Magazine 60+ 26

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60+

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#26

Variedades - Cultura - Informações Ano III

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Formato A4 | internet livre

Argentina

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Agosto/2021 - #26

- Brasil - Portugal

Mosaico contemporâneo

a arte de Yara Fragoso Páginas 61 e 62

A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.


NOSSOS PARCEIROS

USP 60+

Saúde Única, sonhos coletivos FMVZ - USP

Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

Cada um tem sua história e a liberdade para decidir qual caminho quer seguir, se é hora de mudar de rumo ou continuar lutando pela melhor qualidade de vida possível. Está chegando ou passou dos 60 anos, ou mesmo tem interesse pelo assunto, entre em contato e sugira histórias, cursos, eventos.

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GENTIL GIGANTE j o r n a l i s m o

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São Paulo - SP

(11) 9.8890-6403

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1º/8/2021

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*Todas as colunas são de inteira responsabilidade daqueles que a assinam

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Jornalista Responsável

Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP


Editorial seja bem-vindo Manoel Carlos Conti Jornalista

Lembro-me muito bem quando Antoine de Saint Exupéry colocou na boca do Pequeno Príncipe a fala, “Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo”. A meu ver ele quis dizer que ‘se esse mundo é tão ruim, da mesma forma é difícil encontrar um amigo, e ele tinha muita sede de conhecer um desses, verdadeiros’. No nosso mundo real podemos nos dias de hoje conhecer em um só dia centenas e centenas de amigos, mas serão eles verdadeiros? Talvez nosso verdadeiro amigo seja aquele que quer nos acompanhar em nossa estrada e por si só, siga nossos passos. ‘Preso’ em casa por causa dessa Pandemia, fico conhecendo muitas e muitas pessoas todos os dias. Assisto lives, meus alunos me contam novidades do que fizeram e que viram, recebo emails e mensagens falsas e verdadeiras, difícil é saber em quais devo acreditar. Entre outros, conversei com 3 novos amigos que pela voz, mesmo no telefone, percebi que querem o bem e são pessoas que nos abraçam mesmo à distância. Conclusão, temos 3 novos colunistas e 2 deles são de outros países. Acho que além de sabermos um pouco mais da cultura que podem nos trazer, aprenderemos a ver o mundo pelos olhos e pelas palavras de quem recebeu e recebe informações diferentes das nossas. Cada vez temos mais páginas e com elas, novas ideias para ajuda vão surgindo. Acho que de tanto ler, ver lives, conhecer gente e mundos novos, todos percebemos que muitos precisam de informações para uma “melhor idade” cada vez mais alegre, instrutiva e produtiva. Em breve, muito em breve todos vão saber de uma nova empreitada da Gentil Gigante. Acho que muitos vão querer participar. Já me entrevistaram, já me chamaram para reuniões com grandes empresários, atletas de alta performance e cada vez fica mais claro para mim que essa nova ajuda será muito bem-vinda. No mesmo livro citado no primeiro parágrafo o autor diz, entre outras, uma que pode até completar esse pensamento todo... “o essencial é invisível aos olhos, e só se vê o bem com o coração”. Agradeço a todos os colunistas e pensem que podemos fazer história, mesmo que não fiquemos sabendo que fizemos. Boa leitura!

arquivo

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Nosso time de Colunistas

Heródoto Barbeiro ................................................................................................ 4 e 5 João F. Aranha .......................................................................................................... 6 a 8 Silvia Triboni ............................................................................................................9 a 13 Sérgio Frug ............................................................................................................15 e 16 Thais B. Lima ..........................................................................................................17 a 19 Katia Vargas ..................................................................................................................20 Sandra R. Schewinsky ............................................................................................21 e 22 Malu Alencar ..........................................................................................................23 a 26 Marisa da Camara ..........................................................................................................27 Maria Eugênia ................................................................................................................28 Maria Luiza Conti ...................................................................................................29 e 30 Fábio F. de Sá ........................................................................................................31 e 32 Lawrence G. Nogueira ...........................................................................................33 e 34 Redação - GCMI/SP ......................................................................................................35 Veterinária USP ....................................................................................................36 a 38 Ana Elisa ...............................................................................................................39 e 40 Rosa Maria Castelo ................................................................................................41 e 42 Cidália de Aguiar ...................................................................................................43 a 44 Jane Barreto ..........................................................................................................45 e 46 Norberto Worobeizyk ....................................................................................................48 Lairtes Temple Vidal .........................................................................................49 e 50 Vania Clares ...........................................................................................................53 e 54 Marly de Souza ......................................................................................................55 e 56 Malu N. Gomes ......................................................................................................56 a 60 João Alberto Neto (CAPA) .....................................................................................61 e 62 Katia Brito .............................................................................................................63 e 64 Laerte Temple .......................................................................................................65 e 66 Tony de Sousa .......................................................................................................67 e 68 Lenildo Solano...................................................................................................... 69 e 70 Luiz A. Moncau ......................................................................................................71 e 72 Manoel Conti ......................................................................................................73 e 74 Coluna do Leitor ....................................................................................................75 e 76 Cida Tamaro .........................................................................................................77 e 78 Ebe Fabra ..............................................................................................................79 a 81 Noticias - Redação ........................................................................................................89


Crônicas do Brasil

A fraude está na urna Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

Não dá para confiar no sistema eleitoral. Fica cada vez mais claro para todos que ele é manipulável e não representa a vontade política do povo brasileiro. As sessões eleitorais são um verdadeiro turbilhão de fraudes, onde o eleitor entra, vota em um candidato e não sabe se o seu voto coincide com seu desejo. Os que manipulam o sistema garantem a lisura do pleito e os escolhidos nas urnas são os que verdadeiramente vão ocupara os postos nos poderes executivo e legislativo. É assim que funciona nos últimos tempos e qualquer mudança no sistema é um golpe contra as instituições, contra a democracia brasileira. Os chefes políticos são contra qualquer mudança no sistema eleitoral. Tem maioria no Congresso Nacional de onde deve se originar qualquer projeto que proponha mudança no sistema. Ele é confortável para a manutenção do poder pelas oligarquias estaduais; Estas, por sua vez, controlam o poder federal e a eleição para presidente da república. As acusações de fraudes eleitorais são constantes, e geralmente lideradas pelos partidos que são derrotados nas eleições. A falta de uma urna auditável, com voto impresso e secreto, contamina o processo de escolha dos governantes do país. Consolida o poder sempre nas mãos dos mesmos e estes por sua vez garantem que os privilégios jamais serão extintos, uma vez que controlam o legislativo. Reforma política, nem pensar. Sufrágio universal só pro forma. Partidos políticos da oposição querem o fim do chamado voto a bico de pena, ou seja, o sistema onde o eleitor pega a caneta e escreve o nome do seu candidato. Se não souber escrever, um “assessor” do chefe político local o ajuda, Se não consegue ler o nome do candidato que está escolhendo, não há o menor problema, alguém escolhe por ele. Urna auditável. Urna indevassável. Voto secreto. Fim do voto aberto. Estes são alguns slogans da Aliança Liberal que tem como cabeça de

Fotos: TRE

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chapa o presidente do Rio Grande do Sul e ex- ministro da fazenda do presidente Washington Luís, Getúlio Vargas. A eleição no sistema antigo, mais uma vez, aponta a vitória do candidato oficial, Júlio Prestes. O resultado é proclamado aos quatro ventos e, mais uma vez, a oposição denúncia fraude e manipulação. Não tem legitimidade, dizem os aliancistas, com o apoio de segmentos do exército. Esta crise política não é igual às outras. Detona um levante armado que culmina com a deposição do presidente, o exílio do eleito e a ascensão de Vargas ao poder, onde fica por 15 anos. Acabou-se o voto a bico de pena. Acabaram as eleições com a ditadura que sobreviveu até 1945.

Acordo Obsoleto, Durmo Atualizado www.durmoatualizado.com.br

Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizesUm blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+

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Contos II

Os negadores da ciência ontem e hoje João F Aranha

Cidadão e Repórter

Em algum momento da história da humanidade, o homem se deu conta de que não sabia nada ou quase nada sobre si mesmo e o meio que o cercava. E foi mais além ao concluir que muitas coisas que julgava saber poderiam não estar certas. Nesse momento histórico onde poucos começaram a defender que nenhuma ideia ou teoria seria sagrada ou inquestionável, iniciou-se uma reação daqueles que julgavam que tudo era imutável e o que fosse importante saber a respeito do mundo já era conhecido. Tomemos como exemplo a Grécia antiga, onde o pitagorismo representou uma grande flexibilidade de pensamento, desenvolvendo suas investigações e difundindo suas ideias que encontraria na matemática um modelo preferido de raciocínio Já os filósofos conhecidos como pré-socráticos debruçaram-se sobre as questões da natureza e do universo, mas encontraram forte reação dos sofistas que negaram muitas de suas idéias afirmando que não havia um único princípio que a tudo comande, onde os valores e a própria verdade são instáveis e relativos Nasceu daí a palavra “sofisma”, que têm falsos argumentos. Sócrates, por sua vez, dizia que num mundo onde todos têm razão, ninguém as tem e que era preciso conhecer a essência das coisas. Através do diálogo mostra a prudência que se deve ter ao emitir uma opinião. Conhecimento e virtude são sinônimos e nesse sentido pode-se considerá-lo como fundador da ética. O seguidor de Sócrates, Platão, defendia que as opiniões não podem proporcionar o verdadeiro conhecimento, por fazer parte do mundo sensível, onde cada um se apega a um aspecto das aparências, transformando-as em suas “verdades”. Para ele o mundo inteligível, ou seja, o mundo das essências e das ideias era o verdadeiro mundo real. Caberia aos homens ter coragem para sair do mundo de sombras da caverna em que vivem e acostumar-se à claridade que o mundo inteligível lhes proporciona. Aristóteles - Ideias que perduraram por 500 anos Discípulo de Platão, Aristóteles se contrapõe às suas ideias e, ao estudar os seres vivos e tudo que a natureza contém, voltou a considerar a concepção do mundo sensível, integrando essa percepção ao conhecimento científico e filosófico. As ideias de Aristóteles partindo do ser que engloba todas as coisas existentes, fornecerá bases sólidas para uma unificação das ciências e da existência de “um só mundo”. A concepção que tinha do universo era que os corpos celestes são estáti-

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cos, com movimentos circulares, perfeitos e eternos, sem começo nem fim. Seu entendimento baseado mais na razão particular que fazia das coisas e menos na observação do meio físico que ele mesmo defendia, o levaram a ser considerado, futuramente, de forma ambivalente, onde alguns o consideravam um “verdadeiro cientista” e outros um “enorme obstáculo ao progresso científico”. De qualquer forma, sua concepção de Deus, sua defesa de uma “vida reta”, a busca da felicidade, que não é a vida do prazer, e outros conceitos relacionados à virtude, farão com que seus conceitos continuassem incontestes por quinhentos anos após sua morte e ocupassem um lugar central nas doutrinas da poderosa igreja medieval, desencorajando que teorias alternativas surgissem no decorrer de séculos. A igreja católica encampou os pensamentos de Aristóteles, inclusive a concepção de que a Terra era imóvel e era o centro do universo, algo que parecia perfeitamente de acordo com o senso comum, já que qualquer pessoa podia observar que o Sol, a Lua e as estrelas se movimentam; no entanto, nada havia na época, que pudesse mostrar o movimento da Terra. A verdade, então, passou a ser aquela que estava escrita nas Escrituras e, qualquer dúvida que por ventura houvesse, seria sanada pelos religiosos. As palavras de Santo Agostinho, ditas no século V, que escritos sagrados não pretendem ensinar ciência, já que “tal conhecimento em nada contribui para a salvação”, não foram levadas em conta. Aparece então a figura de Galileu Galilei (15641642) que, com seus estudos e experiências encampa os pensamentos do heliocentrismo de Copérnico e, com o advento do telescópio, formula outras que o levariam a ser considerado o pai da ciência moderna. A Igreja, muitas vezes, não tem como provar que todo pensamento de rebeldes como Giordano Bruno e Galileu esteja certo ou errado; o que interessa é que contrariam a interpretação literal que é feita das escrituras e a desobediência não pode ser tolerada, principalmente nos tempos em que surgiria o Protestantismo e, com a invenção da prensa móvel, os pensamentos começavam a alcançar boa parte da população. Galileu se defende das acusações de que foi vítima, afirmando que a Igreja está cometendo um grave erro pois “Eles estendiam essa autoridade {da Bíblia e dos Santos Padres} a tal ponto que, mesmo em assuntos puramente físicos - nos quais a fé não está envolvida, exigiam que abandonássemos completamente a razão e as evidências de nossos sentidos em favor de uma passagem bíblica, embora, sob o significado superficial de suas palavras, essa passagem possa ter um sentido diferente. ”E Galileu vai mais adiante ao dizer: “Ele {Deus} não exigiria que negássemos o bom senso e a razão em assuntos físicos que são expostos a nossos olhos e mentes pela experiência direta ou por demonstrações neces-

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Galileu - Frente de Joseph Nicola Museu Rijksmuseum -


Aristóteles

e a inquisição as Robert Fleury - Amsterdã - Holanda

sárias e mobilidade ou estabilidade da Terra ou do Sol não é uma questão de fé nem contrária à ética. ” Bruno seria queimado vivo e Galileu, velho, cansado, doente, ameaçado de tortura e saudoso da família, nega seus princípios trocando a morte pela prisão domiciliar. Seria uma negação aparente, pois os anos que se seguiram seriam os mais profícuos do matemático italiano que terminou muitas de suas obras, cuidando para que as mesmas fossem levadas clandestinamente ao exterior. Galileu frente à Inquisição Decorridos 400 anos e após Galileu ser perdoado pela Igreja Católica, o século XXI volta a apresentar as mesmas questões do século XVII. Hoje a fronteira entre religião e filosofia ainda parece não estar sendo ultrapassada mas, com o surgimento da internet, voltamos à era da desinformação, das notícias falsas, do consumo sem qualidade, de discussões onde não há mediadores e onde a credibilidade não faz diferença. Para muitos a ciência só está certa quando concordam com o que pensam; são os tempos da pós-verdade. Já em 1920 os debates entre os criacionistas e os que defendiam a teoria da evolução estavam acirrados e ainda perduram até os dias de hoje. Cientistas questionaram o posicionamento da igreja nos processos que envolviam o combate à Aids e ao uso de preservativos e surgiram embates entre os que postulavam a supremacia dos genes e a influência que o meio ambiente exerce sobre nós. As notícias falsas e a desinformação levaram a um negacionismo que contraria as mais claras evidências científicas, como a ação do homem e os reflexos do clima no planeta, e a eficácia das vacinas, fatos que acabam por prejudicar políticas públicas que precisam de um mínimo de consenso coletivo. No Brasil existem inúmeros exemplos de atitudes governamentais anti científicas. Negadores da ciência ocupam cargos importantes e novas facções religiosas voltam a criar conflitos desnecessários entre ciência e religião, num país que se diz um estado laico. O menosprezo à ciência se reflete no corte de verbas para pesquisas e para as universidades. Preocupam-se em formar colégios militares ou religiosos, abandonando a educação científica e a formação de novos cérebros, o que tem levado a um descrédito e êxodo dos nossos melhores cientistas. O exemplo histórico fica aqui como alerta sobre a importância da liberdade de pensamento e uma lembrança de que a história não perdoará aqueles que se recusaram, em pleno século XXI, ouvir a ciência e os cientistas e se cercar de charlatães e oportunistas mal intencionados. Resta saber quem os perdoará, se é que vai haver perdão.

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Mudança de Hábito

Cohousing O morar no séc. XXI Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

Com o passar dos anos estamos vivenciando, na pele, o resultado das projeções que anunciavam o aumento de nossa expectativa de vida em até 30 anos em relação aos nossos avós. Além dos ganhos que a ciência e a medicina já nos colocam à disposição, implicações dessa vida longeva surgem a nos provocar questionamentos sobre o nível global de qualidade de vida que permeará o nosso futuro. Como estaremos daqui 10, 20 ou 30 anos? Saudáveis? Independentes? Com quem poderemos contar no caso de uma emergência? Não temos respostas para todas essas perguntas, entretanto, sabemos que podemos, hoje, planejar e governar o nosso futuro, pelo menos, quanto ao lugar, como e com quem vamos morar, e isso é já nos conforta. Ficou interessado? Vamos saber mais! A COMUNIDADE INTENCIONAL Em primeiro lugar, vamos imaginar um grupo de amigos, acima dos 50 anos que, ao passo em que envelhecem, e ainda que a mobilidade deles seja limitada, continuam próximos uns dos outros, vivendo e convivendo em espaços pensados por eles e para eles. Bom, não?! Isso é possível? Sim! Envelhecer tendo os seus amigos como vizinhos, e poder contar com eles no que for preciso em uma comunidade intencional, é possível, e é um jeito de morar que já virou realidade em muitos países. Chama-se Cohousing-sênior. O cohousing-sênior é reconhecido como um projeto de engenharia social, que tem por objetivo promover a qualidade de vida e a saúde dos moradores, por meio da maximização da interação social, da participação, da solidariedade e do apoio

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Munksøgård coh na Din imagens do p


housings pioneiros namarca perfil Facebook

mútuo, da cidadania ativa e do respeito ao meio ambiente. O QUE É COHOUSING E COMO FUNCIONA Vamos saber mais sobre Cohousing – o Morar no Século XXI. Cohousing é uma habitação colaborativa, surgida como uma resposta social a um problema que afeta, sobretudo, grupos vulneráveis como os jovens ou os idosos. De acordo com Charles Durrett, “cohousing é uma comunidade intencional, formada por pessoas que decidem morar em um mesmo ambiente físico, no qual o terreno, as construções e as demais benfeitorias existentes constituem-se em meios de integração e convívio entre todos os moradores, permitindo e promovendo uma vida comunitária intensa, mas sem impedir que cada morador tenha uma vida familiar de forma privativa.” Não se trata de um condomínio para idosos, mas de uma “comunidade residencial intencional, construída pelos próprios moradores”, conforme define Charles Durrett, o arquiteto americano que mais estudou as características das comunidades cohousing dinamarquesas. Além disso, projetou e acompanhou a construção de quase 60 comunidades cohousing nos Estados Unidos e no Canadá. Charles Durret é um arquiteto norte-americano que introduziu o modelo de cohousing nos Estados Unidos. Toda cohousing possui, em comum, as seguintes características que definem este tipo de comunidade: 1. Processo participativo; 2. Projeto intencional de vizinhança; 3. Instalações comuns; 4. Gerenciamento pelos moradores; 5. Estrutura não hierárquica; 6. Recursos financeiros pessoais e independentes. “Todos projetam o espaço de acordo com as necessidades do grupo, com casas independentes e áreas compartilhadas como a cozinha, o refeitório ou as áreas verdes. Além disso, compartilham serviços essenciais como a limpeza, jardinagem ou cuidar das crianças.” ORIGEM DO COHOUSING Esse sistema nasceu na Dinamarca nos anos 60, e combina diferentes soluções arquitetônicas com os princípios de vida comunitária, cooperativismo e propriedade coletiva. Munksøgård é um dos cohousings pioneiros na Dinamarca. Inicialmente era destinado para casais

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jovens com filhos, devido ao seu caráter cooperativo. Assim, quando o pai e a mãe estivessem trabalhando os filhos poderiam ser supervisionados e cuidados, num sistema de revezamento pelos adultos. O revezamento de equipes para a compra de alimentos e preparação de refeições para todos os moradores, no refeitório da “Casa Comum”, é o outro grande diferencial dessas comunidades. Com o passar dos anos, os moradores mais velhos dessas comunidades multigeracionais resolveram optar pela vida em um cohousing-sênior, onde a idade mínima dos moradores costuma ser de 50 anos. QUEM MORA EM UM COHOUSING O Fórum Econômico Mundial (WEF) reconhece os benefícios sociais, econômicos e ambientais da habitação colaborativa, “um modelo mais inclusivo e sustentável que facilita a convivência, a cooperação e o uso responsável dos recursos naturais e energéticos. ” Viver em comunidade também é uma alternativa contra a solidão que afeta, sobretudo, às pessoas idosas e àquelas que sofrem discriminação. O cohousing para idosos é um dos modelos mais populares, mas não é o único uma vez que esse modelo é adequado para: - grupos de amigos que querem morar juntos e estabelecer um projeto comum, - pessoas que contam com recursos limitados, - pessoas com alguma deficiência ou com tratamentos crônicos, - grupos com necessidades específicas de espaço, iluminação ou acústica, etc. COMO O COHOUSING PODE SER CONSTITUÍDO A forma mais frequente de propriedade no cohousing é a cooperativa de habitações com concessão de uso. Isso significa que o imóvel pertence à comunidade, mas seus habitantes têm direito a morar nele e a utilizar os espaços comuns para o resto da vida. Este usufruto vitalício pode ser deixado como herança ou ser vendido através da cooperativa, facilitando assim a mudança de residência. O imóvel para a habitação pode decorrer de: • Aquisição do terreno e construção; • Aluguel de imóveis mediante acordos com os proprietários. Em ambos os casos a cooperativa assume todas as despesas originadas do projeto. COHOUSING - O MORAR NO SÉCULO XXI PELO MUNDO A teor do site da Iberdrola, grupo do setor energético global, no âmbito internacional existem modelos de habitações colaborativas que variam de acordo com o país e refletem as preferências de cada sociedade: Dinamarca - Prevalecem os cohousings com serviços comuns centralizados em um mesmo bloco, que pode ser independente ou estar integrado aos demais edifícios. Espanha - Predominam os cohousings para idosos com habitações que não superam os 80 m2 com quarto, cozinha e

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banheiro. Estados Unidos - O habitual é que a vida comunitária decorra em um edifício independente e isolado dos demais. Reino Unido - A maioria das comunidades são mistas, seu tamanho varia entre 10 e 40 habitações e as áreas de uso coletivo se concentram em um edifício à parte. Suécia - É habitual que os espaços comuns ocupem um ou vários andares em blocos de diferentes alturas. RESULTADOS DA VIDA EM UM COHOUSING-SÊNIOR O governo da Dinamarca, país de origem do cohousing, à medida que o tempo foi passando e o número de cohousings para adultos sêniores foi aumentando por lá, passou a registrar resultados e estatísticas confiáveis sobre o impacto da vida em uma comunidade intencional nas pessoas mais velhas. Alguns resultados: - Os moradores iam menos ao médico; - Tomavam menos medicamentos; - Vivam oito anos a mais que a média da população, e - baixíssimos índices de demências senis e de Alzheimer. A partir dessas descobertas, o número de comunidades-cohousing sênior, criadas na Dinamarca, superou o de multigeracionais. Charles Durrett afirma que, cohousing é a melhor alternativa àquela ideia que muitos adultos mais velhos têm de viverem na própria casa até não poder mais. É a opção para quem quer continuar se desenvolvendo, vivendo a vida plenamente e de maneira independente num ambiente que é mais prático, descomplicado, com certeza, mais econômico, mais divertido, mais interessante e mais saudável do que aquele que qualquer instituição poderia criar. Charles Durrett COHOUSING - BRASIL Cohousing-sênior Vila ConViver. É uma proposta de comunidade intencional para professores, no bairro Jardim Alto da Cidade Universitária, em Barão Geraldo, Campinas. Destinada para docentes da UNICAMP aposentados ou com mais de 50 anos em vias de se aposentar. Com base em mais de dois anos de estudos e pesquisas sobre as alternativas de moradia para os adultos mais velhos, o grupo idealizador consolidou alguns dos principais conceitos sobre o modelo de cohousing-sênior que orienta todo o projeto. Citamos alguns: “Refletir e transformar – A proposta tem por objetivo levar os professores aposentados e aqueles que estão próximos da aposentadoria a refletir sobre as opções de moradia e inclusão social disponíveis atualmente, estimulando-os a criar um novo mundo para si. Nova arquitetura social – Essa proposta de arquitetura social, que incorpora os mais recentes avanços nas áreas da psicologia, geriatria, gerontologia, antropologia e sociologia, contribui de maneira inequívoca para uma vida mais longa, com muito melhor qualidade e muito mais segurança. A nova realidade do envelhecimento – É uma oportu-

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nidade para viver uma nova etapa de vida de maneira extremamente rica em termos de experiências e relacionamentos em comunidade – evitando, assim, os perigos do isolamento que, inevitavelmente em algum momento, leva à depressão e ao agravamento das patologias típicas da envelhescência.” COHOUSING - PORTUGAL Segundo matéria do jornal português Público, o cohousing está ainda a dar os primeiros passos em Portugal, mas tudo aponta para que, dentro de poucos anos, seja uma forte realidade. Os governos municipais (autarquias) de Lisboa e do Porto, estão convencidos de que este tipo de projeto é o futuro. Do lado dos investidores privados é considerada uma nova área de aposta e também as cooperativas querem participar neste novo conceito residencial. Uma iniciativa em Portugal é a HAC.ORA Portugal – Sênior Cohousing Association - uma Associação privada, não-governamental, do Porto, que promove e apoia a criação de comunidades de habitação colaborativa - cohousing seguindo um modelo de desenvolvimento sustentável, a nível financeiro, ecológico e pessoal. Conclusão A conclusão deve ser sua! Agora que conhece um pouco a respeito, quer morar em um cohousing-sênior? Eu quero! Silvia Triboni silvia.triboni@gmail.com Editora e produtora de conteúdo sobre longevidade, economia prateada e benefícios do turismo para o envelhecimento saudável no site Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

COHOUSING - PORTUGAL

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O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção. magazine 60+ #26 - Agosto/2021 - pág. 13


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Seja um doador mantenedor da nossa revista entre em contato com Manoel Carlos por telefone ou whatsapp (11) 9.8890.6403 seu nome terá um agradecimento (ou não caso prefira) e um destaque na próxima edição

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Cultura Geral

Crise Sergio Frug

Nunca é demais recordar como a dor e a vida formam uma parceria indissolúvel. A força da Lua indubitavelmente modula o impulso do Ser Solar, modelando-o de acordo com a sua própria necessidade. Nada existe por acaso. Nem Terra, nem Sol, nem Lua. Assim é quando a dor da contração indica o momento do parto, assim é quando a perda do ente querido grava indelevelmente a sua memória em nossa alma dolorida. E assim é quando a dor da crise indica a hora de despertar da letargia. Aliás, letargia tem apenas uma letra a mais do que alegria. O “t”, a cruz, o calvário talvez, que devemos encarar e superar para descobrir a alegria. Assim depois do parto, a alegria da vida. Assim após a morte, a alegria da missão cumprida. Assim, após a letargia, o despertar para a própria alegria. Não há porque imaginar que as crises devam ser evitadas. Todos sabemos que elas são necessárias. Todos sabemos que a nossa organização social tem os dias contados, mas simplesmente não sabemos o que fazer com relação a isso. Permanecemos na letargia. E quando vem a crise podemos nos posicionar. Ou podemos nos desesperar se não formos capazes de despertar.

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Foto: EBC - Brumadinho

Mas devemos compreender o que deve ser feito; como abrir mão de algo que não serve mais, ou dos próprios desperdícios habituais do dia-a-dia. E a partir daí trabalhar na educação da nossa vontade, fortalecendo-a. A crise é o momento em que somos chamados a ver o que não estamos vendo, a lidar com aquilo que não queremos, ou simplesmente realizar efetivamente aquilo que já sabemos ser preciso. Também é possível tirar proveito indevido da crise, mas isto com certeza gerará outra crise até que o defeito seja corrigido. Pois é sempre de crise em crise que vamos nos construindo, acertando nossas idéias, nossas ações, nossas crenças, nossas visões, nossos princípios. Podemos ler e reler incansavelmente obras e obras educadoras e inspiradoras do espírito humano, mas nada haverá de se comparar à efetiva experiência da crise. Seja bem-vinda a crise, como já dizia Confúcio, que não se conformava quando as coisas mantinham a aparência de boazinhas. Sabia ele que tudo está sempre em movimento e que sem a ocorrência da crise tudo se estagnaria. Vamos enfrentar, vamos crescer, vamos reconhecer e trabalhar para desenvolver os nossos próprios talentos. Vamos morrer e renascer quantas vezes for necessário para nos tornarmos verdadeiramente humanos e íntegros. Tudo para que se possa encontrar finalmente a alegria primordial que habita o ser interior, aquela que anda fugidia, já que confundida com tantos eventos externos. Saúde, sustento e alegria, aprendi com a sabedoria judaica. E quem poderá sentir-se feliz perdendo alguma dessas três dádivas divinas?

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Benefícios

Sra. Zuleide Bento Lima in memorian Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

Zuleide Bento Lima, nascida em Iramaia, no interior da Bahia em 17 de julho de 1960, naturalizada em São Paulo - São Paulo, onde viveu dos seus 18 anos até a data de seu falecimento, aos 61 anos, em 20 de julho de 2021. Teve uma infância intensa e marcante na região da Chapada Diamantina, na Bahia, repleta de alegrias, cercada por seus irmãos, primos e amigos, comendo doces simples que lhe remetiam boas memórias de sua vida. Sua infância era repleta de brincadeiras divertidas, relembrava em sua rotina enquanto adulta contando aos seus filhos, as lendas contadas pelas suas tias. Relatava que fazia travessuras, uma delas era roubar leite em pó da casa de uma senhora, com a sua irmã. Era filha de uma mãe cuidadosa e dedicada, uma grande dona-de-casa e ser humano, a dona Amália Bento Lima. E de um pai, que trabalhava intensamente para dar à sua família as melhores condições possíveis de vida, Clemente Bento da Cunha. Admirava quando crianças, os seus irmãos mais velhos Zilmar Lima e Carlos Bento, pois os achava muito inteligentes. Após a morte de seu pai. Morou com a sua família no início da sua vinda para a cidade grande, no bairro da Vergueiro em São Paulo, com a sua mãe e seus irmãos. Sendo uma das poucas de 11 irmãos a permanecer na megalópole paulistana, morando sozinha algumas vezes em repúblicas outras em pensionatos do centro da cidade, como na região do Brás, tendo que lutar bravamente pela sua sobrevivência. Em meio a muitos desafios, conheceu Paulo Alves da Silva, seu esposo e foi acolhida carinhosamente pela sua família, a Família Alves desde 1983, com muito carinho, amor e cuidados, em um momento em que encontrava-se com a sua saúde fragilizada, entendendo novamente o significado de família, pois pensara que quem vivia na cidade de São Paulo não tinha um núcleo familiar.

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Zuleide Bento Lima, de 20


foto acervo pessoal, 021.

Trabalhou muito, foi telefonista de um hospital no bairro da Mooca em São Paulo, atuou como vendedora em uma loja de conveniência japonesa, mas nesta profissão ficou por pouco tempo, pois gastava parte de seu salário comprando brinquedos para os seus filhos. Fez o curso do Magistério com muito esforço na Escola Estadual Rui Bloem, por incentivo de sua cunhada Valdete. Teve quatro filhos Bárbara, Thais, Wesley e Paulo Júnior. Sempre foi uma mulher de garra, ao qual amava cuidar de seus filhos, e posteriormente aos recém-chegados netos Giuliano, Paola, Giovanna, Gabriela e Heitor, noras Anne e Fabiana, e genros Giuliano e Willian. Realizou a sua faculdade tão sonhada de Pedagogia tardiamente, na Universidade de Santo Amaro, e muito se orgulhava da conquista do seu diploma. Amava cozinhar, principalmente para a família, era intensa em suas ações, emotiva e carinhosa. Tinha uma história de vida na religião católica, mas se convertera ao evangelismo, no início dos anos 2000 e nos últimos quinze anos liderava o grupo das crianças da igreja evangélica Assembleia de Deus. Realizando eventos, promovendo ações beneficentes e atuando como uma missionária da igreja, quando muitas vezes reconhecia que a sua missão, poderia ser no futuro visitar países vizinhos, para pregar o evangelho. Teve uma trajetória de vida de superação, alfabetizou muitos adultos e idosos durante a sua atuação profissional no início dos anos 90, empreendeu tendo uma escola infantil para crianças na pré-escola, foi servidora pública da prefeitura municipal de São Paulo, atuando há mais de 25 anos na rede de ensino, acreditava na metodologia de ensino de Paulo Freire e que o educando tem que ter autonomia para o seu processo de aprendizagem e pode construir as suas experiências com liberdade e era uma apaixonada pelo estudo da língua inglesa e autodidata. Deixa muitas saudades, deixa a sua marca na vida das pessoas, pois ela mudou vidas, foi um exemplo de honestidade, dignidade, respeito e amor ao próximo. Por onde passava animava o ambiente, amava viver. Foi uma mãe e avó leoa, exerceu um papel como ser humano, com muita valentia, deu a sua vida pela sua família. Plantou a semente de que na vida tudo passa, menos o conhecimento adquirido pelos estudos, o valor da família e o amor a Deus. Amava todos os seus amigos e familiares, realizou muitos sonhos, comprou a sua casa própria, conseguiu a sua carteira de habilitação e viu seus filhos se casarem. Porém tinha alguns sonhos em mente, ter um sítio com animais, concluir a sua pós-graduação em Letras e viajar com os seus netos para a cidade de residência de seus familiares da Bahia, Vitória da Conquista. O seu sobrenome era cuidado. Hoje é uma estrela preciosa que brilha nos céus, e descansa o sono dos justos e dos puros de coração. Seu maior desejo era ver os seus filhos e netos bem, em harmonia e em segurança. Partiu precocemente, mas entendemos que a sua missão foi cumprida com êxito na Terra. Ela nos deixou grandes lições de vida que levaremos para sempre. Por Thais Bento Lima da Silva (Gerontóloga, Docente do curso

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Zuleide Bento Lima, Paulo Alves da Silva (ex-marido) e seus filhos (as): Bárbara Bento Lima da Silva, Thais Bento Lima da Silva, Wesley Bento Lima da Silva e Paulo Alves da Silva Júnior, acervo pessoal, 1994. de Gerontologia Universidade de São Paulo, cientista e colunista da revista Magazine 60+).

NOTA DA EDIÇÃO APÓS LER O TEXTO ACIMA, VEMOS QUE DNA. ZULEIDE MARCOU PRESENÇA NA VIDA DE TODOS QUE ACOMPANHARAM SUA TRAJETÓRIA. QUANDO PERDEMOS ALGUÉM, PERDEMOS MESMO O CHÃO MAS, QUE FAZER SE TUDO ISSO, INCLUSIVE A MORTE FAZ PARTE DA VIDA. RESTAM APENAS NOSSOS SENTIMENTOS PELA ENORME PERDA E QUE SEUS PARENTES E AMIGOS NUNCA MAIS DEIXEM DE PENSAR NELA ENQUANTO VIVA. SÃO OS VOTOS DE PÊSAMES DE TODA EQUIPE DESSA REVISTA E COM CERTEZA DE SEUS ALUNOS, PROFESSORES E AMIGOS

Pra que sofrer com despedida Se quem parte não leva Nem o sol, nem as trevas E quem fica não se esquece Tudo que sonhou? Cazuza

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Saúde, Beleza e Bem Estar

Seu corpo, sua casa, como você se cuida no inverno? Kátia Vargas Lutfi Pileggi

Ele chegou!!! Tirem os cobertores, casacos, meias e os gorros dos armários que o frio chegou! Vamos nos atentar sobre os cuidados que devemos ter na estação mais charmosa e também a mais seca do ano, o que pode acarretar diversos problemas de pele. “Minha pele está craquelada”, “ estou com o corpo todo coçando “, essas são queixas comuns nesta época do ano. E isso se deve a diversos fatores e estão intimamente ligados a umidade relativa do ar muito baixa, o que deixa o tempo mais seco; o banho também acaba sendo um complicador já que costuma ficar mais quente nesta época do ano e em contrapartida diminui a hidratação, tanto em cremes, pois notamos que pelo frio, ao sair do banho, as pessoas se vestem logo e esquecem de passar os hidratantes, quanto na ingestão de líquidos que acabam reduzindo. Esses hábitos acabam deixando a pele mais sensível e susceptível a alergias e irritações. O que fazer para melhorar a pele no inverno? 1- Aumente a ingesta de líquidos 2- Evite banhos muito quentes e prolongados 3- Não use buchas 4- Use produtos mais hidratantes (sabonetes, cremes) 5- Em épocas de excesso de álcool em gel, não se esqueçam que se tiver a opção água e sabão dê preferência a este. Lembrem-se tudo é questão de hábito, incorpore à sua rotina esses cuidados, pois assim teremos uma pele bonita, mais saudável e com menos riscos de doenças. Seu corpo, sua casa. A prevenção é sempre o melhor remédio.

Foto: Adrian Dascal

médica dermatologista

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Divã

Vou lhe contar... Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Olá caríssimo leitor, hoje peço licença poética para falar sobre meus sentimentos. Discorrerei sobre os impactos da pandemia que tenho sentindo. Primeiramente quando ouvia as notícias do Corona na Europa, menosprezei o mesmo. Pensei de forma ridícula que só atacaria pessoas que já estavam em fase terminal e que teriam o processo levemente acelerado, quase como um vírus higienista!!! A Covid 19 cruzou os oceanos e aqui aportou, mas o que importa: É CARNAVAL!!!! Depois, preocupei-me com o isolamento em termos de Saúde Mental, a primeira coisa foi em relação ao egoísmo, lembram das brigas pelo papel higiênico??? Logo vieram enxurradas de transtornos obsessivos compulsivos, crianças pegando fogo por causa do excesso de álcool em gel. Surpreendia-me o pânico de pessoas que eu considerava tranquilas e confesso que até me irritava tanto medo. O leitor pode pensar que era negação, mas confesso que era pior: PURA IGNORANCIA!!!! Mas, obviamente atuando em dois hospitais não demorou para eu compreender a magnitude do mal e passar para o sentimento de raiva para com aqueles que reclamavam do isolamento social, colocando os interesses financeiros na frente, ou se achando superiores e que não chegariam neles a pandemia. Perceberam que agi igualzinho antes???? Então, esse misto de emoções e pensamentos são concernentes ao humano, erramos, julgamos, retomamos, perdoamos e assim vamos nessa dança sem fim que é a vida. Tenho trabalhado muito e fico feliz, também fico impactada ao atender pessoas

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Immanuel Kant (1724-1804


4) - UNESP - divulgação

com sequelas graves do Covid 19, ou seja, continuo numa montanha russa de sentimentos que nem sei explicar. Atropelada por compromissos profissionais maravilhosos e que me animam sobremaneira, também fico com o coração apertado com tantas dores e limitações, desta feita, comecei a pensar o que me cabe fazer nessa avalanche que é a pandemia? O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) nos ensinou que todos nós temos talentos e que devemos colocá-los a favor da humanidade. Não sou tão talentosa como meus queridos colegas da Magazine 60+, não sei desenhar como o Mané, nem escrever com a sapiência do Tony, sem as vicissitudes culinárias das Cidas e da Ebe e não tenho expertise em informática, leis ou erudição cultural como são possuidores todos os autores da revista, mas no que concerne a minha área (Psicologia/Neuropsicologia) estudo, atendo e ensino. Logo, descobri que o que posso ofertar nesse cruel momento é minha experiência, por isso, aceito todos os convites em que tenho a possibilidade de falar sobre as sequelas do Covid 19, mesmo para as pessoas que tiveram a doença de forma leve. A informação correta precisa ser passada para o maior número possível de pessoas, e, conjuntamente com amigos muito bem formados seguimos neste caminho. E você, querido leitor? Conte para nós seus talentos também. Com amor Sandra schewinsky

PS: Para quem se interessar em acompanhar os eventos sobre os temas siga no Facebook Neuropsicologia Sandra Schewinsky.

No dia 14/08/2021: I Seminário de atualizações sobre sequelas de Covid 19, totalmente online. Informações: cidatoro@neppho.com.br, Whatsapp: 11 934515999.

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Contos I

A recente história do computador Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Até recentemente era impossível pensar para que serviriam os benditos computadores. Lembro perfeitamente do primeiro computador que comprei, isso por volta de 1986, uma máquina enorme que coloquei num canto de minha casa, pois era uma peça que não cabia em qualquer lugar, tive que contratar um expert para me ensinar a mexer na máquina, e eu como boa aluna anotava tudo num caderno para não esquecer nada na próxima aula. Já tinha o fax, uma novidade também dessa década. Meu Deus, como me sentia perdida no meio de tanta inovação, Fax e Computador. As peças raras foram para minha produtora de vídeo, e usados somente por quem sabia como manipular objetos tão estranhos. Em 1991 tive que fechar a produtora após a crise Collor para reduzir despesas e levei fax e o computador para casa. Mas o fax já estava defasado e um dia minha filha Vicky e sua amiguinha Fernanda Timerman resolveram lavar o objeto, pois acharam que estava sujo e ficou totalmente inutilizado. Não valia comprar outro, o computador começava a ter várias funções, além de máquina de escrever. E como foi importante aquela máquina enorme que tomava praticamente todo espaço de minha escrivaninha. Não sou expert, mas me apaixonei pela tecnologia e fui atrás da história dessa máquina fantástica. O primeiro computador eletromecânico foi construído por Konrad Zuse (1910–1995). Em 1936, esse engenheiro alemão construiu, a partir de relês que executavam os cálculos e dados lidos em fitas perfuradas, o Z1. Zuse tentou vender o computador ao governo alemão, que desprezou a oferta, já que não poderia auxiliar no esforço de guerra. Os projetos de Zuse ficariam parados durante a guerra, dando a chance aos americanos

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Os primeiros comput Z1, computador eletro por Konra Museu de Tecnologia

Visão simplificada da arqui


tadores de uso geral omecânico construído ad Zuse. de Berlin - Alemanha

itetura de Von Neumann

de desenvolver seus computadores. Foi na Segunda Guerra Mundial que realmente nasceram os computadores atuais. A Marinha dos Estados Unidos, em conjunto com a Universidade de Harvard, desenvolveu o computador Harvard Mark I, projetado pelo professor Howard Aiken, com base no calculador analítico de Babbage. O Mark I ocupava 120 m³ aproximadamente, conseguindo multiplicar dois números de dez dígitos em três segundos. Simultaneamente, e em segredo, o Exército dos Estados Unidos desenvolvia um projeto semelhante, chefiado pelos engenheiros J. Presper Eckert e John Mauchly, cujo resultado foi o primeiro computador a válvulas, o Eletronic Numeric Integrator And Calculator (ENIAC), capaz de fazer quinhentas multiplicações por segundo. Tendo sido projetado para calcular trajetórias balísticas, o ENIAC foi mantido em segredo pelo governo americano até o final da guerra, quando foi anunciado ao mundo. ENIAC, computador desenvolvido pelo Exército dos Estados Unidos. No ENIAC, o programa era feito rearranjando a fiação em um painel. Nesse ponto John von Neumann propôs a ideia que transformou os calculadores eletrônicos em “cérebros eletrônicos”: modelar a arquitetura do computador segundo o sistema nervoso central. Para isso, eles teriam que ter três características: Codificar as instruções de uma forma possível de ser armazenada na memória do computador. Von Neumann sugeriu que fossem usados uns e zeros. Armazenar as instruções na memória, bem como toda e qualquer informação necessária a execução da tarefa, e Quando processar o programa, buscar as instruções diretamente na memória, ao invés de lerem um novo cartão perfurado a cada passo. Este é o conceito de programa armazenado, cujas principais vantagens são: rapidez, versatilidade e auto modificação. Assim, o computador programável que conhecemos hoje, onde o programa e os dados estão armazenados na memória ficou conhecido como Arquitetura de von Neumann. Para divulgar essa ideia, von Neumann publicou sozinho um artigo. Eckert e Mauchy não ficaram muito contentes com isso, pois teriam discutido muitas vezes com ele. O projeto ENIAC acabou se dissolvendo em uma chuva de processos, mas já estava criado o computador moderno. Apesar do horror de uma guerra, a II Guerra Mundial foi um marco para a tecnologia, para a comunicação e para a ciência em geral. Hoje não sabemos viver sem o apoio de uma máquina que calcula, registra, escreve, fala, orienta localização, uma agenda que te avisa dos compromissos, e ‘ene’ outras funções, até

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como a do despertador. Alguém se imagina sem o apoio de um celular? Máquina tão pequena que agrega toda essa tecnologia, graças ao computador. E nesse ano de 2021, esta máquina maravilhosa completa 70 anos. Segundo Cora Rónai para o jornal o Globo, diz: “Em 1951, Eckert e Mauchly lançavam o UNIVAC (Universal Automatic Computer), capaz de ler 7.200 caracteres por segundo, aceitando letras e números com igual facilidade e trabalhando com mídia magnética em vez de cartões perfurados, o Univac era infinitamente superior ao Eniac Eletronic Numeric Integrator And Calculator , sobretudo pelo detalhe representado pela primeira palavra de sua sigla: universal. Enquanto as instruções do Eniac faziam parte da máquina que precisava ser reprogramada a cada nova operação, o Univac foi o primeiro computador do mundo a aceitar diferentes instruções, de acordo com a tarefa desejada. Cora Rónai termina seu texto assim: “As origens bélicas e misteriosas dos primeiros computadores da era moderna foram responsáveis pela imagem sinistra e ameaçadora que eles projetaram por tanto tempo. Não faltaram profetas do apocalipse para prever que o mundo seria em breve dominado pelos cérebros eletrônicos e pela inteligência artificial. E, cá entre nós, cada vez mais me pergunto se eles não estariam certos - embora não no mesmo sentido” Nesta semana Jeff Bezos fez a primeira viagem ao espaço com uma máquina sem piloto, alguém poderia imaginar que isso fosse possível? Mas aconteceu! Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, decolou nesta terça-feira (20/07/2021), às 10h12 (horário de Brasília) para sua primeira – e breve – viagem espacial. O pouso aconteceu às 10h22, como planejado. O bilionário estava a bordo de uma nave construída por sua própria

Foto: www.tecmundo.com.br

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Os passageiros se divertindo no vo


empresa, não a famosa Amazon, mas a Blue Origin, voltada ao setor aeroespacial. Após o voo, Bezos ainda agradeceu aos clientes da gigante do varejo. “Agradeço a cada funcionário da Amazon, a cada cliente. Vocês pagaram por isto tudo aqui”, disse em uma entrevista após a viagem. O empresário de 57 anos esteve acompanhado de uma tripulação eclética, que não inclui astronautas profissionais: foi o primeiro voo civil sem piloto ao espaço. Nenhum funcionário ou astronauta da Blue Origin esteve na aeronave. Fizeram parte da viagem, além de Bezos: seu irmão, Mark Bezos; a piloto Wally Funk, de 82 anos, que se tornou a pessoa mais velha a ir ao espaço; e o holandês Oliver Daemen, de 18 anos, o mais jovem a ir ao espaço e a primeira pessoa que pagou por isso. Em imagens divulgadas após o voo, eles se mostraram descontraídos, flutuando na nave: brincaram de atirar bolinhas e doces uns para os outros. O “passeio” de Bezos com a cápsula New Shepard aconteceu uma semana depois de outro bilionário realizar uma viagem parecida. Richard Branson, dono da Virgin Galactic, fez seu primeiro voo no último dia 11. Ambos pretendem explorar o mercado do turismo espacial. A data definida, 20 de julho, é simbólica: 52 anos atrás, o homem chegava à Lua. E ainda há muita gente que não acredita que o homem foi para a lua, que foi uma montagem cinematográfica. O que a tecnologia nos prepara para o futuro? Alguém pode imaginar como será o mundo nas próximas décadas?

oo da New Shepard

Referências: Caderno Especial do Jornal O Globo 2000: Cora Rónai - “Antes e depois de software e hardware” https://g1.globo.com>2021/07/20>jeff-bezos-voo-espaco https://pt.wikipedia.org>wiki>computador

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A vida como ela é

O inverno dos desabrigados Marisa da Camara Terapeuta Energética Radiestesista

Em 1979, quando eu saí de Santos para viver e trabalhar em SP, precisei adaptar meu guarda-roupa para sobreviver ao frio da tradicional cidade da garoa. Saía cedo de casa, para o trabalho, bem agasalhada, com ar quente ligado no carro, pois meu organismo ainda não havia se adaptado ao frio da cidade. Já no primeiro semáforo, meu coração partia-se ao ver um menino descalço, com uma camisetinha fina e rasgada, nariz escorrendo, pedindo dinheiro, muitas vezes, sob um chuvisco congelador. Foi um período de adaptação muito sofrido, pois em Santos não tinha frio pesado, nem pedintes. O contraste era grande. Eu, saindo de casa para o trabalho, alimentada e de banho tomado, com uma bagagem estudantil, em busca de um futuro promissor. Do lado de fora do carro, um menino com olhar desesperançoso, fome e frio, a quem o futuro não lhe sorria e nem lhe prometia segurança, aconchego, amor ou mesa farta. Custei a ‘congelar’ meu coração, de forma a suportar aquelas cenas matinais indigestas. Eu haveria de sobreviver àquelas cenas que dilaceravam meu coração, logo pela manhã, fazendo-me chegar ao trabalho em prantos. À noite não era diferente. Ao deitar a cabeça no travesseiro, com 2 ou 3 cobertores e meias nos pés, meu coração não aquecia, pensando nas pessoas que estavam nas ruas. Certos dias, logo pela manhã, os jornais escritos ou falados anunciavam o número de mortos pelo frio. Saindo para o trabalho, eu me perguntava se ainda veria, pelo caminho, aqueles mesmos olhares tristes e famintos do dia anterior. 43 anos se passaram, meus cabelos branquearam e o inverno dos desabrigados continua severo e implacável. E eu deixo a pergunta: “até quando?”

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orgulho60+

Agentes de mudança Maria Eugenia de Souza Meireles

E-mail: orgulho60mais@gmail.com Site: www.orgulho60mais.com.br Facebook e Instagram: @orgulho60mais Canal: Youtube.com/orgulho60mais

Na edição anterior apresentei o o propósito do Orgulho60+, que é o de ser um movimento para valorização da longevidade, com a intenção de mudar a visão sobre o envelhecimento através do auto-empoderamento e autovalorização dos próprios 60+. Para isto, sempre apresentamos pessoas que mostram como se reinventaram e mantém-se ativas após a maturidade, para que possam servir como inspiração. Não se trata de uma ideia de romantização ou glamourização da velhice. E sim de mostrar que envelhecer é uma fase da vida que tem desafios, como todas as outras também têm, mas que pode oferecer oportunidades de aprendizado e novas realizações. E acontece de maneira diversa, cada pessoa tem a sua forma de passar por ela. Alguns autores comparam o envelhecimento com a adolescência, inclusive chamando de envelhescência, pois em ambas aparecem situações a serem encaradas, como as mudanças no corpo, na relação consigo mesmo e com os outros, os questionamentos, as inseguranças quanto ao futuro, e por aí vai. Existem muitos estereótipos e preconceitos que precisam ser discutidos e revistos, pois não conferem com a realidade. Inclusive o pensamento de que todos os mais velhos são sábios, e que os jovens nada sabem sobre a vida, isto também é preconceito. Os mais velhos podem aprender muito com os jovens, e vice-versa. As trocas intergeracionais são enriquecedoras para ambos, seja nas relações familiares, de trabalho e de convivência. Devem portanto serem abandonadas as tentativas de se imprimir rótulos, como se as pessoas fossem todas iguais, ao envelhecerem ou quando jovens. Estamos todos em construção, seja qual for a nossa fase de vida.

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Nosso Universo interior

O medo

“o seu medo de sentir já mandou quantas pessoas embora” M. Luiza Conti

Desenvolvimento pessoal Life Coach

O medo é uma reação provocada pelo cérebro nos deixando em estado de alerta pelo receio de uma ameaça e ajuda a nos prevenirmos de situações arriscadas. Todas as pessoas sentem medo, como por exemplo de altura, de falar em público, de baratas, etc..., porém alguns medos tem origens na infância pela educação, ou de presenciar alguém passando por um medo sem conseguir lidar com ele..., ou o medo pode ser mais sutil, quando temos medo de sofrer por algum tipo de relacionamento, rejeição, fracasso, etc..., ou também os medos naturais como medo do escuro, de bichos, de tempestades... O medo pode muitas vezes tornar-se excessivo, deixando com que a pessoa não desfrute de algumas coisas da vida, por esse motivo, as suas origens são diversas. É realmente muito bom que o medo faça parte de nós, porque sem ele nos arriscaríamos muito e poderíamos colocar nossa vida em risco. Mas, nem sempre é possível dominar o medo, porque ele paralisa nos deixando incapazes de agir ou fugir. No caso de sentir medos que atrapalham a vida, é valido procurar ajuda para se conhecer melhor, descobrir de onde vem, como e quando eles se manifestam. Aprender a lidar com nossas dificuldades é sempre um desafio para nosso crescimento e criar oportunidades para estar mais liberto de sombras que não nos deixam enxergar e viver o prazer. É preciso descobrir como lidar com certos medos paralisantes. É muito bom conseguir ajuda para se libertar de alguns medos, pode ser através de um profissional que o ajude a se conhecer melhor, pode ser através do movimento corporal, meditação, a fim de mudar comportamentos, reações e emoções. O importante é que quanto mais nos conhecemos, melhor saberemos ressignificar crenças e lidar com situações que nos prejudicam, nos libertando a viver mais intensamente.

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Essa libertação nos dá mais possibilidades de nos arriscar, de estar mais confiantes e seguros para conhecer novas situações. São inúmeros os tipos de medo, e alguns podem ter reações exageradas, gerando fobias, pânico, anorexia, bulimia e outros transtornos que mudam atitudes e inclusive o corpo. Nesses casos a ajuda da medicina é a mais adequada. Ninguém é totalmente corajoso nem totalmente medroso. UMA HISTÓRIA BUDISTA SOBRE O MEDO

Foto: Melanie Wasser

“Uma vez existia um jovem guerreiro e seu Mestre lhe disse que ele precisava ter uma batalha com o medo, mas o jovem não queria pois era uma idéia assustadora e agressiva. Mas o Mestre deu a ele as instruções para a batalha. O dia chegou, e o jovem ficou lado a lado com o medo, cada um com suas armas. O jovem guerreiro se sentia muito pequeno e o medo parecia enorme e imponente. O jovem então respirou fundo se preparou e foi então em direção ao medo. Deu alguns passos, parou e pergunto: Tenho sua permissão para lutar com você? E o medo respondeu: Obrigado por demonstrar tanto respeito pedindo permissão. Então o jovem perguntou: Como posso te vencer? E o medo respondeu: as minhas armas contra você é que eu falo rápido e chego bem perto do seu rosto, e você então fica nervoso e faz tudo que eu falar. Se você não fizer o que eu falar, perco meu poder. Você pode me ouvir, me respeitar e até se convencer, mas se você não fizer o que te falo eu perco o meu poder. E assim, o jovem aprendiz aprendeu a combater o medo. Na vida quando tudo desmoronar ou você sentir medo, ao invés de pensar que está sem saída, sinta-se uma pessoa de sorte, porque é só quando você sente medo é que vai sentir que é uma pessoa de coragem pra crescer. Ser corajoso tem tudo a ver com estar bem íntimo com o medo de maneira sábia. Sinta o medo e então faça o que deve ser feito ao invés de se sentir amedrontado, chegue mais perto dele e veja como uma oportunidade de aprendizado. Fazendo isso, todos os seus sonhos podem se tornar realidade.” EU ENTREGO

EU CONFIO

EU ACEITO E AGRADEÇO!

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Amigo do Idoso

Novos olhares para a cidade de São Paulo São Paulo será a cidade do Idoso?

Fábio Faria de Sá Diretor do Instituto de Orientação Previdenciária

Mais uma vez venho aqui contribuir para a sua leitura e trazer novidades e informações para os queridos leitores, e nesta edição vou trazer assuntos diversos para assim facilitar o conhecimento e mudanças que estão ocorrendo, mas não posso deixar de me apresentar, Sou Fábio Faria de Sá, diretor do Instituto de Orientação Previdenciária (IOPREV),para quem ainda não me conhece ou sabe as ações que realizo, atuo no bem e alcance dos direitos principalmente no direito do idoso, na qual faço atendimento referente a aposentadoria que infelizmente muitos ainda tem o seu direito extraído e o idoso que está em uma idade onde possui grandes dificuldades, acaba ficando sem saída e perdendo ou acreditando que não possui o direito, mas caso você tenha dúvidas ou algum conhecido que precisa de ajuda, entre em contato comigo ou me siga nas redes que vou deixar ao final desta notícia e vamos juntos fazer o bem para todos os que precisam. Mas agora venho falar de algumas aprovações que ocorreram na cidade de São Paulo e podem trazer melhorias para todos e em especial ao idoso, na Cidade de São Paulo foi aprovado o RETOFIT, essa é uma ação ocorrida em outros países onde a proposta é requalificar locais antigos/históricos e facilitar o acesso, trazendo frequentadores para região e com base naquilo que acontece fora de São Paulo, o Prefeito da Cidade fez esta proposta na qual os Vereadores votaram Sim e em breve teremos melhoria da região central da Cidade. A requalificação ocorrerá na área central do perímetro formado pela Rua Mauá, Avenida do Estado (Rio Tamanduateí), Rua Tabatinguera, Praça Dr. João Mendes, Viaduto Dona Paulina, Rua Dona Maria Paula, Viaduto Jacareí, Viaduto Nove de Julho, Avenidas São Luís, Ipiranga e Rua Cásper Libero, a re-

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qualificação da região trará grande melhoria e fará com que essa região tão memorável e incrível tenha vida novamente, pois o local será habitado por moradores e isso acarretará a necessidade de ter maior atenção no quesito assistencial, segurança e limpeza ocasionando novas possibilidades a moradores, comerciantes e turistas. Hoje penso que o projeto deve ser pensado a longo prazo onde a região deve ser futuramente habitada por idosos tendo em vista que isso facilitará para as pessoas da melhor idade acesso à hospitais, mercados, cultura e serviços públicos em geral, principalmente pelo fato de que a grande maioria dos serviços de atendimento ao público estão regionalizados no centro da Cidade e isso fará com que os idosos não precisem enfrentar a complicação do transporte público lotado, ter que enfrentar grandes distâncias para imprimir ou retirar uma simples documentação ou ir até uma consulta de rotina. Em meu atendimento converso com muitos idosos e vejo que uma das maiores dificuldades encontradas é a locomoção e que por isso entendo que o projeto pode ser uma grande e importante resolução para ajudar a população idosa da cidade. Além do RETROFIT, na cidade de São Paulo foi aprovado o programa QUALISAMPA, programa que procura dar qualificação social e profissional as pessoas com os seguintes requisitos: ser residente e domiciliado no Município de São Paulo, ter entre 16 (dezesseis) e 60 (sessenta) anos de idade e ter, no mínimo, o ensino fundamental, não estar recebendo seguro-desemprego ou qualquer outro benefício previdenciário ou social oriundos de quaisquer dos entes federal, estadual ou municipal, possuir renda familiar mensal per capita igual ou inferior a 2/3 (dois terços) do salário mínimo nacional vigente. Lembro que este projeto é para aqueles que não recebem nenhum apoio benefício do governo Federal, Estadual e Municipal. Eu morador da Cidade de São Paulo venho passar a todos novidades ou algumas informações que não tenham chegado aos leitores e também para aqueles que não são moradores daqui e possam levar ideias para os representantes de sua região e então valorizar a população idosa que sempre trabalhou muito e precisa de atenção. Contem sempre comigo, um abraço e até a próxima edição. Fabio Faria de Sá Contabilista e diretor do Instituto IOPREV 11 5015-0500 – 11 97095-2112 fdesa@icloud.com Facebook : FabioFdeSa - Instagram : @fabiofariadesa fotos: Wikipédia

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Condominio

A importância dos Funcionários de Condominio durante a pandemia Lawrence Gomes Nogueira Advogado sócio da Advocacia Aurichio Sindico morador e Sindico Profissional

Desde o dia 27/02/2020, quando o primeiro caso da Covid-19 foi diagnosticado no Brasil, iniciou-se um incessante combate contra esta doença pelos Governantes, implantando medidas drásticas para evitar a transmissão viral, dentre as medidas implantadas temos o confinamento da população dentro de suas casas. Assim como os Governantes, os síndicos se viram em um grande dilema durante a pandemia, fechar as áreas comuns proibindo a circulação dos moradores pelo condomínio, ou liberar, mesmo que parcial, o uso das áreas comuns para que os moradores, pelo menos, pudessem ter um refúgio de toda loucura que vivemos no momento de confinamento. Independentemente da decisão do Síndico do seu prédio, de fechar as áreas comuns ou não durante o período de quarentena mais intenso, os funcionários dos condomínios tiveram um papel crucial para o conforto dos moradores enquanto estavam reclusos em seus apartamentos, vez que continuaram trabalhando com afinco mesmo com o aumento do fluxo de trabalho de limpeza das áreas comuns, do número de correspondências, das compras on-line e das entregas de refeições. Ademais, além desse aumento do fluxo comum de trabalho, frequentemente notamos que diversos funcionários exerceram atividades extras, tais como: retirada de lixo dos apartamentos dos moradores de grupo de risco e a entrega de compras realizadas on-line na porta dos apartamentos, evitando a possível exposição dos moradores, especialmente do grupo de risco, nos elevadores e nas áreas comuns. Os funcionários, mesmo com a exposição ao vírus, es-

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Sr. Ve

Srs. Antoni


io e Jaime

Fotos: Redação

eronil

pecialmente, nos transportes públicos para locomoção ao trabalho, continuaram a assumir seus postos de trabalho, com a mesma dedicação de sempre no desempenho de suas atividades. Assim, não restam dúvidas que o bom funcionamento de todas as rotinas dentro dos diversos condomínios deve-se exclusivamente pela dedicação dos funcionários, que seguiram com todos os protocolos de saúde e segurança, para que pudessem manter as áreas comuns limpas e higienizadas, portaria organizada com o grande aumento das entregas, deixando os suportes de álcool (gel e liquido) sempre abastecido, em suma, todos os funcionários se desdobraram para que os moradores pudessem se sentir seguros dentro de seus apartamentos no momento mais delicado do confinamento. Isolados da sociedade, inclusive de amigos e parentes, frequentemente os funcionários foram as únicas pessoas que os moradores tiveram contato mais próximo. Não há dúvidas que os funcionários agiram de forma a amenizar os efeitos negativos do isolamento social, seja ouvindo o desabafo dos moradores mais isolados, seja se fazendo presente na entrega das correspondências/compras on-line, trazendo alento em um momento de extrema solidão para muitos. Vale lembrar que, mesmo antes da pandemia, os funcionários de condomínio são pessoas em que os moradores mais idosos, especialmente aqueles que moram sozinhos, podem contar em momento de necessidade, seja para serviços simples, como troca de lâmpada e chuveiro, como tarefas mais complexas como locomoção em cadeiras de rodas, banho e até um bom bate-papo pelo interfone, afastando a solidão do dia a dia. Mesmos os funcionários não sendo considerados pelos Governos Estadual e Municipal como grupo prioritário na vacinação, continuaram sempre na linha de frente para que o condomínio pudesse estar sempre limpo, organizado e seguro. Como síndico, gostaria de deixar através deste breve texto todo o agradecimento aos funcionários do condomínio onde moro e sou síndico, estendendo este agradecimento à todos os demais funcionários de condomínios do Brasil, por toda sua dedicação na proteção de todos os moradores, especialmente nesse delicado momento de pandemia que atravessamos. E você, já agradeceu os funcionários do seu condomínio por essa dedicação no momento mais delicado que vivemos nos últimos anos?

lawrencegnogueira@adv.oabsp.org.br

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Grande Conselho Municipal do Idoso São Paulo - SP

Redação Na semana passada conversamos um pouco com as novas conselheiras eleitas para o GCMI e as mesmas fazem parte do Grupo de Trabalho e Negócios 60+. Para aqueles que não sabem O GCMI é um órgão colegiado que tem por finalidade contribuir para a formulação de políticas públicas para promoção do bem estar e qualidade de vida para a pessoa idosa. As Conselheiras entrevistadas são: Dulce Cristina (representante do Centro), Norma Rangel (representante da zona sul), Maria Enaura Vilela Barricelli (representante da zona Oeste) e Maria Apareceida Cruz de Souza ( representante da zona Norte) 1)

O que vem a ser o Grande Conselho Municipal do Idoso?

O Grande Conselho Municipal do Idoso (GCMI) é um órgão colegiado que tem por finalidade contribuir na formulação de políticas públicas para promoção do bem-estar e qualidade de vida para a pessoa idosa. 2)

Quais as principais atribuições do Conselho e de cada Conselheiro?

O GCMI propõe politicas e atividades de proteção e assistência à pessoa idosa no município de São Paulo, promove discussões e encaminhamentos quanto a temas pertinentes à defesa, proteção e valorização da pessoa idosas e, também acompanha e fiscaliza entidades governamentais e não governamentais que prestam assistência à pessoa idosa. Os conselheiros atuam em Comissões de Trabalho, definidas por áreas específicas, nas quais subsidiam as políticas públicas na respectiva área, com sugestões de programas e elaboração de ações junto às Secretarias Municipais. Atualmente, são quatro Comissões: - Comissão A: Saúde e Habitação - Comissão B: Trabalho, Verde e Meio Ambiente e Transporte - Comissão C: Cultura, Educação, Esporte e Lazer - Comissão D: Segurança Urbana e Tecnologia 3) Os Conselheiros são remunerados? As funções não são remuneradas, consideradas legalmente como serviço relevante. 4) São feitas reuniões? Sim. Há um calendário mensal de reuniões ordinárias, com a participação da população, bem como as restritas aos Conselheiros. No entanto, quando necessário, são realizadas reuniões extraordinárias. As Comissões também realizam reuniões mensais.

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Papo Animal

Na saúde e na doença Saúde Única, sonhos coletivos FMVZ - USP

Como muita gente sabe, o médico-veterinário cuida da saúde e do bem-estar dos animais, mas você sabia que ele também cuida da gente? Esse mês vamos conhecer melhor esse profissional de estimação! Ao cuidar da saúde de nossos animais de estimação, o médico-veterinário está cuidando da saúde de toda a família bem como da saúde da população local. Isso ocorre porque o médico-veterinário se ocupa também da prevenção e controle de zoonoses, ou seja, das doenças que são transmissíveis entre homens e animais (pelo contato direto ou indireto - através do ambiente ou alimentos contaminados ou por vetores) como a raiva, toxoplasmose, esporotricose, ancilostomíase, toxocaríase (larva migrans), leishmaniose, histoplasmose, criptosporidiose, sarnas, dermatomicose, salmonelose. Mais de cem zoonoses estão associadas aos animais de estimação e esse número aumenta consideravelmente, com a adoção de animais silvestres como animais de estimação. Eles albergam muitos agentes com potencial zoonótico cujo contato frequente propicia oportunidade de transmissão ao homem. Dito desta forma, parece que estamos falando dos profissionais da vigilância em zoonoses, distante do núcleo familiar, mas ocorre que o médico-veterinário clínico, é parte das estratégias de monitoramento dos sistema de vigilância para a prevenção e controle das zoonoses de interesse nacional, regional e local. Ao diagnosticar um caso, além de cuidar do animal doente, ele também cuida das pessoas quando notifica as autoridades sanitárias para adoção de outras medidas de controle específicas na região e ao orientar a família quanto às medidas ambientais e comportamentais para evitar que a doença se dissemine entre seus membros. Como os animais de estimação são sentinelas para várias doenças, o médico-veterinário pode também sugerir que a família consulte um médico, a depender do caso. Para além das doenças infecciosas, o médico-veterinário que atende um animal com sinais de violência ou maus tratos, pode ser o profissional que primeiro constata um alerta para casos de violência interpessoal e desvios de comportamento no ambiente doméstico. No ciclo da violência doméstica, a violência contra o animal pode ser usada como forma de intimidar crianças e mulheres que sofrem abusos. Adicionalmente, os animais constituem uma das primeiras vítimas de pessoas com desvio de comportamento que, em algum momento, se envolvem em ataques contra a população. Assim, o correto encaminhamento desses casos para que os órgãos/profissionais competentes possam avaliar e intervir, se necessário, contribui muito para a melhoria da saúde da família. Ao praticar atendimento para esterilização dos animais e se engajar nas medidas para o manejo das populações de cães e gatos na cidade, o médico-veterinário está contribuindo para a melhoria da qualidade de vida desses animais e também dos hu-

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manos. A população desses animais na rua causa diversos conflitos como acidentes de trânsito, poluição sonora e agressões (mordidas e arranhaduras que são importantes vias de transmissão de doenças para o ser humano). Além disso, o sofrimento dos animais abandonados é muito grande, o que também causa sofrimento nas pessoas. Inclusive a estratégia de algumas pessoas de resolver o sofrimento animal pode estar associada a outro problema da saúde humana, o transtorno de acumulação. Novamente o médico-veterinário pode ser o primeiro profissional da saúde a detectar um possível caso deste, quando é chamado para atender ou avaliar as condições de saúde dos animais. Assim como nós, os animais precisam de um acompanhamento médico-veterinário regular. E, assim como muitos de nós, muitos animais só são levados ao seu profissional quando estão doentes. As razões provavelmente passam, em alguma medida, pelo desconhecimento ou má compreensão da condição de senciência dos animais, pelo desconhecimento da existência ou pela baixa disponibilidade de hospitais públicos veterinários, pela cultura de procurar um profissional apenas se não se resolver sozinho em um tempo razoável ou quando há sinais evidentes de necessidade. Além disso, muitos tutores não reconhecem a linguagem do animal e não percebem que ele está com dor ou com algum outro sintoma menos evidente. Muitas vezes só percebem que o animal está “amuado”. A prática da automedicação também se estende aos animais, embora muitos medicamentos humanos façam mal à eles, o que pode agravar o quadro. De forma geral, recomenda-se realizar um check-up veterinário anualmente até cerca de 7 anos de idade, e após esse período, os animais são considerados idosos e podem apresentar uma saúde mais frágil, sendo melhor realizar visitas ao médico-veterinário pelo menos a cada 6 meses. Eis alguns aspectos que mostram a importância da visita regular do seu amigão ao profissional de estimação. Vacinação Os cães e gatos precisam receber diferentes vacinas de acordo com a espécie, a idade e até mesmo o local onde vivem. Algumas doenças são de interesse nacional, outras, regional ou mesmo local, dependendo da situação real de risco de transmissão da doença na localidade. Apenas o médico-veterinário saberá indicar as vacinas recomendadas para o animal, segundo a espécie, idade, condição física e região em que mora. Cada vacina tem suas particularidades referentes às condições de armazenamento e aplicação. Por isso, siga a orientação do médico-veterinário. Avaliação nutricional A nutrição ajuda no tratamento de doenças renais crônicas, urolitíase, câncer, obesidade, doenças endócrinas entre outras. Mas, você sabia que as exigências nutricionais variam com a espécie animal, porte, idade, raça e até mesmo com o indivíduo? Outros fatores como o nível de atividade física e a existência de doenças crônicas também devem ser considerados na hora de escolher o alimento que dará ao seu pet. Caso decida cozinhar para seu pet, muito provavelmente precisará suplementar algum nutriente para atender as demandas do seu

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organismo; procure orientação com um especialista nutrólogo para que não falte nem exceda nenhum nutriente. Lembre-se que alguns alimentos são prejudiciais aos cães e gatos, confira na edição n.22 (abril) desta coluna. Diagnóstico precoce de doenças O diagnóstico precoce de uma doença pode ajudar no sucesso do tratamento. Por isso, durante os check-ups, podem ser realizados exames como hemograma (avalia processos inflamatórios e infecciosos, anemias entre outras), urina (avalia funcionamento dos rins, infecção urinária, ajuda no diagnóstico diabetes e outras) fezes (presença de vermes e protozoários causadores de doenças intestinais), bioquímicos para avaliar a função hepática e renal. Com esses exames muitas afecções são diagnosticadas ou dão os indícios para direcionar exames complementares. Eletrocardiograma e ecocardiograma que avaliam a função e saúde do coração e ultrassonografia, que permite observar as características de vários órgãos. Prevenção contra parasitas Você já deve ter visto que existem inúmeros produtos disponíveis no mercado para o controle de pulgas e carrapatos (ectoparasitas) e vermes (endoparasitas)? Eles variam na composição, modo de ação, frequência e forma de aplicação. O médico-veterinário indicará o produto mais adequado ao seu animal, de acordo com as suas características, o local onde vive e até mesmo a época do ano, e também para a higienização ambiental, já que a maior parte da população do parasita, incluindo ovos e larvas, permanecem no ambiente onde o animal vive e, se não tratado, vai ser fonte de novos parasitas. O sofrimento causado pelas picadas dos ectoparasitas vão além da coceira em si, pode evoluir para ferida grave ou pode desencadear uma dermatite alérgica ou uma piodermite, infecção que pode exigir tratamento com antibióticos. As pulgas e carrapatos podem, ainda, transmitir diversas doenças como erliquiose e babesiose e inclusive algumas zoonoses, como leishmaniose e dirofilariose. Quanto aos parasitas intestinais, que são muito frequentes, vale lembrar que alguns são agentes de zoonoses como toxoplasmose, ancilostomíase, toxocaríase. Dessa forma, nosso profissional de estimação contribui para prática integrada da saúde animal, humana e ambiental, abordagem conhecida como “Saúde Única”, buscando sempre o foco na Saúde coletiva e no bem estar geral, de pessoas e animais. Texto escrito por Gabriela Cristina de Oliveira Santos com a colaboração de Natayane do Vale Torquato; Larissa Silva Santos; Loren D’ Aprile; Luana Helena Antonini Gaia; Evelise Oliveira Telles, membros do Projeto Santuário. Se tiver sugestões de temas ou dúvidas entre em contato pelo e-mail: papoanimal60mais@gmail.com. Nos siga nas redes sociais: Instagram: @projetosantuariousp e Facebook: Projeto Santuário - FMVZ USP. Ficaremos muito felizes em ter você conosco!

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Bairro a Bairro

Ecos do Ipiranga Ana Elisa Rodrigues Bueno

Nasci e moro às margens do Ipiranga, um riacho que já foi cristalino e ouviu um brado de um povo heroico há quase 200 anos e onde, diz a História, D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil. Rio Vermelho, seu nome em Tupi, surge de três nascentes que ficam em área protegida no Jardim Botânico de São Paulo. Nasce sadio, mas ao longo de seus 11km de extensão recebe lixo e esgoto e termina poluído no Museu do Ipiranga. Suas margens plácidas estão cobertas de concreto e ladeadas pelo asfalto da avenida. Quando chega à Praça do Monumento já passou pelo descaso que gerou enchentes por anos. Até quando ele resistirá? Um dos meus primeiros passeios na vida foi ao Monumento e ao Parque da Independência que eram vistos da minha casa a três quadras de lá. A Dina me arrumava e me levava no colo ou pela mão para encontrar seu namorado fotógrafo que tirava fotos nossas nas escadarias e nos jardins. Ainda continua sendo um local muito procurado para o lazer do fim de semana dos paulistanos e de grupos de turistas; dentre esses os chineses são cada vez mais frequentes. As fotos e selfies que iam para os álbuns de família agora vão para o WhatsApp, Facebook e Instagram. As escadarias são as mesmas que foram feitas em 1922 quando o terreno foi rebaixado 14 metros para a construção de um novo jardim. No Parque fica o Museu do Ipiranga, construído entre 1885 e 1890 para ser um Monumento à Independência,

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Pira, permanentemente ac


Foto: arquivo

cesa na frente do Museu

mas em 7 de setembro de 1895 se tornou a sede do Museu do Estado, hoje Museu Paulista sob a administração da USP, desde 1963, e atualmente fechado para reforma. A expectativa é que seja reaberto em setembro de 2022 para a celebração do bicentenário da Independência do Brasil. Costumava levar amigos e parentes para visitar o Museu e também fui muitas vezes com o colégio. Lembro de admirar a maquete da cidade de São Paulo em 1841 e as ânforas com águas dos rios brasileiros. Ao entrar no salão nobre o grande impacto era estar em frente à tela “Independência ou Morte” de Pedro Américo. A história dos jardins do Museu do Ipiranga é curiosa porque quando o edifício-monumento foi inaugurado a área ao redor dele era descampada. De acordo com Paulo César Garcez Marins, Doutor em História Social pela USP e docente do Museu Paulista, quando o prédio foi projetado nas décadas de 1880 e 1890 não foi feito um tratamento paisagístico em torno dele, mas foi construído um palácio no meio das chácaras no caminho para Santos. O primeiro jardim foi pensado em 1907 para criar uma paisagem mais civilizada, de inspiração francesa, mas foi destruído durante as ampliações para o Centenário da Independência. O novo jardim com cascatas, inaugurado em 1923, também seguiu os moldes dos jardins franceses da época, porém foram usadas plantas de outras origens e mosaico português no revestimento dos pisos. Há projetos de restauração no próximo ano mantendo as características originais para comemorar o centenário do jardim. Neste 7 de setembro de 2020, o evento Museu do Ipiranga em Festa, realizado pela USP em parceria com o Sesc São Paulo desde 2017, em homenagem à Independência do Brasil, aconteceu exclusivamente no ambiente digital devido à pandemia de COVID-19. No último mes de setembro o parque da independência estava fechado, assim como os outros parques, para evitar aglomerações e assim sendo a festa do 7 foi em casa.

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Falando em escrever

Flávia Muniz Alma noturna Rosa Maria Rodrigues Castello Consultora em Direitos Autorais

Coluna: Falando em Escrever para a edição de agosto de 2021 apresento Esmeralda Ortiz, uma garota talentosa, determinada e com uma trajetória de vida incrível. Conheci Esmeralda ano de 2003 quando trabalhava na Editora Moderna. Hoje tenho o privilégio de poder tê-la como uma das autoras agenciadas pela Castello. Juntas, estamos trabalhando em alguns projetos e na prospecção de suas obras. Agora, 20 anos depois do lançamento em 2001, da obra “Esmeralda - Por que não Dancei”, nossa meta é atualizar e reeditar o livro com muita emoção para que seja lançada em uma boa casa editorial. Conheça sua história Esmeralda Ortiz, 41 anos, escritora, palestrantes, cantora e compositora. Esmeralda Ortiz escreveu com o jornalista Gilberto Dimenstein o livro “Esmeralda - Por que não Dancei” (editora SENAC) contando a história de sua vida, e o livro O Diário da Rua (Editora Salamandra) sobre brincadeiras de crianças que vivem nas ruas, o Livro As Incríveis histórias do Tio Barbudo (Editora Uirapuru). Por que não Dancei que foi premiado pelo PBNE 2011, é adotado por várias escolas particulares do país e pelo Mec. Esmeralda faz palestras para escolas, empresários e ONGs, sobre sua difícil, porém rica trajetória de ex menina de rua, e de sua superação. Já formada em jornalismo escreveu colunas para o caderno Folhinha do Jornal Folha de São Paulo e para jornais de bairro. Trabalhou no programa Profissão Repórter, quadro realizado pelo Jornalista Caco Barcelos para o Fantástico, Jornal da TV Futura, Jornal da TV Cultura e TV PUC... Em entrevistas de divulgação de seu trabalho como

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Fotos: enviadas pela c


colunista - divulgação

escritora e cantora, Esmeralda já esteve cantando em vários programas de TV tais como: Marilia Gabriela, Programa do Jô, Programa Provocações (Albujanrra), Manos e Minas, TV Record, Jornal da TV Futura, Programa da Hebe, Programa Móbile (Fernando Faro), TV Justiça, Programa Dia A Dia, TV Justiça, Alltv, Hora do Faro, jornal Hoje, Jornal nacional, Programa Hoje em Dia... Como palestrante Esmeralda Ortiz desenvolve palestras sobre a sua história de superação das drogas em escolas públicas, escolas privadas, ONGS, instituições, empresas, universidades, casas de culturas, SESC, Senacs e instituições prisionais em todo o território brasileiro. Já ministrou palestras nos seguintes lugares: .Fórum mundial social 2001 - Porto Alegre . Fórum mundial social 2009 - Belém do Pará . Ex- Primeira dama dos Estados Unidos e membros da Casa Branca. . UNICEF - Brasil . Vídeo conferência nacional em todos os Senacs, Sescs, e Sesis no Brasil. . Palestra para na universidade Paulista de Medicina . Palestra no Presídio Adriano Marrey . Palestra em todas as unidades da Fundação Casa em São . Palestra em empresas multinacionais . Palestra para moradores de rua. . Palestras em escolas públicas ... Interprete e compositora, Esmeralda Ortiz lançou em um CD de sambas autorais pelo Selo Sesc chamado Guerreira aonde canta suas composições e composições de Candeia, Pixinguinha, Magnu e Maurício… Como cantora já se apresentou em vários palcos e rodas de samba de São Paulo e no Brasil com um repertório de sambas de roda, choro e partido alto. Esmeralda já se apresentou nos palcos da Vila do Samba, Bar Pau Brasil, Escola de Samba Vai - Vai, Rua do Samba, Projeto Cantinho, Samba da Vela, Projeto samba de todos os Tempos, Bar do H, Bar Bhrama, Escola de samba Camisa Verde e Branco, Feira Preta, Rua do Choro, SESC Pinheiros, SESC Bertioga, Uberlândia, Centro Cultural da juventude Ruth Cardoso, Céus, Casas de Culturas, SESC Pompeia, SESC Vila Mariana, SESC 24 de Maio, SESC Bom Retiro. BLOCO Akomabu São Luís do Maranhão, Alemanha Minas Gerais, Bar Gamboa Rio de Janeiro, Salvador, Ceará… Alem de sambas inéditos cantas musicas de: Mestre Candeia, Clara Nunes, Ataulfo Alves, Geraldo Pereira, Marisa Monte, Cartola, Pixinguinha, Tereza Cristina, Chico Buarque, Ivone Lara, Roberto Ribeiro...

Rosa Maria Rodrigues Castello Sócia-Diretora Castello Consultoria Editorial rosa.castelloconsultoria@gmail.com + 55 11 99999-1893

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Caminhos de Portugal

Aterrando em Portugal Cidália de Aguiar Bióloga, professora, repórter 60+

Caro leitor: Portugal aqui tão perto, apesar das distâncias, tem muito para oferecer, conhecer ou visitar. Por um olhar e uma vontade portuguesa, é nosso propósito dar a conhecer alguns aspetos deste país que fala a mesma língua e que, deste modo, está à distância de um clique… O que há para ver logo que chega a Lisboa? Um ponto imprescindível de qualquer visita é passar pela Estação do Oriente/Gare do Oriente, uma das interfaces ferroviárias e rodoviárias mais importantes de Lisboa, em Portugal. concluída em 1998 para servir a Expo’98, e, posteriormente, o Parque das Nações. De acordo com Santiago Calatrava, o arquiteto deste complexo, a Estação do Oriente resume-se ao seguinte: “O complexo estende-se de leste para oeste na seguinte configuração: terminal rodoviário e parqueamento; estação de metro; estação de comboios; galeria longitudinal”. O Parque das Nações, logo à saída da Gare do Oriente, é um exemplo de requalificação urbana a nível mundial e herdeiro da EXPO’98. Arquitetura de excelência que merece a atenção do visitante presencial ou virtual são o Pavilhão de Portugal, o Pavilhão Atlântico, a Torre Vasco da Gama e o Oceanário. Marcado por uma vasta área de jardins desenhados ao longo de 5 km de frente ribeirinha, tem como cenário o magnífico rio Tejo. O Pavilhão de Portugal, concebido pelo Arquiteto Álvaro Siza Vieira, é composto por dois corpos principais, salientando-se que um é uma praça coberta por um lençol de betão que é constituído por uma fina lâmina deste material. A Torre Vasco da Gama configura uma alusão direta às antigas naus, com um restaurante circular no topo (onde pode experimentar uma refeição excecional), lembrando uma vela enfunada pelo vento e o casco de um navio.

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CriativA Idade

Que cor você está hoje? Depressão na maturidade Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

Muitos, sabem que um dos males do século XXI é a depressão que cada vez mais, atinge pessoas que viveram várias fases da vida como infância, adolescência, juventude, sem nenhuma presença da doença, e só na maturidade encontram - se com esse diagnóstico, muitas vezes não sabendo o que é nem como enfrentar. Ampliando o entendimento sobre esse assunto, o que é depressão afinal? A depressão é um transtorno emocional que se caracteriza por um estado de melancolia e tristeza intensa e permanente. Quando a pessoa em qualquer idade, passa por momentos de enfrentamento na vida, é natural sentir tristeza, desânimo, angustia ou mau humor. Porém, após alguns dias, esses sentimentos são substituídos o indivíduo retorna a vida sem que haja predominância do que sentia antes. A pessoa acometida pela depressão, passa mais tempo nesse cenário de sofrimento, caminhando para um estado de profundo vazio e comportamentos destrutivos. Como resultado, o dia a dia dela fica comprometido, a doença passa a impactar sua capacidade de realização das demandas cotidianas como comer, dormir, trabalhar, estudar, e conviver. Os sinais e sintomas da depressão incluem modificações na fala, no sono, nas ideias e pensamento, na memória e raciocínio lógico, no emocional entre outras. Existe uma pré disposição fisiológica, psicológica no depressivo e também um meio que poderá influenciar no desenvolvimento do transtorno. É importante estar atento antes de afirmar o quadro de depressão. Isso significa que nem sempre uma pessoa que passa por eventos extraordinários na vida, obrigatoriamente terá depressão. Alguns sinais podem indicar o diagnóstico, como por exemplo: passagem por experiências de luto, estresse, abuso de drogas lícitas ou ilícitas, distúrbios do sono, questões de saúde física como dores crônicas, alterações nos neurotransmissores, que acabam modificando a estrutura cerebral, traumas e abandono no

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primeiro setênio de vida, e histórico de doenças na família. O resultado desses sinais podem aparecer trazendo sentimento de culpa, pensamentos ruins, sensação de inutilidade, desesperança, cansaço continuo, falta de esperança, auto crítica excessiva, excesso, angustia, inquietude, irritabilidade, alta sensibilidade, imprudência, e baixa autoestima. Enfim, aquele colorido da vida desaparece e tudo fica sem cor, opaco, todos os dias a pessoa com depressão está sempre incolor. Rubem Alves já dizia: que cor você está hoje? Empreste- me suas cores para colorir meu dia. O poeta se referia a importância de perceber e conviver com um outro, sendo fundamental a necessidade de haver pessoas na vida como parte da história de cada um. O ser humano não foi criado para estar só, em todas as idades ele precisa se relacionar com pessoas e aprender a respeitar as diferenças, desenvolver autonomia, exercitar a empatia, promover a inclusão, e buscar a vida plena e abundante. O colorido da vida pode permanecer mesmo após a aposentadoria de um trabalho que tomou anos e anos da vida, na situação de síndrome do ninho vazio, perda de um companheiro ou companheira de anos, luto e até na constatação da depressão, desde que se perceba, se conheça, aceite-se, em frente e supere-se, para encantar e inspirar-se na vida com apoio de pessoas que são capacitadas à ajudar. Parece fácil, mas é um grande desafio, pois além da busca por um psicólogo ou psiquiatra, para diagnosticar, tratar e acompanhar com vários recursos existentes, não se deve limitar a essa condição, mas sim, lembrar-se que o ser humano é muito potente e maior que essa condição. Importante ainda é saber que nem sempre quem passa por situações difíceis e apresenta alguns dos sintomas estará em depressão, por isso, a investigação médica, será o caminho para ter um diagnóstico preciso. Produzir sonhos, realizá-los, e encontrar o propósito de vida na maturidade, é uma missão! Um exercício de sabedoria para buscar o colorido mesmo quando tudo parecer incolor. As cores estarão presentes na forma como cada um vive e se expressa nesse mundo, nas relações com as pessoas escolhidas e até com aquelas que não escolheu. Estarão presentes ao saber que nada é maior do que estar vivo, mesmo num estado em que se encontrar “desbotado”, nada poderá roubar-lhe o colorido da vida definitivamente, deixando-a opaca, a escolha do fazer está em cada um, ser protagonista, não justificar os fracassos e frustração naquilo que a vida fez consigo mas sim usar esse acontecimento para ser o combustível de transformação e reverter dando cor e forma a cada pedacinho do Eu na existência. Comece colorindo, buscando serotonina que lhe falta, ela regulará o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade e funções cognitivas. Pinte, borde, cozinhe, cante, dance, desenhe, escreva, recite aquele poema, leia, conviva! Faça o que lhe dá prazer... A arte do encontro pode ser um grande aliado no tratamento da depressão e com certeza todos podem vencer esse mal colorindo – se com as cores da vida.

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Caminhos da Argentina

Este nuevo método que detecta signos de actividad volcánica años antes de las erupciones Norberto Worobeizyk

Fuente: Sergio Parra Xataka Ciencia

Una nueva metodología, basada en un aumento sutil pero significativo de las emisiones de calor en grandes áreas de un volcán en los años previos a su erupción, puede predecir estos eventos con suficiente margen de adelanto. Esto permite ver que un volcán se ha vuelto a despertar, a menudo mucho antes de que aparezcan los otros signos. El nuevo método se ha desarrollado utilizando datos satelitales por parte de científicos de la NASA y la Universidad de Alaska en Fairbanks. Datos satelitales Para varios tipos de volcanes que han entrado en erupción en las últimas dos décadas, el equipo de estudio analizó 16 años y medio de datos de calor radiante de los espectrorradiómetros de imágenes de resolución moderada (MODIS) a bordo de los satélites Terra y Aqua de la NASA. Tenemos las primeras pruebas de que en Venus no solo hay volcanes sino que también están activos En Xataka Ciencia Tenemos las primeras pruebas de que en Venus no solo hay volcanes sino que también están activos A pesar de las diferencias entre los volcanes, los resultados fueron uniformes: en los años previos a una erupción, la temperatura de la superficie radiante en gran parte del volcán aumentó alrededor de 1 grado Celsius con respecto a su estado normal. Disminuyó después de cada erupción. En particular, los científicos creen que el aumento de calor puede resultar de la interacción entre los depósitos de magma y los sistemas hidrotermales. Según explica el coautor del estudio, Paul Lundgren de JPL (Jet Propulsion Laboratory)

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Variações in VIVO

Interiores... Dra. Lairtes Temple Vidal Psicóloga/acupunturista fitoterapeuta

De todas as maneiras Uma há de haver Em que eu possa te encaixar Entre o hoje anoitecer E o amanhã antes de tardar Do prelúdio ao intermezzo Tudo aquilo que eu prezo Tento e peço Imploro e rezo Atentar a tentação Sutil ou intensa Da vontade imensa Naquilo que se pensa Saber e não saber Querer Entender a situação Amplitude da razão Avessa Sentimento que não tarda Apressa a sensação Sensatez retarda Despida de certeza Vestida de nudez Reversa o verso Inverte o caso Converte em acaso Acaba em descaso Na passada em descompasso Realmente não te encaixo Irrompe o laço Lá se vai pra de onde veio

arte montagem: redação

DEVIR

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LUÍSA LUZIA Em tudo que fazia ela brilhava e isso mexia com as pessoas, coisas e contextos. Nela as pessoas se inspiravam, esperavam, exasperavam. Quando chegava alegrava a festa de arromba. Sorria um sorriso diferente, para cada tipo de deleite, para todo tipo de gente. No andar a leveza da beleza, o desfile da passarela, o balanço da ginga, a cadência perfeita pra toda dança de qualquer baile. Seu toque era de midas. Seu olhar de diamante. Seu coração pulsante ecoava retumbante. Na escola era a primeira. Na fanfarra a baliza. Na formatura a oradora. Na gincana a vencedora. No concurso a miss. Na bandinha a cantora. Na serenata a declamada em cantata. No sorteio a premiada. Na seleção a artilheira. Na roda de “footing” sempre escolhida, eleita a preferida. Não conhecia a indiferença, a displicência, a inveja, a maledicência. Se der tempo, se sobrar, depois eu vejo, outra hora... para ela isso não havia. Sem demora Luísa reluzia. Até que um dia, em meio a uma ciranda, em um dado contexto de coisas e pessoas, um fiozinho de água verteu do solo e, devagarzinho foi alargando e, alagando fez uma poça. Todos que ali estavam formaram naturalmente uma roda em volta do singelo pequeno gêiser, deram um passo atrás, acompanhando o círculo que se ampliava, e olharam para baixo, cada um encaixando a cabeça na direção das próprias pernas, vendo a água límpida brotar do chão formando um claro espelho arredondado, e, admirados, admiravam cada qual seus rostos, cujas faces, todas elas, refletiam uma única tez, o semblante de Luísa. Luísa reluz em cada um. Não somos tudo. Mas, em cada pouco, um tanto. Somos pessoas capazes de brilhar na gincana, na passarela, no concurso, aqui e acolá. Quando quisermos. O necessário ou o suficiente, se possível ou desejável, o brilho reluzirá, principalmente se formos mais capazes em admirar o que de bom reluz no outro e nos deixarmos iluminar por essa irradiação, sem mazelas.

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Buscando palavras

Profissão: Escritor Vania Clares Escritora A.C.L

Sou paulistana, escritora, contista e poetisa e gestora da Sarasvati Editora e Comunicações. Licenciando em Filosofia e ativista cultural. Participei de vários encontros literários na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Sou membro da ACL- Academia Contemporânea de Letras, tendo como patrono, Caio Fernando Abreu. Não precisei de muito tempo para entender que a poesia é a minha forma de expressão. Desde menina, quieta e tímida, meu refúgio era a biblioteca do colégio, onde uma abençoada bolsa me permitiu apreciar e aproveitar o conhecimento. Lia, pensava, observava e ensaiava sonetos, contos, histórias. Casei-me cedo, quatro filhos e com a viuvez precoce assumi o papel de provedora, educadora e sempre escrevendo, mesmo sem saber a que serviria. Com quase quarenta anos resolvi participar de algumas oficinas literárias, o que me deu a certeza do caminho a seguir. O primeiro livro aconteceu em 1992. Sem a escrita não existiria, tudo é motivo para registrar impressões, as minhas e as dos outros. O escritor, sem medo da fragilidade a que isso o expõe, é o retrato do seu tempo, escancara a alma e o pensamento. Doa generosamente as suas palavras e, às vezes, é só o que precisamos, a palavra e a poesia. Recentemente reli a biografia de Cora Coralina e toda vez me emociono. Uma mulher humilde, que estudou até a 3ª. série do primário, que fazia doces para sustentar quatro filhos, teve a sorte de ser descoberta por Carlos Drummond de Andrade e aos 75 anos conseguiu publicar o primeiro livro de poesias deixando uma obra belíssima. Alguns exemplos também me emocionam e incentivam: José Saramago foi autodidata, trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e também publicou na maturidade. Herman Hesse foi operário. Rui Barbosa, jurista. Carlos Drummond de Andrade foi funcionário público. Lya Luft, professora universitária. Vinicius de Moraes foi diplomata. Ignácio de Loyola Brandão, jornalista. Machado de Assis, de vendedor de doces fundou a Academia Brasileira de Letras juntamente com José Veríssimo e tantos outros ligados ao ofício da palavra, mas não tendo a profissão de escritor, que é uma profissão regulamentada, mas não reconhecida. Em 2008, o Deputado Antonio Carlos Pannunzio entrou com o Projeto Profissionalização do Escritor, projeto de Lei nº 4641, inspirado talvez em outros países como a Inglaterra, onde toda editora é obrigada a doar um livro de todos títulos publicados para as bibliotecas, como a Espanha, a Alemanha e a Argentina, onde os escritores recebem subsídios para sobreviver. Aqui no Brasil, há alguns anos, nosso Mário Prata lutou para poder preencher seu Imposto de Renda corretamente, escritor ao invés de assemelhado, enviando uma carta ao então presidente Fernando Henrique Cardoso, assim como lutaram Leila Miccolis, Urhacy Faustino e tantos outros. Algumas entidades e associações trabalham arduamente como é o caso de UBE, onde já aconteceu o Congresso Brasileiro de Escritores com a presença de

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vários autores, com palestras, oficinas e saraus. Apesar de tudo, o Projeto 4641 foi indeferido em abril de 2012. Talvez, penso eu, pode ser muito complicado inventar-se leis com seus deveres e direitos. O que regeria? Teríamos exceções? Cora Coralina por exemplo, sem ter cursado uma universidade poderia ser escritora? O que estaríamos perdendo se fosse uma das exigências? É difícil imaginar quais seriam os quesitos, as exigências, afinal, temos estilos, idades, poetas, contistas, tradutores. Imagino também quantos analfabetos seriam nomeados e listados para qualquer benefício que poderia advir; haja visto o cabide de empregos, o nepotismo que assistimos. De qualquer maneira, não existe escola para formar um escritor, assim como um jornalista que assina sua matéria sem precisar de diploma. Eu mesma fico nesse impasse. Assumir ser escritora - independente de renda ou regulamentação - é o que menos se pensa quando se tem essa arte. Tenho meu ganha pão e encontro espanto quando digo que trabalho na área financeira e administrativa, desde os quatorze anos por força da necessidade. Gosto do que faço, mas gostaria também de ter mais tempo para me dedicar, passar mais noites em claro, obedecer a minha sina. Sempre deixei meu ofício de escrever como uma coisa minha, meu segredo, meu registro de vida. Já com a família formada, escrevendo desde sempre, procurei as Oficinas Literárias para sentir meu texto. Ainda me vejo ao lado do Plínio Marcos, num grupo de quase oitenta pessoas, entre artistas, jornalistas, oito poetas. Num exercício para a liberação da palavra eu grito: “Não é minha essa terra, nem o espaço em que levito, não é minha essa luz, nem o canto que tento, só é minha essa angústia e a vontade de voar, só é minha essa carga e a contradição de seguir”. E questiono: que faço com isso? Ele, quase irado, me ordena: aproveita esse dom, solta essa poesia! Mais tarde, Caio Fernando Abreu me pergunta com lágrimas nos olhos, ao ouvir no meu poema: ...”é um defeito meu não saber falar e aparecer com folhas escritas...” Vania você acha que é um defeito? Caio, querido amigo dos silêncios repletos de palavras, prefaciou meu Urgências de Auroras em 92 dizendo: “... E me pergunto então se a poesia não será, justamente, a recriação obsessiva e delicada de algo que, sem ela, seria insuportável de ser vivido”. Seria mesmo, eu respondo agora, não saberia ter trilhado outro caminho senão este. Algumas coisas, depoimentos de amigos, emoções que me são devolvidas sempre me levaram a publicar meus livros, quatro dos quatorze já escritos. Sei produzir o livro depois de escrito, registrar na FBN, catalogar na CBL, obter ISBN, revisar, diagramar, escolher o papel, acompanhar a impressão, organizar encontro para autógrafos, enviar convites, negociar as porcentagens com livrarias, já trabalhei para editoras e aprendi. Tenho muita coragem para enfrentar essas etapas, mas sou péssima vendedora. Quase todos escritores são. Invejo os que andam pelas noites vendendo de mão em mão, os que se mantem só escrevendo, os que conciliam com outras atividades mais coerentes como teatro, cinema, artes plásticas. Não almejo sobreviver de livros, muita utopia para este Brasil faminto, mas sonho ainda com uma forma de viabilizar meu projeto de vida, vender um livro para produzir outro pelo menos, alguma forma para que aconteça isso, que apareçam mecenas, empresas, forças ocultas, loterias, quem sabe?! Não me sinto no direito de desistir, pelo que sei da minha densidade, do que posso dar, da transpiração que vem depois da inspiração. Não me sinto nesse direito. Fico imaginando quando eu me for deste plano o que meus filhos farão com o legado de tantos papéis... Mas um direito acho que posso ter: o de pedir que comprem meus livros, presenteiem os amigos, ajudem a divulgar, compartilhem, peçam mais, preciso continuar... Afinal, o que alimenta a alma é menos importante do que alimenta o corpo?

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Falando em leitura

Arcadismo Marly de Souza C. Almeida Pres. da Academia Contemporânea de Letras

E na viagem que estamos fazendo pelas escolas literárias, vamos revisitar o Arcadismo. Este estilo literário surgiu na Europa no século XVIII, durante a ascensão da Revolução Industrial e sob forte influência do Iluminismo, ao mesmo tempo em que os escritores árcades buscavam opor-se ao Barroco, que tinha como características predominantes o exagero e o excesso. O movimento recebeu o nome de Arcadismo porque se originou em uma região da Grécia Antiga chamada Arcádia, onde supostamente era a morada do deus Pan. Os autores árcades, muitas vezes considerados “falsos”, faziam usos de muitos pseudônimos e, em sua maioria, esses nomes artísticos eram baseados nos pastores da poesia grega ou latina. Isso explica a presença da mitologia greco-romana e do pastoralismo. As principais características do Arcadismo são: forma de escrita simplificada, poetas e vidas simples e humildes, valores da natureza, valorização da pureza, beleza e ingenuidade, oposição ao Barroco, figuras mitológicas, uso de pseudônimos bucólicos e pastorais, preferências por sonetos, uso de expressões em latim, como por exemplos: · Carpe diem: significa aproveite o dia, referência à vida simples que idealizavam os árcades, além disso, traziam a ideia de que era preciso viver intensamente, pois a vida passa rápido; · Fugere urbem: significa fugir da vida urbana, preferindo a vida no campo, bucólica e pastoril; · Inutiliza truncat: significa escrever de forma simplificada, sem exageros e excessos, como eram encontrados na escrita barroca; · Iocus amoenus: lugar ameno, cheio de paz e tranquilidade, para se viver, longe da aglomeração e agitação da zona urbana. Os principais escritores brasileiros desse período foram: Cláudio Manuel da Costa, Santa Rita Durão, Basílio da Gama, Tomás Antônio Gonzaga, Manuel Inácio da Silva Alvarenga. A seguir há um exemplo de soneto escrito por Cláudio Manuel Da Costa:

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O Uraguay Basílio da

Tomás Antô


- poema épico de a Gama - 1769

Ninfa cruel, que derramando agora Vens o líquido orvalho cristalino, Não confundas o pranto matutino Co’as lágrimas gentis que Nise chora Não despertes, repousa, ó bela Aurora, Que no berço em que alegre te imagino Te acompanha outro amante peregrino, Que Aurora mais feliz em ver-te adora. Ela, porque seus raios vê diante, O rosto banha em fúnebre lamento, Sendo força deixar a Fábio amante. Que direi desse ingrato movimento Senão que foi vingança, ó Ninfa errante, Da inveja que te deu seu luzimento. Algumas das obras mais conhecidas do Arcadismo do Brasil são: · Caramuru (Santa Rita Durão); · O Uruguai (Basílio da Gama); · Cartas Chilenas (Tomás Antônio Gonzaga); · Poema Épico do Descobrimento da Bahia (Santa Rita Durão) Agora o Poema Épico do Descobrimento da Bahia: CARAMURU (Santa Rita Durão) CANTO I I De um varão em mil casos agitado, Que as praias discorrendo do Ocidente, Descobriu o Recôncavo afamado Da capital brasílica potente: Do Filho do Trovão denominado, Que o peito domar soube à fera gente; O valor cantarei na adversa sorte, Pois só conheço herói quem nela é forte.

FONTES: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/arcadismo.htm https://www.significados.com.br/caracteristicas-do-arcadismo/ https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-do-arcadismo/ https://pt.wikipedia.org Imagens enviadas pela Colunista

ônio Gonzaga

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Aprendizagem na 3ª idade

Somos aquilo que lembramos Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga Educadora no projeto Feliz Idade

Perguntou um leitor desta Magazine 60+, exemplificando algumas das preocupações que passam a existir ao nos percebermos envelhecendo: “É natural a pessoa apresentar falhas de memória com o avanço da idade? A atenção fica prejudicada no idoso? A pessoa, à medida que envelhece vai perdendo sua capacidade de concentração?” À medida que envelhecemos começamos a apresentar lapsos de memória, desatenção, raciocínio lento e outras tantas condições que nos são desfavoráveis. Pior, percebemos estas nossas fragilidades, passamos a ponderar sobre o fato de estarmos envelhecendo e atribuímos à velhice as dificuldades que passamos. A ligação entre o incômodo que resulta dessas situações e a ideia da existência de alguma forma de demência se desenvolvendo é comum para muitas pessoas. Entretanto, tais ideias nada mais são do que estereótipos negativos que se mantém há longo tempo e retratam a realidade da velhice, talvez de outras épocas quando envelhecer era sinônimo de se tornar doente, dependente, mal-humorado, incapaz de exercer uma atividade produtiva e sustentar a família. A expectativa de vida aumentou muito no último século, fenômeno que impulsionou a ciência a realizar estudos e pesquisas que explicam os fatores determinantes do envelhecimento, da longevidade bem como as possíveis situações que deles resultam. Nunca essa etapa de vida foi tão estudada e ainda há muito para ser descoberto e esclarecido pela neurociência em relação à chamada terceira idade. Nossas lembranças são particularizadas, exclusivas. Elas nos tornam pessoas únicas, diferentes de todas as outras. O modo como nos recordamos das diversas circunstâncias vividas se reveste das emoções, do nível de compreensão e consciência e do estado de ânimo que apresentávamos quando os fatos ocorreram e foram memorizados. É este contexto pessoal, íntimo que garante a fixação, na memória, das ex-

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Fotos: cuidamos.com

periências vividas. Daí, muitas vezes a surpresa ao percebermos que nossas lembranças diferem das de nossos familiares, amigos ou até do relato de desconhecidos que participaram do mesmo evento. Nossas recordações são parciais, incompletas, apresentam vieses e distorções – já que nunca conseguiremos, por nós mesmos, abranger em sua totalidade, a vivência das situações que depois recordamos. Além disso, a memória grava o essencial, sendo muito boa nisso, muito mais do que para os detalhes. As emoções e os estados de ânimo são os maiores reguladores: “Somos aquilo que recordamos” afirmam os pesquisadores. O envelhecimento provoca uma lentificação da fisiologia, inclusive da memória, que se encontra estreitamente ligada à atenção e à concentração. Assim, o tempo necessário para a recuperação de uma memória pode ser mais longo. Nem por isso, essa memória é menos precisa. Para os idosos as memórias recentes são mais difíceis de serem retomadas do que as memórias adquiridas há mais tempo. Uma das possíveis explicações para isso é que talvez o idoso já não se sinta estimulado o suficiente para atentar aos detalhes ou aprofundar-se na informação, o que resultará em uma informação desnecessária. O que fazer, então para conservarmos nossa memória em bom estado e garantir uma velhice saudável? Sono: um sono tranquilo e reparador é o que se necessita para auxiliar o cérebro a organizar e complementar o arquivo de memórias, pois é durante o sono que o cérebro trabalha avaliando as informações que recebemos durante o dia separando-as em úteis, importantes e inúteis e descartáveis. Cuide do ambiente no qual você irá dormir, relaxe, sinta-se confortável e dê boas-vindas ao sono. Ele é um ótimo aliado na manutenção da saúde física e mental. Alimentação: uma alimentação balanceada, rica em grãos, frutas, legumes, peixes em lugar da carne vermelha, auxilia no combate aos radicais livres e torna a digestão mais fácil de ocorrer, facilita o trabalho cerebral e o processo de memorização. Bebida alcoólica: a ingestão frequente ou em excesso de bebidas alcoólicas afeta profundamente o sistema nervoso, uma vez que a bebida se torna tóxica, mata neurônios danificando o cérebro e, portanto, prejudica o processo de retenção das memórias. Estresse: todos sabemos, por experiência própria, o quanto o estresse nos prejudica e reflete em nossa saúde física e mental. Quanto mais estressados, mais irritados ficamos, mais cansados nos tornamos e mais dificuldade em nos concentrar e reter as informações teremos. Nesse clima, os resultados das atividades que fizermos ficarão aquém do desejado, o que representa mais estresse. Nossa memória fica altamente prejudicada. Dedique um tempo de seu dia para fazer sua agenda de compromissos e, ao fazê-la reserve tempo suficiente para cumpri-los com propriedade. Atividade física: a prática de atividades físicas resul-

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ta em melhor funcionamento e em maior disposição do corpo e da mente, melhora o humor, fortalece o coração e facilita o processo de aquisição, retenção e evocação de memórias. Busque informar-se sobre qual a melhor modalidade de atividade física para você, não esquecendo de considerar além de sua idade, suas condições de saúde. Procure aconselhamento de um geriatra e acrescente às sugestões que serão recomendadas, uma caminhada diária de pelo menos meia hora. Meditação: fazer yoga com regularidade, principalmente se esta prática for associada a exercícios respiratórios e de meditação, não só acalma a mente como também auxilia e fortalece o processo de memorização. Estudar sempre: frequentar cursos, desafiar-se sobre algo que lhe é desconhecido, ser curioso em relação ao mundo que o cerca e às novidades surgidas recentemente representa colocar seu cérebro para trabalhar. Assim como é fundamental realizar exercícios físicos regularmente, necessitamos também exercitar nosso cérebro sempre e cada vez mais. Não se abandone ao que você conhece ou julga saber. Leia muito, prestando atenção ao que lê. Exercite sua mente: palavras cruzadas, sudoku e tantos outros jogos que implicam resolução de problemas ou situações diversas, xadrez, quebra cabeças representam, sempre um cuidado a mais com nosso cérebro, fortalecendo nossa memória. Cuide de sua vida social: atividades com o grupo familiar, com amigos ou mesmo com pessoas desconhecidas são extremamente saudáveis. Tais encontros fortalecem a sociabilidade, permitem conversas que incluam temas variados, o riso fácil, aprofundam a amizade e os sentimentos de auto estima e amor ao próximo, exercitam o raciocínio, a memória e a vontade de atuação em grupo. Muitas das recomendações citadas permitem ações grupais. E, se o grupo for intergeracional, tiver a presença de pessoas de diferentes idades, mais estimulante serão esses encontros. Cuide de sua saúde: diversas condições contribuem para que tenhamos uma boa saúde. Além das citadas acima, visitas regulares ao médico representam o auxílio que necessitamos para mantermo-nos saudáveis. Esse cuidado implica dispender um tempo fazendo exames periódicos e visitas a médicos, o que pode ser cansativo. Nada, no entanto, se iguala à alegria de sabermos que estamos fazendo nosso melhor para nos mantermos saudáveis.

Malu Navarro Gomes

Especialista em Psicopedagogia e Neuropedagogia Atenção, concentração e memória. Práticas psicopedagógicas conforme necessiades e objetivos específicos Troca de informações, orientações sobre dinâmicas e atividades apropriadas ao idoso. blog: https://blogdafelizidade.blogspot.com + 55 11 93481 1109 email: qualidadedevidaidosos@gmail.com O BLOG DA FELIZ IDADE FOI CRIADO PARA AJUDAR, PRINCIPALMENTE OS 60+. COM ISSO, VEM RECEBENDO EMAILS E PEDIDOS DE CONSELHO OS QUAIS A EDIÇÃO DO MAGAZINE 60+ ACHA IMPORTANTE QUE TODOS LEIAM. PODE SER QUE UM DESSES CASOS ESTEJA ACONTECENDO COM VOCÊ!

Perguntas e Respostas no BLOG Feliz Idade

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Aqui entre nós Perguntas do Leitor

Estou sempre às ordens para responder dúvidas e para sugestões de temas para novos artigos. Escrevam para a Magazine 60+ ou se preferirem para o e-mail qualidadevidaidosos@gmail.com. Paulo Navarro Gomes – Guarulhos, SP – É natural a pessoa apresentar falhas de memória com o avanço da idade? A atenção fica prejudicada no idoso? A pessoa, à medida que envelhece, vai perdendo sua capacidade de concentração? Paulo, muito obrigada. Os lapsos de memória são realmente uma preocupação e suas perguntas me estimularam a escrever o artigo “Somos aquilo que lembramos” nesta edição do Magazine 60+. Espero que goste! Manuel Carlos Hermano – Ilha Bela, SP: “Meu nome é Manuel e tenho 71 anos. Faço tratamento de câncer e nesse momento estou tomando muitos remédios. Meus médicos são de São Sebastião e um deles recomendou eu contratar um acompanhante. Eu até tenho condições de pagar uma pessoa, mas estou há anos morando só e não sei se vou me adaptar” Manuel, existem momentos na vida de qualquer pessoa em que passa a ser fundamental a presença de outras pessoas, principalmente em se tratando do caso de uma doença como essa. Há várias agencias de cuidadores e você pode recorrer a elas, sem nenhum problema. Uma pessoa com 71 anos ainda possui muita vida pela frente. A medicina está evoluindo cada dia mais e logo você irá retomar sua vida, livre dessa doença e de tantos desconfortos. Nunca é demais lembrar que o fato de morar sozinho não significa ser um solitário. A presença de familiares e amigos é sempre bem-vinda. Conversas sobre assuntos diversos, a alegria de conhecer outras realidades de vida, a possibilidade de ajudar algumas dessas pessoas ou a comunidade, contribuirão para que você tenha saúde física e mental e seja grato à vida por tantas experiências que ela lhe tem concedido. M.C.R. – Rio de Janeiro, RJ: “Prefiro não falar meu nome. Meus filhos dizem que estou com Alzheimer, mas eu não sinto nada diferente. Gostaria de saber como posso saber disso sem precisar depender deles e se existem remédios para a cura.” M.C.R., Alzheimer é uma doença e, como toda doença, deve ser diagnosticada por um médico. Provavelmente você apresenta alguns lapsos de memória, distrações em algumas das atividades rotineiras e outras condições que fazem que seus filhos se refiram a essa doença, talvez como provocação para você prestar mais atenção ao que faz ou diz. Talvez sejam dificuldades comuns a idosos e não uma doença. Veja a resposta dada acima ao leitor Paulo Navarro Gomes. Recomendo fortemente que você procure um médico neurologista e relate essa situação. Este médico há de lhe aconselhar da melhor forma possível. J. Moltaban – Maringá, PR: “Meu pai com 86 anos está bem de saúde, mas só quer ficar em casa enfiado em livros. Há meses, desde que minha mãe faleceu não quer encontrar amigos e nem mesmo as netas adolescentes. O que podemos fazer para ajudar?” J. Moltaban, o processo de luto é vivido de uma forma muito particular. Algumas pessoas choram copiosamente ao se lembrar da pessoa que se foi; outras precisam extravasar suas energias trabalhando pesadamente para não ter que pensar na falta que sentirão e no vazio que se instalará em suas vidas. Seu pai talvez esteja preferindo ficar no silêncio, isolado de tudo e de todos até se sentir mais forte para enfrentar o presente e o futuro. Se ele se recusa a encontrar familiares e amigos consultem um geriatra para que ele recomende os tratamentos necessários sob o ponto de vista da medicina, mas não podemos esquecer do componente comportamental. O projeto Feliz Idade tem várias alternativas de ajuda. Aqui mesmo na Magazine 60+ você encontrará informações das atividades que desenvolvemos para os idosos.

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Reutilizando materiais

Mosaico contemporâneo

Fotos: enviadas pelo colunista

João Alberto J. Neto Analista de sistemas

Muitas histórias de grandes artistas já foram contadas nessa pequena coluna e podemos perceber como regularmente o mosaico se apresenta para o indivíduo sob a sua forma mais terapêutica. Ele é sempre uma alternativa para aprender a se concentrar, conseguir ver um mundo que está quebrado se reconstruir em outro completamente diferente, muitas vezes mais belo, e com a certeza de que podemos recomeçar a qualquer momento. É comum, no mosaico, utilizarmos o mesmo tipo de material, por exemplo: pedra com pedra, azulejo com azulejo, vidro com vidro. O mosaico contemporâneo permite que trabalhemos com materiais diferentes, ou quaisquer materiais provenientes de reciclagem, ou seja, uma obra com materiais alternativos, não comumente utilizados em mosaicos manuais. A nossa artista desse mês é a Yara Fragoso, 66 anos, formada em letras, licenciada em língua inglesa pela Universidade Mackenzie e atuou profissionalmente como secretária bilíngue. Aprendeu a trabalhar manualmente com ponto-cruz e acompanhava o mundo das artes manuais através das revistas Casa & Jardim, Casa Claudia e outras voltadas para esse mesmo assunto. Há 20 anos passou por momentos difíceis de saúde e, mesmo recuperada, seu marido Hélio Fragoso, com quem é casada desde 1977, percebeu que faltava alguma coisa para lhe dar ânimo e auxiliar na sua recuperação. Solicitou à sua filha Ana Paula que encontrasse uma escola de mosaico para que sua mãe fizesse um curso. A escola escolhida foi a Pedacinho de Arte e o primeiro trabalho foi decorar uma mesa de churrasco. E a vida andou, acompanhada sempre pela mensagem do seu marido: “Seja Feliz!” Incentivada por seu companheiro e patrocinador, fez várias viagens e cursos, alguns internacionais, aprendendo e aprimorando a sua técnica e dando a sua cara às obras que criava. O mosaico contemporâneo entrou na sua vida em 2004, pela artista Rosangela Gasparin, de Curitiba, e através dele fixou-se como artista reconhecida nessa técnica. O abstrato é a sua forma preferida. “ Me considero uma pessoa que gosta de fazer mosaico,

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não uma artista. Às vezes levanto, sento no meu atelier e crio. Não com a intensão de vender, mas de fazer”. Estudou, aprendeu e com o conhecimento adquirido passou a dar aulas, aumentando ainda mais sua bagagem. O abstrato por Yara Fragoso -“A inspiração não brota do nada. Tudo parte de um material que te chama a atenção pelo seu formato. Depois disso vem a pesquisa de outros materiais, desenho, ferramentas e a partir daí inicia o trabalho, que vai evoluindo durante o processo. A ideia vai melhorando dinamicamente”. Depois de 20 anos de estrada e muitas e muitas técnicas aprendidas e aplicadas, Yara lançou, no mês de junho de 2021, pela Editora Lux, o livro O Mundo do Mosaico por Yara Fragoso. Um livro com dicas de mosaico, como evitar erros, solução para problemas, com exemplos de técnicas, ferramentas, materiais, produzido com excelente material de impressão. “Um grande investimento, muito bonito, e o que mais me fascina, ilustrado com trabalhos feitos por mim”. É interessante como os artistas amam as suas obras. Por ele mesmo não venderia nenhuma, pois são como filhos concebidos por uma ideia ou inspiração momentânea. O artista sente o momento. Eu não sou artista, mas tenho meus momentos e minhas inspirações. Na ocasião em que fui ao atelier Garagem da Vovó entrevistar a minha amiga Lia Pereira, ao sair do meio de tantas obras fascinantes, percebi entre algumas caixas que foram colocadas na rua para serem levadas, um quadro em ponto cruz, meio desbotado, com a figura de uma bailarina de costas. Naquele momento eu achei belíssimo, mesmo com a moldura meio avariada. Por mim eu o levaria embora sem falar nada, mas como tinha outros compromissos agendados, liguei para a Lia e pedi que ela o recolhesse e guardasse para mim, para eu pegá-lo em outra ocasião. No dia seguinte Lia me ligou e explicou que o quadro não pertencia a ela e estava junto com o lixo por engano e me agradeceu. Disse também que a autora era a Yara Fragoso, uma grande amiga, e tomou a liberdade de contar o ocorrido a ela e perguntar-lhe se poderia cedê-lo a mim, pois eu o tinha salvado, e seu pedido foi atendido. Peguei-o algumas semanas depois, tentando lembrar qual ideia que tive no momento que o vi. Eu ainda o tenho guardado e a ideia do que eu faria com ele está guardada em minha cabeça bagunçada e ainda não consegui encontra-la novamente. No momento em que comecei essa entrevista, a primeira coisa que a Yara Fragoso me perguntou, foi : - O que você fez com aquele quadro da bailarina? - rimos muito, mas reforço que nossas criações são como nossos filhos. Esse, por enquanto, é só dela, mas quando eu encontrar aquela ideia perdida, também será meu. Até mais... Referências: https://yarafragosomosaicos.com.br/produto/livro/?fbclid=IwAR0pF-ePHfTx2NDHtKW_uFZw_QxAl6GCJrk-8XEyuJLU_ pCYcx37raHgcCg

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Em todas as telas

Avós: nem melhor, nem pior, apenas diferentes Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade

Julho se foi, mas seus últimos dias foram marcados por uma data importante: o Dia dos Avós, comemorado no dia 26. Uma referência à festa de Sant’Anna e São Joaquim, avós de Jesus Cristo, embora seja uma referência religiosa, que nem todos acreditam, é difícil não abraçar a data e celebrar com pessoas tão importantes na história de todos. Avós são a parte doce da trajetória de muitos, uma ancestralidade que faz parte de quem somos. Aos poucos a mídia de forma geral deixou de apresentá-los como os cuidadores dos netos, responsáveis apenas por deliciosos quitutes que marcam a infância. Hoje eles estão na ativa, e há quem nem goste de ser chamado de avô ou avó. Um exemplo da “nova avó”, se podemos chamar assim, está na reprise da novela “A Vida da Gente” (Globo), com a saudosa Nicette Bruno, que morreu recentemente vítima de covid-19. Sua personagem Iná, que eu já citei nesta coluna, é a avó das protagonistas de Fernanda Vasconcellos (Ana) e Marjorie Estiano (Manuela) e tem papel fundamental no apoio a elas e à bisneta Julia, vivida por Jesuela Moro, mas sua participação vai além. Uma mulher moderna como afirma repetidamente o namorado, interpretado por Stênio Garcia (Laudelino). Ela é responsável pelo baile da terceira idade da cidade, tem seus amigos, enfim toda uma vida além da família, e não deixa de ser um porto seguro para todos.

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Nicette Bruno com suas netas da celos e Marjorie Estiano (D

A personagem Iná, de Nicette, além ponsável pelos bailes da terceira i


Diversidade Nas temporadas da série Gracie e Frankie, a personagem de Jane Fonda, a empreendora Gracie, nunca esteve próxima dos netos, pelo contrário sempre procurou estar distante, não se via nesse papel de avó. Enquanto a divertida Frankie de Lily Tomlin, do seu jeito atrapalhado e excêntrico, se encanta quando se torna avó e faz questão de participar de alguma forma da vida da criança. Os avôs da série, os ex-maridos das protagonistas que depois se casam, fazem mais a linha de Gracie. O ex de Gracie, vivido por Martin Sheen (Robert), mal aparece com as crianças, e o ex de Frankie, Sam Waterston (Sol), é mais amoroso, mas também não se envolve muito. Avosidade Não existe um padrão para ser avó ou avô, cada um vai construindo sua história, mas podemos afirmar que o tempo da Dona Benta, de Monteiro Lobato, na retaguarda das aventuras dos netos se foi. Os avós, a seu modo, vivem suas próprias aventuras, o que permanece é a avosidade, e para isso é preciso estimular o protagonismo, os sonhos e novos projetos. Ser avô ou avó deve ser um ato de amor, e não uma obrigação familiar.

novela, Fernanda VasconDivulgação/Globo)

O elenco principal de Gracie e Frankie, onde a avosidade não é o destaque (Divulgação)

m de avó amorosa, é residade (Divulgação/Globo)

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Humor

Homework Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais

ltemple@uol.com.br A quarentena obrigou muita gente a trabalhar em casa, no tal homework. Morar e trabalhar no mesmo endereço, ao lado do parceiro ou parceira, parece bom, mas pode causar problemas no trabalho e/ou na relação. Uma coisa é dormir no mesmo endereço, acordar cada um no seu tempo, tomar café da manhã na padoca, retornar à noite em horários diferentes, conversar só nos intervalos da TV e pegar no sono logo, sem ter de dar muita explicação um ao outro, receita infalível para relacionamentos duradouros. Outra coisa é conviver 7 X 24 – sete dias por semana, 24 horas por dia – todos os dias, durante meses a fio, sem viagens, restaurantes, chope e pôquer com amigos, passeios e compras com amigas etc. Na convivência 7X24, uma coisa à toa pode ser motivo para briga e até fim do relacionamento. Sabrina Vip e Amálio Rey trabalham em homework desde o início do isolamento, no apartamento dele, de 68m2, com 2 dormitórios e minúscula varanda. O analista contábil necessita de silêncio total e concentração enquanto a blogueira de fofocas do meio artístico conversa o tempo todo com semi-celebridades, em voz alta e entre sonoras gargalhadas. O clima é sempre tenso e piora por causa da música de fundo e dos gritinhos histéricos quando ela grava vídeos, podcasts ou faz a live diária, atrapalhando a concentração e o trabalho de Amálio. JotaBeS (Zé Benedito Silva), o patrão de Sabrina, dirige a Produtora de TV, blog, Instagram e o canal Youtube onde ela veicula as fofocas. Moram cada um numa extremidade da linha do Metrô e se falam várias vezes ao dia sobre o trabalho que teve início em plena quarentena, sem entrevista pessoal, sem um dedinho de prosa ao vivo. Mesmo assim, a química é boa e o resultado excelente. JotaBeS fala o tempo todo com “prospects”, como gosta de dizer, anunciantes e patrocinadores, assiste vídeos e ouve podcasts em alto volume, incomodando a namorada de Rosiris, a tranquila e sofisticada designer de interiores que vive no computador projetando ambientes para sites e revistas de decoração. Sabrina e Amálio cogitam mudar para imóvel com mais conforto e privacidade. O sonho dela é morar no prédio do JotaBeS, o que facilitaria seu trabalho. Ele disse que o apartamento vizinho está para alugar, caso ela se interesse. - Sabrina, o apartamento dele é menor que o meu. - Só dois metros menor, mas tem ampla varanda gourmet e o prédio é chique. - O meu também tem varanda, mas você não quer trabalhar lá. - Claro que não! Preciso de espaço, conforto e cenário para vídeos e lives. Já falei para você trabalhar no nosso quarto, mas você resiste.

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- No quarto mal cabem cama e TV. Preciso de mesa, computador, impressora, cadeira confortável, livros e silêncio. Silêncio total. - Se você vendesse a coleção de miniaturas de carros e aquele piano que nunca toca, podia trabalhar na sala. - Nem morto! Já disse que vou voltar às aulas de piano. Por que você não se livra dos 130 bichos de pelúcia? Por causa deles, nem temos mesa de jantar. E a sua esteira ergométrica enferrujando na varanda? Vende logo! - Tá louco? Coleciono aqueles bichinhos desde os 4 anos de idade. São parte da minha vida. A esteira é legado de meu pai e eu vou voltar a malhar. A discussão é frequente, sempre tensa, com acordo cada vez mais improvável. Após algum tempo, concluíram que não dava mais para continuar naquele clima e talvez mudar para o prédio do patrão dela fosse a melhor alternativa. Para ajudar o casal, Rosiris, enviou a planta do apê com sugestões de decoração. Varanda com fechamento em vidro e cortinas para o conforto que Amálio necessita. No segundo dormitório, um estúdio semelhante ao do JotaBeS, com divã e estrutura para lives e gravação de vídeos e podcasts. Rosiris desconhece a coleção de carros, os bichos pelúcia, piano e esteira. Além disso, o custo da reforma é considerável. Para melhor compreender a situação e refinar as ideias, Sabrina foi conhecer o estúdio do patrão enquanto Rosiris avaliava as necessidades do consultor. Passaram o dia todo tirando medidas e trocando ideias, Sabrina com JotaBeS e Rosiris com Amálio. É assim que tem de ser. As pessoas devem conversar para compreender e enfrentar as dificuldades da vida a dois. Cada qual precisa esclarecer seu ponto de vista e ouvir o outro para identificar a raiz do problema e chegar à solução. Muitas vezes o que está pegando não é aquilo que aparenta ser e só o diálogo franco e sincero pode identificar as causas. Numa relação, cada um tem de ceder um pouco, flexibilizar. O segredo é dialogar sempre, com calma e sinceridade. Afinal, o que importa mesmo é ser feliz. No fim da tarde, um temporal causou apagão, paralisou o Metrô, o trânsito ficou caótico e o jeito foi uma dormir no apartamento da outra. Na noite seguinte, após longa e civilizada conversa, tudo foi milagrosamente resolvido, como num passe de mágica. Roupas e objetos foram encaixotados e a mudança aconteceu numa boa, sem despesas com reforma, aluguel ou transporte de mobiliário. A conversa cordial e sincera trouxe de volta a paz e a harmonia. Sabrina foi morar com JotaBeS e Rosiris com Amálio. Agito num apartamento, sossego no outro. Simples assim. Tudo muito prático e barato. Discussões nunca mais. É conversando que a gente se entende

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‘Causos’ do Nordeste

Um Lobishomem em Natal dos anos vinte Tony de Sousa Cineasta

Antigamente, no lugar onde hoje é o Baldo, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, havia uma lagoa chamada de Lagoa Manoel Felipe. Essa lagoa fornecia água potável às primeiras residências construídas na capital potiguar. O local também era usado pelas lavadeiras do Barro Vermelho e Cidade Alta, que lavavam as roupas das residências em suas águas até os idos de 1970. Também era possível, até aquela época, encontrar peixes e cágados em suas águas, além de animais de pequeno porte, como guaxinins e cotias nas suas matas ciliares. Esse local atualmente está bastante desfigurado, tendo sido construído ali um viaduto que fornece o acesso para Ribeira, Cidade Alta, Passo da Pátria e Alecrim. A antiga lagoa virou um lugar onde se despejam esgotos e está totalmente poluída. Foi nesse lugar que em meados dos anos 20, os moradores da Rua Boa Vista hoje, Campo Santo, relatam a história de um fantasma que começou a aparecer por lá, altas horas da noite, causando grande reboliço. Ele passava correndo por aquela rua e sumia na direção das cercas que davam para o Baldo. Não muito longe dali, na direção em que o fantasma sumia, morava uma viúva de nome Aurora da Assunção, cujo marido morrera num desastre de trem. Havia quem dissesse que o fantasma era a alma penada do marido da viúva. Mas como não tinha ninguém com coragem de sair no encalço dele, o mistério continuava. Outros asseguravam

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Foto: INPE

que se tratava de um lobishomem e suspeitavam de um velho chamado Aproniano do Rincão que era metido a adivinhar a sorte das pessoas com o auxílio de cartas de baralho. Como as aparições do fantasma ou lobishomem não cessavam, os moradores da rua Boa Vista fizeram uma queixa ao delegado do Alecrim que designou o Cabo Tico Belém para cuidar do caso. O Cabo Tico era conhecido por fazer corpo mole toda vez que descobria uma irregularidade e precisava tomar uma decisão de punir alguém. Mas cumprindo ordens do seu superior, numa sexta-feira do mês de julho, decidiu tomar providências. Esperou dar meia noite e junto com quatro soldados rumou para Rua Boa Vista. Ficaram de campana atrás de uma moita de pinhão. Não demorou muito e começaram a ouvir uma barulheira vindo das bandas do muro do cemitério em direção ao local que eles estavam. O escritor Raimundo Nonato descreve esse lobishomem da seguinte forma “Tinha bem uns três metros de altura, todo de preto, com uma lista encarnada no espinhaço, e uma caveira na mão”. Os quatro soldados e o cabo avançaram sobre essa macabra figura e começaram uma luta renhida com ela. No início, o lobishomem parecia levar vantagem. Mas aos poucos, os cinco homens foram dominando o bicho a troco muita paulada, até que um dos soldados acertou em cheio uma cacetada nele e o monstro caiu prostrado no chão. Gemia e soltava grunhidos. Aos poucos começou a falar. Pediu por caridade que não o matassem. E quando lhe tiraram a fantasia de lobishomem descobriram surpresos que se tratava do delegado do Alecrim. Ele pediu por tudo que era mais sagrado que não contassem para ninguém o que viram. Como eram todos subordinados, prometeram que não falariam. E a história nas palavras do escritor Raimundo Nonato termina assim: “Mas, no outro dia, boca para que te quero. Não havia ajuntamento em Natal, em que o caso não fosse contado, com todas as minúcias. Com isso, o delegado perdeu o seu rico lugar, e de lado da viúva do maquinista nunca mais se falou na Rua Boa Vista, pois ela, depois do caso, anoiteceu e não amanheceu.”

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Mensagens para leitura e meditação

Que seja a gosto

Mesmo já aposentado, após trabalhar dois anos construindo estradas para escoamento da produção agrícola deste nosso Estado de Mato Grosso e trinta e sete anos como professor, onde tivemos a oportunidade de trabalhar vários conteúdos didáticos nas áreas de estradas, edificações e agrimensura e nos anos próximos a aposentadoria ministrar as disciplinas de Matemática básica e instrumental para cursos técnicos e tecnólogos, temos a leve impressão de que o dia já não tem mais vinte e quatro horas. Quando assustamos o dia já passou, a semana está na quarta-feira com a expectativa do seu final e já estamos no oitavo mês do ano. Falando em aposentadoria temos um colega que diz: ‘agora aposentado eu acordo bem mais cedo pra ficar mais tempo sem fazer nada’. Mas, isto é, brincadeira e pura ilusão, aposentar para não fazer nada, ficar parado pois, o nosso organismo não aceita e o mundo em que vivemos está sim mais dinâmico e a tecnologia desafiadora, despertando-nos a manter na ativa e informados. Pelo conhecimento e pela experiência que adquiridos estejam certos os que ainda estão em atividades que estaremos sempre sendo convidados, convocados para algumas ações. Recomendamos o voluntariado onde o beneficiado primeiro é quem se propõe a trabalhar, doar seu tempo para o próximo sem remuneração financeira e sim de prazer, de alegria, de paz e de saúde material e espiritual. Estamos no oitavo mês do ano, agosto, e que seja realmente a gosto com controle e irradicação da pandemia, da volta do trabalho, das atividades religiosa, escolar, artística, comercial, industrial e prestações de serviços em geral Que seja a gosto com medidas e ações das autoridades e poderes constituídos par diminuir as desigualdades, a pobreza, o desmatamento, o desconforto indígena em sua própria terra, o garimpo clandestino; que tenham mais amor e respeito para a mãe Natureza e ao ser humano.

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foto: .serasa.com.br

Lenildo Solano Professor

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Vamos a um poema:

VIVER FELIZ O próprio Cristo não prometeu aos seus discípulos uma vida sem tribulações somente de contemplações Então superemos a tudo

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com fé no Senhor pois somos protegidos pelo seu infinito amor Porém temos que fazer bem a nossa parte com renúncias e sacrifícios tendo com Deus um compromisso Compromisso de sermos úteis atendendo a todos sem distinção e procurar vivermos felizes mesmo diante de toda situação Andar espiritualmente desarmado fazendo e conservando amizade procurando manter sempre sereno e com humildade

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Mensagens

Um despertar

I São 4:45hs da manhã. Diogo desperta em seu bangalô, como gostava de chamar sua pequena casa no pequeno sítio onde morava, sozinho. Bem-disposto, após 7hs de um sono profundo e gostoso. Ainda é noite, fim de noite. Abre a porta e senta-se na pequena varanda, bebendo aquele silêncio, aquela paz. Luzes, algumas amarelas, outras brancas, iluminam de forma esparsa o terreno à sua frente, sempre penduradas nas inúmeras árvores de pequeno porte que tudo circunda. Quarenta metros à frente uma cerca de bambu separa o terreno da margem do rio, naquele ponto com uns 10 metros de largura, e que ainda irá muito caminhar até levar a vida que carrega para descansar nas águas do mar distante. O rio ainda é estreito, e naquela parte com uma profundidade de uns 30 centímetros, permitindo que pouco adiante veículos mais altos o atravessem com tranquilidade. O ronco do primeiro deles quebra o silêncio sem perturbar a paz. Os minutos passam sem que Diogo se dê conta. O cantar de um galo o faz notar que o horizonte começa a clarear. Logo é acompanhado por mais dois ou três, o que logo se transforma numa grande saudação ao dia que chega. São dezenas de vozes, sim, vozes de galos, patos, galinhas d’angola, sei lá mais quem ou o que. Vozes porque são sons que dizem algo, que se comunicam, que acendem a luz da manhã que vai chegando tímida, mas contente. Esta orquestração dura pouco, uns 10 minutos talvez, dando lugar a um ou

Foto: Sabrina Araújo

Luiz Arnaldo Moncau

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outro latido dos primeiros cães por elas despertos. Uma moto atravessa o rio, no caminho uma bicicleta passa, caminhante surge ao longe. Os latidos se multiplicam e a vida recomeça. Diogo pega um punhado de grãos de café, e os coloca no moedor manual, daqueles com uma manivela e uma gavetinha em baixo para receber o café moído. Iria fazer apenas uma xícara, pois ainda era cedo, e ele faria mais café após ir buscar pão na padaria, que só abriria às 7hs. Adorava o som do moedor, pois aquele conjunto do moedor e seu som traziam-lhe imagens da infância, quando ficava apreciando seu pai executar a mesma rotina naquele mesmo moedor, enquanto lhe explicava as vantagens daquele método ou comentava algum acontecimento recente. Ao terminar de moer a água já estava fervendo, e ele vagarosamente coou o café e o serviu na xícara antiga com uma asa desproporcional, um pouco maior que o normal, única xícara que sobrara das que seus pais costumavam usar, e que ele tanto temia quebrar. Embora não colocasse açúcar ou adoçante, antes de tomar pegou uma colherinha e deu três batidinhas com a mesma na lateral da xícara. Isto era para ele um ritual quase sagrado, uma homenagem à memória e ao carinho de seu pai, que o despertava pela manhã sentado em sua cama e repetindo aquele mesmo tilintar da colherinha contra a xícara. Era impossível não acordar com um sorriso, antes de se preparar para a escola. Depois sentou-se na cadeira da copa, na mesma mesa de madeira, e tomou o café lentamente, saboreando o aroma e o sabor de cada gole e de cada lembrança, enquanto apreciava as árvores e pássaros pela janela que dava para o pomar. Depois pôs em ordem os poucos cômodos da casa, sua cama, seu quarto, as roupas por guardar, e saiu para ir buscar o pão.

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A História da Arte

O Renascimento pleno na Itália Miguel Ângelo

Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista

Jesus representado sem a barba Ao contrário de Leonardo, que dizia ser ‘a pintura a mais nobre de todas as artes’, Miguel Ângelo ou Michelangelo dizia exatamente o mesmo sobre a escultura. Um corpo bem feito era, segundo ele, ‘uma forma tridimensional de expressar aquilo mais importante que Deus criou’. Michelangelo esculpia as pessoas nuas e tentava passar ao observador a alma dessas pessoas. Seus corpos, segundo ele, ‘eram libertados do mármore que os prendia’ porém, com as reformas religiosas de Savonarola (Hieronymous Savonarola - 1452 - 1498) um foi um padre dominicano e pregador na Florença renascentista que ficou conhecido por supostas profecias, pela destruição de objetos de arte e artigos, de origem secular e seus apelos de reforma da igreja católica afetaram profundamente os pensamentos do artista. Ele (Miguel) imaginava suas imagens como fatos extraordinários as quais pareciam calmas vistas pelo exterior e agitadas por uma energia psíquica que demonstravam através do movimento físico em que foi elaborada. As qualidades únicas desse artista são integralmente ligadas a David, seu primeiro trabalho monumental no Renascimento Pleno. Encomendada por políticos para ser colocada em frente ao Palazzo Vecchio como símbolo cívico patriótico da república florentina, foi mais tarde substituída por outra que segura a cabeça de Golias que passa a ter um ar de herói vitorioso. Miguel tinha acabado de passar um tempo em Roma onde os corpos musculosos dos jovens adolescentes das esculturas Helenísticas tinham o impressionado profundamente. Em 1508, Miguel foi contratado pela igreja para a pintura do forro da Capela Sistina e ali ele pensou em mostrar esses corpos. Compelido pelo desejo de retomar o trabalho que fazia

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de Julio II realizou o trabalho na Capela em 4 anos com centenas de figuras ritmicamente dentro da moldura arquitetônica onde encontram-se nove cenas que vão desde a criação do mundo até Noé e a arca, histórias do Gênesis. Historiadores dizem que uma análise aprofundada dessa pintura toda daria para fazer uma coleção com 5 ou mais livros e perceber até que ponto Miguel foi o criador desse roteiro ou programa de pintura. Miguel foi chamado de pouco criativo na distribuição das cores com certeza injustamente. Em sua paleta de cores estão uma surpreendente gama de tons que vão além daquelas utilizadas pela maioria esmagadora dos pintores daquela época. Michelangelo era um escultor por excelência e a maioria dos pintores (que gostariam de ter sido convidados para aquela obra) o deixaram muitas vezes fora de sua calma costumeira à qual dizem que não era o seu ponto forte. Ele ficou tão triste com as críticas que pintou, sentado numa nuvem bem abaixo do Senhor (sem a barba) o Apóstolo Bartolomeu segurando numa das mãos uma pele humana por alusão ao seu martírio (ele foi morto esfolado) todavia, a face representada aí não é a do Santo mas sim a do próprio Miguel Ângelo. Na próxima edição falaremos sobre o Maneirismo e outras tendências.

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COLUNA DO LEITOR

A CADA EDIÇÃO PUBLICAREMOS UM ARTIGO (OU MAIS), DESENHO, POESIA, PINTURA, ETC. DE NOSSOS LEITORES. NÃO HAVERÁ ESCOLHA E AS PUBLICAÇÕES FUTURAS SERÃO FEITAS POR ORDEM DE CHEGADA A REDAÇÃO. ESSA PUBLICAÇÃO PODERÁ OCUPAR 3 PÁGINAS E AS FOTOS (CASO TENHA) DEVERÃO SER ENVIADAS PELO AUTOR COM O CRÉDITO DE QUEM A FEZ. A PUBLICAÇÃO TEM DE SER ORIGINAL E NUNCA PUBLICADA, ENVIADA EM EMAIL PRÓPRIO DO AUTOR. NÃO ACEITAREMOS TEXTOS OU SEJA O QUE FOR SOBRE POLÍTICA, RELIGIÃO OU COM FOTOS E/OU HISTÓRIAS DE CRIANÇAS. VAMOS INCENTIVAR NOSSOS PARENTES, AMIGOS E LEITORES Lilian Shibata - SP - SP “Assisti trechos da Abertura dos Jogos Olímpicos Tokyo 2020, e “colei” nos momentos finais....Não há como não embarcar nas emoções, nos paradoxos da história evolutiva desse povo, com radicalismos, erros, sofrimentos, mas sobretudo resiliência, superação, o respeito ao tradicional. No percurso da tocha, o velho limitado nos movimentos, a atleta paraolímpica, os cidadãos que sobrevivem às intempéries das forças da natureza representados pelas crianças e a abertura concluída com a inclusão da diversidade, da mulher simbolizada pela descendente filha de haitiano com japonesa! Não podia ser mais emocionante: a criatividade clean desse povo, a tecnologia e a homenagem às pessoas que tornam possível todo o aparato de um evento desse porte num cenário desafiante como esse que vivemos!! Orgulho de ser descendente deste povo, que quando estive lá no Japão na delegação da posse do neto do fundador da Arte Marcial Aikido, me perguntaram: “Você se sente mais japonesa ou brasileira? E eu respondi com toda a humildade e honestidade: Sinto-me uma cidadã do mundo”. E assim sou, com tudo que herdei do povo japonês, e toda a comunhão no acolhimento da diversidade brasileira!!!” Lilian Nakashima - Tokio - Japão Nem ia falar nada… mas hoje vi esse video e não teve como não associar com um episódio que aconteceu comigo. (https://www.instagram.com/reel/CQ0abk6Dgzr/?utm_medium=copy_link&fbclid=IwAR3a77F5uQSENGhbOGOSmFbT1ZgocA24GYFYHsKS_N-HoaKiAy_VSLYUIrM) Sabe aquele dia em que tudo parece conspirar contra vc? Tive alguns desses dias em maio. E num deles eu estava num centro comercial próximo daqui e voltei de ônibus. O trajeto era de apenas 15 minutos, mas eu estava tão cansada que dormi. Acordei já no ponto em que teria que descer. Mas deixei pra descer no próximo. Levantei e esperei perto da porta. O que não é comum aqui. Geralmente, os motoristas não gostam. A gente levanta só quando o ônibus para. E quando entramos, a maioria deles só segue depois de sentarmos. Pelo menos na região em que eu moro é assim. Mas nesse dia, naquela hora, o ônibus estava cheio. Então, inevitavelmente, tinha muitas pessoas em pé. Sendo assim, o motorista não se importou. Desci e de repente a chuva engrossou. Pra piorar o dia ruim. E como o que é ruim sempre pode ficar pior, fui pegar o guarda-chuva na mochila, mas … cadê a mochila?! Ficou no banco do ônibus. Por conta do coronavírus, ninguém senta do lado

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de ninguém no ônibus. Pelo menos pessoas que não se conhecem. Então, como a mochila é grande e estava pesada, eu a coloquei em cima do banco, ao meu lado. Pq no meu colo estavam uma sacola com parte da compra que fiz num mercado e a bolsinha que carrego carteira, chaves e cartão do ônibus. Pensei: PQP… minha mochila! Tudo bem, a carteira está comigo e só tinha a parte pesada da compra, tipo alguns legumes, frutas, frango e bentô. Além do cartão de funcionária e o meu inkan (carimbo com ideograma do sobrenome que aqui utilizamos no lugar da assinatura). Contornável sem grandes transtornos. Mas era a única mochila que eu tinha pra carregar o monte de roupa que tenho que usar no trabalho. Contei super chateada pro meu pai e ele ainda disse: aqui no Japão tem um monte de mochilas bonitas. Eu sei, né… mas poxa, minha mochila que veio comigo do Brasil, nunca nos separamos desde que cheguei. Tinha valor sentimental �� Quando estava chegando no prédio, encontrei a vizinha brasileira que trabalha na mesma empresa e contei pra ela. A reação dela foi como a da menina do vídeo. “Ah, tudo bem. É só ligar pra empresa do ônibus e perguntar onde buscar”. E a minha reação foi: “Ah, tá. Até parece. Já era. Nem sei o número do ônibus pra informar. Sem contar que eu poderia ir atrás disso só na próxima folga, ou seja, na próxima semana. Se eles guardaram do jeito que está, nem quero ver o que terá virado a carne de frango crua que tem lá dentro. Tomara que alguém tenha pego e feito bom proveito”. No dia seguinte fui trabalhar e na hora do almoço recebi uma mensagem com foto dessa minha colega, que estava de folga: “Oi! Liguei na empresa hj de manhã e fui buscar sua mochila. Já estou com ela. Pesadinha, né!” Estava do mesmo jeito. Se a carteira estivesse lá com dinheiro, muito provavelmente estaria intocável. O motorista encaminhou para um setor de Achados e Pedidos. Não precisei comprar outra mochila e constatei que realmente aqui não há com o que se preocupar quando esquecemos algo em algum lugar. De qualquer forma, quando eu tiver que pegar ônibus novamente, a mochila vai no colo. Porque ficar acordada nem sempre posso garantir. Lilian Nakashima é uma brasileira residente no Japão há dois anos. Ex-jornalista e fotógrafa em suspensão, atualmente trabalha numa fábrica de sobremesas e exercita o olhar sobre a cultura nipônica e a vida dos estrangeiros no Japão.

VAMOS APRENDER DESENHO? CURSO ON LINE VIA ZOOM SAIA DA MESMICE DESSA PANDEMIA

VAMOS VER NO CURSO BÁSICO COMPOSIÇÃO, LUZ E SOMBRA, ANATOMIA E PERSPECTIVA MATERIAL: 1 BLOCO DE PAPEL LAY OUT A4, 1 BLOCO DE PAPEL CANSON A4, 1 LÁPIS 6B E 1 HB - UMA RÉGUA DE 30 CM.e BORRACHA TURMA 1 - TODA 2ª E 3ª DAS 10:00 ÀS 11:00 HS TURMA 2 - TODA 2ª e 3ª DAS 12:00 ÀS 14:00 HS TURMA 3 - ÓTIMA PARA QUEM TRABALHA DE DIA TODA 3ª DAS 18:30 ÀS 19:30 HS

INÍCIO DAS AULAS AO COMPLETAR UMA TURMA DE NO MÍNIMO 4 ALUNOS VALOR - R$ 150,00/MÊS

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Vida Saudável

Veganismo nas olimpiadas de Tókio Cida Tammaro Adm. de Empresas

Algumas considerações de atletas veganos, que participam das Olimpíadas de Tóquio. Macris - A levantadora Macris, da seleção brasileira de vôlei, é vegana e deu uma declaração ao Globo Esporte – “Desde que me tornei vegana, que é um estilo de vida, que envolve não só alimentação, mas também outros fatores, tudo influenciou muito positivamente no meu desempen ho”. Ela relatou que ser vegana, auxiliou em sua recuperação muscular, na diminuição da fadiga e das dores, bem como minimizou suas lesões. Na parte de bem estar, também trouxe calma e equlibrio. Micky Papa - Esse, é um skatista italiano-canadense que, devido à inclusão do esporte nessas olimpíadas também participa da competição. “À medida que fui crescendo, uma dieta totalmente orgânica tornou-se fundamental para o meu estilo de vida e, mais recentemente, decidi me tornar totalmente vegano. Estou vendo diferenças drásticas em minha saúde, bem como em meu desempenho físico” disse ele. Seguem algumas receitas veganas. Ingredientes massa 3 xicaras de chá de farinha de grão de bico 1 ½ de chá de farelo de aveia ¾ xicara de chá de azeite 1 xicara de chá de agua (talvez use menos) Modo de fazer Misture todos os secos em um pote, acrescente o azeite, e mexa bem. Depois, vá colocando água aos poucos, até formar uma massa que dê para moldar e não grude nas mãos . Em uma forma redonda de fundo removível, vá espalhando a massa com a mão e apertando para ficar bem certinha. Suba nas laterais da forma também. Leve ao forno pré aquecido a 180 graus, por 15 minutos. Ingredientes do recheio 2 xicaras de chá de tofu firme 2/3 xicara de chá de castanha de caju (deixar de molho por duas ho-

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Mac facebook - d

Micky facebook -


cris divulgação

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ras) ½ limão espremido Tomatinho cereja, manjericão, sal curry, e lemon pepper (tempero a gosto) Agua se necessário Modo de fazer Depois de escorrer a água da castanha, coloque no liquidificador com água até cobrir e bata bem. Acrescente o tofu e, continue batendo. Se ficar muito denso, coloque um pouco de água. Acrescente o tempero e bata uma última vez, para incorpar. Montagem Tire a massa do forno, acrescente a mistura, coloque em cima os tomatinhos e cereja, e leve ao forno por mais 30 minutos. Retire do forno, finalize om manjericão e azeite. Forma utilizada – 25 cm de diâmetro Maionese de Macadâmia Ingredientes 2 xicaras de macadâmia Suco de 1 limão 3 dentes de alho 1 fio de azeite de oliva 1 xicara de agua Modo de fazer Deixe as macadamias por 6 horas na água. Descartar a água. Colocar todos os ingredientes no processador ou liquidificador, bater até formar uma pasta uniforme. Acompanha bem, torradas, biscoitos, saladas, etc. Salada de Grão de Bico e Quinua Ingredientes 100 gramas de grão de bico cru 50 gramas de quinua crua 1 pimentão 2 tomates 1 pepino 1 cenoura média Cheiro verde, azeitonas preta, sal e azeite. Modo de fazer Deixe o grão de bico por 24 horas de molho, após disso cozinhe “al dente” por 9 minutos na penela de pressão, após o inicio da pressão. Coloque azeite na frigideira, e dê uma refogada np grão de bico com sal. E outro tempero que você goste, vá sempre mexendo, isso dá uma textura incrível para ele. Deixe a quinua de molho por 1 hora, e depois cozinhe em panela normal, só com sal. Coloque um dedo a mais de agua no cozimento, e tampe. Depois, corte todos os ingredientes em tamanho ideal para salada, e misture tudo. È importante tudo estar em temperatura ambiente, antes de misturar na salada, para não acabar cozinhando os legumes. Bom Apetite Fontes - @veggie.gabis - @vegrocha - Veganbusiness.com.br

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Receitas Fáceis

DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA Fotos e receitas da Colunista

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

Dias de sol intenso e quente. Sombra fria. Fim de tarde e noites frias. Bem inverno! Olimpíadas no ar e Brasil nos trazendo algumas medalhas, que nos trazem alegria em tempos de incertezas e tristezas. Mas vamos ver as nossas receitas que trazem prazer em compartilhar com vocês.Pensando em dias frios vamos começar com uma polenta de entrada. Polenta com gorgonzola, cream cheese e orégano Rendimento: 4 porções Tempo de preparo: 50 minutos (foto a direita) Ingredientes polenta: 350g de fubá 2 litros de caldo de galinha ou legumes 150g de manteiga sem sal 100g de parmesão ralado pimenta-do-reino a gosto Modo de preparo polenta: Ferva o caldo (de galinha ou de legumes) e despeje o fubá devagar, mexendo sempre para não empelotar. Abaixe o fogo e mexa por mais ou menos 30 minutos. Após esse tempo, se a polenta estiver dura, acrescente mais caldo. Por último, junte a manteiga e o parmesão. Ingredientes creme de cream cheese: 2 colheres (sopa) de manteiga 200g de gorgonzola 50g de cream cheese 2 copos de creme de leite fresco 1 cebola ralada 1,5 copo de caldo de galinha

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2 colheres (sobremesa) de orégano fresco ou 1 se for seco 2 colheres (sopa) de parmesão ralado Modo de preparo creme de cream cheese: Dissolva em uma frigideira a manteiga e a cebola, refogando junto com queijo gorgonzola desmanchado. Junte o creme de leite e o caldo de galinha. Deixe apurar um pouco até ficar com a consistência cremosa. Por último, tire do fogo e junte o cream cheese. Ponha por cima da polenta e salpique com o parmesão ralado e orégano. Se quiser enfeite o prato com tomates em cubinhos. Um vinhozinho tinto cai muito bem! Agora que a sua polenta ficou pronta, vamos para o delicioso prato principal! Talharim com aspargos e ervas (foto a esquerda embaixo) Rendimento: 2 porções Tempo de preparo: 30 minutos Ingredientes: 300g de talharim 600g de aspargos frescos 250ml de creme de leite fresco 4 dentes de alho (3 inteiros e 1 picado) 2 colheres (sopa) de azeite 50g de manteiga 4 colheres (sopa) de ervas frescas picadas (manjericão, hortelã, salsa e orégano) 130g de parmesão ralado sal a gosto pimenta-do-reino a gosto Modo de preparo: Corte os aspargos no sentido transversal em pedaços de 3cm, deixando a flor inteira. Escalde os pedaços em água salgada fervente deixando as pontas só por alguns segundos. Ferva o creme de leite com os dentes de alho inteiros até que fiquem macios. Retire do fogo e descarte os dentes de alho. Reserve. Separadamente, esquente o azeite e a manteiga e frite o alho picado até dourar levemente. Junte as ervas e os pedaços de aspargos e cozinhe rapidamente. Junte o creme de leite que estava reservado. Deixe ferver e abaixe o fogo por 5 minutos. Retire quando estiver engrossando e tempere com sal e pimenta-do-reino a gosto. Cozinhe o talharim em água com um pouco de sal e escorra bem. Enquanto isso, adicione ao molho metade do queijo parmesão e as pontas dos aspargos. Disponha o talharim em um prato, coloque o molho por

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cima e salpique com restante do parmesão. Decore com folhas de manjericão. Estas duas receitas são do chef Sérgio Arno Entrada e prato principal na mesa, e o momento é da nossa especial sobremesa! Morango caramelado com creme de nutella (foto abaixo) Tempo de preparo: 15 minutos Rendimento: 15 unidades Ingredientes: 15 morangos lavados e secos em papel-toalha (ou uvas moscatel) 1 xícara de açúcar 1 colher (sopa) de vinagre 1/2 xícara de nutella 4 colheres (sopa) creme de leite Modo de preparo: Em uma panela, em fogo alto, junte o açúcar, 1/2 xícara de água e o vinagre, mexendo até dissolver. Cozinhe, sem mexer, até atingir o ponto de bala dura. (Faça o teste derramando um pouco da calda em uma xícara com água fria. Se conseguir modelar uma bolinha que mantenha a forma, está no ponto certo) Desligue o fogo e mergulhe os morangos nessa calda. Deixe esfriar sobre uma placa de silicone - vale também uma assadeira untada com óleo ou manteiga. Reserve. Enquanto isso, em uma tigela, misture a nutella e o creme de leite. Para dar um charme, espete os morangos em palitos. Sirva à parte com os morangos caramelados. spero que tenham gostado e até a próxima!

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Enviado pelo Grupo 60+

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Frio começa a dar trégua nesta segunda, mas pode voltar com força na metade de agosto

G1.com

Depois de uma semana marcada pelo frio, a primeira segunda-feira de agosto deve amanhecer com temperaturas um pouco mais amenas em quase todo o país. A massa de ar polar que estava no Brasil começa a perder força, principalmente no Norte e no Centro-Oeste. Em Cuiabá, por exemplo, as tardes já ficam quentes durante a semana, devendo se aproximar dos 36ºC. No Sudeste, a semana será menos gelada, apesar de madrugadas e noites ainda frias, com temperaturas na casa dos 10ºC em São Paulo. No Nordeste, a previsão para a semana é de chuvas, nebulosidade e um refresco no calor, causado pelo excesso de nuvens. Na região Sul, o frio também deve dar uma folga, inclusive nas madrugadas, com mínimas perto dos 8ºC. Bem menos gelado do que a última semana.

EBC

Na última quinta-feira (29), a cidade de Urupema, interior de SC, chegou aos -8,9ºC, a menor temperatura registrada no Brasil em 2021. Nas serras gaúcha e catarinense, a massa de ar polar deve manter as temperaturas perto de 0ºC.

“Para agosto, prevemos ainda a entrada de três frentes frias. Até o momento, a segunda frente fria, no meio do mês, deve ser bastante intensa, trazendo possibilidade de neve. Esse foi um dos invernos mais intensos dos últimos anos” , disse a meteorologista do Climatempo Daniela Freitas magazine 60+ #26 - Agosto/2021 - 84


Aguardem mais informações nas próximas edições

ESPETÁCULO MUSICAL: “MISS BRASIL 60+ PODE” Realização do Projeto: UPTV de São Bernardo do Campo. Texto e Direção Beneh Mendes (Estreia outubro de 21) Beneh Mendes: Mestre das Terapias do Bambu Sagrado (Arte do Não Sofrer). Terapeuta como Acupunturista, Medicina Complementar e Coach de Saúde e Bem-estar/USP. - Profissional de Teatro desde 1970 com 54 produções como: Produtor/ diretor / Ator e Autor. Espetáculos como: Dzi Croquettes / Secos e Molhados / Pano de Boca / Filhos de Kennedy / Ópera do Malandro / Édipo Rei / Drummond – A Poesia de uma Vida / e outros. - Atualmente: Dirigindo o espetáculo “Das Mãos do Imperador”, com estreia para maio.

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Desde 1993

Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas

(11) 9.8890-6403 contihq@hotmail.com

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Pedimos a ajuda de todes para a divulgação das Eleições dos Conselhos Gestores dos Parques Municipais, mais um espaço de discussão e controle social fundamental para a melhoria das condições dos parques, sua relação e função com a população. As inscrições vão até dia 08/08/2021 https://webparques.prefeitura.sp.gov.br/index.php/967829?lang=pt-BR Nossos agradecimentos!

Para votar acesse participemais.sp.prefeitura.gov.br Projeto de Lei Orçamentária Anual - 2022 O Participe+ é a casa dos processos participativos online da cidade de São Paulo O Participe+ existe para proporcionar um ambiente para a discussão e formulação de políticas públicas municipais de maneira colaborativa entre população e governo. Para isso, disponibilizamos três formatos de participação: - ConsultasPúblicas; - OrçamentoCidadão; e - Votações. Quem cuida deste espaço O Participe+ é gerido pela equipe de Governo Aberto, que faz parte da Secretaria de Governo. Mas este é um espaço de todas e todos! Ficou com alguma dúvida ou tem uma sugestão? Entre em contato conosco pelo e-mail participemais@prefeitura.sp.gov.br. Não esqueça também de conferir nosso FAQ, onde as respostas às dúvidas mais frequentes que recebemos estão disponíveis. Histórico e desenvolvimento

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O Participe+ é uma conquista da participação social na cidade de São Paulo, sendo um fruto do Compromisso 3 do 2º Plano de Ação em Governo Aberto. O 2º Plano de Ação foi criado com extensa participação social em 2018 e implementado entre 2019 e 2020 pela Prefeitura e sociedade civil do Fórum de Gestão Compartilhada, sob coordenação da equipe de Governo Aberto. No Plano de Ação em Governo Aberto, Prefeitura e sociedade civil trabalham juntos para melhorar a transparência, participação social, inovação e prestação de contas públicas na cidade. O desenvolvimento do Participe+ foi realizado a partir de uma cooperação entre a Prefeitura de São Paulo e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O portal utiliza o software livre CONSUL, elaborado pela Prefeitura de Madri e utilizado por dezenas de governos e instituições ao redor do mundo. Isso significa que qualquer município, estado, nação ou instituição pode usar livremente o código e fortalecê-lo! Se quiser mais informações sobre a experiência de São Paulo, entre em contato conosco pelo participemais@prefeitura.sp.gov.br que ficaremos felizes em ajudar! Sobre o orçamento cidadão Todos os anos, a Prefeitura deve elaborar seu orçamento e como ele será distribuído, através do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). O orçamento cidadão do Participe+ é o espaço para colher as contribuições da população na definição do orçamento da Prefeitura. Aqui você pode propor e apoiar propostas populares, além de poder acompanhar a implementação das propostas populares já aprovadas em lei. ACESSE O ÍNDICE DAS PROPOSTAS 2022 POR REGIÃO https://participemais.prefeitura.sp.gov.br/budgets/2/investments?utf8=%E2%9C%93&search=&commit=Buscar+propostas Etapas do orçamento cidadão • Recepção das propostas 10 Abril, 2021 - 10 Maio, 2021 Todos estão convidados a enviar suas propostas para o orçamento do ano que vem. É possível enviar quantas propostas desejar, para qualquer uma das 32 Subprefeituras! Para enviar uma proposta, basta se cadastrar no Participe+ ou, se já tiver cadastro, entrar na sua conta. • Priorização das propostas 11 Maio, 2021 - 24 Junho, 2021 As Subprefeituras que receberam mais de 15 propostas populares na etapa de Recepção de Propostas passam pela etapa de Priorização. Nessa etapa, o Conselho Participativo Municipal de cada Subprefeitura seleciona até 15 propostas entre as enviadas pela população na etapa de Recepção de Propostas para participarem da Votação

Foto - PMSP

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Popular. Caso o número de propostas recebidas na etapa Recepção de Propostas tenha sido menor do que 15, todas as propostas vão a Votação Popular. • Votação popular 25 Junho, 2021 - 18 Julho, 2021 Vote em até 5 propostas diferentes que considere as mais importantes para o orçamento do ano que vem. É possível votar em propostas para qualquer Subprefeitura. Para votar, basta se cadastrar no Participe+ ou, se já tiver cadastro, entrar na sua conta. • Análise de viabilidade 19 Julho, 2021 - 30 Setembro, 2021 As 5 propostas mais votadas* de cada Subprefeitura são enviadas com alta prioridade para as Secretarias da Prefeitura para análise de viabilidade utilizando critérios técnicos, jurídicos e orçamentários. As propostas viáveis são incorporadas ao PLOA2022! De todo o modo, nenhuma proposta formulada pela população é desconsiderada. Todas as propostas recebidas são enviadas às Secretarias. A Secretaria da Fazenda coordena a elaboração do PLOA junto às demais Secretarias e o encaminha para a Câmara dos Vereadores até o dia 30/09. É a Câmara que aprova a versão final da Lei e decide o que entra no orçamento do ano que vem. * Em caso de empate entre as propostas mais votadas, as propostas empatadas são encaminhadas às Secretarias. • Devolutiva 01 Outubro, 2021 - 31 Dezembro, 2021 Após todo esse processo, a Secretaria da Fazenda publica o resultado final e realiza Audiências Públicas devolutivas. Acompanhe para saber quais propostas populares foram aprovadas e farão parte do orçamento do ano que vem! • Monitoramento 01 Janeiro, 2022 - 31 Dezembro, 2022 Acompanhe a implementação das propostas aprovadas no Orçamento aqui no Participe+. Foto: Assembleia Legistativa de SP

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G1.com

‘O Senhor dos Anéis’ em série de TV será lançada em setembro de 2022 Primeira imagem da série de TV ‘O Senhor dos Aneis’ — Foto: Divulgação

A versão para TV de “O Senhor dos Anéis” será lançada em setembro de 2022, informou o Amazon Studios nesta segunda-feira. A plataforma de streaming Amzaon disse que as filmagens da primeira temporada terminaram na Nova Zelândia e divulgou a primeira imagem da série. “A jornada começa em 2 de setembro de 2022 com a estreia de nossa série original ‘O Senhor dos Anéis’ no Prime Video”, disse Jennifer Salke, chefe do Amazon Studios, em um comunicado. A Amazon está gastando cerca de 465 milhões de dólares nas filmagens da primeira temporada da série, de acordo com autoridades do governo da Nova Zelândia. A expectativa é fazer cinco temporadas, tornando-a uma das séries de TV mais caras de todos os tempos. Em um comunicado à imprensa, a Amazon informou que a primeira temporada estará disponível em mais de 240 países, com novos episódios lançados semanalmente. A fantasia épica se passará milhares de anos antes dos eventos narrados pelo escritor J.R.R. Tolkien em seus livros “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”.

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Noticias - Redação

2min
pages 90-92

Coluna do Leitor ....................................................................................................75 e

4min
pages 77-78

Cida Tamaro .........................................................................................................77 e

4min
pages 79-81

Manoel Conti ......................................................................................................73 e

3min
pages 75-76

Luiz A. Moncau ......................................................................................................71 e

3min
pages 73-74

Tony de Sousa .......................................................................................................67 e

3min
pages 69-70

Katia Brito .............................................................................................................63 e

3min
pages 65-66

Laerte Temple .......................................................................................................65 e

3min
pages 67-68

Marly de Souza ......................................................................................................55 e

7min
pages 57-60

João Alberto Neto (CAPA) .....................................................................................61 e

3min
pages 63-64

Vania Clares ...........................................................................................................53 e

4min
pages 55-56

Malu N. Gomes ......................................................................................................56 a

4min
pages 61-62

Lairtes Temple Vidal .........................................................................................49 e

4min
pages 51-54

Jane Barreto ..........................................................................................................45 e

2min
pages 47-48

Cidália de Aguiar ...................................................................................................43 a

1min
pages 45-46

Rosa Maria Castelo ................................................................................................41 e

3min
pages 43-44

Redação - GCMI/SP

6min
pages 36-38

Ana Elisa ...............................................................................................................39 e

3min
pages 41-42

Lawrence G. Nogueira ...........................................................................................33 e

1min
page 35

Fábio F. de Sá ........................................................................................................31 e

3min
pages 33-34

Veterinária USP ....................................................................................................36 a

3min
pages 39-40

Maria Luiza Conti ...................................................................................................29 e

3min
pages 31-32

Marisa da Camara

1min
page 28

Thais B. Lima ..........................................................................................................17 a

0
page 20

Malu Alencar ..........................................................................................................23 a

1min
page 27

Sérgio Frug ............................................................................................................15 e

5min
pages 17-19

João F. Aranha .......................................................................................................... 6 a

9min
pages 9-13

Maria Eugênia

3min
pages 29-30

Sandra R. Schewinsky ............................................................................................21 e

6min
pages 23-26

Heródoto Barbeiro ................................................................................................ 4 e

5min
pages 6-8
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