. Como acionistas, sempre exigimos responsabilidade à administração das empresas e sempre fomos acionistas ativos”, diz Richard Colwell. “Investimos numa empresa de tabaco, o que faz
“COMO ACIONISTAS, SEMPRE EXIGIMOS RESPONSABILIDADE À ADMINISTRAÇÃO DAS EMPRESAS E SEMPRE FOMOS ACIONISTAS ATIVOS” com que não seja elegível para artigo 9º. Mas o trabalho que fazemos passa por um envolvimento forte com estas empresas, no que se refere a toda a cadeia de fornecimento, por exemplo. A pobreza infantil e a gestão da água nas aldeias que produzem folha de tabaco são temas que temos em consideração. Faz parte do nosso dever fiduciário”, explica. Por outro lado, o gestor viu a questão ambiental, ou o E de ESG ganhar peso nos últimos seis ou sete anos e a empresa tem investido significativamente nos recursos analíticos para permitir o engagement nessa frente. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 93
PRODUTOS COMPARAÇÃO por Óscar R. Graña
ENTREVISTAS
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QUANDO AS ESTRELAS SE ALINHAM CONTRA OS MERCADOS A guerra na Ucrânia, a política COVID zero na China e a expectativa de fortes subidas de juros pela Reserva Federal dos EUA estão a pesar no comportamento dos mercados emergentes. Apesar disso, isto não significa que não haja motivos para começar a pensar de forma construtiva a longo prazo.
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE GS EMERGING MARKETS EQUITY
SCHRODER ISF EMERGING MARKETS
GESTORA: GOLDMAN SACHS AM LANÇAMENTO: 13/12/12 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 4.006.606.635 ISIN: LU0858288516
GESTORA: SCHRODERS LANÇAMENTO: 17/3/06 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 4.433.532.411 ISIN: LU0248178492
GESTORA: NORDEA AM LANÇAMENTO: 15/4/11 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 4.251.693.191 ISIN: LU0602539271
RENTABILIDADE 1 ANO: -13,03 RENTABILIDADE 3 ANOS: 6,23 RENTABILIDADE 5 ANOS: 6,24
RENTABILIDADE 1 ANO: -10,38 RENTABILIDADE 3 ANOS: 5,96 RENTABILIDADE 5 ANOS: 6,61
RENTABILIDADE 1 ANO: -18,71 RENTABILIDADE 3 ANOS: 5,94 RENTABILIDADE 5 ANOS: 6,22
2020
2021
94 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
2019
2020
2021
2022
-12,59
-7,73
-11,31
2 2 2 2018
-3,53
4,06 2022
2018
2019
Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a 30 de abril de 2022. Dados de património em milhões de euros.
13,67
5,21 2019
26,20
26,44
19,72 -16,92
1 1 1 2018
20 22
33,69
20 22
28,55
20 22
NORDEA 1 EMERGING STARS EQUITY
-17,51
AB International Health Care Portfolio
-12,84
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ão está a ser um bom ano para as empresas de mercados emergentes. Estes mercados estão a passar por uma forte correção em 2022, embora semelhante à do mundo desenvolvido. A invasão russa da Ucrânia, um surto de COVID-19 pior do que o esperado na China e maiores expectativas de fortes subidas de juros pela Reserva Federal dos Estados Unidos para conter a inflação são os principais motivos que explicam a fraqueza mostrada para o mundo emergente. Como se isso não bastasse, quase todas as moedas destes países desvalorizaram em relação ao dólar.
FIDELITY EMERGING MARKETS
O índice global que reúne estes mercados passou por uma grande transformação da noite para o dia. “O mercado russo, que historicamente foi um dos principais contribuintes para a exposição à energia, foi excluído do índice devido a sanções financeiras impostas pelo ocidente. A sua expulsão traduziu-se numa maior alocação a Índia, Brasil, África do Sul e Médio Oriente”, explica Xiadong Bao, gestor da Edmond de Rothschild AM. Embora estas regiões tenham tido um bom desempenho, os ganhos nestes mercados não foram suficientes para compensar as quedas nos mercados da Ásia-Pacífico.
JPM EMERGING MARKETS EQUITY
Grande parte da debilidade que os países emergentes vivenciam este ano pode ser explicada pela China, cuja bolsa de valores registou uma queda de quase 20%. Como explica Marco Mencini, gestor sénior de portefólios da Plenisfer Investments (parte da Generali Investments), a imposição de bloqueios rigorosos devido ao alto número de infeções por COVID em áreas como Xangai teve um impacto imediato nas expectativas de crescimento do país, que no início do ano foi estimado em cerca de 5,5%. “Há poucos sinais de que essa política de COVID zero seja suspensa em breve. É possível que permaneça até
BLACKROCK EMERGING MARKETS FUND
GESTORA: FIDELITY LANÇAMENTO: 25/9/13 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 4.091.840.070 ISIN: LU0936576593
GESTORA: JPMORGAN AM LANÇAMENTO: 13/4/94 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 8.360.041.228 ISIN: LU0053685615
GESTORA: BLACKROCK LANÇAMENTO: 30/11/93 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 2.325.891.295 ISIN: LU0047713382
RENTABILIDADE 1 ANO: -17,34 RENTABILIDADE 3 ANOS: 4,48 RENTABILIDADE 5 ANOS: 5,19
RENTABILIDADE 1 ANO: -18,73 RENTABILIDADE 3 ANOS: 3,28 RENTABILIDADE 5 ANOS: 5,50
RENTABILIDADE 1 ANO: -18,28 RENTABILIDADE 3 ANOS: 3,63 RENTABILIDADE 5 ANOS: 5,98
20 22
20 22
26,89
13,01 -6,04
-12,08
-15,95
-3,06
4,30
8,63
17,05
21,69
31,61
32,54
20 22
2019
2020
2021
2022
2018
2019
2020
2021
2022
-13,58
-14,18
-18,62
3 4 44 4 54 5 55 5656 66 2018
2018
2019
2020
2021
2022
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 95
PRODUTOS COMPARAÇÃO
20 22
GS EMERGING MARKETS EQUITY
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
GESTORES HIREN DASANI E BASAK YAVUZ
20 22
SCHRODER ISF EMERGING MARKETS
GESTOR THOMAS WILSON
20 22
NORDEA 1 EMERGING STARS EQUITY
GESTORA JULIANA HANSVEDEN
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À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
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UM PORTEFÓLIO ALTAMENTE DIVERSIFICADO O objetivo deste produto Goldman Sachs AM é dar exposição ao mercado de ações emergentes e gerar alfa consistentemente ao longo de um ciclo económico. Os gestores seguem uma filosofia de investimento fundamental, bottom-up e de estilo agnóstico, investindo em empresas a longo prazo em todas as capitalizações de mercado. A carteira é altamente diversificada, com 100-150 ações e a seleção dessas ações gera 80% do alfa. Uma das características mais notáveis da carteira do fundo é que inclui 25% em posições fora do índice, com aproximadamente 30% em empresas de pequena e média capitalização. No caso deste produto, os critérios ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG) desempenham um papel muito importante. Neste sentido, o fundo é classificado como artigo 8.
96 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
GESTÃO POR RANKINGS O processo de construção da carteira deste fundo Schroders considera em 50% a decisão de em que países estar e noutros 50%, em que empresas destes países. Para a seleção de países, usam um sistema quantitativo desenvolvido internamente, que testam há mais de 18 anos. Através da análise de diferentes fatores relacionados com a dinâmica de crescimento, avaliações ou moedas, fazem um ranking de quais são os países que oferecem as melhores oportunidades. Os sete últimos países do ranking não devem ter exposição no portefólio ou estar até 5% subponderados. Esta subponderação é redistribuída entre os sete melhores países do ranking. O Comité de Estratégia reúne mensalmente, no qual participam todos os gestores de ações emergentes e onde não podem contrariar o modelo, mas podem ajustar os pesos por país.
RUMO AO CRESCIMENTO ESTRUTURAL O processo de investimento é bottom-up e visa identificar os negócios que, atuando em segmentos onde há forte potencial de crescimento estrutural, são os melhores. O que procuram não se restringe a um tema específico. Podem ser empresas que estão a beneficiar do impulso da computação em nuvem na China, da penetração do setor de saúde no Brasil ou do comércio online no sudeste Asiático. Um fator importante é o filtro ESG. Elaboram um ranking de empresas para identificar os riscos específicos de cada uma delas. A posição que cada valor adquire na classificação responde a um processo de estudo baseado em cinco pilares. O mais relevante é a análise do modelo de negócio, ao qual dão uma ponderação de 30%, embora também valorizem a governação corporativa, a ética empresarial, o impacto no ambiente e a responsabilidade social.
20 22
FIDELITY EMERGING MARKETS
GESTOR NICK PRICE
À PROCURA DE VALOR E ROI SUSTENTÁVEL Este fundo da Fidelity International segue uma filosofia bottom-up, o que significa que a sub ou sobreponderação são determinados por fatores microeconómicos. O trabalho de seleção de ações é apoiado pelo trabalho de 50 analistas que a gestora tem para mercados emergentes. O que o gestor de portefólio procura principalmente são empresas com avaliações atrativas que ofereçam um ROI sustentável e acima da média, com baixo endividamento e balanços sólidos que lhes permitam ser autofinanciados. Tenta investir nas melhores ideias da América Latina, Europa emergente, Médio Oriente e África (EMEA) e mercados emergentes na Ásia. Também enfatiza considerações ambientais, sociais e de governança, que são integradas ao seu processo de investimento, o que lhe confere a qualificação do artigo 8 da SFDR.
20 22
JPM EMERGING MARKETS EQUITY
GESTORES LEON EIDELMAN E AUSTIN FOREY
ALAVANCAR A COBERTURA LOCAL Este fundo potencializa as capacidades do J.P. paraMorgan AM em mercados emergentes, especificamente os recursos disponíveis na entidade para a cobertura local nos seus processos de análise. Neste sentido, a entidade conta com mais de 100 gestores e analistas dedicados, localizados em oito países diferentes, cobrindo mais de 1.000 ações e realizando mais de 5.000 reuniões com empresas a cada ano. Segue uma estratégia de alta convicção e com enfoque em crescimento e qualidade a longo prazo, que aplicam através de análise fundamental e bottom-up, que foca na economia, duração e governabilidade do negócio. O que procuram é investir em empresas com potencial de crescimento de lucros a longo prazo, entendendo que as habilidades da gestão da empresa para explorar oportunidades com fluxos de caixa criados internamente irão impulsionar os lucros da empresa e o preço das ações.
20 22
BLACKROCK EMERGING MARKETS FUND
GESTOR GORDON FRASER
COMBINANDO DE CIMA PARA BAIXO E DE BAIXO PARA CIMA Esta estratégia combina uma análise fundamental das empresa e alocação por país top-down num portefólio gerido pelo risco com um perfil de estilo flexível para gerar alfa. Esta estratégia baseia-se na sua convicção de que os mercados emergentes são heterogéneos, ineficientes, complexos e cíclicos, criando um terreno favorável ao investimento ativo. A equipa procura oportunidades de investimento além dos temas e tendências mais recentes. A estratégia procura tirar proveito destas ineficiências do mercado, buscando identificar pontos de viragem nos ciclos macroeconómicos e políticos para ajudar a orientar as decisões de alocação por países, sobrepondo essas alocações de países com ideias de valor baseadas em fundamentais convincentes que acreditam que podem exceder as expectativas do mercado. A carteira não tem um viés de estilo persistente em termos de capitalização de mercado ou fatores de estilo, como crescimento, valor ou momentum.
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 97
PRODUTOS COMPARAÇÃO
20 22
11 1 1
22 22
GS EMERGING MARKETS EQUITY
SCHRODER ISF EMERGING MARKETS
2.936
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN
4.434
3.817
1.011 2.388
653
OS INVESTIDORES E A CRISE
4.915
4.347
4.007
2.326
PLANIFICAÇÃO
4.710
2.749
LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO
33 33
NORDEA 1 EMERGING STARS EQUITY
4.554
3.711
1.615
ENTREVISTAS
20 22
COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
.
2018
2019
2020
2021
2022
2018
2019
2020
2021
2022
2018
2019
2020
2021
2022
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE 18,00 18,00
18,00
18,00
18,00
17,75
17,75
17,75 17,75
17,75
17,50
6
17,50
17,50
17,50
Volatilidade 3 anos (%)
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
17,25 17,25
17,25
17,25
17,00 17,00
17,00
17,00
MAPA
4
17,50
risco/ rentAbilidAde
17,25
3
5 17,00
1
16,75
AB International Health Care Portfolio
16,75
16,75
16,75
16,75
16,50 16,50
3 3
2
16,50 3
4 16,50 4
5 3
5
4 16,50
6 4
Goldman Sachs Emerging Markets Equity Portfolio Schroder International Selection Fund Emerging Markets
3
Nordea 1 - Emerging Stars Equity Fund
4
Fidelity Funds - Emerging Markets Fund
5
JPMorgan Funds - Emerging Markets Equity Fund
6
BlackRock Global Funds - Emerging Markets Fund
7
6
5
3
1 2
5
7
6
6
4
7
7
5
Em euros
6
7
Rentabilidade anualizada 3 anos (%)
GOLDMAN SACHS EMERGING MARKETS EQUITY PORTFOLIO
RENT. ANUAL A 3 ANOS VOLATILIDADE A 3 ANOS MÁXIMO DRAWDOWN 3 ANOS
SCHRODER INTERNATIONAL SELECTION FUND EMERGING MARKETS
NORDEA 1 - EMERGING STARS EQUITY FUND
FIDELITY FUNDS - EMERGING MARKETS FUND
JPMORGAN FUNDS - EMERGING MARKETS EQUITY FUND
BLACKROCK GLOBAL FUNDS - EMERGING MARKETS FUND
6,23
5,96
5,94
4,48
3,28
3,63
17,00
16,80
17,19
17,54
17,13
17,63
-20,78
-22,27
-21,72
-22,34
-22,05
-21,09
RÁCIO SHARPE 3 ANOS
0,23
0,22
0,21
0,15
0,09
0,11
ALFA 3 ANOS
1,88
1,62
1,59
0,31
-0,89
-0,49
BETA 3 ANOS
1,06
1,06
1,08
1,07
1,05
1,07
98 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a30 de abril de 2022.
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
Fonte: Morningstar Direct. Dados de património em milhões de euros.
20 22
20 22
44 4
20 22
55 5
FIDELITY EMERGING MARKETS
5.475
20 22
JPM EMERGING MARKETS EQUITY
5.472
10.371
66 6
BLACKROCK EMERGING MARKETS FUND 2.936
10.052
7.619
4.616
4.757
1.615 8.360
5.436
2.326
1.011 653
4.092 2018
2019
2020
2021
2022
que as vacinas nacionais de mRNA, atualmente em ensaios clínicos, cheguem à população”, afirma Nicholas Field, estratega global de ações para mercados emergentes da Schroders.
MAIS BEM POSICIONADOS
Isto soma-se à persistente crise de confiança no setor imobiliário chinês, que também está a pesar no sentimento. “Os esforços do governo para desalavancar o setor têm exercido uma pressão significativa sobre os construtores. Alguns não conseguiram cumprir as suas obrigações de dívida, provocando temores de risco de contágio no sistema financeiro”, lembra Bin Shi, gestor e responsável de Ações Chinesas da UBS AM. No entanto, alguns mercados emergentes provaram estar mais bem posicionados para serem mais imunes aos choques da crise. “Isso porque são mais autossuficientes em alimentos e energia, ou mesmo exportadores líquidos destas commodities”, enfatiza Kirstie Spence. Segundo a gestora do Capital Group, o fato de alguns mercados - como os do Médio Oriente ou da América Latina - estarem geograficamente mais distantes da crise geopolítica que a Europa, pode aca-
2018
2019
2020
2021
2022
bar por os tornar mais resistentes em relação a outras regiões. Embora as estrelas pareçam estar alinhadas contra os mercados emergentes, também há dados que mostram que o copo está meio cheio. Acima de tudo, para aqueles investidores que têm uma visão construtiva de longo prazo. Talvez o mais relevante seja aquele que se refere às avaliações. Devido em parte ao fraco desempenho desde meados de 2021, as ações de mercados emergentes agora estão significativamente mais baratas em comparação com a maioria dos outros mercados de ações globais. O PER atual do MSCI Emerging Markets Index é de 11,7 vezes, o que representa um desconto de 33% em relação ao do MSCI World, de 17,4 vezes. É ainda maior, aproximando-se de 40%, quando comparado aos 19,2x do S&P 500. O preço relativamente barato das ações emergentes também é evidente em outros indicadores-chave de avaliação.
RISCO REDUZIDO
“Por exemplo, o preço face ao valor contabilístico atual do MSCI Emerging Markets Index, de 1,80, é 41% menor do que os 3,07 do MSCI World, enquanto a dividend yield de
2018
2019
2020
2021
2022
2,55% também é muito maior do que os 1,87% do índice global”, destaca Alex Smith, especialista em investimentos da abrdn. Embora os prémios de risco em emergentes tenham aumentado, o risco foi reduzido com a exclusão dos ativos russos. Mas a invasão da Ucrânia lembrou os investidores dos riscos geopolíticos idiossincráticos à espreita nas economias emergentes. A Rússia desempenha um papel fundamental como exportadora de commodities para países emergentes, incluindo matérias-primas não energéticas, metais industriais e madeira. “Por isso, muitas economias emergentes estão entre as grandes perdedoras com o choque de preços”, resume Sabrina Khanniche, economista da Pictet AM.
A informação sobre Organismos de Investimento Coletivo ou outros instrumentos financeiros incluída na FundsPeople é apresentada apenas com fim informativo e ilustrativo e não deve ser interpretada como uma oferta de venda ou recomendação de investimento. A informação não representa uma descrição completa dos OIC ou outros instrumentos financeiros e mercados a que faz referência.
MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 99
PRODUTOS CARTEIRAS Bruno Dhoosche
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
.
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
AS ESTRATÉGIAS CAPAZES DE MODELAR OS RISCOS DE FORMA ÁGIL E EFICIENTE COMPORTAR-SE-ÃO MELHOR DENTRO DA CATEGORIA DE FUNDOS DE OBRIGAÇÕES FLEXÍVEIS GLOBAIS, JÁ QUE A VOLATILIDADE DO MERCADO PODE CONTINUAR A SER CONSIDERÁVEL 100 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
20 22
ALOCAÇÃO GEOGRÁFICA LÍQUIDA (%) DOS FUNDOS DE OBRIGAÇÕES GLOBAIS FLEXÍVEIS COM RATING FUNDSPEOPLE 2022 FUNDO
ENTIDADE GESTORA
ÁFRICA/ MÉDIO ORIENTE
AUSTRALÁSIA
ÁSIA DESENVOLVIDA
ÁSIA EMERGENTE
EUROPA DESENVOLVIDA
EUROPA EMERGENTE
JAPÃO
AMÉRICA LATINA
AMÉRICA DO NORTE
REINO UNIDO
Legg Mason Brandywine Global Income Optimiser Fund
Franklin Templeton
2,55
0,34
0,00
0,59
1,62
0,00
0,63
12,18
71,43
0,30
Legg Mason Western Asset Macro Opportunities Bond Fund
Franklin Templeton
5,10
1,85
0,32
18,26
2,56
4,81
0,00
17,14
36,03
0,10
Morgan Stanley IF Global Fixed Income Opportunities Fund
Morgan Stanley IM
3,81
1,18
0,04
5,05
19,03
0,58
0,19
3,98
33,09
5,82
Nomura Funds Global Dynamic Bond Fund
Nomura
10,80
0,00
0,07
0,30
12,88
2,80
2,22
2,86
22,83
2,95
Templeton Global Bond Fund
Franklin Templeton
2,93
0,00
18,91
17,31
12,06
0,00
0,00
19,25
0,00
0,00
Templeton Global Total Return Fund
Franklin Templeton
7,25
0,00
18,98
17,30
5,25
0,00
0,00
33,38
0,04
0,00
Fonte: Fundos com Rating FundsPeople 2022 da categoria Morningstar Global Flexible Bond unhedged com dados de alocação disponíveis. Dados da carteira mais recente disponível a 12 de abril de 2022.
A
categoria Global Flexible Fixed Income (obrigações flexíveis globais) é ampla e heterogénea porque abarca uma grande variedade de fundos com diferentes objetivos de rentabilidade, estilos de investimento e exposição por classe de ativo. Compara-se com o índice Bloomberg Global Aggregate (USD Hedged), mas muitos dos fundos que o compõem não estão referenciados neste benchmark, pelo que é essencial levar a cabo uma profunda avaliação qualitativa na hora de escolher as estratégias que melhor se adaptem às necessidades dos investidores. O índice teve um retorno de -5,0% no primeiro trimestre de 2022, um dos piores trimestres em muito tempo, devido principalmente, ao forte aumento da inflação mundial e às decisões de política monetária dos principais bancos centrais. A invasão russa à Ucrânia foi outro importante catalisador que pesou nos mercados emergentes. A dispersão das rentabilidades dentro da categoria (ou seja, a diferença entre o fundo mais e menos rentável) é elevada desde o início do ano, já que o veículo que melhor se comportou registou uma rentabilidade de 3,4%, enquanto que o pior registou cerca de -12,3%. Para con-
A DISPERSÃO DAS RENTABILIDADES DENTRO DA CATEGORIA É ELEVADA NO ANO: O FUNDO QUE MELHOR SE COMPORTOU REGISTOU UM RETORNO DE 3,4%, E O QUE PIOR SE SAIU, DE -12,3% textualizar estes dados, a dispersão de rentabilidade foi de 17,6% em 2021, de 12,1% em 2020 e de 12,7% em 2019. Os fundos que têm sido capazes de resistir no tóxico contexto de mercado atual contam com um enfoque verdadeiramente flexível que lhes tem permitido reduzir significativamente a sua exposição e duração. Aqueles que, para além disso, puderam reduzir a sua exposição a risco de crédito corporativo também foram recompensados. Daqui em diante, os fundos que melhor se comportarão no futuro serão aqueles capazes de ampliar e reduzir o risco de forma ágil e eficiente, já que a volatilidade do mercado poderá continuar a ser considerável. Em seguida analisamos várias destas estratégias. O Jupiter Dynamic Bond propõe-se a obter uma elevada
rentabilidade total graças à combinação de crescimento de capital e dividendos. Para isso investe com um enfoque flexível de elevada convicção em títulos de obrigações globais. O fundo não está referenciado a nenhum índice e, historicamente, gerou um retorno significativo mediante uma alocação de ativos top-down (macro), e a gestão de duração combinada com uma seleção bottom-up (micro) de títulos idiossincráticos menos líquidos, sobretudo no universo da dívida high yield sénior (secured). No entanto, conforme aumenta o património, é logicamente mais difícil encontrar oportunidades neste segmento, pelo que tanto a equipa como o universo de investimento se ampliaram para incluir uma maior alocação a crédito norte-americano e mercados emergentes. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 101
P
AR
P
R
TNE
R
PRODUTOS CARTEIRAS
AR
TNE
A OPINIÃO DE CRISTINA CARVALHO Corporate & Institutional Sales Manager, Amundi
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO
MUITOS DOS FUNDOS NÃO SE REFERENCIAM AO ÍNDICE COM O QUAL SE COMPARA A CATEGORIA, PELO QUE É ESSENCIAL UMA PROFUNDA AVALIAÇÃO QUALITATIVA DAS DIFERENTES ESTRATÉGIAS
PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
.
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
A divisa base é o euro e o património superava os 8.500 milhões no final de março 2022. No primeiro trimestre do ano, a estratégia obteve uma rentabilidade negativa de 5,5%. Por seu lado, o Nordea 1 Flexible Fixed Income Fund é um fundo de obrigações globais flexível long only. O seu objetivo é preservar o capital e gerar rentabilidades positivas ao longo de um ciclo económico mediante uma alocação de ativos estratégica e tática. Centra-se em preservar o capital no contexto de um processo de investimento equilibrado que procura diversificar os riscos. Lançado em maio de 2013, é gerido de forma conjunta pela equipa de multiativos da Nordea. O objetivo de rentabilidade é superar a liquidez em cerca de 2% ao longo de um ciclo de mercado, com um objetivo de volatilidade entre 2% e 5%. A divisa base é o euro e no final do primeiro trimestre superava os 2.900 milhões em ativos sob gestão. Nos três primeiros meses do ano gerou uma rentabilidade de -3,9%.
MULTISETOR
Outro veículo que destacamos é o PIMCO GIS Income Fund, que tem como objetivo gerar rendimentos elevados e constantes com um enfoque prudente, pelo que coloca a ênfase na qualidade e na preservação de capital. O enfoque multi-setor da estratégia permite que o gestor possa encontrar as ideias de geração de rendimentos mais eficientes em qualquer contex102 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
to de mercado, explorando múltiplas fontes de rendimento no universo de investimento global. A valorização de capital a longo prazo é um objetivo secundário do fundo, cuja gestão ocorre a cargo de Daniel Ivascyn e Alfred Murata. A divisa base é o dólar norte-americano e o património superava os 65.000 milhões de dólares no final de março de 2022. A rentabilidade gerada no ano (até março) foi de -4,8%. Por último, o Templeton Global Total Return Fund tem como objetivo gerar rentabilidades ajustadas ao risco superiores, mediante a geração de rendimentos e a apreciação do capital, juntamente com os lucros nas divisas. Este fundo flexível e de elevada convicção, que não definiu objetivos específicos de rentabilidade e risco relativamente ao seu índice de referência, o Bloomberg Multiverse, reflete as melhores ideias do gestor Michael Hasentab dentro do universo das obrigações globais. O gestor não se vê limitado pelo índice de referência e costuma desviar-se bastante do mesmo, o que sublinha a natureza autenticamente flexível da estratégia. Historicamente, o fundo tem mantido alocações elevadas a dívida e divisas de mercados emergentes, o que o torna mais volátil relativamente a outros veículos da sua categoria que não dispõem de tanta flexibilidade para investir em divisas. A divisa base é o dólar norte-americano e no final de março superava os 3.750 milhões de dólares em ativos. Até março gerou um retorno de -0,2%.
VANTAGENS DOS ATIVOS REAIS LÍQUIDOS EM TEMPOS DE INFLAÇÃO As empresas da economia real oferecem o potencial de gerar retornos atrativos sustentáveis ligados à inflação; isto porque os fluxos que recebem costumam estar vinculados à mesma. Fazê-lo através de um fundo de investimento oferece liquidez e diversificação. Fazê-lo através de um fundo multiativos oferece um maior potencial de rentabilidade do que um fundo de obrigações e menor volatilidade do que um fundo de ações. Para conseguir fluxos estáveis e recorrentes que possam crescer com a inflação, centramo-nos em empresas que possam obter dividendos superiores à média; que consigam gerar cash com modelos de negócio não cíclicos; empresas intensivas em ativos tangíveis; ou vinculadas às tendências inflacionárias globais. Esta solução procura distribuir uma rentabilidade anual (objetivo não garantido) investindo de forma flexível e diversificada numa ampla gama de setores da economia real com potencial de gerar retornos com uma abordagem na seleção de valores, qualidade do crédito e uma volatilidade controlada. Permite também integrar tendências a longo prazo, como as energias renováveis ou a mobilidade elétrica. O nosso processo de investimento procura reduzir a concentração do risco em torno de quatro estratégias pouco relacionadas: estratégia macro (segundo a nossa visão do mundo); estratégia de cobertura (para cobrir cenários alternativos); estratégias-satélite (para diversificar) e estratégias de seleção de elevada qualidade nas obrigações e ações.
PRODUTOS EMERGENTES por Regina R. Webb
AS DUAS CARAS DO
CRUDE DISPARADO Numa classe de ativos tão heterogénea como a dos emergentes, há vencedores e derrotados da subida das matérias primas. Porque não é apenas o petróleo que está a disparar, há outras commodities relacionadas com a agricultura que também estão a acusar pressão.
O
s elevados preços das matérias primas já se fazem sentir nos mercados emergentes. Patrick Zweifel, economista chefe da Pictet AM, fez as contas. Relativamente ao consumo líquido de petróleo, o seu indicador de vulnerabilidade do crescimento do PIB para um aumento de 25% dos preços do crude, mostra maior impacto negativo na Ásia. Em países como a Tailândia, calcula que retirará cerca de 1,2% do seu PIB. Em Taiwan, Índia, Coreia e África do Sul, o decréscimo será de cerca de 1%. Para além disso, o seu indicador de vulnerabilidade à inflação, por causa dos preços do petróleo e alimentos, mostra maior efeito no México (7,2% do aumento de inflação anual), Colômbia (6,7%), Peru (4,7%), Polónia (5,5%) e Hungria (5,4%). Marco Mencini, gestor sénior da Plenisfer Investments SGR (parte da Generali Investments), coloca o foco noutras regiões. “A Turquia ou a Índia (cujos 70% das contas correntes
depende das importações de petróleo) estão destinados a sofrer subidas. O mesmo acontece com a China, muito dependente da energia e com uma baixa produção interna, o que está a provocar o aumento dos seus programas nucleares”. Também sofrem os emergentes com baixas reservas de divisas. “No Sri Lanka, o Governo luta para financiar em dólares norte-americanos as suas faturas de combustível mais elevadas devido ao facto das suas reservas monetárias estarem agora em níveis prévios aos da pandemia”, conta Claudia Calich, gestora do M&G (Lux) Emerging Markets Bond Fund. Mas como em todas as crises, há duas caras de uma mesma moeda. Na verdade, já o vemos refletido em alguns índices. Richard Bernstein, CEO e fundador da RBA, dá os dados: desde o início do ano que o Brasil sobe cerca de 13%; o Chile, cerca de 12%; a Indonésia, cerca de 5%. Em comparação, o índice ACWI cai cerca de 13%.
“Um crude e outras matérias primas mais elevadas também deveriam ajudar os emergentes exportadores como o Gulf Cooperation Council (GCC) e a América Latina”, explica Aneeka Gupta, diretora de Análise Macro da Wisdom Tree. Como assinala, há países com preços breakeven muito baixos. Por exemplo, para o México está tudo bem em ter o petróleo a 50 dólares. De todas as respostas que nos aportaram as gestoras, destaca-se uma região como clara beneficiária: a América Latina. E dentro dela o Brasil. “Não só foi o único país da América do Sul que pôde aumentar a sua produção do crude em 2020, como também em 2021 a corporação estatal Petrobras impulsionou novos projetos petrolíferos e destinou 68.000 milhões de dólares para a expansão da produção”, conta Dillon Jaghory, analista da Global X. Sopram ventos a favor para o país. Os Estados Unidos agora estão a procurar fontes alternativas de petróleo, e inclusive têm dado o passo de abrir o diálogo com a Venezuela. O Brasil é fácil de MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 103
PRODUTOS EMERGENTES
O RALLY NO PETRÓLEO... BRENT ($/barril)
WTI ($/barril)
...E NOUTROS RECURSOS NATURAIS PREÇO MÉDIO A 5 ANOS
80%
Preço do barril Brent (dólar/barril) 140
80
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO
60
AB International Health Care Portfolio
2/2017
2/2018
2/2019
2/2020
2/2021
2/2022
Preço do barril WTI (dólar/barril)
0%
140 120 100 80 60 40 20 0 -20 -40 -60
3/2017
3/2018
3/2019
3/2020
Fonte: estimativa do Credit Suisse
abordar e existe a possibilidade de cooperação para assegurar o fornecimento. Na América do Sul, Carlos de Sousa, estratega de Obrigações Emergentes da Vontobel AM, também destacaria a Colômbia. “É um caso interessante, porque não só vende para fora petróleo, como também é um dos maiores exportadores de carvão do mundo. Recordemos que os preços deste mineral aumentaram muito devido ao facto da Rússia ser o terceiro produtor”, conta. Entre as posições que William Scholes, diretor de Investimentos da abrdn, sobrepondera, o México é a maior. “Resulta ser um exportador líquido de petróleo, e no país estamos expostos à banca, consumo e aeroportos”, explica.
OUTRAS MATÉRIAS PRIMAS
A América Latina também beneficia de um ponto de vista técnico. Como assinalam da Eurizon, dado que a Rússia já não faz parte do MSCI EM, estes países converteram-se nos maiores 104 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
3/2021
3/2022
Café EUA
Ouro
Cobre
Paládio
Prata
Açúçar Londres
-20% Algodão EUA
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
20%
0
Milho EUA
SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
20
Gás Natural
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
.
40
Trigo EUA
COM ESTILO
40%
(Petróleo) WTI
OS INVESTIDORES E A CRISE
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
100
LEGISLAÇÃO
PLANIFICAÇÃO
60%
120
(Petróleo) Brent
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN
Óleo de aquecimento
ENTREVISTAS
Rentabilidade 2022 (YTD a 22 de março) de futuros das matérias primas. Fonte: Investing.
beneficiários num contexto de preços elevados das matérias primas. Isto porque os dois setores com maior peso dos recursos naturais (energia e materiais) constituem entre 20% e 45% da capitalização bolsista destes mercados. Mais além da América Latina, Rob Drijkoningen, corresponsável de Dívida de Mercados Emergentes da Neuberger Berman, calcula que em nações como o Omã e a Nigéria, a conta corrente passará de um deficit a um superavit devido ao recente aumento do preço do petróleo. Como mencionávamos, outros recursos naturais também estão em alta. E isto é chave na análise dos mercados emergentes. Porque como bem menciona Edgardo Sternberg, gestor de dívida de mercados emergentes da Loomis Sayles (afiliada da Natixis IM), há países que, ainda sem serem grandes produtores de hidrocarbonetos, não se veem tão afetados face aos que produzem esses outros recursos
naturais cujos preços também subiram de forma acelerada. “Por exemplo, a África do Sul, que importa todas as suas necessidades de petróleo e gás, produz paládio, platina, ferro e ouro, minerais com grande procura devido ao encerramento das exportações russas. O caso mais triste é o da Argentina, que deverá beneficiar dos seus recursos naturais (petróleo, gás, lítio, potássio, trigo, soja, milho), mas que por erradas políticas económicas não consegue os investimentos e a produção ideais para aproveitar a conjuntura de preços”, analisa Sternberg. Esta análise de beneficiários e sofredores também se pode elevar ao plano setorial. Por exemplo, Diliana Deltcheva, responsável da equipa de Obrigações de Mercados Emergentes e Nikolay Menteshashvili, analista sénior de Crédito, da Candriam, acreditam que as indústrias de energia, metais, produtores de fertilizantes e energias renováveis estão bem posicionadas.
P
AR
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A OPINIÃO DE ÁLVARO ANTÓN Responsável de Negócio para a Península Ibérica, abrdn
Pelo contrário, prevê efeitos negativos no transporte, utilities e imobiliário. “São setores com elevada sensibilidade aos preços da energia e materiais”, explicam. Também estão cautelosos no consumo e industriais por causa do efeito da inflação nas matérias primas. Em geral, estão enfocados em empresas com capacidade para transferir a subida de preços nos materiais aos seus clientes. Também há setores mais imunes. Wim-Hein Pals, responsável de Mercados Emergentes da Robeco, cita as tecnologias da informação, o software e o setor de internet em geral, e o financeiro (bancos seguradoras). Concretamente, nas carteiras core emergentes da Robeco o especialista está sobreponderado em TI e financeiras. “O setor do petróleo e gás é um claro vencedor, embora com algumas nuances”, pontualiza Andrew Lake, responsável de Obrigações Globais na Mirabaud AM. “Os setores que consomem grandes quantidades de derivados do petróleo, como parte dos seus processos de produção, verão reduzidas as suas margens se não puderem repercutir os custos, como acontece com o setor químico”, explica. Mas investir em emergentes tem mais zonas cinzentas do que simplesmente analisar os balanços. “Do ponto de vista das ações, os emergentes podem beber do rally no value, mas, por outro lado, em tempos de elevada incerteza e política monetária restritiva, tendem a sentir o vento contrário por causa de uma maior aversão ao risco”, sublinham da Allianz Global Investors. Para além disso, outro ponto que os investidores não podem esquecer são as valorizações. Tanto nas ações como nas obrigações. É um ponto destacado por Alejandro Arévalo, responsável da Dívida de Mercados Emergentes na Jupiter AM. Para países com dívida investment grade de elevada qualidade muito ajus-
tadas (pensemos no Qatar), o espaço para uma compressão adicional poderá ser limitado. No entanto, os países com dívida high yield mais pequenos (Iraque, Omã e Angola) poderão beneficiar mais do aumento dos preços. Neste âmbito das obrigações, Yerlan Syzdykov, diretor global de Mercados Emergentes da Amundi, especifica. O especialista optaria por dívida em divisa forte num contexto de preços elevados do petróleo. Porque uma perspetiva mais incerta para o crescimento e para a inflação penaliza a dívida local, pelo que a seleção é primordial. “Continuamos a ter uma inclinação para os títulos de elevada qualidade face aos de baixa qualidade”, acrescenta.
FATORES TÉCNICOS
Também haverá ramificações secundárias. Irina Topa-Serry, economista sénior de Mercados Emergentes na AXA IM, calcula que o impacto económico nos países emergentes virá principalmente de três canais. A esse choque inicial por causa dos preços da energia somaria um repensar da política monetária e da resiliência da procura global. Tom Wilson, responsável de Ações Emergentes da Schroders, coincide neste último ponto: “Nos emergentes de rendimentos mais baixos, a energia e os alimentos costumam representar uma maior proporção do IPC. Isto afetará o consumo nestes mercados”. Um país vulnerável na sua opinião é a Índia. Para além de ser um importador líquido de petróleo, os alimentos representam mais de 50% do seu cabaz de IPC. E em muitos emergentes representa entre 20% e 30%. Kunjal Gala, gestor de Mercados Emergentes da Federated Hermes, recorda outra questão: a tendência estrutural na energia. “É provável que as grandes economias impulsionem as energias sustentáveis, o que acelerará a transição de combustíveis fósseis no médio-longo prazo”, comenta.
CRÉDITO INVESTMENT GRADE: É FUNDAMENTAL SER SELETIVO As perspetivas económicas a curto prazo para as obrigações corporativas de grau de investimento (IG) são bastante desfavoráveis no momento, devido ao ambiente de abrandamento do crescimento mundial, inflação elevada e perspetivas menos favoráveis em termos de política monetária. A este cenário junta-se o conflito na Ucrânia. Contudo, acreditamos que há fatores importantes que contrariam esta situação e que, pelo menos, suportam um ponto de vista globalmente neutro em relação a esta classe de ativos. Uma alteração importante é que o rendimento total e, por conseguinte, o nível inicial esperado de receitas que se pode obter da detenção de obrigações de IG, aumentou significativamente. Este maior nível de rendimento reflete essencialmente o aumento da rentabilidade necessário para compensar os fatores negativos. Ainda assim, o nível de rendimentos disponível aumentou significativamente e pode representar um ponto de entrada mais atrativo para os investidores a longo prazo. É importante destacar que, apesar de existirem variações setoriais e regionais significativas, no seu conjunto, os fundamentais das obrigações corporativas de IG continuam a ser sólidos, o que sugere um risco de crédito contido. Ainda que o aumento dos rendimentos e a solidez dos fundamentais possam ajudar a compensar outros fatores externos menos favoráveis, no contexto atual, a diferenciação dentro do mercado global de IG será mais relevante do que nunca. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 105
PRODUTOS ISR por João Safara
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
SERÁ QUE A TERAPÊUTICA ESG TEM EFEITOS SECUNDÁRIOS? Existem produtos financeiros que pela sua opacidade podem não conferir o acompanhamento necessário aos diversos stakeholders de uma operação. Fica assim a incerteza sobre as métricas na redução de efeitos de gases de estufa, por exemplo.
106 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
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omo temos visto ao longo da história da ciência, todas as terapêuticas realizadas no corpo humano podem trazer efeitos secundários indesejáveis que na maioria das vezes são irrelevantes, mas outras vezes podem até aumentar as condições da doença. Será que as urgentes e necessárias terapêuticas que o planeta terra está a ser alvo, têm também efeitos secundários? E se sim, qual a importância dos mesmos? Em traços muito largos, vejamos então como está a correr o tratamento. Apesar de todos os objetivos, métricas e iniciativas que as COP de Paris e Glasglow trouxeram para os diversos governos mundiais, o ano 2021 registou o maior consumo de carvão para geração de eletricidade da história do planeta Terra, e pela estimativa da In-
ternational Energy Agency, no presente ano de 2022 a procura por carvão irá suplantar o ano de 2021. A retoma da atividade económica do último ano levou a uma procura muito acelerada por gás natural, aliada aos constrangimentos pandémicos que impuseram muitas dificuldades na produção e exploração, bem como nas interrupções na cadeia de valor, o que fez disparar o seu preço (em termos médios o preço do gás natural na Europa DTTF subiu de 3,2$ MBTU em 2020 para 15,2$ MBTU em 2021 ou no mercado Americano Henry Hub de 2.1$ MBTU em 2020 para 3.9$ MBTU em 2021). Economias como a da China e Índia (responsáveis por 2/3 do consumo mundial de carvão) sem o compromisso ambiental que tem a União Europeia ou mesmo os Estado Uni-
PRIVATE EQUITY DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS VS. CARTEIRAS DE ATIVOS RENOVÁVEIS 2010-2020 Número de aquisições COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
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Fonte: Relatório Private Equity Propels the Climate Crisis (Private Equity Stakeholder Project). Outubro de 2021 .
dos da América, optaram e optam por motivos económicos e de competitividade a substituição do gás natural por carvão na geração da sua energia. Como já todos nos apercebemos pelas inúmeras constatações macroeconómicas e indicadores energéticos, o mundo está dividido em diferentes posicionamentos e ritmos no que toca à descarbonização. No lado ocidental temos assistido nos últimos anos nas principais bolsas mundiais a uma pressão cada vez mais ativista por práticas e políticas ESG Environmental, Social, and Governance - por parte de acionistas e obrigacionistas institucionais e de retalho direto ou indireto através de subscrição de fundos de investimento. O enorme sucesso e a popularidade dos investimentos em produtos financeiros ESG tem sido avassalador
em termos de crescimento de número e em diferentes tipologias de produtos financeiros, bem como em montantes investidos. Os investidores ESG além de aplicarem o seu capital para obterem um determinado retorno financeiro, também decidiram investir de forma a serem retribuídos com um prémio moral de estarem a ajudar a salvar o planeta e as próximas gerações.
PRESSÃO DE MUDANÇA
Os gestores das empresas cotadas que operam no setor da energia tradicional (petróleo, gás, carvão, entre outras) rapidamente constataram que além da gestão do risco do negócio tendo em vista as metas impostas pelas COP de se alcançar a neutralidade carbónica em 2050, a perceção e a má reputação que as unidades de negócio ou ativos
dirty, isto é Não ESG têm junto dos seus acionistas ou obrigacionistas, originaram uma forte pressão na tomada de decisão em se desfazerem (spin-offs) ou transformarem esses ativos dirty em ativos limpos. O reflexo dessa alteração na política de portefólio de produtos ou unidades de negócio de cada uma dessas empresas cotadas levou rapidamente a uma positive brand awareness que se traduziu em processos de angariação e renovação de capital com um custo de capital mais baixo. A necessidade das empresas cotadas se desfazerem dos ativos sujos - Não ESG -, as assimetrias mundiais na descarbonização, o crescimento económico da Ásia e o subsequente aumento acentuado dos preços das commodities, favoreceu e promoveu que os private equity funds e os hedge MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 107
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PRODUTOS ISR
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A OPINIÃO DE GREGOR M.A. HIRT, Diretor global de Investimentos em MultiAtivos, Allianz Global Investors
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO
OS DIVERSOS STAKEHOLDERS NÃO CONSEGUEM ACOMPANHAR OS DESENVOLVIMENTOS EM TERMOS DE DESCARBONIZAÇÃO QUE OS GESTORES ESTÃO A EFETUAR
PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
funds vissem uma oportunidade junto das empresas cotadas de lhes adquirir a desconto os projetos e ativos Não ESG. Operações de exploração de petróleo offshore, petróleo e gás de xisto, centrais termoelétricas de combustíveis fosseis, redes de gás ou minas de carvão, entre outros projetos dirty, têm sido adquiridos nos últimos anos às empresas cotadas por fundos fechados, que pelo seu perfil regulatório são muito mais discretos na sua publicidade e (parca) divulgação de informação, tipicamente a forma comum dos hedge funds, dos fundos soberanos e da generalidade dos private equity funds. Diversos exemplos de operações podem ser encontrados nas agências de comunicação especializadas, bem como no relatório de outubro de 2021 da Private Equity Stakeholder Project, organização que monitoriza a indústria de private equity ou na investigação que a LittleSis (um dos principais watchdogs de governance nos EUA) realizou sobre a indústria do Oil&Gas na América do Norte.
INCERTEZA
Como a opacidade e a falta de transparência na informação deste tipo de produtos financeiros é elevada, os diversos stakeholders não conseguem acompanhar os desenvolvimentos em termos de descarbonização que estes gestores estão a efetuar, ficando a incerteza se as métricas na redução dos efeitos ga108 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
ses de estufa está ou não a ser reduzida nesse tipo de projetos. Ironicamente, uma grande maioria dos investidores institucionais como os fundos de fundos, fundos de pensões, ou seguradoras que investem parte das suas carteiras em private equity funds ou em hedge funds, são muitas das vezes esses mesmos investidores institucionais que investem ativamente nos fundos ESG ou em sociedades cotadas com ativos limpos, estimulando desse modo uma alienação dos ditos ativos Não ESG a desconto para veículos financeiros muito pouco transparentes e sem compromissos nas políticas e objetivos ESG. Será que a pressão da terapêutica imposta pelos investidores ativistas ESG junto das empresas cotadas criaram uma nova e mais perversa versão de greenwashing? Será que esses ativos sujos ficariam melhor entregues aos seus antigos proprietários? Possivelmente, só eliminaremos essas dúvidas destes possíveis efeitos secundários e minimizaremos o risco de um novo tipo de greenwashing quando a análise ou scoring ESG deixar de ser unicamente às sociedades ou veículos financeiros e passar a ser realizada também de forma obrigatória aos ativos e projetos energéticos, independentemente do seu proprietário. Para bem de todos nós e das futuras gerações, o Planeta Terra necessita de tratamento urgente e com o menor número de efeitos secundários.
ALOCAÇÃO GLOBAL DE MULTIATIVOS: SLOWFLATION É A NOVA NORMA Ao longo do último trimestre, os impulsionadores dos movimentos cruzados no mercado de ativos podem ser em grande parte atribuídos à preocupação com a aceleração da inflação e ao tom mais rígido dos bancos centrais. Estes receios foram agravados pela invasão da Ucrânia pelas forças russas a 24 de fevereiro, impulsionando uma subida acentuada nos preços das mercadorias. Em meados de março, as ações globais estavam firmemente em território de correção, antes de uma recuperação no final do mês ajudar a reduzir estas perdas para cerca de 5% (MSCI ACWI). Neste cenário, a nossa opinião sobre as ações varia consoante a região, mas é, em última análise, neutralmente cautelosa em geral, enquanto as matérias-primas (commodities) e o dólar dos EUA continuam a ser exposições favoráveis. Em geral, estamos atentos às obrigações, particularmente com prazos de vencimento mais longos, onde ainda existe espaço para que as expetativas de inflação aumentem ainda mais as yields. Assim, no que respeita às ações, o nosso ponto de vista é misto. Por um lado, as valorizações permanecem no limite, enquanto as margens podem ficar cada vez mais sob pressão devido a maiores exigências salariais e ao aumento dos preços dos fatores de produção. Por outro lado, as ações tendem a ter um bom desempenho em tempos de inflação crescente. Quanto às obrigações, mantemo-nos cautelosos nos mercados soberanos desenvolvidos, especialmente para maturidades mais longas. O ponto de vista é motivado em grande parte pelas expetativas de subida da inflação que parecem ter um preço mais elevado para maturidades mais curtas, mas menor para maturidades mais longas.
PRODUTOS ETF
por Montserrat Formoso
FLUXOS PARA AÇÕES
O QUE SE MOVE ATRAVÉS DE ETF E ATRAVÉS DE FUNDOS? Embora nos últimos três anos as captações de fundos de investimento e dos ETF tenham sido similares, há importantes diferenças quanto ao apetite setorial, geográfico ou por estilo de investimento.
A
indústria europeia de ETF acumula um património de 1,38 biliões de euros, segundo dados da Morningstar, no final de fevereiro de 2022. Este volume representa 12,3% dos ativos totais em fundos de investimento na Europa (avaliados em 11,25 biliões de euros na mesma data). Nos últimos anos o apetite por ETF tem vindo a aumentar e a confiança nestes veículos viu-se reforçada depois de terem superado a prova da liquidez colocada pela crise bolsista de março de 2020. Nos últimos três anos (entre março de 2019 e fevereiro de 2022) os ETF registados na Europa acumulam entradas positivas de 338.469 milhões de euros. Esta soma está longe das captações de mais de um bilião de euros nos fundos de investimento no mesmo período, o que evidencia que os investidores europeus continuam a preferir a gestão ativa. Mas, se analisarmos os fluxos por
grandes categorias de ativos, a preferência reverte-se nalguns mercados.
CATEGORIAS GLOBAIS
Nas ações, os dados evidenciam um apetite similar por ambos os veículos, com entradas líquidas de 231.307 milhões de euros em ETF, face aos 288.723 milhões em fundos de investimento. Isto enquanto as estratégias de alternativos e convertíveis registam saídas em fundos, mas conseguem captações em ETF. Por seu lado, na categoria de matérias primas, que regista fluxos positivos através de ambos os instrumentos, as captações dos ETF são quase 15 vezes superiores às dos fundos. As ações são uma categoria que responde por 72% dos ativos sob gestão no mercado de ETF na Europa, segundo dados da Refinitiv Lipper. Embora nos últimos três anos as captações de fundos e ETF tenham sido similares, há importantes diferenças quanto ao apetite setorial, geográfico ou por estilo de investimento.
Nos fundos de investimento, o grosso das captações líquidas em ações (cerca de 76%) foram através de estratégias globais (216.600 milhões de euros). Este segmento assume apenas 30% das captações dos ETF. As seguintes categorias com maiores entradas em fundos de investimento são setoriais, com a ecologia e a tecnologia à cabeça, seguidas da saúde e da energia alternativa. Estes mercados também captam o interesse dos investidores através de ETF. No entanto, os fluxos para fundos cotados refletem um interesse pelo setor de energia, o setor de serviços financeiros e o setor de metais preciosos que não se translada ao veículo fundos. “Os ETF setoriais, especialmente centrados em energia, tecnologia e matérias primas, têm tido muito boa receção, já que muito investidores têm percebido esses setores como mais estáveis no cenário atual”, assinalam da iShares. “Relativamente às matérias primas, não têm havido MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 109
PRODUTOS ETF
FLUXOS LÍQUIDOS A TRÊS ANOS POR CATEGORIAS FUNDOS
ETF MISTOS
ALTERNATIVOS MATÉRIAS PRIMAS ENTREVISTAS
CONVERTÍVEIS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO
AÇÕES OBRIGAÇÕES MERCADO MONETÁRIO
PLANIFICAÇÃO
OUTROS
OS INVESTIDORES E A CRISE
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
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Fonte: elaboração própia com datos da Morningstar. Dados em milhões de euros, entre março 2019 e 28 de fevereiro de 2022.
FLUXOS LÍQUIDOS A TRÊS NOS POR SETORES FUNDOS
ETF
AÇÕES SETOR METAIS PRECIOSOS AÇÕES SETOR SERVIÇOS FINANCEIROS AÇÕES SETOR ENERGIA AÇÕES SETOR MATERIAIS INDUSTRIAIS AÇÕES SETOR BIOTECNOLOGIA AÇÕES SETOR COMUNICAÇÕES AÇÕES SETOR RECURSOS NATURAIS AÇÕES SETOR AGRICULTURA AÇÕES SETOR PRIVATE EQUITY AÇÕES SETOR CONSUMO AÇÕES SECTOR UTILITIES AÇÕES SETOR ÁGUA AÇÕES SETOR INFRAESTRUTURAS AÇÕES SETOR ENERGIA ALTERNATIVA
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AÇÕES SETOR SAÚDE AÇÕES SETOR TECNOLOGIA AÇÕES SETOR ECOLOGIA -10.000
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Fonte: elaboração própia com dados da Morningstar. Dados em milhões de euros entre março 2019 e 28 de fevereiro de 2022.
surpresas: os fundos cotados especializados nesta matéria voltaram a exercer o papel de ativo refúgio, especialmente o ouro”. Nas ações de mercados desenvolvidos (EUA e Europa, incluindo Reino Unido), encontramos as maiores diferenças. Enquanto que os fundos de investimento acumulam saídas no 110 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
valor de 13.000 milhões de euros, os ETF captam fluxos de 84.500 milhões. No período analisado vemos uma certa transferência do produto fundo para o produto ETF, em mercados desenvolvidos. “Uma das grandes tendências que vemos nos nossos ETF é a sólida procura por ações norte-americanas desde o início
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A OPINIÃO DE JAVIER GARCÍA DÍAZ Responsável de vendas para a Península Ibérica, BlackRock
DIFERENÇAS EM COMO SE EXECUTA O INVESTIMENTO EM AÇÕES: AS 10 CATEGORIAS COM MAIORES CAPTAÇÕES TOP 10 EM FUNDOS
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Ações Globais Grande Cap. Blend Ações Globais Grande Cap. Growth Ações Setor Ecologia Ações Setor Tecnologia Ações China Ações Outros Ações Global Flex.-Cap. Ações Setor Saúde Ações Setor Energia Alternativa Ações Globais Peq./Med. Capitalização
3 ANOS
TOP 10 EM ETF
3 ANOS
120.345 72.359 61.465 43.341 31.162 28.589 22.307 18.337 16.894 10.355
Ações Globais Grande Cap. Blend Ações EUA Grande Cap. Blend Ações Globais Mercados Emergentes Ações Europa Grande Cap. Blend Ações Setor Tecnologia Ações Reino Unido Grande Capitalização Ações Setor Serviços Financeiros Ações Japão Ações China Ações Setor Energia Alternativa
62.661 53.093 15.149 13.775 13.031 9.117 7.684 5.971 5.758 5.218
Fonte: elaboração própia com dados da Morningstar. Dados em milhões de euros entre março 2019 e 28 de fevereiro de 2022.
FLUXOS POR ESTILO DE INVESTIMENTO VALUE VS. GROWTH ETF
FUNDOS
VALUE GROWTH
FLUXOS 3 ANOS
FLUXOS 2020
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FLUXOS 2022
FLUXOS 3 ANOS
FLUXOS 2020
FLUXOS 2021
FLUXOS 2022
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7.362 96.560
2.883 -7.562
8.877 42.341
876 17.195
1.747 13.192
4.241 6.727
Fonte: elaboração própia com dados da Morningstar. Dados em milhões de euros entre março 2019 e 28 de fevereiro de 2022.
do ano, não tanto como uma decisão de asset allocation, mas sim em termos da eleição de um veículo líquido num momento de elevada volatilidade e incerteza” explica Laure Peyranne, responsável de ETF na Península Ibérica & Latam na Invesco. Só há duas subcategorias que registam entradas líquidas em fundos: small-caps dos EUA e small-caps do Reino Unido.
CUSTO E ALTERNATIVAS
Por estilo de investimento, enquanto sai dinheiro dos fundos value, nos ETF os fluxos são positivos. O estilo growth regista entradas líquidas em ambos os veículos, embora nos primeiros meses do ano o apetite apenas se mantenha nos fundos cotados. Ignasi Viladesau, diretor de Investimentos da MyInvestor, recorda não perder de vista o ponto de partida: com um volume de ativos maior em fundos
ativos face a ETF, “sair dinheiro dos primeiros e entrar nos segundos não indica que a gestão ativa já não seja apreciada, mas sim que os investidores estão a equilibrar a sua percentagem em gestão ativa vs. passiva”. Viladesau assinala dois conceitos que beneficiam os ETF: o passive unless e a reallocation of alfa budget. Segundo o primeiro, um gestor incorporará, por defeito, um veículo passivo “pelo menos enquanto não tenha feito um due dilligence profundo que lhe permita escolher um bom veículo de gestão ativa”, já que o risco de perder dinheiro será menor com um veículo com comissões baixas. O segundo alude a um orçamento máximo de comissões com o qual conta um gestor, e que pode levar a gastar menos comissões em classes de ativos líquidas (com opções passivas), e a gastar mais em ilíquidos (sem boas opções para ganhar exposição passiva”.
OS MERCADOS FINANCEIROS CERRAM FILEIRAS PELA PROSPERIDADE A LONGO PRAZO O mundo viu-se obrigado a reconfigurar-se há mais de 30 anos, quando o fim da Guerra Fria abriu as portas a um cenário de maior inter-relação e cooperação entre os diferentes países do mundo. Este processo ajudou a acelerar o comércio internacional e ajudou a reduzir consideravelmente a pobreza global. No entanto, a recente invasão da Ucrânia por parte da Rússia colocou fim a este processo. Os terríveis acontecimentos que se sucedem neste país europeu provocaram uma reação da comunidade financeira que, em muitos casos, foi inclusive mais além dos próprios governos. Os participantes dos mercados globais trabalharam numa resposta conjunta para ajudar a Ucrânia, que se poderá interpretar como uma guerra económica. Esta resposta desenvolvese num contexto do qual já falámos anteriormente: não podemos esquecer que o acesso aos mercados de capitais é um privilégio, não um direito, pelo que os participantes nos mesmos têm que salvaguardar que os seus atos não atentem contra a paz e a estabilidade mundial, já que só assim poderemos defender a convivência que necessitamos para poder continuar a gerar riqueza a longo prazo. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 111
PRODUTOS INSTITUCIONAL por José Marques
ENTREVISTAS
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OS INVESTIMENTOS ALTERNATIVOS QUE PREDOMINAM NOS GRANDES FUNDOS DE PENSÕES Cresce a alocação a alternativos por parte dos fundos de pensões, mas a verdade é que não se justifica esse movimento por parte de todos estes produtos dedicados à reforma. Porquê?
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s fundos de pensões dos sete maiores mercados globais (Austrália, Canadá, Japão, Países Baixos, Suíça, Reino Unido e EUA) aumentaram a sua alocação a investimentos alternativos e mercados privados de 5% para quase 20% nos últimos 20 anos. Esta tendência não surpreende, dado o desafio que os fundos de pensões têm encontrado em gerar rendibilidade suficiente face ao regime de baixas taxas de juro, sem aumentar a volatilidade dos seus ativos para níveis inaceitavelmente elevados. De acordo com o 2022 CIO Sentiment Survey do Top1000funds. com, os investidores mostram-se preocupados com as avaliações elevadas dos mercados de ações e com a inflação,
procurando reduzir a alocação a ações e investir em mercados privados como forma de mitigar o risco de inflação. Assim, é expetável que se continue a observar um aumento no volume de ativos investidos em mercados privados e outros alternativos.
GOVERNAÇÃO ROBUSTA
No entanto, a alocação a este tipo de ativos não se justifica para todos os fundos de pensões. Para isso é necessário estabelecer um modelo de governação suficientemente robusto para lidar com os seguintes desafios ao investir nestas classes de ativos: • Muitos ativos alternativos não resultam em verdadeira diversificação acabando por ter uma elevada
ALOCAÇÃO DOS FUNDOS DE PENSÕES DOS SETE MAIORES MERCADOS GLOBAIS (AUSTRÁLIA, CANADÁ, JAPÃO, PAÍSES BAIXOS, SUÍÇA, REINO UNIDO E EUA) AÇÕES
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OBRIGAÇÕES
OUTROS
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Fonte: Thinking Ahead Institute - Global Pensions Assets Study 2022.
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PRODUTOS INSTITUCIONAL
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A OPINIÃO DE CHRISTOPHE BRAUN Especialista de Investimento, Capital Group
O FATOR QUALIDADE NAS AÇÕES GROWTH E VALUE
PARA A MAIOR PARTE DOS FUNDOS DE PENSÕES, ESPECIALMENTE AQUELES DE MENOR DIMENSÃO, RECOMENDASE PRIORIZAR A MITIGAÇÃO DOS RISCOS DECORRENTES DAS RESPONSABILIDADES, INVESTINDO DE FORMA PASSIVA correlação aos mercados de ações e/ ou obrigações, falhando assim um dos principais propósitos do investimento neste tipo de ativos. • Muitos dos gestores não adicionam verdadeiro valor, resultando em rendibilidades ajustadas ao risco abaixo do esperado, após deduzidas as comissões de gestão que são, regra geral, muito superiores às comissões de gestão em classes de ativos tradicionais. • A monitorização de desempenho é mais complexa devido à ausência de índices representativos dos investimentos realizados. Torna-se assim ainda mais importante uma abordagem de monitorização de longo-prazo e due diligence regular. • A maior parte dos investimentos têm baixa liquidez e nem todos os investidores estão confortáveis com a impossibilidade de desinvestir rapidamente. • Muitas das melhores oportunidades têm janelas de investimento curtas que requerem tomadas de decisão ágeis e céleres e a identificação destas oportunidades requer uma vasta rede de contactos e conhecimento 114 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
especializado das várias classes de ativos alternativas.
O QUE PRIORIZAR
Aos nossos clientes, recomendamos que evitem este tipo de ativos se não estiverem dispostos a adotar um modelo de governação suficientemente robusto e especializado para identificar as melhores oportunidades e construir uma carteira de investimentos alternativos verdadeiramente diversificada. Para a maior parte dos fundos de pensões, especialmente aqueles de menor dimensão, recomendamos priorizar a mitigação dos riscos decorrentes das responsabilidades (nos casos de fundos que financiam planos de benefício definido), investindo maioritariamente de forma passiva. Esta abordagem não conseguirá produzir rendibilidades ajustadas ao risco tão elevadas como num modelo de investimento mais complexo e especializado, mas conseguirá obter resultados melhores do que num modelo que procure investir de forma ativa e com uma maior alocação a investimentos alternativos mas sem os devidos recursos para o fazer bem.
A seleção de ações sempre teve que ver com comparar o preço atual de um ativo com os seus fundamentais, e avaliar se esse preço é justo em comparação com as expetativas futuras. Apesar de tanto investidores value como growth procurarem ações baratas, há diferenças chave. O investimento em valor tradicional foca-se mais em ações que são acessíveis (não baratas) face aos seus fundamentais, como as estimativas de lucros futuros (consenso), enquanto que o investimento tradicional em crescimento se foca mais em ações que podem produzir crescimento de lucros que vão além do consenso. Por outras palavras, os dois estilos partilham o interesse em avaliar o valor presente dos lucros futuros de uma empresa, mas diferem no ênfase colocado no papel das estimativas de lucros. Esta definição conduziu o value e o growth a desenvolverem-se através de abordagens distintas. Dito isto, uma empresa de research com uma abordagem bottom-up fundamental é chave para gerir alguns dos riscos acumulados dentro de cada estilo de investimento, mas por si só não é suficiente. As empresas e o seu ambiente competitivo são muitas vezes complexos demais para que a análise se fique por aqui, com uma definição simples ou com um fator de qualidade. Apesar disso, as características das empresas tradicionais value ou growth não são tão distintas quanto se possa pensar em termos de crescimento, exposição cíclica ou em termos de características de dividendos. Dito de forma simples, ao colocar as empresas em categorias de estilo, os investidores ignoram tanto o risco como as oportunidades de investimento.
COMUNICAÇÃO DE MARKETING
MORGAN STANLEY INVESTMENT FUNDS (MS INVF) GLOBAL BRANDS FUND
A Importância da Qualidade Por que investir em marcas globais?
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CLASSE Z AÇÕES
Empresas de Alta Qualidade Com foco em empresas de alta qualidade — aquelas com capacidade de compor consistentemente a riqueza dos acionistas no longo prazo — e na gestão do risco de carteira negativa, o Fundo oferece fortes características de desempenho e risco há mais de duas décadas.
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Marcas Poderosas
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Defesa Forte
A equipe International Equity busca empresas de alta qualidade construídas em ativos intangíveis difíceis de replicar, como marcas, licenças ou redes. Essas muitas vezes têm vendas recorrentes que levam a sustentabilidade e resiliência, bem como fortes equipes de gestão que alocam capital de forma eficiente.
O Fundo tem um histórico de redução da participação negativa em mercados fracos, proporcionando desempenho quando mais é necessário, como a Crise Financeira Global e o 1º trimestre de 2020.
NOTAÇÃO GERAL DA MORNINGSTAR™
A melhor maneira de compor a riqueza dos acionistas ao longo do tempo é investir em empresas de alta qualidade administradas por equipes de gestão de alta qualidade, compradas pelo preço certo.
Visite www.morganstanley.com/im O valor dos investimentos e o rendimento deles podem cair, assim como para cima, e um investidor pode não receber de volta o valor investido. 1 Classificações a partir de 28-Fev-2022. Dos 3665 fundos. Com base no retorno ajustado de risco. Classe Z Ações: 3yr. rating 5 Estrelas; 5yr. classificação 5 Estrelas; 10yr. classificação 5 Estrelas. Esta é uma comunicação de marketing. As solicitações de ações no Fundo não devem ser feitas sem antes consultar o Prospecto atual e o KIID, disponíveis no idioma oficial de sua jurisdição local em morganstanleyinvestmentfunds.com. Um resumo dos direitos do investidor está disponível em inglês no mesmo site. Caso a sociedade gestora do fundo relevante decida encerrar seu acordo de comercialização desse fundo em qualquer país da Área Econômica Europeia onde ele esteja registrado para venda, ela o fará de acordo com as regras UCITS pertinentes. INFORMAÇÕES IMPORTANTES EMEA: Essa comunicação de marketing foi emitida pela MSIM Fund Management (Ireland) Limited. A MSIM Fund Management (Ireland) Limited é regulamentada pelo Banco Central da Irlanda. A MSIM Fund Management (Ireland) Limited é regulamentada pelo Banco Central da Irlanda e está constituída na Irlanda como uma sociedade privada por ações com responsabilidade limitada, com o número de registro de empresa 616661, e tem sua sede social em The Observatory, 7-11 Sir John Rogerson’s Quay, Dublin 2, D02 VC42, Irlanda.
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CRC 4231747 Exp. 31/01/2023
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PRODUTOS ALTERNATIVOS por Pedro Assunção
A ALTERNATIVA DOS ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
PRIVATE EQUITY COTADOS Os private equity cotados em bolsa podem ser a solução para os constrangimentos que os tradicionais apresentam ao investidor comum. Ainda assim, há caraterísticas importantes de estudar antes do investimento.
A
três dias do fecho de abril de 2022 (altura em que escrevo este artigo), verificamos que as ações mundiais estão com uma desvalorização de cerca de 3,8% no mês, que o índice de dívida pública global perde 1,6%, e que nas obrigações de empresas a perda é de aproximadamente 3%. Abril não vai aparecer bem nos relatórios do final do mês para quase nenhum investidor. A julgar por este mês (e outros meses recentes), a teoria de equilibrar uma carteira entre ações e obrigações para diversificar o risco fica posta em causa uma vez que a correlação entre as duas classes de ativos tradicionais tem estado solidamente positiva. 116 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
A diversificação obriga, por isso, a procurar outras alternativas. Nos últimos tempos, tem-se falado muito de alternativas como as matérias-primas, hedge funds, imobiliário e private equity. Todos têm o seu mérito, muito possivelmente todos têm lugar numa carteira que se queira verdadeiramente diversificada, mas infelizmente nem todos estão facilmente acessíveis para qualquer investidor. No caso concreto de private equity um investidor típico enfrenta frequentemente vários problemas: • Um mínimo de investimento que normalmente só permite o acesso a grandes investidores institucionais;
• Uma cultura de private club que não permite o acesso aos melhores fundos disponíveis, mesmo para investidores com capital suficiente para cumprir os mínimos; • Uma grande dificuldade em identificar os melhores fundos disponíveis, uma vez que a informação raramente está disponível publicamente; • Um prazo de investimento que é tipicamente longo e incerto, agravado pela quase total inexistência de um mercado secundário em que um investidor possa vender uma posição se assim o entender. Conscientes deste tipo de problemas, vários intermediários têm
EVOLUÇÃO DOS PRIVATE EQUITY COTADOS NAV DOS PRIVATE EQUITY COTADOS
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Fonte: elaboração própria
montado alternativas para os minorar e tornar esta classe de ativos mais acessível, mesmo a um investidor particular que tenha um perfil de investimento adequado.
A SOLUÇÃO DOS COTADOS
Uma dessas alternativas são os veículos de private equity cotados, ou na designação anglo-saxónica listed private equity. O princípio é simples – selecionar fundos de private equity ou empresas privadas em que investir, criar uma empresa através da qual realizar esses investimentos, angariar capital para essa empresa e, por fim, pedir a sua admissão à cotação em bolsa.
Qualquer comprador de ações desta sociedade estará a investir indiretamente em private equity e terá solucionado todos os problemas acima, acreditando que os gestores da sociedade conhecem profundamente o mercado, são capazes de uma diversificação adequada e têm acesso aos fundos/investimentos que selecionaram. O facto de a sociedade ser cotada em bolsa permite um investimento reduzido e garante liquidez em qualquer altura. Existem vários veículos já cotados em bolsa que cumprem estes requisitos e que tornam assim esta classe de ativos mais acessível. Ainda assim, alguns pontos merecem uma chamada de atenção antes
EM SITUAÇÕES DE MAIOR PERTURBAÇÃO NOS MERCADOS FINANCEIROS, É FREQUENTE AS COTAÇÕES EM BOLSA DESTES VEÍCULOS AFASTAREM-SE TEMPORARIAMENTE DO SEU VALOR TEÓRICO MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 117
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PRODUTOS ALTERNATIVOS
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A OPINIÃO DE ISABEL DE LINIERS, CESGA Vendas sénior, DWS Iberia
DESCONTO FACE AO NET ASSET VALUE DOS PRIVATE EQUITY COTADOS
PODEMOS INVESTIR EM AÇÕES DE UMA PERSPETIVA CONSERVADORA
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Fonte: elaboração própria
de se considerar realizar estes investimentos. O primeiro, e talvez mais relevante é que, ao ser um título cotado, a sua cotação não reflete permanentemente o valor justo dos investimentos realizados. Em situações de maior perturbação nos mercados financeiros, é frequente as cotações em bolsa destes veículos afastarem-se temporariamente do seu valor teórico. Isto é pouco relevante no médio prazo, porque a tendência é a cotação acompanhar o valor dos investimentos (NAV), mas pode ser prejudicial para um investidor que necessite vender a posição num destes momentos. Apesar de cotado, não deixa de ser um investimento que deve ser considerado sempre a longo prazo. 118 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
Outro ponto é a necessidade de recolher e analisar informação sobre os investimentos do veículo. Nem todos seguem a mesma abordagem, pois nuns casos há um grande peso de investimentos diretos em empresas não cotadas (maior concentração), e noutros há sobretudo investimentos em fundos de private equity (maior diversificação). Há também veículos que investem apenas em fundos geridos por um só gestor e outros que selecionam ativamente gestores procurando diversificar os setores, geografias e o tipo de investimento (venture capital, growth...). Tudo isto pesa no objetivo que se pretende atingir e, portanto, deve ser levado em consideração.
Na minha última tribuna, falei sobre a importância de manter uma posição em ativos reais como base da carteira, como elemento estabilizador e de proteção contra a inflação. Nesta tribuna, gostaria de voltar ao assunto de ativos reais, mas focando especificamente nas infraestruturas, um ativo que se tem tornado muito popular entre os investidores há alguns meses e que vale a pena explorar. São vários os motivos que tornam estas empresas particularmente atrativas, sobretudo em ambientes voláteis como o atual. Por um lado, estas empresas atuam em setores com elevadas barreiras à entrada, criando um ambiente um pouco mais favorável, uma vez que podem registar uma menor variabilidade no seu crescimento, e no seu EBITDA. Por outro lado, em tempos de desaceleração económica, esses ativos tendem a ter fluxos de caixa estáveis, o que lhes permite ter uma menor correlação com o mercado de ações global, tornando-os um bom diversificador de portefólio. Além disso, as empresas de infraestruturas puras tendem a ter dividendos acima da média, um fator interessante num contexto de elevada inflação. Com isso, as infraestruturas podem oferecer um retorno ajustado ao risco mais atrativo em comparação com outros tipos de ativos. Nesse contexto, fundos como o nosso DWS Invest Global Infrastructure podem ser uma opção interessante para equilibrar um portefólio de ações.
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Um Padrão Global de Sustentabilidade para Fundos Os investidores estão atualmente a ser confrontados com o crescente interesse em investimentos sustentáveis. A Morningstar disponibiliza serviços como investigação, ferramentas e análises para ajudar os investidores a entender estes fatores de sustentabilidade, realizar operações de due diligence, avaliar o risco e oportunidades de ESG. Morningstar Sustainability Rating™ e Morningstar Portfolio Carbon Metrics™ foram desenvolvidos para ajudar os investidores a avaliar o desempenho das empresas através de fatores ambientais, sociais e de governança, para que possam construir os seus planos de investimento de uma forma mais responsável. Descubra como pode integrar estes valores sustentáveis na sua estratégia de investimento a longo prazo. Para mais informação: global.morningstar.com/SustainableInvesting ou envie um correio eletrónico para sales.esp@morningstar.com
Morningstar Sustainability Rating™
Above Average Percentage Rank in Category: 23 Sustainability Score: 48
ESTILO DE VIDA MÚSICA por Vítor Ribeiro, CFA
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
UM CONTRABAIXO A INVESTIR Os gostos musicais podem ser definidores das caraterísticas de uma pessoa. E no investimento isso não é exceção. Dizme o que ouves, dirte-ei com que perfil investes.
AB International Health Care Portfolio
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anhã de sábado, 7 de março de 2020. Acordo com a alegria e ansiedade de um dia especial. Durante a semana as dúvidas eram muitas, mas hoje era uma certeza. À noite lá estaríamos, em palco, a celebrar a música que nos une há 25 anos. Com 19 anos decidi abraçar o contrabaixo. Fiz um buraco na minha 306 verde, na chapa que dividia o interior do carro, para que o braço do contrabaixo entrasse no meio dos bancos da frente, e fui para o conservatório. O contrabaixo é aquele instrumento que mais parece um investidor contraintuitivo. Nem sempre encaixa numa orquestra (ou num carro), apesar de ganhar importância em grupo. Tem a sua opinião e sabe o espaço que ocupa. Não avança só porque há uma tendência ou é influenciado. Gosta de flutuar na sombra e evitar o ruído. Uma espécie de tapete racional que dá substância a uma canção. Um som grave, mas suave, paciente e com visão de longo prazo, que aposta nos momentos de qualidade, que encara as variações repentinas como oportu-
nidade para acumular e preparar o futuro numa improvisação controlada. A música é muito mais do que entretenimento e ganha significado a nível pessoal e profissional. Esta transversalidade define um estilo de vida. Seja a compor, a tocar, a ouvir, a ver e até investir. Marca-nos enquanto pessoas.
HUMOR
Nas conversas com investidores procuro incluir também a música. Não para impor a minha vontade ou o meu estilo, mas sim para conhecer o perfil do investidor. Repare-se no humor. Somos capazes de justificar o mau humor com a evolução dos índices acionistas num determinado dia. Um estudo recente de A. Edmans, A. Fernandez-Perez, A. Garel e I. Indriawan coloca a questão ao contrário: será que o humor influencia a direção do mercado? Designado Music Sentiment and Stock Returns Around the World, concluiu que, quando as pessoas ouvem música alegre, o mercado tem um melhor desempenho, ou seja, o sentimento musical está positivamente correlacionado com a performance no mer-
CONTRABAIXO Aos 19 anos Vítor Ribeiro dedicou-se ao contrabaixo e ingressou no Conservatório de Música.
cado nos dias seguintes, ao nível do retorno e ao nível da volatilidade. As emoções fazem parte de nós, desde sempre, e a música é uma das formas brilhantes de expormos essas emoções. E depois há a história. O que seria da canção sem uma boa história? E como diz Damodaran o que seria da avaliação de uma empresa sem uma história, para além dos números. Pode até parecer um pouco inusitado, mas defender a qualidade da música pode comparar-se com um processo de avaliação de uma ação. Somos influenciados por quem a compôs (fundador), por quem a interpreta (o CEO), pelos
resultados anteriores e pelas expectativas que criamos.
FORMA DE VIDA
A vida não pode ser totalmente formatada, mas há caminhos mais ou menos pensados. Nascemos, crescemos, estudamos, trabalhamos e vivemos a reforma. Também na música podemos ver estas cadências através das escalas, acordes, melodias, intervalos, tempos, compassos, andamentos, contratempos, as síncopas. É possível esquematizar tudo e transformá-la num produto para o mercado. Podemos ver música no cinema, publicidade, lojas, exposições de
arte, parques, política... Basicamente em tudo. Uma linguagem universal com um poder tremendo para influenciar. Se gostamos de Radiohead também poderemos gostar de dEUS. Os algoritmos sabem bem disso. Dificilmente colocam Sigur Ros a seguir à Sinfonia n.º 5 de Gustav Mahler ou de um debate Charlie Haden & Pat Metheny. É aqui que a personalização é difícil de algoritmizar. É a oportunidade para definirmos o nosso caminho. Um contrabaixo é um contrarian e não aceita esta formatação como estilo de vida. Sabemos o quão difícil é controlar as emoções no processo de decisão. Por isso, deixo a música fluir conciliando-a permanentemente com a vivência. Não deixo de procurar o prazer de ir a concertos, de descobrir uma nova banda ou compositor ou de tocar na minha banda de sempre. Proponho que recorde as Quatro Estações de Vivaldi recompostas por Max Richter e que prove da capacidade eterna e evolutiva da música. Sabemos que a seleção musical valida as nossas emoções. O investimento também. Cada portefólio é único e esta é a minha filosofia de vida. MAIO E JUNHO I FUNDSPEOPLE 121
ESTILO DE VIDA VIAGEM por Diogo Gomes
ENTREVISTAS
BIN SHI, UBS AM JOSH DUITZ, ABRDN LEGISLAÇÃO
AS SOCIEDADES GESTORAS DE PEQUENA DIMENSÃO PLANIFICAÇÃO
OS INVESTIDORES E A CRISE COM ESTILO
UM CONTRABAIXO A INVESTIR A GRANDE DESCONEXÃO
NÚMERO 44 MAIO E JUNHO 2022
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SELECIONADORES FAVORITOS AS NUVENS NO HORIZONTE
Olhar para o futuro investindo em saúde
À NUVEM NEGRA DA PANDEMIA, QUE AINDA PAIROU DURANTE O ÚLTIMO ANO, JUNTARAM-SE OUTRAS COMO A DA INFLAÇÃO E A DA GUERRA. OBSTÁCULOS QUE DIFICULTARAM, MAS NÃO IMPEDIRAM OS SELECIONADORES DE FUNDOS NACIONAIS DE FAZER UM TRABALHO NOTÁVEL.
AB International Health Care Portfolio
A GRANDE DESCONEXÃO Duas das viagens marcantes foram ao Mar Vermelho, por um lado, onde se encontra um enorme contraste de experiências. Por outro, os Caminhos de Santiago representam uma experiência única.
A
s férias, mais do que um descanso, dão-nos a oportunidade de desconectar da rotina, de ser livres para experimentar coisas novas e mudar de horizontes. Talvez, para quem quiser descansar, o ideal seria ir para a cama cedo. No meu caso, gosto de atividades de uma forma geral. De facto, gosto de ter planos e de organizar viagens. 122 FUNDSPEOPLE I MAIO E JUNHO
Em seguida, falo das duas das que mais me marcaram. Já sabem que os portugueses têm uma forte ligação ao mar. É um elemento tão transcendente que roça o hipnótico. Há alguns anos, um pouco por coincidência, um amigo convenceu-me a fazer um curso de mergulho numa viagem a São Tomé. Maria, a instrutora, comentou que existiam três sítios imprescindíveis onde os
amantes de mergulho deviam submergir: Cozumel, Maldivas e o Mar Vermelho. Escolhemos este último por ser o que mais nos saía em conta. Desta forma, embarcámos durante uma semana num barco que deambulava por um mar tão transparente que era difícil distinguir a linha de água. O que encontrámos foi realmente assombroso e provavelmente o maior contraste que alguma vez presenciei.
Nos Caminhos de Santiago, à medida que os dias iam passando, os pensamentos recorrentes foram cedendo para simplesmente levantar-me e caminhar.
Por um lado, o deserto inóspito e das tempestades de areia e, por outro, debaixo de água, precisamente o contrário: uma vida marítima tão exuberante e colorida que contemplá-la nos leva a um estado de euforia. Havia um sem-fim de peixes, de todas as formas e tamanhos, alguns com um toque extraterrestre e outros que pareciam familiares dos protagonistas do filme À procura de Nemo. Desta viagem lembro-me, em particular, de duas imersões. Numa fomos testemunhas de como os atuns caçam em cardume. Era uma dança na qual a nuvem de peixes se movia ao ritmo das investidas dos predadores. A outra foi uma visita noturna a um navio da Segunda Guerra Mundial que jazia no fundo do mar afundado por um torpedo. Numa encruzilhada de corredores e salas encontramos tanques, todo-terrenos, motos, camiões... até conseguimos ver uma locomotora. Sem dúvida, foi uma experiência com
um ponto fantasmagórico que nos transportava para outra época. Outra viagem, provavelmente, a que mais me marcou, foi os Caminhos de Santiago. Percorri-o em 2009, quando tirei um ano sabático forçado pela crise. Recordo-me de sair do escritório do meu antigo chefe e perguntar-me: o que faço agora? A verdade é que não sei de onde me surgiu a ideia, mas poucos dias depois apanhei um comboio até Burgos e dali segui até ao fim. À medida que os dias iam passando, os pensamentos recorrentes foram cedendo para simplesmente levantar-me e caminhar. Suponho que foi o mais próximo que estive de um estado de meditação, no qual me distanciei de vários aspetos da vida para os poder perceber de outra forma. A mim ajudou-me bastante, uma experiência única, muito pessoal...mas como dizem que “não há caminho”, simplesmente incentivo-os a que, em algum momento das vossas vidas, calcem as botas.
NA VIAGEM AO MAR VERMELHO VISITÁMOS UM NAVIO DA 2ª GUERRA MUNDIAL QUE JAZIA NO FUNDO DO MAR AFUNDADO POR UM TORPEDO
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Olhar para o futuro investindo em saúde AB International Health Care Portfolio Robôs realizando cirurgia. Medicamentos sob medida para cada paciente. Médicos que visitam remotamente. A transformação do setor de saúde está criando excelentes oportunidades de investimento Mas como você pode investir com sucesso em ações de saúde? Você não precisa ser um luminar da ciência ou ter a capacidade de prever quais novos medicamentos terão sucesso. Por outro lado, é essencial identificar empresas de alta qualidade com soluções comprovadas para mercados em expansão. AB International Health Care Portfolio fa exatamente isso. Aprofundamos o cenário global para identificar empresas de sistemas de saúde e pacientes em constante mudança no século XXI. Investir em empresas que estão transformando o mundo da medicina pode permitir que você aproveite o grande potencial de retorno de longo prazo do futuro da saúde.
www.alliancebernstein.com/go/healthcareportfolio-pt Exclusivamente para profissionais de investimento. Não se destina a distribuição ou consulta pelo público em geral. O valor de um investimento pode diminuir ou aumentar e os investidores podem não recuperar o valor total investido. O capital está em risco. Esta informação é publicada pela AllianceBernstein (Luxembourg) S.à r.l. Société à responsabilité limitée, R.C.S. Luxembourg B 34 305, 2-4, rue Eugène Ruppert, L-2453 Luxemburgo. Autorizada en Luxemburgo y regulada por la Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). IC20220034