“Mas as novas ferramentas tecnológicas que hoje marcam o dia-a-dia dos negócios levaram a uma nova abordagem no que diz respeito aos colaboradores. Hoje, quando a empresa recruta, procura pessoas que trabalhem num ambiente de exportação e internacionalização, que saibam e consigam ter capacidade de falar línguas e manusear e lidar com os computadores e com as novas tendências”.
Formar dentro de casa Numa indústria que, considera, tem como marca o facto de não ter desemprego, a empresa adotou como procedimento, quando recruta, integrar pessoas sem experiência e proporcionar-lhes formação internamente. “Sem dúvida que é a melhor forma”, defende, admitindo, no entanto, que, por vezes, têm necessidade de recrutar pessoas com experiência. “Mas são casos muito pontuais. Normalmente, vamos buscar colaboradores sem experiência, acabados de sair da escola, formamo-los aqui e têm crescido dessa forma. E a empresa também”, explica. A JDD Moldes desenvolve ainda uma política de progressão de carreiras interna, o que vai contribuindo para aumentar a motivação dos seus colaboradores. “A nossa intenção é sempre promover as pessoas”, diz. E a satisfação nota-se na avaliação à taxa de retenção dos colaboradores que é “bastante boa”. Mas Hugo Pinto afirma ter consciência de que, no sector, há empresas com uma rotação grande de pessoas e diz sentir também “muita procura dos nossos técnicos, a nível internacional, sobretudo por empresas de Espanha”. O que a empresa procura fazer para lidar com esta situação é “estar sempre atenta às necessidades das pessoas” e ir apostando, com frequência, na entrada de “novos recursos humanos para formar”. A alteração nos processos, resultante da evolução das tecnologias, acaba por dar um contributo nesta matéria. Os processos não estão tão assentes nas pessoas e, caso estas saiam, o know-how fica na empresa. Por outro lado, diz ainda, com esta aposta na digitalização, todo o processo é mais seguro e tem menos falhas que, em alguns casos, estão associadas à intervenção humana.
Schneider Form: Valorização das pessoas é determinante “Creio que hoje, e cada vez mais, as empresas começam a ver os funcionários como sendo o principal fator do seu sucesso, talvez pese até 80% do mesmo”. Quem o afirma é Jorge Cardoso, diretor técnico da Schneider-Form (SF Moldes), criada em Portugal em 2006 e que integra o grupo alemão com o mesmo nome, fundado em 1962. No nosso país, a empresa, com sede em Oliveira de Azeméis, fabrica moldes sobretudo para indústria automóvel, sendo que cerca de 80% são peças para interiores de veículos. Tem cerca de 120 colaboradores. Na ótica, de Jorge Cardoso, a maneira como uma empresa se relaciona/interage com os seus colaboradores é determinante “na forma como esta se posiciona no mercado, como se compromete e relaciona com os clientes e parceiros”. Neste aspeto, considera que “a liderança é fundamental para manter as equipas motivadas e os desafios têm de ser constantes”. Admite que manter os colaboradores motivados nem sempre é fácil, “por vezes existem fatores externos que ameaçam a estabilidade das nossas equipas. Como por exemplo, quando são alvo de outras propostas.” No entanto, considera que isto é resultado da “lei do mercado”. Por isso, explica, “temos que ser constantes em demonstrar às nossas equipas o quanto somo gratos pelo “esforço” diário, fazendo-as entender que são elas a nossa grande mais-valia. Resumindo, acabam por ser estas equipas que no fundo, levam a empresa em ‘ombros’”. Como um dos fatores decisivo para motivar as equipas, este responsável defende que é essencial “ser verdadeiro”.
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