“ A digitalização facilitou a comunicação entre as empresas do grupo. Mas é na relação com os clientes que centra a sua reflexão.
“ O avanço tecnológico foi introduzindo, gradualmente, uma mudança que ditou novas regras na forma de relacionamento entre as empresas e os seus clientes. “Quando o que hoje chamamos digitalização passou a ser o ‘mais normal’, começamos a ter alguns clientes que, eles próprios, passaram a adotar alguns sistemas mais automatizados, logo no pedido de cotação do molde”, conta Carlos Seabra, frisando que, “em vez desse pedido chegar por um meio mais tradicional, como o mail, evoluiu para as redes internet e intranet”. Por isso, hoje as empresas vivem numa era mais digital. “Temos os clientes mais avançados tecnologicamente e vivemos uma relação de quase simbiose inter-empresas: vamos descarregar no ‘espaço’ do próprio cliente o que vai ser orçamentado por nós”.
A facilidade com que tudo se processa faz com que “passe a não haver praticamente necessidade de comunicar pelos meios tradicionais, como o telefone ou mail. Com alguma frequência, devemos ir a determinado espaço do cliente onde ele deposita aquilo que precisa, quase como uma mailbox, onde podemos ver o que está para ser orçamentado e se nos interessa ou não nos interessa”, conta o diretor comercial da Simoldes. Fundada em 1959, o Grupo Simoldes é composto, e apenas na área dos moldes, por sete empresas em Portugal, uma no Brasil, uma na Argentina e uma outra na Alemanha. Esta área tem, no total, cerca de 1.250 colaboradores. Mas, juntando a área dos plásticos (com empresas em Portugal, Polónia, Brasil, República Checa e França), o grupo estende-se por um universo de quase seis mil pessoas. Carlos Seabra sublinha que a digitalização facilitou a comunicação entre as empresas do grupo. Mas é na relação com os clientes que centra a sua reflexão. E se uma grande maioria já adota novas formas de relacionamento, existe, contudo, uma parte que mantém a comunicação de forma mais convencional. E o desafio dos produtores de moldes está, neste momento, em conseguir equilibrar as duas formas de trabalhar, mas preparando-se para os desafios que os clientes vão lançando. “Temos de nos adaptar para esta nova forma de comunicação que, apesar de menos pessoal, eu diria que é igualmente eficaz. É bastante prático sabermos que, num determinado local, numa determinada ‘box’, está toda a informação que vamos passando para o nosso cliente e que ele tem acesso online àquilo que lhe enviamos”. E esta nova comunicação substitui o relacionamento convencional e pessoal entre produtor e cliente? A sua resposta é perentória: Não. “Nenhuma tecnologia substitui o contacto pessoal que continua a ser extremamente importante. Nós temos necessidade, apesar de todos estes meios, de um contacto interpessoal e, nesse aspeto, as visitas aos clientes continuam a ter uma importância bastante grande”, explica.
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