GESTÃO
Novembro 2021
familiar dentro dela? Lembrando sempre da necessi− dade de separar o que é propriedade, o que é família, e o que é negócio”, afirma. No momento de migrar de um modelo para ou− tro, o consultor adverte sobre a necessidade de trans− parência. “Esclarecer todos os pontos, limpar a casa e preparar as pessoas envolvidas”, elucidou. André Monaretti lembra, que essa mudança não pode ser muito rápida, porque existe toda uma es− trutura em operação. “Primeiro é preciso dominar a estrutura para depois ir fazendo os ajustes. Os erros são não dar ouvidos aos profissionais que já estavam na empresa. A colocação de executivos não adequa− dos, funcionários sem preparo, sendo promovidos a líder. Primeiro é preciso ser capaz e depois é preciso ter o domínio do negócio”, explica. Alberto Pedrosa reforça também a necessidade de saber escutar.“É importante a escuta. Respeito a cul− tura existente na empresa é um fator de sucesso. Muitas vezes, se pensa que mudar é jogar tudo fora e começar do zero, mas para mim o melhor é uma adaptação, é uma transformação progressiva”. Um dos segredos para um processo de transição é bem conduzido, é a figura de um sujeito oculto, que não aparece, e que exerce um papel de moderador. “Tem que ter esse moderador, para discernir com to− da organização e chegar até o chão de fábrica. Se não tiver bem pautada essa estratégia não se vai atingir o objetivo”, afirma Monaretti. Alberto acredita que essa função possa ser ocu− pada por um acionista, um conselheiro indepen− dente, um consultor, “enfim, pois trata−se de en− contrar as alavancas que nos permitem chegar aon− de se quer chegar.” “Quando se tem empresas com multiculturas, é
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preciso que tenha um moderador na família. Pode ser capital aberto, fechado, S/A, tem que ter, pois ele pas− sa credibilidade ao processo”, defende Renato.
Inovação digital A cultura da inovação na transformação digital também foi abordada no webinar. Para Alberto a ino− vação é chave do negócio. Ela vem da conjugação de diversidade de experiências. De acordo com ele, é importante que mesmo quando tudo vai bem, fo− quem na inovação, foquem no digital. Hoje existem ferramentas que tem que ser usadas pelas empresas. “O sol é para todos, as commodities e o preço também. Antes se tinha lucros de 40%, os custos de outros países eram diferentes daqui, mas com o de− correr dos anos os commodities está nivelando os países. Então temos que ter a prática da profissiona− lização, e também a tecnologia, que deve ser busca− da diariamente. A informação precisa ser muito mais rápida. Meu sonho é ser totalmente automatizado, desde o preparo do solo até a venda do produto, do início até o final da operação usar a tecnologia. Quem não conseguir isso vai acabar se distanciando”, acre− dita Monaretti. Para Gennaro, o mundo digital é tudo aqui que cabe dentro do seu celular. “Todo dia nascem em− presas baseadas em tecnologia. Nos últimos 10 anos, o agronegócio é o que mais cresce em sistema de tecnologia. A pandemia foi um tsunami que mudou os nossos hábitos. Inovação é pensar diferente. Ino− vação digital é tentativa e erro, não se pode ter me− do de errar. Todo dia tem que ser exercitado. Tem que estar aberto a novas ideias. Incentivar o coleti− vo. A transformação digital tem que estar na agen− da do CEO”, concluiu.