JornalCana 336 (Março/Abril 2022)

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MERCADO

Março/Abril 2022

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Metas de descarbonização fortalecem parceria Brasil e Índia na aplicação do etanol A Índia tem plano ambicioso para o uso de etanol. Até 2025 a mistura de etanol na gasolina deve saltar de 10% para 20% O Embaixador da Índia, Suresh Reddy, afirmou que a Índia tem um plano ambicioso para intensificar a potencialidade do uso do etanol no país, contribuindo para a descarboni− zação a nível global. “Temos que usar mais fontes al− ternativas de energia, pois nesse con− texto se torna muito importante. Te− mos que trabalhar isso nas nossas eco− nomias para termos um desenvolvi− mento econômico sustentável”.

A afirmação foi feita durante o painel “Cooperação com a Índia” no “Santander DATAGRO Abertura de Safra de Cana, Açúcar e Etanol”, rea− lizado no dia 9 de março, em Ribei− rão Preto −SP. Sob moderação de Mário Campos Filho, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG) e do Fórum Nacio− nal Sucroenergético (FNS), o assunto foi debatido por Suresh Reddy, em− baixador da Índia no Brasil; Marlon Arraes, coordenador−geral de Etanol do Ministério de Minas e Energia (MME); Abinash Verma, diretor−geral da Indian Sugar Mills Association (IS− MA); e Flávio Castellari, diretor−exe− cutivo do Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla). Além dos benefícios ao meio am− biente, a cadeia produtiva do etanol, de acordo com Suresh, contribui para

a geração de emprego e renda na Ín− dia. “A política de etanol tem o obje− tivo de duplicar a criação de empre− gos e, o mais importante, reduzir a emissão de gases de efeito estufa”. Abinash Verma disse que o obje− tivo atual do governo indiano é que a mistura de etanol na gasolina che− gue a 20% até 2025 – atualmente es− tá em 10%. Uma redução de 5 anos em relação à meta inicial, devido aos “grandes investimentos que estão ocorrendo”. Marlon Arraes deu ênfase à par− ceria entre Brasil e Índia para promo− ver o uso de biocombustíveis a nível global. “Saudamos essa participação conjunta que tem um caminho mui− to promissor pela frente. Países já es− tão pensando em segurança energéti− ca com o conflito no Leste Europeu e a Índia já está garantindo a sua segu− rança com um produto local, sauda−

mos todo o esforço da política públi− ca que está sendo conduzida no país asiático”. Marlon também destacou o papel do RenovaBio nesse contexto. “O RenovaBio oferece o parâmetro que falta para a indústria. É uma agenda altamente positiva, onde ganha a so− ciedade, já que vai ter uma maior des− carbonização com menor custo”. Flavio Castellari enfatizou o know−how brasileiro como fator preponderante para que políticas pú− blicas de incentivo ao uso de biocom− bustíveis se proliferam mundo afora. Em relação à Índia, Castellari disse que a participação do país asiático nesta “economia verde” foi um divisor de águas. “Nos últimos dois anos nós co− meçamos a receber comunicados, vi− sitas e ligações de várias empresas in− dianas buscando conversar com a in− dústria brasileira”.

Etanol é opção para redução de dependência de fósseis No mesmo evento, o diretor executivo da UNICA, Eduardo Leão de Sousa, ressaltou a importância não só da diversificação de fontes ener− géticas como também da diversifica− ção geográfica da oferta de energia Segundo o executivo, atualmente mais de 100 países têm condições de produzir biomassa a partir da cana− de−açúcar de forma competitiva e sustentável. “As soluções vão ser múltiplas dependendo da competiti− vidade e das condições de cada país. Não podemos deixar de mencionar, particularmente no momento que

estamos vivendo, a necessidade da re− dução da dependência de produtos fósseis. Em um momento em que o mundo demanda energia, temos que pensar na diversificação e comple− mentariedade”, disse. O painel que Leão participou, que teve como tema ‘Etanol e Bio− metano na COP 26’, contou com a participação do ministro do Minis− tério do Meio Ambiente, Joaquim Leite e do presidente e CEO da Scania Latin America, Christopher Podgorski. Durante a apresentação, o minis−

tro destacou que o Brasil tem uma participação significativa na rota do futuro da mobilidade de baixo car− bono e o etanol é parte importante nesse processo. “Temos um desfio global de energia e esse desafio traz um para− doxo que é reduzir as emissões de gás de efeito estufa ao mesmo tem− po que você garante a segurança energética para todo o planeta. O Brasil neste momento tem uma oportunidade única de transformar o desafio climático, fazer mais ener− gia e energia limpa e renovável.

Uma rota única, elétrica, pode até ser uma realidade para algum país, mas não é uma rota única para um país chamado Brasil e não é uma realidade para o mundo. Nós defen− demos todas as rotas”, ressaltou. Segundo Christopher Podgorski, o setor de transporte é parte do pro− blema de emissão de gases de efeito estufa, mas também será parte da so− lução para um futuro carbono neutro. “E isso passa necessariamente pela vocação do Brasil no agronegócio e na oportunidade de geração de ener− gia limpa”, reforçou o executivo.


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