de Julio II realizou o trabalho na Capela em 4 anos com centenas de figuras ritmicamente dentro da moldura arquitetônica onde encontram-se nove cenas que vão desde a criação do mundo até Noé e a arca, histórias do Gênesis. Historiadores dizem que uma análise aprofundada dessa pintura toda daria para fazer uma coleção com 5 ou mais livros e perceber até que ponto Miguel foi o criador desse roteiro ou programa de pintura. Miguel foi chamado de pouco criativo na distribuição das cores com certeza injustamente. Em sua paleta de cores estão uma surpreendente gama de tons que vão além daquelas utilizadas pela maioria esmagadora dos pintores daquela época. Michelangelo era um escultor por excelência e a maioria dos pintores (que gostariam de ter sido convidados para aquela obra) o deixaram muitas vezes fora de sua calma costumeira à qual dizem que não era o seu ponto forte. Ele ficou tão triste com as críticas que pintou, sentado numa nuvem bem abaixo do Senhor (sem a barba) o Apóstolo Bartolomeu segurando numa das mãos uma pele humana por alusão ao seu martírio (ele foi morto esfolado) todavia, a face representada aí não é a do Santo mas sim a do próprio Miguel Ângelo. Na próxima edição falaremos sobre o Maneirismo e outras tendências.
magazine 60+ #26 - Agosto/2021 - pág.74