seção científica
com esse intuito. Foram identificadas regiões do vírus com alto potencial imunogênico e conservadas entre alfa e beta coronavírus humanos, o que é promissor em termos do desenvolvimento de vacinas que possam gerar resposta imune reativas a diversos coronavírus humanos.
Análise das novas variantes de preocupação A bioinformática também permite o rastreamento epidemiológico e da evolução viral. Ela é usada na comparação das sequências genômicas e proteicas, identificação das mutações e construção de árvores que retratam a evolução do SARS-CoV-2. Entretanto, ela tem sido de grande importância no entendimento do impacto das mutações no funcionamento e interação de proteínas virais com anticorpos, por exemplo. Em Pimentel et al. (2021), desenvolvemos um algoritmo que mapeia as perturbações causadas pelas mutações nas interações entre proteínas do SARS-CoV-2 e anticorpos, bem como com a proteína da membrana celular humana. Através deste, pode-se inferir, por exemplo, se a proteína spike do vírus ganha ou perde afinidade com os anticorpos. Em resumo, a bioinformática vem contribuindo para o desenvolvimento de novos modelos e algoritmos que dão suporte ao enfrentamento da pandemia de covid-19 e outros patógenos
emergentes. Diversas frentes de atuação têm contribuído ativamente, em especial com o uso e desenvolvimento de técnicas de inteligência artificial, que permitem reduzir custo e tempo de pesquisa e desenvolvimento. Cientistas brasileiros das mais variadas áreas têm cooperado significativamente, com diversas abordagens. A bioinformática tem importância estratégica nesse contexto, visto que ela vem fortalecendo as colaborações interdisciplinares, que são tão essenciais para a resolução de problemas científicos e tecnológicos complexos. Essencial também é a recomposição dos recursos orçamentários para ciência, tecnologia e educação, que permitam que os projetos de pesquisa em desenvolvimento sejam preservados, além da fixação dos cientistas no país.