42 | Especialidades Médicas
Geriatria e Gerontologia Alguns conhecimentos médicos pessoais no tratamento de idosos Médico
Glauco de Lorenzi
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Conhecimento adquirido ao longo de muitos anos de prática médica em consultório e mais 2 anos na prefeitura de Mogi das Cruzes com idosos consonantes e, por vezes, contraditórios com as atuais guidelines.
Apesar de no Brasil se ser considerado idoso a partir dos 60 anos e na Europa dos 65 anos, isso não faz tanta diferença. Tivemos no Brasil muitas imigrações voluntárias ou não, por isso a mestiçagem é um facto, a saber, com os nossos indígenas, portugueses, africanos, italianos, alemães e desde 1912 com muitos orientais, principalmente japoneses e muitos outros europeus e latino-americanos. Sabidamente algumas raças são mais propensas a determinadas doenças mesmo quando jovens e depois dos 60 anos quase sempre se agravam. Estamos a utilizar somente o critério cronológico de idade por ser mais didático. Deixemos os Telómeros, a Telómerase e os Cromossomas para uma outra vez. Costumo dividir os pacientes ditos geriátricos por décadas, a saber, de 60 a 70 anos, de 70 a 80 anos e de 80 a 90 anos ou mais, porque muita coisa muda nos diferentes decanatos na fisiologia, na pele, nos órgãos © Lotus Head internos, no arcabouço, músculo esquelético e na mente, abrangendo também os aspetos socio-familiares e a viuvez e a solidão consecutiva. Outra divisão de maior importância
é por géneros masculino e feminino. É óbvio que certos problemas caraterísticos do homem como adenoma e cancro da próstata e testículos são apanágios dos homens enquanto problemas de útero, ovários, mama e vagina pertencem ao grupo feminino. É claro que também a psique de cada grupo é diferente.
Grupo A – de 60 a 70 anos de idade Tive oportunidade de acompanhar linearmente pacientes adultos jovens até à senectude pois tenho 53 anos consecutivos de consultório em clínica geral, cirurgia geral e ginecologia, já que a cidade era pequena e tinha poucos médicos, portanto fazíamos quase tudo, sem a enormidade de recursos que existem hoje em termos de exames de laboratórios e de imagem. No segmento de 60 a 70 anos de idade, onde menos de 10% se considera idoso, temos raramente os problemas geriátricos de verdade. Notei que os reformados e/ou aposentados que continuam com atividade na própria profissão ou em outros segmentos laborais, principalmente quando envolve atividade física, tem muito menos problemas do que aqueles que uma vez aposentados pedem imediatamente por um sofá em frente à televisão, e de preferência uma bandeja de petiscos a serem degustados, tornando-se totalmente sedentários.