DIGNUS nº1

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Reportagem | 47

4.º Congresso Nacional “Voz aos Cuidadores”

“O cuidador tem a capacidade de nos tirar da solidão”

texto e fotos por

André Manuel Mendes

“O cuidador tem a capacidade de nos tirar da solidão”. Esta frase proferida pelo Padre José Barros deu o mote para o início do 4.º Congresso Nacional “Voz aos Cuidadores”, uma iniciativa do Centro Social Paroquial Padre Ângelo Ferreira Pinto que decorreu no Salão Paroquial de Perafita no passado dia 22 de fevereiro de 2019. Durante este dia juntaram-se em Perafita, Porto, aproximadamente 160 pessoas entre participantes, staff e oradores, para partilhar experiências, projetos, iniciativas e testemunhos de uma temática bastante premente da atualidade, os cuidadores, formais e informais, e a forma como deve ser encarada esta atividade do ponto de vista da sociedade e das instituições. “Numa altura em que se debate o estatuto do Cuidador Informal, saindo recentemente um conjunto de medidas governamentais que lançaram o tema para a discussão pública, consideramos que esta iniciativa surge no momento certo, sen-

Padre José Barros.

do o nosso contributo para reflexão, debate e implementação de possíveis medidas de apoio ao cuidador e às famílias. Como instituição ‘Cuidadora’, interessa-nos sobretudo que o tema seja discutido, por várias perspetivas e diferentes opiniões, promovendo e sendo promotores da mudança”, sublinhou Joaquim Pinto, responsável pelos Serviços de Psicologia do Centro Social Paroquial Padre Ângelo Ferreira Pinto.

Ser cuidador, hoje O Presidente da Direção do Centro Social Paroquial Padre Ângelo Ferreira Pinto, o Padre José Barros, deu as boas vindas aos participantes deste evento enaltecendo todo o trabalho dos cuidadores e salientando que todos somos cuidadores. O primeiro painel do dia intitulado “Cuidar Hoje – Respostas e Modelos” teve início com a intervenção de Isabel Marques, Técnica de Gerontologia e representante da Associação Nacional de Cuidadores Informais (ANCI). Isabel Marques começou por dar a conhecer a origem da Associação Nacional de Cuidadores Informais, uma organização criada por um grupo de pessoas cuidadoras de idosos com demência. “Essas pessoas começaram a sentir o desgaste e a falta de apoios ao serem cuidadores, não tinham forma de trabalhar e cuidar, não tinham descanso, apoio, conhecimentos, e começaram a fazer encontros nacionais com a temática das demências”, sublinhou, salientando que a sua fundação teve origem em Lisboa em 2016 quando lançada a petição para o estatuto de Cuidador Informal, petição que foi entregue na Assembleia da República em novembro do mesmo ano, e tendo o lan-

Isabel Marques.


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