AGRÍCOLA
Setembro 2021
Luiz Dalben
Jairo Luis Rubem
manutenção linear se deu diante da necessidade de melhoria na perfor− mance das colhedoras visto a grande variação de idade da frota e modelos diferentes utilizados.
A Usina Quatá, vem reduzindo seus custos de manutenção de máqui− nas agrícolas e obtendo elevada dispo− nibilidade ao longo da safra. “Estamos utilizando na manuten− ção das colhedoras o SRS (Smart Re− pair System) desenvolvido pela D2G Consultoria. Faz mais de um ano que estamos trabalhando com esse méto− do. Embora ele não tenha sido apli− cado em 100% das máquinas, preten− demos ao longo do desenvolvimento chegar a 100% no médio prazo”, in− forma Conche. De acordo com o gerente agríco− la, esse método prevê a manutenção das colhedoras ao longo do ano e com isso evita a manutenção pesada duran− te a entressafra. “Por isso, fazemos a manutenção de forma linear, com custo mais reduzido e disponibilidade elevada”, explica. Sendo calculados os tempos ne− cessários para troca dos componen− tes, as manutenções são definidas a partir de dados e relatórios informa− tivos de cada equipamento, como as análises de óleo, check list de manu− tenção, histórico de ordens e dispo− nibilidade. Segundo Darci, entre os resultados esperados estão: aumento na disponibilidade e eficiência dos equipamentos, diluição dos custos durante o ano−safra e evitar grandes manutenções de entressafra.
Inovação Jairo Luis Ruben, gerente opera− cional do programa Clean Cut, desen− volvido pela HRC para melhorar a performance da colheita mecanizada, destacou os principais fatores que ge− ram a indisponibilidade das colhedoras: Sistemas hidráulicos (mangueiras, motores e bombas); paradas para trocas de facas corte de base, facão picador e pás extratoras; peças mecânicas e cal− deiradas (rolos, discos, sapatas, divisores de linha e outros); e ainda paradas pro− gramadas para manutenção, abasteci− mento, limpeza e troca de turno. Jairo explica que o sistema Clean Cut é bem abrangente e o corte da base foi desenvolvido para reduzir a pressão de trabalho e tempo de trocas de facas. Segundo ele, essa inovação se traduz em menos esforço para fazer o corte de base, preservando a qualida− de da soqueira e exigindo menos dos seus sistemas hidráulicos, aliviando to− do o conjunto. A ferramenta permite 75% de re− dução do tempo de troca de facas, 30% de redução de abalo de soqueira, au− mento de 150% de vida útil nos moto− res hidráulicos, aumento de 45% na ca− pacidade de colheita, com redução do consumo de diesel e um ganho de até 80% na vida útil dos facões picadores. De acordo com Jairo, o programa Clean Cut, ao desenvolver um novo
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conceito de cortde de base, e transfor− mar a indústria da colhedora, de uma atual transportadora de cana, para uma indústria processadora, conseguiu ali− viar o esforço hidráulico do corte de base e também do facão picador. Esta inovação, reduz problemas de quebras de mangueiras e motores, reduzindo consumo de óleo hidráulico e paradas para manutenções corretivas de forma abrangente.4 Para Luiz Dalben, diretor da Agrícola Rio Claro, que produz em média 300 mil toneladas de cana por ano, o importante é que tanto a par− te operacional, como a de gestão de campo, estejam muito alinhadas com o conceito de desgaste das peças e não da quebra. “Tanto o operador como o me− cânico tem que estar muito compro− metido com o custo de operação no que estão trabalhando”, ressalta. Se− gundo Dalben, o sistema Clean Cut tem ajudado muito no tempo de dis− ponibilidade da máquina e na manu− tenção. Ele destaca que sem a colhei− ta mecanizada, não há mais possibili− dade de existir o setor canavieiro, por− tanto todos temos que nos adaptar à mecanização. “Vale apenas investir em novas tecnologias e na capacitação de operadores. Sempre vamos ter presen− ça humana para dominar essa tecno− logia”, finaliza.