LIVROS PROFÉTICOS - MÓDULO CALCEDÔNIA - SEMINÁRIO BATISTA LIVRE

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SUMÁRIO

Introdução 45

1. Profetas de Israel e Profetas de Judá 47

Isaías 49 Jeremias 53 Lamentações 57 Ezequiel 60 Daniel 63 Oséias 67 Joel 69 Amós 71 Obadias 74 Jonas 76 Miquéias 79 Naum 82 Habacuque 85 Sofonias 88 Ageu 91 Zacarias 93 Malaquias 96 Referências 101

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INTRODUÇÃO

Na concepção popular, “profeta” é alguém que consegue predizer o futuro, e “profecia” significa “predição daquilo que ocorrerá”. Embora haja um teor de ver dade, essas definições populares não estão de acordo com as Escrituras Sagradas. O profeta, de acordo com a Bíblia, era alguém chamado por Deus e, como se pode verificar no Antigo Testamento, era chamado para falar em nome de Deus. Esses abnegados servos estavam certos não apenas por que Deus lhes havia falado, mas também por que eram chamados para falar a mensagem de Deus. Em alguns casos o chamado é descrito com muitos detalhes, e cada relato possui elementos distintos não encontrados em outros.

Na Bíblia Sagrada encontramos profetas “orais”, ou seja, “sem escritos”, como também profetas “literários” ou “escritores”. Mas não se deve pressupor que os profetas escritores puseram-se a escrever Livros de profecia. Os indícios no Livro que leva o nome de um profeta nem sempre quer dizer que foi este profeta quem o escreveu. Por exemplo, o Livro de Jeremias indica que ele era um profeta “oral” e que o registro escrito de sua profecia foi em grande parte trabalho de Baru que (Jeremias 36.4,32). Nem sempre conseguimos cotejar com precisão quem foi que escreveu o Livro que chegou aos nossos dias, pode ter sido escrito pelo profeta ou talvez por um de seus discípulos.

Estudaremos neste volume apenas os Livros proféticos que vai desde Isaías até Malaquias, sendo subdivididos em:

a) Profetas Maiores: de Isaías a Daniel – (5 Livros);

b) Profetas Menores: de Oséias a Malaquias – (12 Livros).

A nomenclatura “maiores” ou “menores” não se refere ao mérito ou notoriedade do profeta, mas ao tamanho do Livro e a extensão do respectivo ministério

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profético. Foi Agostinho de Hipona (354-430), teólogo cristão, quem criou as ex pressões “profetas maiores” e “profetas menores”.

CRONOLOGIA DOS PROFETAS

A Bíblia Sagrada não segue uma ordem cronológica, para facilitar separamos os profetas de acordo com sua a região geográfica em que eles profetizaram para facilitar nosso estudo.

1. Amós e Oséias profetizaram para o povo do Reino do Norte (Israel);

2. Isaías, Miquéias e Joel advertiram o povo do Reino do Sul (Judá) a obede cerem a Deus, caso contrário a Assíria os derrotaria;

3. Jonas e Naum profetizaram para a grande cidade de Nínive, capital da As síria;

4. Jeremias, Sofonias e Habacuque advertiram que os babilônios derrota riam Judá;

5. Obadias lamentou a queda do Reino do Sul e a destruição da cidade de Jerusalém;

6. Ezequiel e Daniel profetizaram para o povo cativo na Babilônia, anuncian do que Deus os traria de volta para a casa;

7. Ageu, Zacarias e Malaquias anunciaram mensagens de esperança ao povo que retornou do cativeiro.

Como o chamado de Deus faz o profeta, era de se esperar que cada Livro profético iniciasse com o relato da vocação. Mas este não é o caso! Alguns Livros das Escrituras têm este início (Jeremias e Ezequiel), os outros Livros proféticos não iniciam com um relato da vocação. Que isso significa? Significa que não se pode restringir a “vocação divina”, a um determinado relato. Não obstante, a cada pá gina de seus Livros nos deparamos com a afirmação de que se entendem como enviados e vocacionados por Deus.

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1PROFETAS DE ISRAEL E PROFETAS DE JUDÁ

Dentre os autógrafos , isto é, aqueles que tiveram suas profecias regis tradas em um Livro canônico, podemos ainda fazer uma divisão geográfica, ou seja, onde esses servos de Deus atuaram em seus ministérios proféticos. De acordo com as Escrituras, as doze tribos foram divididas em duas nações, após a morte de Salomão. Durante o reinado de seu filho Roboão, dez tribos se desligaram de sua autoridade e se ligaram a Jeroboão, criando o Reino do Norte, chamado de Israel, com sua capital, em Samaria. Duas tribos se mantiveram fiéis à casa de Davi e formaram o Reino do Sul, conhecido como Judá. Era formado pelas tribos de Judá e Benjamin, com capital em Jerusalém. Por isso os israelitas ficaram conhecidos posteriormente como judeus Dentre os profetas que escreveram Livros, alguns profetizaram para o Rei no do Sul (Judá), enquanto outros por sua vez profetizaram para o Reino do Norte (Israel). Alguns, como veremos abaixo, de certo modo não profetizaram para nenhum dos dois povos especificamente, pois seu contexto histórico era distinto, quando a distinção não mais existia. Sobre alguns deles a situação geográfica é incerta.

Também podemos dizer que houve profetas pré-exílicos , exílicos e pós-exílicos . O marco para distinguir esses profetas foi o cativeiro babilô nico, muito bem registrado na Bíblia Sagrada. Durou aproximadamente 70 anos, entre 605 a.C e 535 a.C. Judá foi derrotado, Jerusalém teve seus muros e portas destruídas, bem como o Templo que Salomão havia erguido. A maior parte do povo foi levada para a Babilônia e ali permaneceu até terminar o império de Nabucodonosor e começar o de Ciro, rei dos persas e dos medos. Houve profetas antes, durante e depois do cativeiro babilônico. Daí a classi

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ficação de exílicos, pré-exílicos e pós-exílicos. É uma classificação em bases históricas.

Essa é uma boa maneira de entendermos o contexto dos profetas no tempo e compreender o pano de fundo de seus ministérios.

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ISAÍAS

Isaías é o primeiro grande profeta do reino do sul, de Judá. É bem provável que Isaías fosse natural de Jerusalém (Isaías 7.1-3; 22.15), onde teria sido como que um professor, um sábio, enfim, um funcionário. Como filho de Jerusalém, está por dentro das tradições sagradas desta cidade. De acordo com (6.1), Isaías foi chamado ao ministério profético no ano da morte do rei Uzias, por volta do ano 740 a.C., e exerceu sua atividade durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias e possivelmente até o início do reinado de Manassés, numa época de grande agita ção política, quando os reis assírios Teglat-Falasar III (745-727 a.C.), Salmanasar V (726-722 a.C.), Sargão II (721-705 a.C.) e Senaqueribe (704-681 a.C.) procura vam conquistar os estados siro-palestinenses e avançar até o Egito.

Seu pai chamava-se Amós e parece ter sido membro de uma família nobre e influente, isto talvez explique por que tinha fácil acesso ao rei e intimidade com o sumo sacerdote, mesmo durante o reinado de Acaz. Isaías refere-se à sua esposa de “a profetisa” (Isaías 8.3), e teve dois filhos, a quem deu nomes simbólicos e proféticos. O mais velho foi chamado de Sear-Iasub, “um resto voltará” (Isaías 7.3) e o mais jovem de Maer-Salal-Hás-Baz, “toma depressa os despojos, faze velozmente a pressa” (Isaías 8.3).

Uma tradição judaica diz que Manassés teria serrado ao meio o profeta Isaías, amarrando-o ao tronco de uma árvore. Talvez essa seja a referência dada pelo es critor da epístola aos Hebreus (Hebreus 11.37).

O tema dos pronunciamentos de Isaías retrocede aos conselhos eternos de Deus e à criação do Universo (42.5) e vislumbram o período quando Deus vai criar novos céus e nova terra (65.17; 66.22). Nenhum outro profeta escreveu com tão majestosa eloqüência sobre a glória de Deus (40). Todas as nações da Terra são atingidas pelas predições de Isaías (2.4; 5.26; 14.6,26; 40.15, 17, 22; 66.18).

O ministério de Isaías durou a vida inteira, desde a sua juventude até se tornar senhor de idade avançada. Sua vida foi ocupada pela pregação, predição, argu mentando com reis, sacerdotes e pessoas, e escrevendo profecias.

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SUA PROFECIA

Embora encontremos em Isaías muitas profecias importantes referentes à cidade de Jerusalém, como também profecias sobre Israel, Judá e as nações da Terra, o Livro apresenta as grandes predições messiânicas nas quais foram preditos: o nas cimento de Cristo (7.14; 9.6), Sua Divindade (9.6-7), Seu ministério (9.1-2; 42.1-7; 61.1-2), Sua morte (52.14; 53.12), Seu futuro Reino Milenar (caps. 2.11. 65).

De todos os profetas do Antigo Testamento, Isaías é o mais amplo no seu raio de ação. Nenhum profeta ocupou-se mais detalhadamente com a obra redentora de Cristo. Em nenhum outro lugar do Antigo Testamento encontramos uma expla nação tão clara da graça. Devido a isso ele foi chamado de “profeta messiânico” e também de “profeta do Novo Testamento”. De fato ele é amplamente citado no Novo Testamento, seja nos Evangelhos para demonstrar que Jesus era o Messias profetizado, seja nas Epístolas paulinas para confirmar a doutrina cristã.

QUESTÕES DA ALTA CRÍTICA

Os estudiosos da alta crítica puseram em dúvida a autoria do Livro de Isaías. Para eles o Livro não foi escrito por um único autor, mas por dois, que ficou sendo chamado de deutero-Isaías (segundo-Isaías). Outros ainda chegaram a falar em Trito-Isaías (terceiro-Isaías).

Essa opinião se fundamenta principalmente no preconceito que os estudiosos da alta crítica desenvolveram no século XVIII. Eles rejeitaram qualquer forma de so brenaturalismo e, portanto não podiam aceitar a profecia preditiva. A partir desse ponto de vista, procurou-se explicações racionalistas para profecias que antecipa vam grandes acontecimentos históricos. A melhor saída que estes críticos encontra ram foi atribuir redações posteriores sobre essas profecias, ou seja, não teriam sido escritas antes dos eventos, mas depois. Como elas se estendiam para um longo pe ríodo do tempo, a solução foi atribuir esses escritos a dois ou três autores diferentes que teriam vivido após os eventos.

Na verdade, levando em consideração o texto bíblico, Isaías predisse a recons

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trução de Jerusalém antes mesmo de sua destruição por Nabucodonosor. E na mesma ocasião ele ainda cita o nome de Ciro, o Grande, do império Medo-Persa, que ordenou a restauração de Jerusalém (Isaías 44.28; 45.1). Fato como esse per turbava aos racionalistas. Foram procurar formas de objetar essas profecias.

Esse ataque à autoria e datação não se limitou a Isaías. Todos os profetas que continham elementos preditivos em suas profecias foram alvo dessa distorção. Al guns como Daniel, por exemplo, pela grandeza de suas previsões, foi totalmente contestado, em termos de data, atribuindo-lhe uma data muito posterior ao tradi cionalmente aceito.

Entre os argumentos dos críticos para atribuir ao Livro de Isaías a vários auto res, estão alegando diferenças de temas e assuntos; diferenças de linguagem e estilo e ainda diferenças teológicas. Essas diferenças são apenas aparentes ou facilmente explicáveis. Os pontos de apoios dos críticos podem ser refutados. A própria dura ção da vida de Isaías, os períodos e ocasiões diferentes nos quais as profecias foram escritas e a necessidade de se abordar temas diferentes são suficientes para justificar as diferenças.

Lembrando ainda que a literatura profética tenha seu caráter próprio. Não se trata de uma narrativa coesa com começo meio e fim. Na maioria das vezes são oráculos independentes dirigidos a pessoas diferentes, em contextos diferentes que podem variar no tom conforme a necessidade.

Como escreveu o erudito Gleason Archer sobre o Livro do profeta Isaías, “pode ser dito com toda justiça que seria necessária uma dose muito maior de credulidade para acreditarmos que Isaías 40-66 não é obra do Isaías do oitavo século, do que para crer que é realmente sua obra. A julgar pela evidência interna somente, mesmo à parte dos autores do Novo Testamento, uma maneira eqüitativa de tratar o texto só pode levar à conclusão que o mesmo autor fosse responsável pelas duas seções, e que nenhuma parte foi composta numa data tão avançada como era o Exílio”.

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ESBOÇO DE ISAÍAS

I. Profecia de denúncia e convite (1.1–35.10)

a) Mensagem de Julgamento e promessas (1.1–6.13)

b) Mensagens concernentes ao Emanuel (7.1–12.6)

c) Mensagem de Julgamento sobre as nações (13.1–24.23)

d) Mensagem de Julgamento, louvor, promessa (25.1–27.13)

e) Os infortúnios dos descrentes imorais em Israel (28.1–33.24) f) Resumo (34.1–35.10)

II. O procedimento de Deus com Ezequias (36.1–39.8)

a) Deus liberta Judá (36.1–37.38) b) Deus cura Ezequias (38.1–22) c) Deus censura Ezequias (39.1–8)

III. Profecia de consolo e paz (40.1–66.24)

a) A garantia de consolo e paz (40.1–48.22)

b) O Servo do Senhor, o Autor do consolo e da paz (49.1–57.21) c) A realização do consolo e da paz (58.1–66.24)

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JEREMIAS

Jeremias é originário de uma família sacerdotal de Anatote (el-harrube, perto de anatà), ao nordeste de Jerusalém, terra de Benjamim (Jeremias 1.1). Como Jeremias se considera jovem por ocasião de sua chamada, ele deve ter nascido por volta de 645 a.C. De acordo com as Escrituras sua vocação ocorreu no décimo terceiro ano do reinado de Josias (Jeremias 1.2; 25.3) e exerceu sua atividade, sem interrup ção, por mais de quatro décadas, até depois da destruição total do reino de Judá. Presenciou a sucessão de cinco reis no trono de Davi em Jerusalém: Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias. Josias fez uma reforma, a qual incluiu a destruição dos lugares altos pagãos em Judá e Samaria. Entretanto, a reforma teve um efeito pouco duradouro sobre o povo. Além disso, Josias conseguiu expandir seu território para o norte. Nessa época, a Babilônia, era governada por Nabopo lasar, e o Egito, por Faraó Neco, sendo que ambos disputavam o espaço em que estava localizado o reino de Judá. Em 609 a.C., Josias foi morto em Megido ao tentar impedir a Faraó Neco de ir contra o que restava da Assíria. Seus três filhos, Joacaz, Joaquim e Zedequias e um neto, Joaquim, sucederam-no no trono. Jeremias presenciou a insensatez dessa linhagem real, advertindo-os sobre os planos de Deus para Judá, mas nenhum deles deu atenção à sua voz. Jeoaquim foi aberta mente hostil a Jeremias e destruiu um rolo enviado a ele, cortando-o em pedaços, logo após queimando-o. Zedequias foi um governante fraco e vacilante, buscando às vezes os conselhos de Jeremias, outras vezes permitindo que os inimigos de Je remias o maltratassem e o aprisionassem.

Sofonias e Habacuque foram seus contemporâneos no começo do seu ministério; Daniel, no final do mesmo. Parece ter tido boas condições financeiras, uma vez que não lhe custou qualquer ônus a compra da fazenda penhorada de um parente falido.

Suas primeiras profecias, enunciadas durante os últimos anos de Jerusalém, foram principalmente advertências ao povo de que, se não se arrependessem dos seus pecados, sua cidade seria destruída. Depois da queda de Jerusalém, em 586 a.C., Jeremias recebeu de Nabucodonosor o direito de escolher se queria ir para a

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Babilônia ou permanecer com o remanescente pobre (2 Reis 24.14) do seu próprio povo. Ele preferiu ficar e ministrar ao remanescente. Após o assassinato de Gedalias (41.2 e vv) ele aconselhou o seu povo a permanecer na terra, mas eles foram para o Egito, levando Jeremias e Baruque (43.6,7) com eles. Enquanto esteve lá, Jeremias continuou procurando fazer o remanescente voltar para o SENHOR (cap.44). Ele também predisse a volta de Israel à terra no final dos tempos (23.5-8).

Seu ministério foi difícil, primeiro porque sua mensagem de rendição a Nabu codonosor, rei da Babilônia não podia ser popular de modo algum, parecendo até mesmo algo antipatriótico. Não era uma mensagem agradável. Segundo porque foi proferida em meio aos acontecimentos, isto é, muitas delas tiveram cumprimento dentro do período de sua vida. Tudo isso contribuiu para que ele caísse no desagrado da classe sacerdotal e monárquica, tornando-se uma espécie de pronunciador de maus agouros.

Depois da morte do rei Josias sua situação ficou complicada, com o surgimen to de uma facção idólatra e um partido que era a favor de uma aliança com os egípcios. Por sua oposição e isso diversas vezes ele esteve a ponto de ser preso. Foi proibido de entrar na área do Templo. Muitas de suas profecias foram entregues pelo seu amanuense Baruque devido a essa proibição.

Ele teve seu Livro de profecias queimado pelo rei Zedequias. Foi acusado de traidor, pois estava desanimando o coração do povo com a sua mensagem. Sua exortação para que se colocassem sob o julgo de Nabucodonosor soava como inci tação à rebeldia. Ainda por esse motivo foi encarcerado e depois lançado em uma cisterna, escapando por pouco com vida. Posteriormente foi levado para o Egito onde profetizou ainda por alguns anos e provavelmente morreu ali.

Ao que parece, sua personalidade era terna e sensível. Amava seu povo de todo o coração e foi muito doloroso entregar-lhes as profecias de que foi incumbi do. Passou por provações e perseguições inúmeras que com certeza debilitaram seu físico. Alguns o consideram o homem mais importante de seu tempo. Realmente, ter resistido a todas as tempestades pelas quais passou, comprovam que Deus fez dele uma coluna de ferro e um muro de bronze. Seu nome está merecidamente entre os grandes profetas de Israel.

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Nem só de juízo falou o profeta, trouxe também mensagens de esperança para a nação. Anunciou que uma nova aliança seria estabelecida para substituir a mo saica, realizada no Sinai (31.32). Referiu-se ao Messias como o “Renovo justo”, “Renovo de Justiça” que reinará no trono de Davi e executará julgamento e justiça na Terra (23.5-6; 33.14-17).

ESBOÇO DE JEREMIAS

I. O chamado de Jeremias (1.1–9)

II. Coleção de discursos (2.1–33.26)

III. Primeiro oráculos (2.1–6.30)

a) Sermão do templo e abusos no culto (7.1–8.3)

b) Assuntos diversos (8.4–10.25

c) Eventos na vida de Jeremias (11.1–13.27)

d) Seca e outras catástrofes (14.1–15.21)

e) Advertência e promessas (16.1–17.18)

f) A santificação do sábado (17.19–27)

g) Lições do oleiro (18.1–20.18)

h) Oráculos contra Leis, profetas e povo (21.1–24.10)

i) O exílio babilônico (25.1–29.32)

j) O livro de consolação (30.1–35.19)

IV. Apêndice histórico (34.1–35.19)

a) Advertência a Zedequias (34.1– 7)

b) Revogada a libertação de escravos (34.8–22)

c) O exemplo dos recabitas (35.1–19)

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V. Julgamentos e sofrimentos de Jeremias (36.1–45.5)

a) Jeoaquim e os rolos (36.1–32)

b) Cerco e queda de Jerusalém (37.1–40.6) c) Gedalias e o seu assassinato (40.7–41.18) d) A fuga para o Egito (42.1–43.7)

e) Jeremias no Egito (43.8–44.30)

f) Oráculos para Baruque (45.1–5.)

VI. Oráculos contra nações estrangeiras (46.1–51.64)

a) Contra o Egito (46.1–28.)

b) Contra os filisteus (47.1–7) c) Contra Moabe (48.1–47.) d) Contra os amonitas (49.1–6) e) Contra Edom (49.7–22)

f) Contra Damasco (49.23–27)

g) Contra Quedar e Hazor (49.28–33) h) Contra Helão (49.34–39) i) Contra a Babilônia (50.1–3)

VII. Apêndice histórico (52.1–34)

a) O reinado de Zedequias (52.1–3) b) Cerco e queda de Jerusalém (52.4–27) c) Sumário de três deportações (52.28–30) d) Libertação de Joaquim (52.31–34)

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LAMENTAÇÕES

No texto o Livro não recebe título, mas semelhantemente aos Livros do Pen tateuco, ele era conhecido pela sua primeira palavra: “Como”, ’eykah uma interjeição que indica espanto, perplexidade e/ou tristeza. No entanto, no decorrer dos séculos os rabinos começaram a referir- se a esse Livro “lamentações” ou “hinos fúnebres”. Os tradutores da Septuaginta seguiram os rabinos ao usar o termo grego para Lamentações. Eles foram um passo adiante e atribuíram o Livro a Jeremias. Por conseguinte, a versões gregas posteriores, a siríaca, a antiga versão latina, a Vulgata de Jerônimo e as versões em inglês e português têm colocado o título: “As Lamentações de Jeremias”.

Trata-se de um poema fúnebre relatando as misérias e desolações de Jerusa lém, resultantes de seu estado de sítio e posterior destruição. O profeta expressa seu profundo pesar sobre aquele evento calamitoso na história do povo escolhido de Deus, a destruição de Jerusalém, em 586 a.C., por Nabucodonosor, rei de Babilô nia. O Livro é o terceiro dos cinco Livros que compõem as Meguillot ou “Rolos das Festas” (i.e., Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester), usados em determinadas festas judaicas. Esse triste cântico de Jeremias foi adota do pela nação judaica. 1 Os judeus cantam este Livro todas às sextas-feiras junto ao Muro das Lamentações, em Jerusalém, e o lêem nas sinagogas, em jejum, no nono dia de Av, o dia destinado à lamentação das cinco grandes calamidades que sobrevieram à nação.

Pela sua simplicidade alguns afirmam não haver neste Livro nenhum conteúdo teológico significativo. Isto, todavia não é verdadeiro. Soberania, justiça, moralida de, julgamento divino e a esperança de bênção para o futuro distante são temas constantes desse escrito. Mesmo sendo um Livro sui generis, apresenta temas 1. O santuário foi totalmente consumido pelo fogo, no ano 70 d.C, pelo calendário judaico o dia 9 de Av, igual data em que 656 anos antes o primeiro Templo fora destruído por Nabucodonosor. Josefo lamentou: “não poderíamos, porém, nos não admirarmos assaz, de que a destruição desse incomparável Templo, tenha acontecido no mesmo mês e no mesmo dia em que os babilônicos outrora o haviam também incendiado. Esse segundo incêndio aconteceu no segundo ano do reinado de Vespasiano, mil cento e trinta anos, sete meses e quinze dias depois que o rei Salomão o havia construído pela primeira vez; seiscentos e trinta e nove anos, quarenta e cinco dias depois que Ageu o tinha feito restaurar, no segundo ano do reinado de Ciro” (JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD. p. 679).

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comuns a toda a Escritura. O significado mais profundo de Lamentações jaz no fato da intensa preocupação de Jeremias e sua simpatia por Jerusalém revelar o amor e a tristeza do SENHOR pelo próprio povo que Ele está castigando, um fardo semelhante àquele que o Senhor Jesus Cristo expressou em sua lamentação sobre Jerusalém (Mateus 23.37-39).

ESBOÇO DE LAMENTAÇÕES

I. O primeiro poema: a miséria, o pecado e a oração de Jerusalém (1.1–22)

a) A derrota, humilhação, sofrimento e pecado de Jerusalém (1.1–11)

b) Falando ao mundo descuidado sobre seu castigo (1.12–19)

c) Uma oração por ajuda em grande aflição (1.20–22)

II. O segundo poema: a destruição mandada por Deus e a reação do profeta (2.1–22)

a) Como o próprio Deus destruiu Israel (2.1–10)

b) O sofrimento do profeta, desesperança e exortação à oração (2.11–19)

c) A oração angustiada de Judá (2.20–22)

III. O terceiro poema: a severidade e misericórdia de Deus; a submissão e a oração do povo (3.1–66)

a) A severidade do castigo conduz a pensamentos de misericórdia (3.1–24)

b) Submissão e humildade trazem misericórdia (3.35–39)

c) O arrependimento deles chega tarde demais (3.40–47)

d) O profeta e o povo confiam em Deus para vindicação no fim (3.48–66)

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IV. O quarto poema: devastação, o resultado da desobediência (4.1–22)

a) A devastação do povo e de seus líderes (4.1–11)

b) A desobediência e seus resultados (4.12–20) c) Edom será castigado e Israel será ajudado (4.21–22)

V. O quinto poema: uma oração registrando o sofrimento e apelos finais de Jerusalém (5.1–22)

a) Uma lembrança de seu estado lamentável (5.1–10) b) Ninguém está isento do sofrimento (5.11–14) c) Todo o orgulho e a alegria se foram (5.15–18) d) O apelo final desesperado (5.19–22)

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LIVROS PROFÉTICOS

EZEQUIEL

Ezequiel é um profeta do exílio, fora levado para a Babilônia entre a primeira e a última deportação de Judá (2 Reis 24.11-16). O nome de seu pai era Buzi, da linhagem sacerdotal, provavelmente pertencia a classe social alta suficiente para ser incluído entre os reféns que Nabucodonosor levou para a Babilônia em 597 a.C. Foi chamado para o seu ministério profético por volta de 592 a.C. (o quinto ano do cativeiro do rei Jeoaquim) quando tinha ele mesmo uns trinta anos de idade. Seu casamento feliz terminou com a morte de sua esposa (Ezequiel 24.16). Tornou-se um pregador famoso entre os exilados e freqüentemente o povo vinha para ouvi -lo, inclusive muitos anciãos de Israel. Seu último discurso é datado de 571 a.C., o vigésimo sétimo ano do cativeiro de Jeoaquim.

Diferindo dos profetas pré-exílicos, cujo ministério foi principalmente junto a Judá ou junto ao reino das dez tribos, ou junto a ambos, Ezequiel foi a voz do SENHOR para “toda a casa de Israel”. Em notável contraste com Jeremias, todo o material na profecia de Ezequiel está arranjado em ordem cronológica conforme Deus a revelou.

A destruição de Jerusalém e sua restauração. Como os habitantes de Jerusa lém, os exilados apegados aos falsos profetas, acreditavam obstinadamente que a cidade de Jerusalém não seria invadida e que logo eles retornariam à sua terra. Já que Deus havia escolhido Jerusalém para sua morada e já que ele mesmo a de fendeu no passado, não seria diferente dessa vez. Entretanto, o profeta Ezequiel os advertiu que o castigo era certo, por causa de suas transgressões, e que o exílio ba bilônico fora usado por Deus para corrigir os rebeldes e afastá-los de sua vil manei ra de viver. Muitos não deram crédito à suas palavras, e em pouco tempo viram e ouviram que a cidade do grande rei (Jerusalém) fora destruída e o restante do povo foi levado cativo. Cumprida a profecia, a mensagem profética toma outro rumo, o profeta passa a consolar os desterrados dando-lhes promessas de libertação futura e retorno à terra de seus pais. Dois temas teológicos agem como um equilíbrio no pensamento do profeta. Na doutrina do homem, em Ezequiel, ele colocou a ênfase

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no dever pessoal (18.4: “a alma que pecar, essa morrerá”). Por outro lado, ele en fatizou a graça divina no renascimento da nação. O arrependimento do remanes cente fiel entre os exilados resultaria na recriação de Israel a partir dos ossos secos (37.11-14).

Este Livro apresentou dificuldades para ser incluído dentro do cânon judaico, devido às visões relativas ao Templo, narradas nos capítulos 40 a 48. Tanto as di mensões, quanto os detalhes estruturais diferem do Templo de Salomão. Mesmo os sacrifícios não estão de acordo com as Leis sacerdotais. Essa foi a raiz das con trovérsias.

Tal situação, todavia não representa grande dificuldade levando em conta que Ezequiel era um sacerdote e essas discrepâncias não estavam ali por engano. Mesmo que nem todos aceitem essa posição, o mais provável é que seja uma descrição futura do Templo. Não apenas uma descrição do Templo erguido por Zorobabel e reformado por Herodes, o Grande, mas ainda o Templo em um período futuro, no Milênio. A riqueza de detalhes é imensa e o tom escatológico deixa transparecer a situação dos tempos finais, além do contexto da história atual. Isso não é nenhuma coisa espantosa para um profeta de Israel.

Outros, utilizando método de interpretação alegórico têm traçado paralelos en tre o Templo de Ezequiel e a Igreja no Novo Testamento. Tal comparação evita certas dificuldades criadas por um entendimento literal milenar, mas cria barreiras intransponíveis. Nem tudo é resolvido definitivamente. De qualquer forma, a viva cidade da descrição não pode ser ignorada e os estudiosos com certeza podem tirar muitas riquezas espirituais dessa porção do livro de Ezequiel.

ESBOÇO DE EZEQUIEL

I. O início da visão e chamada de Ezequiel (1.1–3.21)

a) Visões introdutórias (1.1–28)

b) O encargo dos profetas (2.1–3.21)

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II. Profecias e visões sobre a destruição de Jerusalém (3.2–24.27)

a) Oráculos de julgamento (3.22–7.27)

b) Visões de idolatria no templo (8.1–11.25) c) O exílio e cativeiro de Judá (12.1–24.27)

III. Oráculos da ruína contra nações estrangeiras (25.1–32.32)

a) Contra Amom (25.1–7)

b) Contra Moabe (25.8–11) c) Contra Edom (25.12–14) d) Contra a Filistia (25.15–17) e) Contra Tiro (26.1–28.19) f) Contra Sidom (28.20–26) g) Contra Egito (29.1–32.32)

IV. Profecias de restauração (33.1–48.35)

a) Ezequiel como vigia (33.1–33 b) Deus como Pastor (34.1–31) c) Julgamento contra Edom (35.1–15) d) Restauração de Israel (36.1–37.28) e) Julgamento contra Gogue (38.1–39.29) f) Restauração do templo (40.1–46.24) g) Restauração da terra (47.1–48.35)

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LIVROS PROFÉTICOS

DANIEL

O Livro de Daniel pertence a um gênero literário conhecido como apocalíptico. Esta categoria de Livro é assim conhecida porque relata histórias e visões. Quando a impiedade parecia suprema no mundo e os poderes do mal dominante, foi dado um apocalipse para mostrar a verdadeira situação por trás daquilo que era apa rente, e para indicar a vitória final da justiça sobre a Terra. As obras apocalípticas usam muitas figuras e símbolos. Deus usou esta forma literária para transmitir a Sua verdade ao Seu povo.

Daniel foi ainda jovem levado à Babilônia, por volta do ano 605 a.C., numa das campanhas que Nabucodonosor realizou, logo antes de ascender ao trono. Daniel e seus amigos foram treinados no serviço do palácio real. Logo deu de monstrações de sabedoria sobrenatural naquela terra famosa por seus sábios e, finalmente, foi elevado a altos postos até tornar-se o primeiro entre os três oficiais mais importantes do Império Medo-Persa (5.29; 6.1-3).

Daniel é um Livro de reis e reinos, de tronos e domínios. Embora inclua alguns registros históricos, compõe-se de profecias sobre a seqüência de reinos nos “tem pos dos gentios” e descreve o fim deste período. Os acontecimentos históricos de Daniel, que ocorrem no começo dos tempos dos gentios, ilustram acontecimentos profeticamente apresentados no Livro que vão acontecer no final deste período, culminando catastroficamente com o fim do governo mundial gentio na volta de Cristo, o Messias. Assim, a perseguição dos filhos de Deus nos (caps.3 e 6) é uma sombra da perseguição mais severa e universal do povo de Deus que vai acontecer no fim desta dispensação (7.25; 8.24; 12.1); do mesmo modo, o repúdio blasfemo do Deus de Israel, conforme (5.1-4; 6.5-12), vai aparecer numa forma mais uni versal e até com uma intensidade maior desta dispensação (7.25; 9.26; 11.37-38). Este Livro foi mencionado ou citado muitas vezes no Novo Testamento (com pare especialmente as referências de nosso Senhor a Daniel em Mateus 24.15; Marcos 13.14) e é a chave do Apocalipse. Ele exerceu uma grande influência sobre a Igreja primitiva; seu esquema de quatro impérios sucessivos dominou a historio grafia européia até os meados do século XVIII

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LIVROS PROFÉTICOS

Daniel tem uma característica distintiva entre os profetas. Apesar de o próprio Senhor Jesus Cristo tê-lo chamado de profeta, ele nunca fez pronunciamentos se melhantes aos demais profetas, utilizando-se a expressão “Assim diz o Senhor”. Sua mensagem consiste em sonhos e visões interpretadas conforme a direção divina. Talvez por esse motivo o Livro tenha sido colocado no cânon hebraico entre os cha mados escritos. A mescla de visões e narrativas tornou o Livro ainda mais peculiar, uma jóia distinta entre os profetas.

A soberania de Deus é a mensagem central deste Livro. Deus está no controle do céu e da terra, dirigindo as forças da natureza, o destino das nações e cuidando do seu povo. Jerusalém pode ser destruída e ter seu templo reduzido a ruínas, o povo de Deus pode ser exilado e os maus governantes podem parecer triunfantes, mas somente Deus permanece supremo. É Ele e somente ele “quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendi mento aos inteligentes. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz” (2.21-22). Por causa de suas muitas visões, o Livro de Daniel tem sido chamado “O Apocalipse do Antigo Testamento”, como afirmou Stanley Ellisen, “é um Livro ‘apocalíptico’, no verdadeiro sentido de ‘apocalipse’, uma ‘revelação’ de Deus”. 2

ESBOÇO DE DANIEL

I. As convicções religiosas de Deus (1.1–21)

a) O exílio de Judá (1.1–2)

b) A decisão de Daniel de manter-se separado (1.3–21)

II. O primeiro sonho de Nabucodonosor (2.1–49)

a) O sonho esquecido (2.1–28)

b) A revelação e a interpretação de Daniel (2.29–45)

c) Daniel é honrado através de promoção (2.46–49)

2. ELLISEN, Stanley A. Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Ed. Vida, 1999, p. 264.

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LIVROS PROFÉTICOS

III. A libertação da fornalha de fogo (3.1–30)

a) Convocação para adorar a estátua de ouro (3.1–7)

b) A recusa dos três hebreus de se prostrarem perante a estátua (3.8–18) c) Os três hebreus são miraculosamente protegidos (3.19–25)

d) O rei confessa o Deus verdadeiro (3.26–30)

IV. O segundo sonho de Nabucodonosor (4.1–37)

a) O sonho de Nabucodonosor (4.1-37) b) A Interpretação da Daniel (4.19–27) c) O cumprimento do sonho (4.28–33) d) A oração e restauração de Nabucodonosor (4.34–37)

V. A festa blasfema de Belsazar (5.1–31)

a) A escrita manual na parede (5.1–9) b) A interpretação de Daniel da escritura (5.10–31)

VI. Daniel na cova dos leões (6.1–28)

a) Complô contra Daniel (6.1–9) b) Daniel é lançado na cova dos leões (6.10 –17) c) Daniel é liberado (6.18 – 28)

VII. A primeira visão de Daniel (7.1–28)

a) O sonho da Daniel sobre os quatro animais (7.1–14) b) A Interpretação de Daniel (7.15–28)

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VIII. A segunda visão de Daniel (8.–27)

a) O sonho de Daniel sobre um carneiro, um bode e sobre os chifres (8.1–14) b) A interpretação de Gabriel (8.15–27)

IX. A profecia das setentas semanas (9.1–17)

a) A oração de Daniel (9.1–19) b) A Visão da Daniel (9.20–27)

X. A visão final de Daniel (10.1–12.13)

a) A visão de Daniel de um ser glorioso (10.1–9) b) A visita de um anjo (10.10–21)

c) Guerra entre reis do Norte e do Sul (11.2–45) d) O tempo da tribulação (12.1–13)

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OSÉIAS

Oséias, cujo nome significa “o SENHOR salva”, levou a efeito o seu ministério durante os dias de quatro diferentes reis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias; e de Jeroboão II, rei de Israel. Oséias foi contemporâneo de Amós em Israel, e de Isaías e Miquéias em Judá, e o seu ministério continuou depois do primeiro cativeiro, ou o cativeiro assírio, do Reino do Norte. Provavelmente era cidadão do Reino do Norte, uma vez que se refere ao rei de Israel como “nosso rei” (7.5). Judá só é mencionada ocasionalmente e o interesse se centraliza nas dez tribos.

O tema dos capítulos iniciais da profecia de Oséias é a infidelidade de Israel, apresenta em termos de um relacionamento conjugal, uma figura de linguagem familiar descrevendo o relacionamento de Deus com o Seu povo escolhido (Êxodo 34.15-16; Levítico 17.7; 20.5-6; Deuteronômio 32.16,21; Isaías 54.5). O alvo prin cipal do casamento de Oséias, porém, não era recapitular o tratamento de Deus dispensado a Israel, mas colocar em destaque a degeneração presente de Israel.

A questão matrimonial de Oséias tem sido motivo de acalorados debates acerca desse Livro, contra o qual foram levantadas diversas objeções por conta disso. Deus ter ordenado a um homem consagrado a Ele que se casasse com uma mulher adúltera é algo mal visto e não parece ser uma ordem coerente e nem moralmente adequada dizem os críticos, pois não seria nada condizente com a natureza e a ética divina.

Tentando resolver esse problema alguns sugeriram que esta experiência não era real e sim uma espécie de parábola. Todavia, o tom narrativo simples da história não deixa nenhum espaço para este tipo de interpretação alegórica. Era sem dúvida uma narração direta daquilo que Deus ordenara a ele fazer e os fatos que se seguiram. O próprio texto não fornece qualquer indicação de um caráter não literal para o evento.

Aliás, aceitar como alegórica e não histórica uma narrativa como essa, abre precedente para se entender como não históricas inúmeras outras passagens das Escrituras que apresentam a mesma forma de narrativa simples e direta.

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Uma explicação mais coerente seria que Oséias tivesse casado com Gômer quando essa não apresentava esse comportamento infiel. Esse casamento teria sido realizado mediante a direção de Deus. Posteriormente, quando seu caráter adúltero se manifestou e ele começa a exercer seu ministério profético, ele entende que ape sar de dirigida por Deus sua união apresentava um caráter profético.

O fato é que a nação mergulhara nas densas trevas, ficando destituída de ver dade, de bondade e do conhecimento de Deus (4.6), e cheia de perjuro, de menti ra, de morte, de furto, de adultério e de derramamento de sangue. Deus desejava que Israel abandonasse seus pecados e voltasse a adorar somente a Ele; porém o povo continuava em sua iniqüidade. Essa decadência espiritual, social e política foi se intensificando até que culminou com o cativeiro Assírio, em 722 a.C., por Salmanaser V (2 Reis 17.3), consumado por Sargão II (Isaías 20.1).

ESBOÇO DE OSÉIAS

I. Oséias e Gomer (1.1–3.5)

a) O casamento de Oséias e Gomer (1.1–9).

b) O Casamento do SENHOR com Israel (1.10–2.23)

c) A volta de Gomer para Oséias (3.1–5)

II. O SENHOR e Israel (4.1–14.9)

a) Amor e restauração (11.1–14.9)

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LIVROS PROFÉTICOS

JOEL

O título do Livro nada nos informa a respeito do profeta a não ser sobre o seu nome: Joel, filho de Petuel (Joel 1.1). Este Livro é de difícil datação porque nada consta a respeito de nenhum rei israelita ou de alguma nação estrangeira, nada é mencionado. As indicações de datas variam desde o século nono até o século quar to antes de Cristo. Muitos pensam que foi escrito no tempo de Joás, como uma data mais equilibrada, o que daria por volta do ano 830 a.C.

Para atribuir uma data tão remota, os estudiosos percebem que a influência do rei e da monarquia não é tão forte no Livro, sendo atribuído um papel mais importante aos sacerdotes. O que pode significar o período da infância de Joás, quando o sumo-sacerdote Jeoiada é quem verdadeiramente dirigia o reino. Outro fator preponderante para aplicar uma data mais longínqua à redação da profecia de Joel é o fato de nem assírios, nem babilônios ou ainda persas serem citados em sua profecia. Há referências a egípcios, filisteus, fenícios e edomitas. Isso aponta para um período mais tardio quando os dois impérios não estavam ainda exercen do seu domínio.

Existe uma referência aos gregos em (3.6). Por causa disso alguns querem atri buir uma data pós-exílica ao Livro. Visto que os gregos só entram tardiamente na história de Israel. Todavia, se atentarmos para o versículo, na verdade é uma confirmação de que o Livro foi escrito em data remota. Fala da venda de israelitas para os gregos em uma terra distante. Isso demonstra que os gregos não estavam próximos de Israel. E na verdade a supremacia grega sobre os mares e seu intenso comércio e expansão na região do Mar Mediterrâneo não é desta data. Felizmente, a mensagem de Joel não depende da data. As palavras do profeta se destacam, apesar da nossa incapacidade de reconstruir seu contexto histórico com exatidão.

Do ponto de vista do conteúdo são três os temas que o Livro se ocupa: os ca pítulos (1 e 2) tratam da praga de gafanhotos e da seca, sendo ambas interpretadas como prenúncio da aproximação do “dia do Senhor”. Duas vezes Joel conclama a se publicar um dia de penitência geral, para colocar um paradeiro à catástrofe.

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LIVROS PROFÉTICOS

Certos oráculos de Deus contêm promessa de uma salvação futura para o povo. O capítulo (3) promete o derramamento do Espírito sobre toda a população de Judá, incluindo os escravos. O capítulo (4) anuncia o juízo final para todas as nações que são convocadas para o vale de Josafá.

No geral é uma mensagem de advertência e juízo e apesar de ser uma men sagem curta inclui muito dos temas recorrentes nos demais profetas hebreus. A profecia presente em (2.28-32) será marcante para a Igreja do Novo Testamento. Foi essa profecia referida por Pedro no dia de Pentecostes (Atos 2.17-21) e está profundamente relacionada com o “tempo da graça”. Dessa profecia a passagem “Aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Joel 2.32) vai se tornar o grande elemento confessional da salvação neotestamentária (Romanos 10.13). A profecia de Joel ainda contém outros valiosos elementos escatológicos. A descrição da guerra no capítulo (3) apresenta fortes imagens ligadas ao Armagedom e a Parousia de Cristo

ESBOÇO DE JOEL

I. A mão do Senhor no presente (1.1–2.27)

a) A destruição pelas locustas (1.2–2.11) b) O arrependimento de Judá (2.12–17) c) A restauração do Senhor (2.18–27)

II. O dia do Senhor no futuro (2.28–3.21)

a) A graça do Senhor (2.28–32)

b) O Julgamento do Senhor (3.1–17)

c) A Bênção do Senhor (3.18–21)

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LIVROS PROFÉTICOS

AMÓS

Amós, natural da cidade de Tecoa, cidade situada a vinte quilômetros de Jerusalém, nas montanhas, próximo de Belém, vilarejo que beirava os desertos de Judá. Aí viveu ele como pastor e cultivador de sicômoros, uma espécie de figueira brava.

Parece ter estudado bastante a Lei, visto que sua mensagem apresenta um forte conhecimento do Pentateuco, mesmo não tendo sido indicado formalmente para o ministério profético. Dentro dessas condições é fácil ver as dificuldades existentes em seu trabalho como profeta. Teve que deixar seu lar em Judá e dirigir-se para Samaria, capital do Reino de Israel para repreender a classe governante que vivia uma vida idólatra distante do padrão divino.

Devido a essas circunstâncias, foi acusado de conspiração por Amazias, sa cerdote de Betel, perante o rei Jeroboão. Alegava que suas predições eram por demais pesadas e não se cumpririam. Então Amazias ordenou-lhe que se retirasse para Judá e não mais profetizasse em Betel (Amós 7.12), pelo que Amós tornou a profetizar contra Israel (Amós 7.10-17).

Enquanto Oséias foi oprimido pelo sentimento da infidelidade de Israel para com o amor de Deus, Amós foi ultrajado pela violência deles contra a justiça e inte gridade de Deus. A nota que ele toca em sua profecia é o correlativo e o corolário da mensagem pronunciada por Oséias. As palavras mais descritivas da mensagem de Amós são: ”Corra o juízo como as águas, e a justiça como ribeiro perene” (5.24). A justiça social é inseparável da verdadeira impiedade. Por causa dessa ên fase em sua mensagem ele já foi chamado de “profeta da justiça social”. A situação de opulência de uma classe, enquanto a outra sofria agudas necessidades, levou o profeta a pronunciar sua palavra contra essa situação de desigualdade e injustiça.

Além das mensagens inspiradas contra os pecados de Israel, Amós também narra pelo menos cinco visões onde são representados os juízos de Deus. Esses julgamentos divinos foram representados por gafanhotos, fogo, prumo, cestos de frutos e um capitel derrubado. Apesar de sua intercessão junto a Deus pedindo

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LIVROS PROFÉTICOS

misericórdia para Israel, não foi possível evitar a catástrofe. Ele foi apenas mais um dos vários profetas que predisseram o fim do reino das dez tribos, definitivamente ocorrido em 722 a.C., pela mão dos assírios.

O que chama a atenção na literatura profética é a uniformidade dos temas. As afirmações de castigo e de derrota sempre vêm acompanhadas de promessas de restauração e elevação. Ele não termina sua profecia em tom de amargura e fim, mas reconfirmando o que outros profetas já haviam predito. Deus tornará a reunir o seu povo Israel em sua terra e tornará a abençoá-los.

Outro destaque a ser notado é que Elias e Eliseu haviam profetizado por volta desse período no Reino do Norte. Sua mensagem se dirigia principalmente contra o culto a Baal, atingindo primeiramente aspectos espirituais e religiosos da nação. Amós veio do Sul, de Judá, para apontar outra área na qual o povo estava pecan do. Era uma mensagem complementar àquela que fora dada pelos dois grandes profetas do período.

ESBOÇO DE AMÓS

I. Introdução (1.1–2)

II. Julgamento sobre as nações (1.3–2.16)

a) Damasco (1.3–5)

b) Gaza (1.6–8)

c) Tiro (1.9–10)

d) Edom (1.11–12)

e) Amom (1.13–15)

f) Moabe (2.1–3)

g) Judá (2.4–5)

h) Israel (2.6–16)

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LIVROS PROFÉTICOS

III. Oráculos contra Israel (3.1–6.14)

a) Julgamento sobre o povo escolhido de Deus (3.1–15)

b) Julgamento de Deus sobre o povo insensível (4.1–13) c) Julgamento sobre o impenitente povo de Deus (5.1–6.14)

IV. Visões de Julgamento (7.1–9.10)

a) Visões de abrandamento (7.1–6) b) Visões de rigidez (7.7–9.10)

V. A restauração de Israel (9.11–15)

a) A tenda de Davi levantada (9.11–12) b) A terra e o povo restaurados e abençoados (9.13–15)

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LIVROS PROFÉTICOS

OBADIAS

Obadias é totalmente desconhecido, não há registro de sua vida pessoal e nada se sabe a seu respeito, salvo o significado do seu nome: “servo ou adorador do Senhor”. O nome Obadias era comum no Antigo Testamento (1 Reis 18.3; 2 Crônicas 34.12; Esdras 8.9). Há pelo menos 13 pessoas com o mesmo nome no Antigo Testamento.

É o menor Livro dos Profetas Menores, conta apenas com 1 capítulo com 21 ver sículos. A data de sua profecia é incerta, mas as evidências internas parecem apontar para uma data próxima de 586 a.C., ano em que Jerusalém foi destruída por Nabucodonosor, o rei da Babilônia.

Sua mensagem é uma repreensão aos edomitas, por alegrarem-se com a ca tástrofe que sobreveio a Judá. Essa atitude tinha raízes no rancor ainda existente entre os descendentes de Esaú, irmão de Jacó. Sua profecia é muito semelhante à profecia de Jeremias (49.7-22). Os que datam a profecia do tempo da destruição de Jerusalém pelo império babilônico entendem que Obadias apoiou-se no material de Jeremias. De qualquer forma essa repetição é bastante comum entre os profetas, demonstrando que Deus tornava a lembrar o que já havia dito.

O Livro, que na forma literária é uma “canção do destino”, tem um único tema – o julgamento de Edom, a nação que descendia de Esaú. No tempo de Obadias, a cidade conhecida como Sela (mais tarde chamada Petra) era a capital de Edom. Suas ruínas singulares, recortadas na rocha sólida de colorido rosa, que ficaram muito tem po escondidas nas áridas regiões ao sul do Mar Morto, foram descobertas em 1812 d.C. Suas ruínas recentemente classificadas como uma das Maravilhas do mundo.

O encerramento da profecia é curioso. Nele presente e futuro se mesclam como se mesclam a história e a profecia. Ele termina dizendo que “o reino será do Senhor”, atribuindo na comum linguagem profética o domínio de Deus sobre a Terra.

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LIVROS PROFÉTICOS

ESBOÇO DE OBADIAS

I. Título 1

II. O decreto do Senhor (vv. 1–14)

a) A condenação de Edom (vv. 1–4) b) O colapso de Edom (vv. 5–9) c) Os crimes de Edom (vv. 10–14)

III. O Dia do Senhor (vv. 15–21)

a) O dia da retribuição divina (vv. 16–16) b) O dia da restituição divina (vv. 17–20) c) O dia do domínio divino (vv. 21)

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LIVROS PROFÉTICOS

JONAS

Jonas foi um profeta de Israel que viveu mais ou menos na época de Jeroboão II, época em que profetizou sobre suas conquistas (2 Reis 14.25) o que de fato aconteceu. O seu nome significa “pomba” e ele ocupa um lugar especial de primeiro missionário no estrangeiro.

O caráter histórico da preservação de Jonas no ventre do grande peixe e a sua pregação aos habitantes de Nínive foi autenticado por Cristo, que compara a experiência do profeta com o Seu próprio sepultamento e res surreição (Mateus12. 38-42). Também os ninivitas são citados por Jesus em referência ao Juízo Final (Mateus 12.41).

Este Livro apresenta uma série de peculiaridades que o distingue dos demais Livros dos profetas. Primeiro porque não contém oráculos e sim nar rativa. É mais uma biografia do que um oráculo. A mensagem é a história de Jonas. Enquanto os outros mesclam pontos narrativos em oráculos pro féticos, esse possui apenas uma curta profecia dentro de um texto em prosa.

A lição é dada através do próprio Jonas. O capítulo (4) na verdade é o ápice do Livro. Não é a conversão dos ninivitas o foco principal e sim o erro do sentimento do profeta que se recusava a proclamar a Palavra de Deus na capital Assíria temendo que seus habitantes se arrependessem e dessa forma Deus os poupasse. Ele desejava ver a destruição da cidade. A aboboreira foi a maneira que Deus encontrou para mostrar ao profeta que seus sentimentos não eram retos, uma vez que se apiedou de uma planta e não aceitava que Ele se apiedasse de uma grande cidade.

Uma obra prima de narrativa considerada, este Livro tem sofrido uma superenfatização do milagre do grande peixe (1.17). Contudo, nem a anula ção, nem racionalização resolvem as dificuldades do milagre que permanece como um objeto de fé, e não de explicação. O Livro de Jonas está cheio do sobrenatural; além do grande peixe, temos a aboboreira, o verme, o vento oriental e, principalmente, o arrependimento de toda a cidade de Nínive.

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LIVROS PROFÉTICOS

Qualquer dificuldade encontrada se dá apenas pela negação do sobrenatu ral. Os que aceitam milagres não vêem no Livro nenhum obstáculo intrans ponível.

O caráter de Jonas e o relacionamento de Deus com ele são figuras subseqüentes da história da nação de Israel; fora da terra, uma perturbação para os gentios, mas um testemunho diante deles; expulsos, mas milagro samente preservados; no futuro e profundo desespero, clamam ao S ENHOR como Salvador, para o livramento e, então, se tornam missionários aos gen tios. Mas, principalmente, Jonas é um tipo de Cristo como o Enviado , res suscitado dos mortos e levando a Salvação aos gentios.

ESBOÇO DE JONAS

I. A retirada ordenada (1.1–3)

a) O chamado (1.1–2)

b) Jonas foge para Társis (1.3)

II. O retorno providencial (1.4–2.10)

a) O Senhor manda uma tempestade (1.4–9)

b) Os marinheiros o jogam no mar (1.10–16)

c) O Senhor prepara um grande peixe (1.17)

d) Jonas ora (2.1–9)

e) Ele é vomitado na terra (2.10)

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LIVROS PROFÉTICOS

III. A renovação bem-sucedida (3.1–10)

a) Segunda chance de levantar e ir é oferecida a Jonas (3.1–3)

b) Jonas prega (3.4)

c) A população se converte (3.5–9)

d) Deus demonstra piedade (3.10)

IV. Uma reação negativa (4.1–11)

a) Jonas desgostou-se (4.1–5)

b) Deus ensina uma lição (4.6–11)

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LIVROS PROFÉTICOS

MIQUÉIAS

Miquéias oferece poucas informações a respeito de si mesmo. Profetizou durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, portanto, fica evidente que foi contempo râneo do profeta Isaías. Ambos formam uma dupla interessante: um era aristocrata, confidente do rei e estadista, enquanto que o outro é camponês lavrador de terras. Miquéias é originário da pequena cidade de Moresete, cerca de 40 quilômetros ao sudoeste de Jerusalém. O fato do nome de seu pai não ser mencionado pressupõe que pertencesse a classes mais humildes.

Sua mensagem, como a de Amós, também aponta os pecados sociais da na ção. A exploração do povo pelo governo recebeu a sua censura. Esse foco pode ser mais um indício de sua origem humilde. A nobreza latifundiária, rica e sem es crúpulos foi duramente repreendida. É fácil perceber que o contexto contra o qual lutava era muito semelhante com aquele de Isaías, Amós e mesmo Oséias. Há muita semelhança entre passagens de Isaías e Miquéias (compare Miquéias 4.1-5 com Isaías 2.2-4). Alguns inclusive alegam que ele falou sobre os mesmos temas, como se o seu Livro fosse um “pequeno Isaías”.

Jeremias menciona Miquéias pelo nome (Jeremias 26.18) e o relaciona com o reino de Ezequias, e o Senhor Jesus o citou também (Mateus 10.35-36 comp. Miquéias 7. 6). Samaria, Jerusalém, toda Judá, Israel e as nações são o assunto da profecia. A Assíria é o poder estrangeiro proeminente. As mensagens são par ticularmente contra as capitais, Samaria e Jerusalém, como centros de influência da nação. Deus roga Israel e a Judá que voltem para Ele, abandonando o pecado, estabelecendo a Assíria como a vara de Sua ira, e Ele conclui com promessas de glória futura sob o Messias e o Seu Justo Reino.

Sua menção a Samaria demonstra que seu ministério foi exercido antes da queda dessa cidade, em 722 a.C. A situação lembra o tempo do rei Acaz ou mesmo os primeiros anos de Ezequias antes da reforma efetuada por este. Sobre o término de seu ministério não há evidências.

Ainda que sua mensagem se destinasse a Judá, pelo menos em um capítulo o

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LIVROS PROFÉTICOS

vemos se dirigindo ao Reino do Norte, onde a corrupção já tinha atingido níveis muito maiores, tanto social quanto espiritualmente. Mesmo sua pregação para o Reino do Sul parece ter sido dirigida a classes mais simples da população, enquanto Isaías, por sua posição social e relacionamento com a classe reinante dirigiu a esses sua mensagem.

Utilizou uma linguagem forte, até mesmo ríspida, empregando metáforas e jogos de palavras. Ele resumiu em poucas palavras as exigências de Deus para a nação: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?” (6.8)

Não é difícil identificar no Livro pelo menos três discursos distintos. Eles iniciam com a expressão: “Ouvi” e são encontrados em (1.2; 3.1 e 6.1). O primeiro, fala do julgamento de Deus contra os Reinos do Norte e do Sul (Israel e Judá). O segundo, apresenta Deus como Juiz e aquele que é fiel à sua aliança. O terceiro, procura tra zer à memória tudo o que Deus fez pelo seu povo.

Também é de Miquéias fortes passagens messiânicas (capítulo 5), inclusive a indicação de Belém como a cidade onde nasceria o Messias (5.2).

ESBOÇO DE MIQUÉIAS

I. A dramática cinda do Senhor em Julgamento (1.1–2.13)

a) Sobre as cidades capitais de Samaria e Jerusalém (1.1–9)

b) Sobre as cidades localizadas a sudoeste de Jerusalém (1.10–16)

c) Sobre os crimes que trazem ocupação estrangeira (2.1–11)

d) Sobre todos, exceto um restante liberto pelo Senhor (2.12–13)

II. A condenação dos líderes feita pelo Senhor (3.1–12)

a) Sobre os líderes que consomem o povo (3.1–4)

b) Sobre os profetas, exceto Miquéias (3.5–8)

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LIVROS PROFÉTICOS

c) Sobre os oficiais: chefes, sacerdotes e profetas (3.9–12)

III. A vinda do reino universal do Senhor (4.1–5.15)

a) Atração de todas as nações pelo nome do Senhor (4.1–5)

b) Compaixão sobre o povo dependente e rejeitado (4.6–13)

c) O lugar de nascimento e a administração do Messias (5.1–6)

d) A restauração de um restante num lugar sem ídolos (5.7–15)

IV. A apresentação da contenda do Senhor (6.1–7.6)

a) O seu cuidado redentor na sua história (6.1–5)

b) Suas expectativas para uma reação apropriada (6.6–8)

c) Seu fundamento para o julgamento do ímpio (6.9–7.6)

V. A salvação do Senhor como a esperança do povo (7.7–20)

a) Apesar do julgamento temporário (7.7–9)

b) Apesar dos inimigos do povo (7.10–17)

c) Por causa da sua incomparável compaixão (7.18–20)

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NAUM

Naum era natural da cidade de Elcós, cidade cuja localização é desconhecida, que os estudiosos têm colocado em lugares variados. Existem pelo menos quatro opiniões diferentes sobre a localização da cidade. De qualquer forma parece que o profeta pertencia ao Reino do Sul, Judá.

Sua mensagem é monotemática, se destina unicamente à cidade de Nínive, capital do Império Assírio e grande metrópole da antiguidade. O seu Livro forma uma seqüência com o Livro de Jonas. O arrependimento no tempo de Jonas adiou o juízo de Deus por cerca de um século. A profecia de Naum pode ser datada entre a destruição de Tebas ou Nô (3.8) por Assurbanipal em 666 a.C., e a captura de Nínive pelos babilônios e os seus aliados em 612 a.C. O estilo de Naum é de poesia lírica da mais alta qualidade, que alguns têm considerado como o mais apaixona do de todos os profetas. Todos têm de concordar que suas mensagens são vivas e impetuosas.

Ele começa sua mensagem fazendo uma referência ao caráter de Deus. Dizer que ele era “tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente” (1.3) era uma forma de relacionar o caráter dele e o julgamento que viria sobre Nínive. Sua predição quanto ao destino da cidade é exata. Cumpriu-se literalmente sobre a capital Assíria. Deus transformaria aquela cidade em ruína e acabaria de uma vez com o lugar de Nínive, (1.8) “Não há cura para tua ferida, tua chaga é mortal” (3.19).

Curiosamente, a profecia bíblica vai falar de rios e de inundação. Em Naum (1.7) ele afirma que destruiria Nínive, com uma inundação transbordante e em (2.6) ele diz: “As portas do rio se abrem e o palácio se derrete”. Cumprindo-se exatamente esta predição, no ano de 612 a.C., as tropas babilônicas, medas e citas achavam-se acampadas próximas à cidade, contudo sem poder entrar. O rei Sin-char-ichkun, em seu sentimento de invencibilidade, banqueteava-se com seus principais, comendo e embriagando-se ignorando completamente a palavra do profeta que anos antes havia decretado: “Pois ainda que eles se entrelacem com

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os espinhos, e se saturem de vinho como bêbados, serão inteiramente consumidos como palha” (1.10).

Na própria cidade de Nínive havia um provérbio que dizia: “Nenhum inimigo jamais tomara Nimus [um de seus nomes] de surpresa a menos que o rio se torne o primeiro inimigo da cidade”. Sardanápalo, então general, considerou que isto jamais aconteceria. Todavia, a ação dos rios contada. A mão divina entrava mais uma vez na história para ditar seus rumos. Fortes chuvas fizeram o rio transbordar de tal forma e com tal força que desmoronou boa parte dos muros e inundou parte da cidade.

Os muros estavam quedados, a brecha fora aberta e o inimigo agora penetrava em Nínive. Sobre ela pesava o martelo da Palavra divina: “As tuas tropas no meio de ti são como mulheres! As portas da tua terra estão de todo abertas ao teu inimi go, o fogo consome os teus palácios” (3.13). O rei entrou em pânico. Perdeu todas as esperanças e ordenou que seus bens reais, bem como suas concubinas e servos fossem colocados numa área do palácio, e, lacrando-o, pôs fogo nele e o destruiu totalmente. Cumpria-se a profecia. O golpe definitivo fora dado sobre a Assíria com a espada de Deus. Nunca mais haveria de levantar-se. Não pode escapar da orde nação divina. “O fogo ali te consumirá; a espada te exterminará e, como gafanhoto, te consumirá” (3.15).

Ao escavar aquelas ruínas, aproximadamente vinte e cinco séculos depois, Layard pôde contemplar as cinzas deixadas pelo incêndio que destruiu a cidade. Era mesmo difícil de crer que ali havia a grande cidade de Nínive, com inúmeros palácios, templos, casas e estátuas, sede de um grande império, dominador de todo o Crescente Fértil. O arqueólogo inglês, após desvendar toda a história soterrada, podia mais do que qualquer homem, entender a seriedade da mensagem divina, através do profeta Naum, o elcosita.

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ESBOÇO DE NAUM

I. O veredicto de Deus (1.1–15)

a) O zelo de Deus (1.2–6) b) A bondade de Deus (1.7) c) O julgamento de Nínive (1.8–14) d) A alegria de Judá (1.15) e) A vingança de Deus (2.1–13)

f) A destruição de Nínive (2.1–12) g) A declaração do Senhor (2.13)

II. A vitória de Deus (3.1–19)

a) Os pecados de Nínive (3.1–4) b) O cerco de Nínive (3.5–18) c) A celebração sobre Nínive (3.19)

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LIVROS PROFÉTICOS

HABACUQUE

Habacuque, cujo nome significa “abraço”, profetizou a Judá quanto à invasão iminente dos caldeus (1.6). Não há qualquer identificação de sua linhagem ou mesmo do lugar de seu nascimento.

Os nobres de Judá, aliados aos líderes espirituais e outros, estavam inescru pulosamente oprimindo e roubando o povo. Tinham, portanto que ser punidos através da instrumentalidade dos caldeus. É importante notar que a nobreza foi a primeira parte a população a ser levada ao cativeiro nas duas deportações prelimi nares de 605 e 597 a.C., feita por Nabucodonosor, conforme pode-se observar no Livro do profeta Daniel. A maior parte da população, pertencente às classes mais humildes foi deixada na terra até a terceira deportação de 586 a.C.

Depois disso o profeta percebe que os caldeus se constituíram num problema difícil de conciliar com a doutrina da santidade de Deus, sendo um povo sangui nário, sem compaixão e sem a mínima reverência pela lei moral. Ao invés de cair no cinismo, o profeta dá um exemplo muito saudável de espera pelo Senhor (2.1). Finalmente ele compreende que o pecador orgulhoso que confia em si mesmo será condenado e seu tempo está próximo. Somente o justo fiel ficará em pé, justificado, no julgamento do Senhor. (2.4). Essa é a única referência à palavra fé no Antigo Testamento e essa expressão “o justo por sua fé viverá” se torna o grande grito do Evangelho e a grande verdade resgatada pela Reforma Protestante no século XVI. Dessa forma o conflito interno de um profeta e a resposta que obtém de Deus, torna-se uma poderosa verdade a transformar o mundo. Habacuque ainda mani festa a sua confiança de que Deus tomou nota do pecado dos caldeus e vindicará gloriosamente no final, ao trazer julgamento à sua terra (capítulo 2)

Habacuque foi um homem de natureza profundamente meiga e de um caráter espiritual. Ele manifestou um grande amor por seu povo, cumprindo a posição de atalaia para eles. Suas perguntas e dúvidas surgiram de seu zelo pela santidade e justiça de Deus. O profeta ficou perplexo vendo de Deus permitir o mal em Judá e

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LIVROS PROFÉTICOS

ainda mais quando Deus usou a Babilônia como vara de correção para com o seu povo. Ele pronunciou cinco ais contra os caldeus, manifestando o caráter julgador de sua profecia:

Por causa do orgulho e ambição (2.6–8)

Por causa do orgulho e cobiça (2.9–11)

Por causa da crueldade (12–14)

Por causa da bebedeira (2.15–17)

Por causa da idolatria (2.18–20)

Habacuque irrompe com este salmo de santo regozijo e rememora os dias do Êxodo, da Conquista e a época dos Juízes. Recordando os acontecimentos do passado nos quais, Deus de maneira semelhante, vindicou seu caráter de retidão e demonstrou sua soberania perante o mundo. Sua fé e amor inabaláveis ficaram fortemente expressos (3.17-19), onde ele coloca sua devoção acima de qualquer dificuldade que possa surgir.

Sua profecia tem vários aspectos singulares. O estilo com que ele aborda o as sunto é digno de nota. Ao invés de se dirigir à nação diretamente como porta-voz do Senhor, ele entregou a mensagem divina como ela chegou até ele, respondendo às perguntas que estavam surgindo dentro de sua alma. Com a possível exceção de Daniel, não há outro autor bíblico que empregue essa técnica.

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LIVROS PROFÉTICOS

ESBOÇO DE HABACUQUE

I. As perguntas de Habacuque (1.1–17)

A. Uma pergunta acerca da preocupação de Deus (1.1–11)

a) A pergunta declarada: “Por que Deus não faz alguma coisa? (1.1–5)

b) A resposta dada: “Porque eis que suscito os caldeus” (1.6–11)

II. Uma pergunta acerca dos métodos de Deus (1.12–17)

A. A resposta do Senhor (2.2–20)

a) O alcance da resposta (2.2–3)

b) A verdade central para os crentes (2.4)

c) As conseqüências da verdade para os incrédulos (2.5–20)

III. A oração de Habacuque (3.1–19)

B. O poder do Senhor (3.1–16)

A. Um grito de misericórdia (3.1–2)

B. O poder da natureza (3.3–11)

C. O poder contra as nações (3.12–16)

C. A fé do profeta (3.17–19)

a) Confiança apesar das circunstâncias (3.17–18)

b) Confiança por causa de Deus (3.19)

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SOFONIAS

Nada se sabe a respeito de Sofonias, exceto o que se encontra em seu escrito. Era filho de Cusi, da descendência de certo Ezequias, provavelmente do Rei Eze quias (1.1), o que faria dele o único profeta de sangue real. Essa teoria se torna ainda mais provável uma vez que ele parece morar em Jerusalém, pois se refere a ela como “este lugar” (1.4) e faz uma descrição da cidade com detalhes que pres supõe um conhecimento pessoal amplo.

As evidências internas do Livro indicam que ele profetizou durante o reinado do rei Josias, provavelmente antes do grande reavivamento de 621 a.C. A situação moral e espiritual de seu contexto é muito ruim, resultado dos reinados ímpios dos reis Amon e Manassés. Movido por esse declínio moral do seu tempo, ele previu a queda de Jerusalém, que, em sua inspirada visão, tornou-se uma figura do “dia do SENHOR”. Não apenas isso, mas ele também previu o juízo dos gentios e a restau ração de Israel no Reino Messiânico.

O tema principal de Sofonias é o “dia do SENHOR”, um acontecimento futuro que ele descreve com vivo poder. Sofonias usa o termo, “o dia do SENHOR”, mais do que qualquer outro profeta; mas ele também roga a Judá que “busque o SE NHOR” para que possam “esconder-vos no dia da ira do SENHOR” (2.3). A expres são “Dia do Senhor” aparece sete vezes neste pequeno Livro. Se considerarmos as referências a “o Dia”, esse número aumenta para treze, demonstrando a importân cia que o tema adquire.

Alguns acreditam que sua profecia se refere à invasão súbita e devastadora dos citas, povo da região do Mar Negro que fizeram um ataque rápido na região do Cáucaso em cerca de 630 a.C., e vieram varrendo a região da Média e da Assí ria. Conforme o historiador Heródoto, eles teriam saqueado a Síria e ameaçado o Egito de tal maneira que o Faraó teve de comprar a paz. Este flagelo de nômades guerreiros servia como uma advertência a Israel, avisando a proximidade do “Dia do Senhor”, um tema profético recorrente nessa literatura do Antigo Testamento.

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LIVROS PROFÉTICOS

De forma semelhante a outros profetas bíblicos e principalmente aos profetas maiores, Sofonias também profetiza para outras nações, declarando que a Filistia sentiria o peso da mão de Deus e que Moabe e Amon seriam aniquiladas seme lhante a Sodoma. Etiópia e Assíria também são alcançadas pela palavra de Sofo nias e mais especificamente Nínive, capital do Império Assírio.

Há um apelo ao arrependimento e uma ordem para se buscar ao Senhor, vem como a humildade (ou mansidão). Este apelo foi respondido pelos simpatizantes do rei Josias apesar de não terem ficado no poder após a morte súbita de seu herói na batalha de Medido contra o Faraó Neco (609 a.C.).

Algumas passagens de Sofonias parecem fazer referência ao Milênio, como na bem-aventurança final de Israel: “Os restantes de Israel não cometerão iniqüidade, nem proferirão mentira e na sua boca não se achará língua enganosa; porque se rão apascentados, deitar-se-ão e não haverá quem os espante” (3.13). A era futura será de fé universal, e todas as nações, inclusive as “de além dos rios da Etiópia”, servirão ao Senhor com consentimento comum, falando a mesma linguagem da fé (3.9-10).

Em Sofonias um dos elementos da profecia hebraica se torna notável. Eventos e oráculos dirigidos a Judá e nações circunvizinhas adquirem um colorido de ad vertência universal, que transcende os limites geográficos e históricos para compor os grandes temas da escatologia bíblica.

ESBOÇO DE SOFONIAS

I. O dia do julgamento contra Judá (1.2–13)

a) O julgamento sobre toda a criação (1.2–3)

b) Contra os líderes religiosos (1.4–7)

c) Contra os líderes políticos (1.8–9)

d) Contra os líderes do comércio (1.10–11)

e) Contra os descrentes (1.12–13)

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LIVROS PROFÉTICOS

II. O dia do Senhor (1.14–18)

a) Próximo e se aproxima rapidamente (1.14) b) Um dia de indignação (1.15–16) c) A terra inteira para ser destruída (1.18)

III. Um chamado ao arrependimento (2.1–3)

a) Um chamado para congregar (2.1–2) b) Um chamado pra buscar o Senhor (2.3)

IV. O dia do julgamento contras as nações circunvizinhas (2.4–15)

a) Aos da borda do Mar—filisteus (2.4–7) b) Aos do Oriente—Moabe e Amom (2.8–11) c) Aos do Sul—Etiópia (2.12) d) Aos do Norte—Assíria (2.13–15)

V. O dia do Julgamento contra Jerusalém (3.1–7)

a) Contra os líderes (3.1–4) b) O Senhor é justo, no meio dela (3.5) c) Jerusalém não mudou (3.6–7)

VI. Um remanescente fiel (3.8–20)

a) Falar com pureza e honestidade (3.8–13)

b) Os juízos são afastados, e os inimigos são exterminados (3.4–15) c) O Senhor se regozijando (3.16–17) d) O povo restaurado (3.18–20)

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LIVROS PROFÉTICOS

AGEU

Ageu foi um dos profetas pós-exílico, os quais são os últimos profetas do Antigo estamento. Bem pouco se sabe de Ageu. Seu nome vem do hebraico “hag” signifi cando “festivo”, provavelmente recebeu este nome por ter nascido durante alguma outra festa importante da nação judaica.

O Espírito Santo levantou Ageu juntamente com Zacarias para despertar no povo o interesse pela reconstrução do Templo de Jerusalém (Esdras 5.1-2). Essa interferência do profeta foi de fundamental importância. Devido a intrigas políticas contra o remanescente que retornou de Judá, as obras de reconstrução ficaram pa ralisadas durante um período de catorze anos, por determinação do rei Artarxerxes, da Pérsia, por causa de uma denúncia acusatória de seus vizinhos invejosos (Esdras 3.8; 9.4,7, 8). Não houve ânimo para enfrentar a oposição e os judeus passaram a cuidar de suas próprias vidas deixando de lado o propósito para o qual haviam retornado à terra. O empreendimento exigia muito esforço em termos financeiros e mão-de-obra e, portanto era mais fácil procurar trabalhar pelo próprio conforto.

Graças à pregação de Ageu e Zacarias esse quadro mudou e eles conseguiram terminar a obra. Mais tarde Herodes, o Grande, remodelou-o e embelezou-o. Esse templo permaneceria de pé até o ano 70 d.C., quando seria destruído pelos roma nos. Foi o templo que Jesus e seus discípulos conheceram.

As quatro curtas mensagens que formam o Livro de Ageu estão entre as mais detalhadas profecias, especificando o ano, o mês e o dia em cada caso (1.1,15; 2.1,10,20). Talvez por esse motivo, a data de composição e a autoria do Livro, ja mais foram contestadas por qualquer um dos críticos. É reconhecido por eles como sendo obra do próprio Ageu e a datação aplicada corretamente.

A primeira mensagem foi entregue no dia primeiro de Elul (agosto-setembro) no segundo ano de Dario, ou seja, 520 a.C.; a segunda mensagem veio no dia 21 de Tisri (setenbro-outubro) de mesmo ano; a terceira e a quarta mensagem vieram no dia 24 de Quisleu (dezembro-janeiro) do mesmo ano. Todos os sermões foram pronunciados dentro de um período inferior a quatro meses. Sua mensagem foi recebida e teve o efeito desejado.

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LIVROS PROFÉTICOS

Como disse certo comentarista, “nenhum profeta tem aparecido numa encruzi lhada mais crítica, na história dum povo e pode-se acrescentar que nenhum profeta teve tanto sucesso como Ageu”.

Tais expressões como “veio a palavra do SENHOR” e “assim diz o SENHOR dos EXÉRCITOS” aparecem vinte e cinco vezes nos dois capítulos da profecia. A mensa gem central do Livro é: o povo não estava prosperando e não prosperará até que coloque os propósitos de Deus em primeiro lugar.

ESBOÇO DE AGEU

I. A primeira mensagem do Senhor: Aplicai o vosso coração aos vossos cami nhos (1.1–15)

a) Considerai o que tendes feito: negligenciastes a Casa de Deus (1.1–6)

b) Considerai o que devíeis fazer: edificar a Casa de Deus (1.7–11)

c) Os resultados de considerar vossos caminhos (1.12–15)

II. A segunda mensagem do Senhor: Esforçai-vos e trabalhai (2.1–9)

a) A comparação do novo Templo com o templo de Salomão (2.1–3)

b) Chamado para esforçar (2.4–5).

c) A glória vindoura do novo templo (2.6–9)

III. A terceira mensagem do Senhor: Eu vos abençoarei (2.10–23).

a) Um pergunta aos sacerdotes (2.10–19)

b) Uma promessa para Zorobabel (2.20–23)

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LIVROS PROFÉTICOS

ZACARIAS

Zacarias foi um profeta da restauração da Babilônia. Como contemporâneo de Ageu ele começou o seu ministério no segundo ano de Dario I Hystaspis, 520 a.C. Suas mensagens cobrem os acontecimentos que começaram com a restauração e reconstrução do templo e concluirão com o Milênio. Era filho de Baraquias e neto de Ido. Segundo Neemias Ido era um dos sacerdotes que regressaram a Judá (Ne emias 12.4,16). Zacarias provavelmente era um sacerdote e fora chamado para o ministério profético. Suas profecias são datadas como as de Ageu, embora não com a mesma precisão. Com base em (2.4) é provável que ele fosse bastante jovem quando começou a profetizar ao lado de Ageu. A citação de Ageu, em primeiro, pode bem significar essa preeminência na idade. Alguns julgam que as últimas profecias datam de 480 a.C., quarenta anos após suas primeiras profecias, o que também apontaria para uma idade tenra no começo de sua pregação.

Expositores, judeus e cristãos, têm se queixado das dificuldades do Livro. Isto se deve principalmente às visões dos primeiros capítulos. Mas nenhum profeta do Antigo Testamento tem mais profecias referentes a Cristo, Israel e às nações em tão pouco espaço como Zacarias. Ele prediz a Segunda vinda de Cristo, o Seu reino, o Seu sacerdócio, a Sua realeza, a Sua humanidade, a Sua divindade, a Sua edifi cação do Templo do Senhor, a Sua vinda em humilhação, a Sua concessão de paz permanente, a Sua rejeição e traição por trinta peças de prata, a Sua volta a Israel como Crucificado e sendo ferido pela espada do SENHOR.

As predições de Zacarias de outros acontecimentos proféticos do fim dos tem pos são igualmente claras e significativas. Só no último capítulo o profeta revela o último cerco de Jerusalém, a vitória inicial dos inimigos de Israel, o rachamento do Monte das Oliveiras, a defesa de Jerusalém pelo Senhor no Seu aparecimento no Monte das Oliveiras, julgamento das nações confederadas, as mudanças topográ ficas na terra de Israel, a Festa dos Tabernáculos no Milênio, e a santidade final de Jerusalém e o seu povo.

Seu Livro inicia com a descrição de oito visões de cunho apocalíptico, recebi

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das em uma única noite; assim como no caso do profeta Daniel um anjo o auxiliou no entendimento das visões. No término das visões ele recebe uma mensagem a respeito da coroação do sumo-sacerdote como rei. Essa mensagem tem um valor profundo. Perante a Lei mosaica os dois ofícios jamais poderiam se envolver. To davia, aqui se fala que “ele será sacerdote no seu trono”. Tais uniões dos ofícios sacerdotais e reais apontam para o Rei Sumo-Sacerdote, Jesus, tão magistralmente apresentado na epístola aos Hebreus, onde sua função é confirmada a partir de Melquisedeque, rei-sacerdote de Salém.

A parte seguinte é constituída de mensagens com temas abrangentes. Tão am plo é o escopo de sua profecia que ele bem poderia estar classificado entre os profetas maiores. Como já vimos, o alcance delas é imenso e muito há ainda para oferecer em termos de conhecimento do futuro. O conteúdo do Livro é altamente escatológico, como se pode ver pela expressão “naquele dia” que é utilizada pelo menos vinte vezes.

Depois de Isaías é o profeta que mais escreveu a cerca da vinda do Messias. Muitas dessas profecias tiveram o seu cumprimento durante o ministério de Cristo. Muitas delas ainda aguardam cumprimentam e apresentam um tom mais escato lógico. O paralelo entre Zacarias 14 e Apocalipse 19 é bastante forte. Indicam sem dúvida à sua parousia e manifestação para destruição das forças inimigas.

Alguns entendem que ele teria morrido martirizado pela ação de uma turba no Templo, já que o Zacarias mencionado por Cristo é filho de Baraquias e não filho de Joiada, sendo que este último Zacarias morreu de maneira semelhante durante os dias do rei Joás, conforme (2 Crônicas 24.20-21).

Quanto à unidade e autoria o Livro de Zacarias foi um dos mais atacados pela alta crítica. Para muitos pesquisadores ele foi composto por uma série de autores em diversas épocas diferentes. Transformam o Livro em um verdadeiro mosaico. Todavia, estudiosos conservadores têm demonstrado a unidade de Zacarias e in dicam a persistência de traços de estilos que confirmam a unidade e a autoria do Livro de forma incontestável.

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ESBOÇO DE ZACARIAS

I. O chamado ao arrependimento (1.1–6)

II. As oito visões (1.7–6.15)

a) O homem e os cavalos (1.7–17)

b) Os quatro chifres e o ferreiro (1.18–21)

c) O homem com um cordel de medir (2.1–13)

d) O sumo-sacerdote (3.1–10)

e) O castiçal e o vaso de Azeite (4.1–14)

f) O rolo voante (5.1–4)

g) A mulher no meio do efa (5.5–11) h) Os quatro carros (6.1–8)

III. A coroação do sumo-sacerdote (6.9–15)

IV. Ritual religioso ou arrependimento verdadeiro (7.1–14)

V. A restauração de Sião (8.1–23)

VI. O triunfo de Sião (8.1–23)

a) A primeira profecia: O Messias rejeitado (9.1–11.17) b) A Segunda profecia: O Messias Reina (12.1–14.21)

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MALAQUIAS

Malaquias, no hebraico significa “meu mensageiro”. Por muito tempo não se sabia se “Malaquias” era nome do profeta ou se era referência a um mensageiro do SENHOR. Além do significado do seu nome, nada se sabe sobre Malaquias. Alguns targuns conferiam a autoria do Livro a Esdras, todavia essa tradição não merece consideração. O contexto do Livro não nos fornece muito material para concluir a época e as circunstâncias envolvidas na mensagem e por isso a datação torna-se muito difícil.

Mesmo com essas dificuldades algumas evidências internas parecem indicar o quinto século antes de Cristo como a data mais provável. O Templo já estava edifi cado, um governador persa estava no poder conforme indica (1.8) e, portanto não era Neemias, os pecados que ele denuncia são semelhantes aos que Neemias teve de enfrentar durante seu segundo período. Esses pecados eram a frouxidão moral dos levitas, o descuido dos dízimos trazendo a pobreza dos levitas e o casamento com mulheres estrangeiras. Alguns acreditam que ele pode ter exercido seu minis tério profético durante a ausência de Neemias, mas isso é apenas conjectura. Nesse caso uma estimativa justa seria por volta do ano de 435 a.C.

O tema de Malaquias é, que a sinceridade perante Deus e uma maneira santa de viver, são absolutamente essenciais aos olhos de Deus, para que Ele derrame bênçãos sobre as colheitas e o bem-estar econômico da nação. Israel precisa viver à altura de sua vocação de nação santa, aguardando a vinda do Messias, que através de um ministério de cura e não somente de julgamento, levará a nação a concreti zar suas mais ternas esperanças.

Esta última mensagem do Antigo Testamento contém a profecia sobre o minis tério de João Batista, que se cumprirá no Novo Testamento. Malaquias desenvolve o seu tema principal, que é a corrupção dos sacerdotes e os pecados do povo con tra a família e a sua mesquinhez para com Deus, seguido de perguntas feitas pelos destinatários e as declarações que comprovam as afirmações iniciais, uma forma dialética de discussão que mais tarde tornou-se bastante popular no judaísmo.

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Também os críticos pouca objeção levantaram nas questões de datação e auto ria de Malaquias. É compreensível que a esperança messiânica já estivesse bastante forte no final do quinto século antes de Cristo.

Seu Livro, seguindo o modelo usual dos profetas, apresenta perspectivas tanto presentes quanto futuras. As considerações presentes são a condenação dos peca dos tanto do povo como dos levitas e sacerdotes. As considerações futuras estão ligadas à vinda do Messias e de um mensageiro que o antecede, identificado com o profeta Elias. Apesar de breve, ele não perde a visão Messiânica e a esperança do “Sol da Justiça”, um tempo de grandes bênçãos para Israel.

ESBOÇO DE MALAQUIAS

I. O amor do Senhor por Israel (1.2–5)

II. O fracasso dos sacerdotes (1.6–2.9)

III. A infidelidade do povo (2.10–16)

IV. O dia do Julgamento (2.17–3.5)

V. Bênção no oferecer (3.6–12)

VI. O destino do ímpio e do Justo (3.13–4)

VII. Exortação e Promessa (4.4–6)

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AVALIAÇÃO LIVROS PROFÉTICOS

Nome: _________________________________________Data ____/_____/_________

1. Na concepção popular, quem eram os “profetas”?

2. Quem eram os “profetas”, de acordo com a Bíblia?

3. Na Bíblia Sagrada encontramos profetas “orais” ou “sem escritos”, como tam bém profetas?

4. Como são denominados os Livros proféticos, com relação ao tamanho dos Li vros e a extensão do respectivo ministério profético?

5. Os profetas Amós e Oséias profetizaram para o povo de qual reino?

6. Os profetas Jonas e Naum profetizaram para a grande cidade chamada?

7. Quais são as três classificações dos profetas em relação ao cativeiro?

8. Em que ano Isaías foi chamado ao ministério profético?

9. Segundo uma tradição judaica, quem serrou ao meio, o profeta Isaías?

10. Quais foram os profetas contemporâneos de Jeremias, no começo e no final do seu ministério?

11. Quais são os cinco Livros que compõem as meguillot ou “rolos das Festas”?

12. Por que o Livro do profeta Ezequiel apresentou dificuldades para ser incluído dentro do cânon judaico?

13. O Livro de Daniel em sua mensagem central, fala sobre a soberania, providên cia ou presciência de Deus? Por quê?

14. O alvo principal do casamento de Oséias, porém, não era recapitular o trata mento de Deus dispensado a Israel, mas colocar o quê em destaque?

15. Do ponto de vista do conteúdo, o Livro de Joel se ocupa de quantos temas? Explique resumidamente.

16. Contra quem a mensagem de Amós se dirigia principalmente?

17. Qual é o menor Livro dos profetas menores? E qual o seu único tema?

18. Miquéias é originário da pequena cidade chamada?

19. Qual é o tema principal do profeta Sofonias?

20. Qual era a mensagem central do Livro de Ageu?

21. Qual Livro do Antigo Testamento contém a profecia sobre o ministério de João Batista?

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