Ano LXII - agosto/setembro 2022 - 548
CARTA EQ U I P E S D E N O S S A S E N H O R A
MENSAL
Assim como os padres, os pais são uma luz que orienta caminhos
xx ENS: sua As página razãoxxde ser página 21
Assunção de Nossa Senhora página 12
Índice ACESSE CARTA MENSAL SONORA:
no 548 edição agosto/setembro 2022
Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lu e Nelson - Equipe Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros: Lázara e Edison - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 144, Perdizes - 05005-000 São Paulo SP - Fone: 11 98201-8282 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. R ejowski - Imagens: (CanStockPhoto). Tiragem desta edição: 25.470 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Débora e Marcos. Importante: consultar instruções, antes do envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.
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EDITORIAL .....................................................................................................................1 SUPER-REGIÃO Como fonte de água que transborda................................................................. 2 Um chamado de Deus .................................................................................... 3 Tema do ano: Capítulo VI................................................................................4 Transfigurados pelo amor, para o Reino de Deus ................................................. 5 Tema do ano: Capítulo VII...............................................................................6 São Jerônimo: presbítero e doutor da Igreja (340-420) ....................................... 7 Intercessores.................................................................................................8 IGREJA CATÓLICA Sínodo, uma logomarca inspiradora .................................................................9 Palavra do Papa ............................................................................................10 DATAS RELIGIOSAS Natividade de Maria ...................................................................................... 11 A Assunção de Nossa Senhora ao Céu e a nossa esperança ................................. 12 DATAS DO MOVIMENTO Um homem iluminado pelo Espírito Santo ....................................................... 13 Nancy e Pedro Moncau, “em saída” ................................................................14 Dia dos Pais ................................................................................................. 15 DATAS COMEMORATIVAS Sacerdócio – servir e orientar com amor ..........................................................16 EXPERIÊNCIAS INOVADORAS Transição: o repasse da missão de CRS ............................................................ 17 Jornada Espiritual à Santidade (em tempo de pandemia ) ...................................18 EJNS Imagem peregrina: a experiência do jovem equipista pelo Brasil ..........................19 VOCÊ NA CARTA .................................................................................................................. 20 RAÍZES DO MOVIMENTO As Equipes de Nossa Senhora: sua razão de ser ................................................. 21 TESTEMUNHO As ENS nos fornecem “armaduras” .................................................................23 Um milagre em nossas vidas ......................................................................... 24 Memórias de uma semente plantada há cinquenta anos ....................................25 REFLEXÃO A arte do encontro: reflexão pós-pandemia .................................................... 26 A solidão acompanhada ............................................................................... 27 CONTO O dia em que o Papa João Paulo II salvou um sacerdote...................................... 28 PARTILHA E PCE “Conversão”............................................................................................... 29 Retiro, momento iluminado para transformar ................................................. 30 Regra de Vida: desafio e amor ........................................................................ 31 FORMAÇÃO Laudato Si: um olhar integral sobre o cultural e o quotidiano da ecologia..............32
EDITORIAL
“Basta apenas um homem bom para haver esperança!” (LS 71) Desejamos a vocês um segundo semestre cheio do amor e graças de Deus para continuar a caminhada sendo mulheres e homens bons. A fim de contribuir sempre mais para nosso crescimento, iniciaremos a publicação das notas colhidas por ocasião da Conferência pronunciada por Pe. Caffarel, no decorrer dos “Dias dos Casais Responsáveis”, em 15 de dezembro de 1952, intitulado de: As Equipes de Nossa Senhora e sua razão de ser. Como o documento é extenso, publicaremos “as partes” de forma sequencial, a partir desta edição. Ele apesenta as ENS como escola de vida cristã. Muito oportuna a leitura para conhecimento mais profundo do pensamento e aspirações de nosso fundador. Mais uma vez somos convidados a repensar a transfiguração de Jesus e nos questionar, para que a compreensão dos fatos ocorridos ilumine nosso presente e nosso futuro. O que significa a subida à montanha? Quais esforços fazemos para levar adiante a vocação de casados, em vista de que no matrimônio o casal cristão não apenas vive o seu sacramento como um DOM, para sua santificação e salvação, mas também o vive como uma MISSÃO em favor de toda a criação, conforme nos fala D. Moacir. Reflexão valiosa sobre o tema de estudo, nos fazem Edna e Sebastião, CRP Norte, nos oportunizando a pensar sobre como vemos o outro... Como cristãos e equipistas CM 548
que somos, nosso olhar deve ser de que o outro não é problema, é meu irmão! De outro ângulo, seguindo as orientações do Santo Padre, o Papa Francisco, segundo 1 Pd 1,22-23, vem o alerta para sermos homens e mulheres novos, vivendo o amor fraterno e com o coração puro, nas palavras de Leila e Antônio Carlos. No mês de agosto, muitas comemorações e muitas homenagens! Rendemos graças a Deus pela vida e missão dos queridos pais, sacerdotes e vocacionados e os convidamos a lerem e sentirem todo o carinho escritos destinados a vocês, que são obras-prima de nosso bom Deus. Mais uma vez queremos exaltar e agradecer a criatividade dos irmãos, que buscam alternativas para animar e cuidar ... Vejam a experiência de um drive thru com doações de alimentos idealizado e realizado pela Região SP Leste - Província Sul II e o material intitulado “Transição no Setor: um subsídio para o período de passagem da Missão”, da Região Norte I - Província Norte. Desejamos a todos uma leitura muito abençoada! que os testemunhos de vida e os relatos de vivência dos PCEs contribuam e os ajudem a perseverarem no amor de Deus e na caminhada em equipe. Com carinho, Débora e Marquinho CR Carta Mensal
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SUPER-REGIÃO
Como fonte de água que transborda Queridos equipistas, Os meses de agosto e setembro são favoráveis a refletirmos sobre a vocação e a missão à luz da Palavra de Deus. O carisma do Movimento é a espiritualidade conjugal, a busca da vivência do relacionamento humano abençoado e santificado pelo sacramento do matrimônio. No projeto de Deus do matrimônio se origina uma família e nela são acolhidas e cuidadas, por isso a santidade de um matrimônio bem vivido dentro do Plano Salvífico de Deus leva à santificação de outras pessoas e não apenas do casal. No matrimônio o casal cristão não apenas vive o seu sacramento como um DOM para a sua santificação e salvação, mas também o vive como uma MISSÃO para sua colaboração no projeto salvífico de Deus em favor de toda a criação e, no centro dela, da humanidade. Como uma fonte de água não brota apenas para si, existindo como um “laguinho” de água parada, mas nasce para transbordar e fazer com que suas águas escorram para fora de si, formando córregos, riachos, rios caudalosos levando a vida a todos, assim também o sacramento do matrimônio como resposta a uma vocação, um chamado existe determinado a uma missão: a santidade pessoal e a santificação do outro, na vida conjugal, familiar, eclesial e em sociedade. Sobre esta água que é a graça de Deus, lemos em Ap 22, 1-2: “Ele
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mostrou-me um rio de água da vida, que brilhava como cristal e brotava do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da praça e em ambas as margens do rio cresce a árvore da vida, frutificando doze vezes por ano, produzindo cada mês o seu fruto, e suas folhas servem para curar as nações”. E em João 7,38 “... do seu interior fluirão rios de água viva”. Concluímos afirmando que o Movimento das ENS participa da missão da Igreja toda através da participação de cada um de seus membros, de acordo com a própria vocação, dons e carismas dados pelo Espírito para a edificação de todo o corpo. A missão da Igreja é anunciar o Reino de Deus e convidar a todas as pessoas, seguindo o que ensinou o Senhor Jesus: “Cumpriu-se o tempo, e está próximo o Reino de Deus. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Vamos juntos, Deus é Bom sempre! D. Moacir Arantes SCE Super-Região CM 548
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Um chamado de Deus O mês de agosto é um mês voltado à reflexão sobre as vocações: Vocação é uma palavra que vem do vocare, que significa chamar, convocar. No sentido religioso vocação é um chamado de Deus. Esse chamado é pessoal: possui características únicas para cada pessoa. Por isso é muito importante e primordial que estejamos atentos para discernir a vontade de Deus para cada um de nós, discernir a nossa vocação. Quando conseguimos ouvir a Deus, aceitamos a oportunidade de colocar nossos dons a serviço do Reino. Essa verdadeira realização plena só se alcança vivendo a vocação. Existem vários tipos de vocações que o Senhor nos chama, pois Deus convoca a cada um por misteriosos e diversos caminhos e, por diferentes vocações, poderemos dar continuidade às obras de Deus. Esse chamado não acontece de maneira aleatória ou isolada, mas sim num processo que se desenvolve ao longo de nossa existência. E para isso nossas atitudes cotidianas são tão importantes neste processo. Qualquer pessoa pode ser chamada, basta manifestar abertura e disponibilidade. Tipos de vocação: um caminho para todos! Vocação laical e matrimonial: esse tipo de vocação pode ser vivido por leigos batizados que participam da comunidade cristã vivendo seu batismo. Para esse grupo, diversos propósitos de vida podem ser encontrados, através do chamado à vida conjugal e familiar e de ações missionárias; CM 548
Vocação sacerdotal: homens chamados a uma doação total para anunciar o Evangelho e pastorear a comunidade rumo ao caminho de Deus. Aqui estão os diáconos, presbíteros e bispos; Vocação religiosa: homens e mulheres que se consagram totalmente a Deus pela vivência e testemunho dos conselhos evangélicos (votos) de pobreza, obediência e castidade e,geralmente, seguem e servem a Cristo por meio de um carisma e dentro de um Instituto de Vida Consagrada (Ordem,Congregação etc.). Através das vocações Deus nos oferece a oportunidade de vivermos a santidade e a pertença ao Movimento; este nos oferece,por sua pedagogia e mística,instrumentos para alcançarmos esse propósito. As equipes têm um objetivo específico próprio: ajudar os casais a viver plenamente o seu Sacramento do Matrimônio, ou seja, a sua vocação à família. Ao mesmo tempo, elas têm um objetivo missionário: anunciar ao mundo os valores do casamento cristão pela palavra e pelo testemunho de vida (Segunda Inspiração). Nós casais equipistas somos privilegiados por convivermos com nossos sacerdotes e acompanhantes espirituais, procurando juntos o caminho rumo à santidade. Mais que outros, temos o dever de rezar e incentivar nas nossas casas e nossas famílias as vocações sacerdotais e religiosas. Deus seja louvado por tudo isso. Lu e Nelson CR Super-Região
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Tema do ano: Capítulo VI Uma economia com alma Neste capítulo, somos desafiados a colocar em prática uma economia diferente, a repensar a economia existente e de humanizar a economia do amanhã. E para isso nos propõe quatro desafios: consumir, contribuir, otimizar e partilhar, nos remetendo ao convite do Papa Francisco na carta aos jovens para o evento “Economia de Francisco” em 2020, que sugere uma economia baseada na fraternidade e equidade. Esses requisitos buscam colocar o homem no centro de todas as políticas públicas, como forma de garantir sua existência no planeta, que é a nossa Casa Comum. E como podemos colaborar e sermos realmente transformadores desse olhar numa verdadeira economia com alma? Para isto, nos são propostas três reflexões: a consideração do consumo e da atividade produtiva no âmbito de uma ecologia integral; o trabalho e o emprego e a promoção da dignidade humana e a distribuição da riqueza com sentido de justiça social. Temos que ter responsabilidade em nosso consumo, ter consciência de como usar os bens materiais que Deus nos concedeu,valorizando a ecologia, começando pela nossa casa. Precisamos otimizar a utilização dos recursos naturais,como água e energia,desenvolvendo uma cultura familiar de não desperdiçar. O tema também nos proporciona refletir que o trabalho é uma necessidade e um direito e traz dignidade humana e realização pessoal. E para isso não basta criar empregos, mas sim promover condições humanas para que o trabalho seja realizado com dignidade. E, por fim, ter atitudes de partilha pessoal e familiar com os mais necessitados, tanto
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dos nossos bens materiais como de outros tesouros que tenhamos, como nossa inteligência, criatividade e generosidade, e assim podermos participar da criação de políticas públicas para diminuir a desigualdade social e a degradação do meio ambiente. Na reflexão desse capítulo, Dom Moacir nos alerta que, muitas vezes, não sabemos qual caminho seguir, mas se tivermos a consciência de quais atitudes não seguir, com certeza já teremos alcançado metade do nosso percurso para construção de um mundo melhor e mais justo. Não tenhamos medo,saiamos,queridos casais equipistas, sejamos Fermento Renovador na família e na sociedade!!! Encerramos com a Oração ao Criador (Carta Encíclica Fratelli Tutti): Senhor e Pai da Humanidade, que criastes todos os seres humanos com a mesma dignidade, infundi em nossos corações um espírito fraterno. Inspirai-nos o sonho de um novo encontro, de diálogo, de justiça e de paz. Estimulai-nos a criar sociedades mais sadias e um mundo mais digno, sem fome, sem pobreza, sem violência, sem guerras. Que o nosso coração se abra a todos os povos e nações da terra, para reconhecer o bem e a beleza que semeastes em cada um deles, para estabelecer laços de unidade, de projetos comuns, de esperanças compartilhadas.Amém. Eliana e Odelmo CRP Sul II CM 548
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Transfigurados pelo amor, para o Reino de Deus A Transfiguração do Senhor, segundo o Evangelho de Lc 9, 28-36, quer nos mostrar que Jesus, verdadeiramente, é o Filho de Deus. Quando Ele se transfigura no Monte Tabor, está revelando aos discípulos a sua Divindade, ou seja, sua origem, e faz um convite para que seus amigos se transfigurem por meio do chamado e da vocação, que acontece através da contemplação e conversão. A presença do Antigo Testamento, na pessoa de Moisés e Elias naquele momento luminoso, nos deixa claro que Jesus, Nosso Senhor, é a continuação, o ponto alto e central da história da salvação iniciada pelo Pai. Para nós, hoje, da mesma maneira que aconteceu com os discípulos, esse momento é um grande chamado a transformar nossa vida, nossa história, nosso caminhar na figura salvadora de Cristo e com Ele, aderir e fazer acontecer o Reino de Deus no mundo. A montanha, na Sagrada Escritura, é consideravelmente o lugar de Deus: onde Deus fala. Este evento acontece no monte, quando, reunidos, eles estavam em oração. O ato de subir à montanha expressa a decisão, a disciplina e o esforço necessário à oração. Esta tem que ser um ato da vontade, uma atitude querida e buscada que, para ser atingida, exige esforço. A oração nos coloca na presença do Pai e do Filho, por meio do Espírito, para que possamos, após a experiência do subir ao monte, termos força, discernimento e coragem para descer e anunciar o Reino de Deus, que é amor, justiça, paz e faz com que, assim como Jesus, com Ele nós também possamos ser CM 548
transfigurados e o contemplaremos com toda sua glória, repletos de amor. Na transfiguração, Jesus poderia ir sozinho, mas levou consigo aqueles discípulos que Dele eram mais próximos. A oração não é algo espontâneo e natural em nós. Assim como Jesus levou seus discípulos, também nós devemos ser conduzidos e orientados à oração: esta é uma expressão de fé, uma atitude que diz respeito à esfera sobrenatural, tal como o evento da transfiguração. E a chave de toda essa narrativa atualizada à luz do Evangelho para nossas famílias e para vocês que vivem o matrimônio, que a partir do momento que acontece a experiência com o Jesus Transfigurado, todos também possuem capacidade, doada pelo Espírito de Deus por meio da oração, a ser luz dentro e fora de vossas casas, no cuidado mútuo. Acolhamos nesse insistente o convite de “subir à montanha” e ouvir o Filho amado para que, pela escuta da Palavra e pela oração, a fé seja gerada e nutrida em nós e,assim,possamos produzir muitos bons frutos de vida cristã. Fica, pois, o pedido e o convite para que tal prática seja assumida em cada família cristã, para que sejamos propagadores da nossa fé. Rezar com a Palavra de Deus é uma maneira privilegiada de ouvir o que o Filho nos diz. Coragem! Pe. Fábio Dungue SCEP Sul II
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Tema do ano: Capítulo VII
Uma sociedade fundada no amor Em um Dever de Sentar-se, conversávamos sobre o quanto éramos sonhadores na adolescência. Participávamos de grupo de jovens juntos e sonhávamos com um mundo utópico em que tínhamos papel protagonista na transformação de uma sociedade mais justa e humana. A idade veio, e com ela o amadurecimento e o descobrimento de nossas limitações... Foi um pouco frustrante perceber que o mundo é maior, e bem mais complexo, do que imaginávamos. Aos poucos, nossos sonhos pareciam ser desidratados por uma realidade humana, por vezes egoístas. Contudo, duas adesões, ou melhor dois sim (ao Matrimônio e ao Movimento) fizeram-nos olhar o mundo de forma diferente. Pois nos levaram ao encontro diário com Deus, através da Palavra e do convívio com os irmãos. Essa dualidade, Palavra e comunidade, sempre tem um efeito transformador. Deus é amor! O amor está em sua essência, e nós, feitos à Sua imagem e semelhança, somos fragmentos desse amor. Fomos gerados, salvos, perdoados e convidados a fazer parte desse amor. “A palavra participação vem do latim participatio (tomar parte na ação), que significa aderir, ‘entrar dentro’. Somos uma parte, um pedaço, um membro, uma peça de um todo bem maior e harmônico. Não existimos separados dos outros. Precisamos e dependemos uns dos outros, vivemos e sobrevivemos uns nos outros, uns para os outros. Somos seres em relação, em constante movimento: nos integrando, nos ferindo, nos acolhendo, nos excluindo,
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nos promovendo, nos destruindo. Relações novas e antigas, inesperadas e abençoadas, que geram novas relações, que trazem alegria, vontade de amar, de se doar, de servir, de se comprometer.” D. Carlos Verzeletti, Bispo de Castanhal (Editorial em COMdigital, jan/fev-2022) Deus é comunitário e seu amor não é excludente, ao contrário, amar a Deus, inevitavelmente, nos impulsiona a amar o outro e toda a criação. O processo de mudança da sociedade, tornando-a mais fraterna, começa pela mudança do coração de cada um, quebrando a barreira da indiferença, do egocentrismo, do comodismo, por vezes presentes. O outro não é problema, é meu irmão! Precisamos caminhar em direção ao próximo, sempre a partir de Deus, em direção às fragilidades do outro, as carências espirituais e materiais. “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1Jo 4,7-8) Não podemos deixar morrer em nós o sonho de um mundo mais fraterno, construído com amor, de forma gradual: por mim, meu cônjuge, família, comunidade, sociedade... Que movidos pelo amor de Deus sejamos construtores de um mundo mais fraterno! Edna e Sebastião CRP Norte CM 548
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SÃO JERÔNIMO: presbítero e doutor da Igreja (340-420) Sofrônio Eusébio Jerônimo nasceu de abastada família cristã, na Dalmácia, e ainda muito jovem foi para Roma estudar e receber excelente instrução: gramática, retórica e filosofia. Pelo fim do período de seus estudos em Roma, recebeu o batismo,aos 25 anos.Foi,então,às Gàlias,onde sob influência dos monges de Treves resolveu levar vida ascética. De repente, decide peregrinar a Jerusalém (373-374); grave doença reteve-o em Antioquia.Aí aprendeu a língua grega e no deserto de Cálcis (375-378), como eremita, aprendeu o hebraico. Paulino de Antioquia, reconhecido pelo Papa Dâmaso,ordenou-o sacerdote aos 38 anos. Os dotes, a enorme erudição, as línguas que dominava, o amor a Cristo e à Igreja fizeram dele um escritor de primeira grandeza, o melhor dos padres latinos. Tornou-se secretário e amigo do Papa Dâmaso, que o encarregou da revisão dos textos da Bíblia.Em 386 foi para Belém, onde se estabeleceu para sempre. Os 35 anos que permaneceu em Belém não foram, em absoluto,tempos tranquilos.Passou-os todos entregue à Sagrada Escritura, traduzindo e comentando-a, a partir dos textos originais, consciente de que “a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo”. Faleceu a 30 de setembro de 420. A Igreja nos convida, no mês de setembro, a dedicarmo-nos a leitura espiritual da Palavra e encontrar nela grandes inspirações a nossa vida equipista e, principalmente, torná-la fonte de espiritualidade conjugal. Que o mês da Bíblia seja vivenciado pelos equipistas e se apaixonem mais pela Palavra de Deus.Proponho a prática da leitura orante da Palavra, diariamente, na seguinte forma: 1.
1. LER e reler o texto bíblico: Lc 1,4655 - O que diz o texto? Repita frases ou palavras. Quais as maravilhas de Deus na vida de Maria? 2. MEDITAÇÃO: O que diz o texto para nós? Quais as maravilhas que Deus fez em nossas vidas? 3. ORAÇÃO: O que o texto nos faz dizer para o Senhor? Trazer os casais da nossa equipe que vivem as maravilhas de Deus em suas vidas. Podem cantar o Magnificat. 4. CONTEMPLAÇÃO: Que novo olhar este texto gera em nossa união conjugal? Silencie. Reze. Manter sempre o canto como exercício confiante da presença de Deus em nossa vida. É uma forma muito fácil para cada casal, em 10 minutos diários deste mês, dedicar-se assiduamente à Escuta da Palavra de modo muito especial. Abençoado mês da Bíblia e sejamos testemunhas das maravilhas de Deus na vida de são Jerônimo, de Maria e da sua também. Parabéns aos que já usam esse método. Pe. Lucivaldo Corrêa da Silva SCEP Norte
Missal Romano, p. 667; 2. Missal cotidiano, p. 1754-1755; 3. Bíblia de Jerusalém, EP, 1985.4. Altaner-Stuiber. Patrologia, EP, 1995, p.394-404.
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Intercessores Ser fecundo na vida cristã “Era muito comum no Antigo Testamento comparar o povo infiel a uma árvore estéril, onde ser cortado significava ser rejeitado por Deus. Em Lucas 13,69, diante de uma figueira que não produziu frutos, o agricultor faz uma tentativa, esperar ainda um ano, com o propósito de cortá-la, se suas esperanças fossem frustradas. O relato da maldição da figueira revela-nos o poder extraordinário da fé e da súplica. É preciso crer com firmeza e suplicar com abandono confiante. A figueira representa o povo incrédulo,que tem folhagem de aparências e não dá frutos.A fecundidade precisa ser autêntica e não aparente. Sem desculpas ou justificativas, mas com a verdade da vida. O fruto não deve ser de temporada, mas permanente; não escasso, mas abundante; não para alguns, mas para todos e quando precisarem. A figueira só tem valor dando frutos. “Realizar uma avaliação da vida cristã a partir dessa verdade do Evangelho nos ajuda certamente a viver um cristianismo valoroso e frutífero. A poda tem por função o crescimento,o desenvolvimento da planta, sua fecundidade. O ramo frutífero é podado e o estéril é queimado. Nunca mais enganes a ninguém com tua aparência frondosa nas folhas e vazia nos frutos. Na verdade, a figueira já estava maldita e seca no seu interior. Portanto, devemos entender e refletir que a mera aparência é maldição, uma secura oculta ou sustentação de inverdades”. Pe. Eliano Luiz Gonçalves * Papa Francisco no Regina Coeli do V Domingo de Páscoa, em 2021, disse: “A *
fecundidade da nossa vida depende da oração.Podemos pedir para pensar como Ele,agir como Ele,ver o mundo e as coisas com os olhos de Jesus. E assim amar os nossos irmãos e irmãs, começando pelos mais pobres e sofredores, como Ele fez, e amá-los com o seu coração e levar ao mundo frutos de bondade, frutos de caridade,frutos de paz”.Recordou que não podemos viver como cristãos sem permanecer unidos ao Senhor.Ao falar sobre o Evangelho onde se lê: “Não há videira sem ramos” e que “os ramos não são autossuficientes,mas dependem totalmente da videira, que é a fonte de sua existência”, analisou o verbo “permanecer”. “Permanecei em mim como eu em vós”, disse Jesus aos apóstolos antes de ir junto ao Pai. Esta permanência não é uma permanência passiva, um “adormentar-se” no Senhor, deixando-se acomodar pela vida. O permanecer n’Ele que Jesus nos propõe é um permanecer ativo, e também recíproco. Porque os ramos sem a videira não podem fazer nada, eles precisam da seiva para crescer e dar frutos. Do mesmo modo a videira precisa dos ramos, “é uma necessidade mútua, é um permanecer recíproco para dar frutos”. Atendendo ao Papa Francisco vamos nos tornar cada vez mais fecundos pela nossa oração e sermos ativos permanecendo com Jesus. Sônia e Eyiti CR Intercessores
Vice-reitor do Seminário Diocesano Nossa Senhora Mãe dos Sacerdotes, Vigário Paroquial da Paróquia Cristo Rei em Lorena (SP) e Vigário Paroquial no Santuário Santa Cabeça em Cachoeira Paulista (SP).
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IGREJA CATÓLICA
Sínodo, uma logomarca inspiradora Depois de havermos apreciado as palavras-chave da logomarca sinodal contemplaremos, hoje, seus outros elementos. Dê uma olhada na configuração da logomarca e acompanhe a explicação. 1. Uma árvore grande e majestosa, cheia de sabedoria e luz, atinge o céu. É um sinal de profunda vitalidade e esperança que expressa a cruz de Cristo. Representa, também, a Eucaristia, que brilha como o sol. Os ramos horizontais se abrem como asas ou mãos e sugerem, ao mesmo tempo, o Espírito Santo. Eis o dom e a inspiração que vem do céu! 2. O Povo de Deus não é estático, mas dinâmico, a caminho. Está em movimento, em referência à etimologia da palavra sínodo, que significa “caminhar juntos”. As pessoas estão unidas e respiram da Árvore da Vida, a partir da qual iniciam sua jornada e pela qual se mantêm a caminho.Aí está a missão, feita na terra e na história. A sinodalidade designa,antes de mais,o estilo peculiar que qualifica a vida e a missão da Igreja,de acordo com sua natureza como Povo de Deus que caminha em conjunto e se reúne em assembleia, convocado pelo Senhor Jesus, na força do Espírito Santo, para anunciar o Evangelho. A sinodalidade coloca todo o Povo de Deus a caminho, em conjunto, escutando o Espírito Santo e a Palavra de Deus,para integrar a missão da Igreja, na comunhão que Cristo estabelece entre nós. Em última análise, este caminho a percorrer juntos é o jeito mais eficaz de manifestar e pôr em prática a natureza da Igreja como Povo peregrino e missionário de Deus (cf. Documento de Puebla 1). 3. Olhemos as 15 silhuetas das pessoas: representam toda a Igreja, na CM 548
Sínodo
2021 2023 Por uma Igreja sinodal
comunhão | participação | missão
diversidade de situações, origens e gerações. Este aspecto é reforçado pelas muitas cores vivas que são sinais de alegria. Não há hierarquia entre essas pessoas, pois estão todas no mesmo nível: jovens, velhos, homens, mulheres, adolescentes, crianças, leigos, religiosos, pais, casais, solteiros, deficientes; o bispo e a freira não estão à frente deles, mas entre eles. Muito naturalmente, as crianças e os adolescentes abrem o caminho,referindo-se às palavras de Jesus: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos “ (Mt 11,25). 4. Agora observemos o título do Sínodo, “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. A linha da base horizontal vai da esquerda para a direita, no sentido de uma marcha, e termina com o título “Sínodo 2021-2023”. É o ponto culminante que resume tudo. Pe. Mariano Weizenmann SCE Região SP Leste II Prov. Sul I
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IGREJA CATÓLICA
PALAVRA DO PAPA A relação e o cuidado com a Casa Comum A relação e o cuidado das pessoas com o local em que vivem, e com os seres que nele residem, dizem respeito à ecologia integral. Segundo o Papa Francisco, ecologia integral é o “cuidado pelo que é frágil”, vivido com alegria e autenticidade (LS 10): o cuidado da criação, da natureza, dos animais e vegetais, dos ecossistemas, das culturas, enfim, o cuidado desta grande família que habita a nossa Casa Comum. É, ainda, o “cuidado autêntico da nossa própria vida e das nossas relações com a natureza, inseparável da fraternidade, da justiça e da fidelidade aos outros” (LS 70). Nós, casais equipistas, não podemos defender uma espiritualidade conjugal que se esqueça de Deus todo-poderoso, Pai criador, único dono do mundo, que confia ao ser humano o cuidado da criação, com fraternidade e amor. Em meio aos desafios, segundo o relato bíblico, “basta apenas um homem bom para haver esperança!” (LS 71).Nas Equipes de Nossa Senhora, o casal equipista que se preocupa com este mundo frágil, que desafia sua inteligência para reconhecer o modo como deve cuidar da criação, é fonte de esperança para que muitos outros se tornem bons administradores,responsáveis pelos bens que Deus nos deu. Trazemos, para nossa reflexão, a Palavra de Deus segundo 1 Pd 1,22-23, que nos alerta a sermos homens e mulheres novos, vivendo o amor fraterno, com o coração puro. A partir da escuta da Palavra indicada, como o casal e a família podem consumir de forma responsável, reconhecendo-se protagonistas de uma economia atenta às pessoas e ao meio ambiente? O que podem fazer para
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fomentar a criação de valor e a vivência da justiça social, em casa e/ou no local de trabalho? Como otimizar a utilização de recursos naturais (água, energia) e adotar uma cultura de não desperdício em família? Dentre nossos bens,o que podemos partilhar com os mais necessitados? No Evangelho segundo João 15,9-11,Jesus nos faz o apelo a permanecermos no seu amor e a guardarmos os seus mandamentos.Como podemos colaborar para a construção de uma sociedade fundada no amor? Somos sensíveis aos problemas do mundo e da sociedade? Nos preocupamos em cuidar dos excluídos,acompanhando-os e integrando-os à vida? Saímos ao encontro do irmão e somos instrumentos da Misericórdia de Cristo e da Igreja aos necessitados,tanto material como espiritualmente? Acolhemos, cuidamos e acompanhamos casais e famílias, em especial os que vivem momentos difíceis ou em situações de maior fragilidade? Perante tais questionamentos, deixamos a sugestão de fazermos o “dever de sentar-se” a partir da leitura da Carta Encíclica Laudato Si’, n. 137 a 162; e de estabelecermos uma “regra de vida”, individual ou em casal, após lermos os números 163-201 da mesma encíclica. Deus nos ajude a crescer como casal cristão, fermento renovador na família e na sociedade. Leila e Antônio Carlos Eq. 29 B N. S. do Pilar Região Brasília I Prov. Centro-Oeste CM 548
DATAS RELIGIOSAS
Natividade de Maria A celebração da Natividade de Maria dia 8 de setembro tem suas raízes no Oriente, onde em um texto litúrgico do calendário do Imperador Basílio, em 985, temos uma recorrência desta festa ligada ao início do ano eclesiástico. Desta forma, interpretou-se um início de ano da Igreja celebrando a Mãe de Jesus como “a estrela da manhã”, ou seja, aquela que anuncia a chegada do Salvador. Esta mesma festa da Natividade de Maria está ligada ao dia da dedicação de uma basílica à Sant’Ana, em Jerusalém, no IV século. Já no Ocidente, esta festa de Maria foi introduzida no VII século pelo Papa Sérgio I, originário da Síria, seguindo as tradições orientais, a partir do protoevangelho de Tiago, texto apócrifo composto no ano 150 d.C., o qual descreve a vida de Maria e o nascimento de Jesus. Este texto é aquele que narra o nome dos pais de Maria, ou seja,Joaquim e Ana.Nele encontramos os acontecimentos da vida deste casal como, por exemplo, o sofrimento que viviam pelo fato de que eram estéreis e posteriormente foram agraciados pelo Senhor com o nascimento de Maria. Segundo os relatos deste protoevangelho, Joaquim teria vivido um autoexílio cujo retorno foi pintado em afresco pelo artista Giotto (1267-1337) na capela dos “escrovenhos” ou capela Arena, na cidade de Pádua. Nesta pintura vemos a figura de Sant’Ana que vem ao encontro do esposo São Joaquim e louva a Deus pelo seu retorno e as maravilhas operadas pelo Senhor. Não temos certeza sobre a data exata CM 548
do nascimento de Maria, mas celebrar sua natividade nos ajuda a compreender a profundidade de um encontro entre Deus e a humanidade, dado que a partir do momento em que Ele cria para si um coração humano puro,imune a toda mancha de pecado, ocorre uma convergência de amor direcionado à humanidade inteira. É no seio puríssimo de Maria que Deus escolhe colocar a primeira morada terrena de seu Filho Unigênito. Em Maria, Deus escolhe derramar todo o bem do qual o homem se privou voluntariamente. Por isso é concebida sem pecado, é a Imaculada Conceição. A santidade da Virgem Maria é vista pela igreja como um reflexo da vinda do Salvador, cuja mãe é como um “templo” no qual abriga uma das respostas mais bonitas que um ser humano poderia dar a Deus, ou seja, a disponibilidade em acolher a “Palavra que se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Celebrar a natividade de Maria é recordar com muita devoção aos seus pais, São Joaquim e Sant’Ana, um casal que viveu a vida conjugal de forma bonita e sincera, onde, mesmo em idade avançada e sem esperanças, receberam de Deus a recompensa da confiança e devoção que viveram. Peçamos a intercessão deste santo casal e de sua filha Maria Santíssima, a fim de que nossos casais das ENS vivam com intensidade o amor e a confiança plena em Deus. Padre André Teles SCE Setor B - Belém Região Norte II Prov. Norte
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DATAS RELIGIOSAS
A Assunção de Nossa Senhora ao Céu e a nossa esperança
“Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas.” Ap 12,1 Em cada 15 de agosto, celebramos a Solenidade da Assunção de Maria ao céu, em corpo e alma, dogma este proclamado a 1º de novembro de 1950 pelo Papa Pio XII.A Mulher “vestida de sol” por graça de Deus tem seu destino nos braços do Criador. A Igreja não fala da morte de Maria, talvez por isso que entre os orientais fala-se a “dormição” de Maria. O que é dogma? É uma verdade de fé, acreditada antes e proclamada depois oficialmente pela Igreja. É isso mesmo! Antes se crê, depois é definido solenemente pelo Papa. Os cristãos sempre acreditaram neste dogma mariano (Sensus fidei – Senso dos fiéis). A Igreja proclama um dogma ouvindo os fiéis, iluminada e conduzida pelo Espírito Santo. Pio XII, após consultar os bispos do mundo todo, proclama e define como verdade de fé o coroamento da vida de Maria Santíssima. O que nos diz o dogma da Assunção de Maria? Sobre o fim da vida de Maria não sabemos ao certo, mas isso não importa, pois cremos que depois de uma vida de doação e amor, foi assunta ao céu em corpo e alma. Deus Nosso Senhor a preservou da corrupção do sepulcro.
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O dogma da Assunção não diz respeito exclusivamente ao fim da vida terrestre de Maria, mas sim ao início, pois com seu corpo na glória dos céus está em um novo modo de existência. O dogma da Assunção de Maria hoje nos diz o quê? Esse dogma mariano nos convida a refletir sobre nosso futuro existencial junto de Deus, nosso desejo de eternidade, a valorizar nosso corpo humano que é “Templo do Espírito Santo”, como bem recordou o Apóstolo São Paulo. Também somos chamados à santidade, numa vida íntima com o Senhor, de doação e desprendimento da matéria, para depois sermos assumidos pelo Criador. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que Maria é ícone escatológico da Igreja, ou seja, o que nela já aconteceu – de forma antecipada – é um sinal para que a Igreja contemple e deseje chegar aonde ela chegou. Daí dizer que Maria é espelho para a Igreja. Mas, diante de tudo isso, alguém pode dizer que Maria, Nossa Senhora, está distante de nós por todas essas prerrogativas. Mas vos asseguro que não, pois o próprio Papa Pio XII afirmou que ela continua a interceder mais ainda pela Igreja que caminha rumo ao céu. Crer na Assunção de Maria é crer na esperança que vem unicamente de Deus, que nossa vida terrena não é meramente um peregrinar sem sentido, mas sim uma vida voltada a cumprir a vontade de Deus e que a nossa verdadeira morada é a glória do céu. A esperança nos faz crer no amanhã. Pe. Ramon Aparecido Ramos SCE Setor C - Jaú Região SP Leste Prov. Sul II CM 548
DATAS DO MOVIMENTO
Um homem iluminado pelo Espírito Santo
Henri Caffarel conduziu muitos fiéis à oração. Em sua lápide estão as datas de batismo, ordenação, falecimento e a frase “Vem e Segue-me”. “Nasceu em 30 de julho de 1903 e foi batizado por seu tio Pe. Louis Venard, com os nomes de Henri Auguste Marie na basílica de São Martinho d’Ainay, em Lyon” (cf. “Henri Caffarel, Um homem arrebatado por Deus”, de Jean Allemand, ed. 1999, pág. 17). “Exigência e criatividade eram postas a serviço do Senhor. É sem dúvida aí que estava o centro radioativo da vida do Pe. Caffarel. A partir de seu ‘encontro’ com Cristo, aos vinte anos, a sua existência inteira foi uma busca apaixonada do Deus vivo e dos caminhos que levam a Ele.” (“Um homem arrebatado por Deus”, idem, pág.209). No dia 19 de abril de 1930, véspera da Páscoa, foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Verdier. Do seu Batismo até os seus últimos dias em Troussures o seu sacerdócio foi vivido para levar muitos fiéis ao encontro de Cristo, na meditação e nas formações. “Para Caffarel, a oração é o local privilegiado do seu encontro com Deus, especialmente sob forma de meditação”. (“Padre Caffarel: Profeta do Matrimônio”, pág. 21). CM 548
Em 18/09/1996 é sepultado no cemitério de Troussures e na sua lápide o chamado de Jesus a todos, Vem e Segue-me, mostra o porquê de estarmos nas ENS (“Padre Caffarel, Centelhas de sua Mensagem”, pág. 121). “Paulo VI acaba de escolher as Equipes de Nossa Senhora para fazer chegar às cinco partes do mundo a todos os cônjuges que ambicionam que seu matrimônio seja bem-sucedido, que desejam crescer no amor, buscar a Deus juntos os dois, marido e mulher, santificarem-se.” Diante de todos os acontecimentos na vida do Padre Henri Caffarel, acreditamos na santidade de sua vida (CM nº 522, dez. 2018, pág. 35 e 36). Estivemos em seu túmulo e rezamos a oração para que a igreja, um dia, proclame a sua santidade; para nós, Lucia e Jairo, Rivania e Porto, Henersan e Delson, Claudia e Gilberto a ida a Troussures foi inspiração divina e ele é o Santo do matrimônio, pois através da Espiritualidade Conjugal tivemos a cura e salvação em nossas vidas e força para continuarmos caminhando em nossos matrimônios. Lucia e Jairo Eq. 8 N. S. das Dores Setor Castanhal – Região Norte II Prov. Norte
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DATAS DO MOVIMENTO
Nancy e Pedro Moncau, “em saída” Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, o Papa convoca a Igreja a uma sincera conversão pastoral, a superar o comodismo e o fechamento, para ser uma Igreja “em saída”. Na sua visão, uma Igreja fechada em seus muros e dogmas, não corresponde às exigências do Evangelho. Para ele, é preferível “uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”. Muito se pode escrever sobre o casal Nancy e Pedro Moncau, que viveram no século passado e que já tinham esse espírito “em saída” proclamado pelo Papa, um século depois. Como sabemos, foram eles que, após diversos contatos através de cartas, manuscritas, com o Pe. Caffarel, na França, trouxeram para o Brasil as Equipes de Nossa Senhora. Dr. Pedro Moncau faleceu com 83 anos de idade, em 17/08/1982. Nessa época, de porte franzino e já arqueada pelo peso dos anos, D. Nancy continuava “em saída” trabalhando pelas ENS. Ela era uma mulher de fibra. Ao se decidir por uma coisa, não havia obstáculo que a fizesse desistir. Tinha a profunda convicção de que não podia decepcionar as pessoas, e que não poderia faltar à palavra empenhada. Devido a esse seu jeito, ficou conhecida em todo o Brasil e um fato, em especial, fez com que todos os equipistas passassem a rezar por ela: um filho seu, casado, que residia em Salvador
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(BA), ficou doente e acabou voltando para a casa do Pai.Após o falecimento dele, sua nora, ao ver tamanho empenho dos equipistas, disse que ela poderia montar um Movimento destinado às viúvas equipistas. Ela refutou por algum tempo, porém, após amadurecer e ter a certeza de que era Deus quem lhe falava através de sua nora, foi mais uma vez “em saída”. Desta vez foi ela quem fez contatos com Paris, a respeito de um Movimento similar que já existia desde os idos de 1940, criado pelo próprio Pe. Caffarel, voltado às viúvas equipistas francesas, cujos maridos haviam caído em campo de batalha, na 2ª Guerra Mundial. No entanto, por ser uma mulher além de sua época, em fevereiro de 2003, e ela já com 93 anos, criou as Comunidades Nossa Senhora da Esperança. O grande mérito da D. Nancy foi intuir que deveria adotar no Brasil a mesma linha metodológica das ENS e acolher, além de quem vive o estado de vida da viuvez, também as pessoas sós, entendendo-se como tal as solteiras (já com certa idade) e também as separadas ou divorciadas que continuam sós. Era D. Nancy “saindo” em direção aos excluídos e afastados das periferias humanas. Ela veio a falecer em 15/08/2006, após deixar esse Movimento devidamente organizado e legalizado. Ana Rita e Manoel Eq.13D - S. J. Rio Preto Região SP Norte II Prov. Sul II CM 548
DATAS COMEMORATIVAS
Dia dos Pais Vamos comemorar o Dia dos Pais, data em que celebramos a presença ou memória dessa figura tão importante em nossas vidas. Ainda que o simbolismo do Dia dos Pais seja bastante envolvido por um apelo comercial, não podemos nos esquecer de seu real significado. Junto das mães, ele é a figura que nos impulsiona a sermos melhores, acredita em nosso potencial e está sempre ali ao nosso lado, nos apoiando nos momentos difíceis. Vibra com nossas conquistas, independentemente de quais sejam. Este dia não deixa de ser momento de amor dedicado a Deus, nosso Pai. Mas, também, momento de carinho para conosco que somos pais. Biológicos ou não, o que conta é o amor que dedicamos aos nossos filhos.Amor para gerar,amor para receber,amor para acolher,amor para ensinar. Amor para acompanhar, amor para comemorar, amor para dizer sim. Para dizer não também, mas com amor. Sentimos quão difícil é dizer não a um filho. Mas, por vezes, é necessário, em resgate da missão que Deus nos confiou ao nos oferecer por Sua graça e amor consubstanciado no amor conjugal,imensa felicidade de ser responsável, por educar uma nova geração. Como filhos do Deus Pai, devemos ter n’Ele exemplo e base para bem criar os filhos que Ele,por amor,nos concedeu.Afinal, quantas vezes somos tomados pela inquietude e dúvida na criação e educação de nossos filhos? Nesses momentos em que somos tomados até mesmo pela angústia, é preciso que nos socorramos no Pai. É Ele quem nos dará a direção a seguir nessa nossa missão. Por isso, o casal unido pelo sacramento do matrimônio, e assim contando com as bênçãos de Deus, deve ser CM 548
lembrado quando se comemora o Dia dos Pais. Sim, o casal, pai e mãe. E essa tríade, pai, mãe e filho/a(s), sob o olhar misericordioso do Pai, forma a família de Deus. Por isso, sempre devemos ter como exemplo a família de Nazaré, Jesus, Maria e José, na simplicidade, no acolhimento, na ternura, no sim sempre dado, como o de Maria. Enfim, no amor. Nestas linhas, por incansáveis vezes foi lançado o adjetivo AMOR.Por ser expressão e sentimento que sempre está presente em nós, deve ser tomado com intensidade substantiva,a nos mover e a nos guiar. O Papa Francisco em sua Carta Apostólica Patris Corde de 8/12/2020 fez uma homenagem ao 150° aniversário de declaração de São José como padroeiro universal da igreja, o qual ele reconhece como: Pai amado, Pai na ternura, Pai na obediência, Pai no acolhimento, Pai com coragem criativa, Pai trabalhador, Pai na sombra. Essa carta é um convite a cada um de nós para conhecer e imitar aquele homem justo e santo. Deus abençoe todos os pais e que São José seja modelo e interceda por cada um. Naide e Celio Eq. N. S. da Santíssima Trindade Setor A – Bauru Região SP Oeste III Prov. Sul II
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DATAS COMEMORATIVAS
Sacerdócio – servir e orientar com amor Os sacramentos da Ordem e do Matrimônio existem, cada um a seu modo, nas mesmas exigências do amor: fidelidade, indissolubilidade e fecundidade. A pedagogia do Movimento das ENS faz com que a união destes sacramentos produza uma vivência harmoniosa na caminhada rumo à santidade. Viver o Sacramento do Matrimônio sob o olhar atento dos dogmas da Igreja na busca da Espiritualidade Conjugal, e termos ao nosso lado a presença de um sacerdote, é um privilégio para nós, equipistas, pois o sacerdote representa o próprio Cristo visível em nosso meio. Através do Sacramento da Ordem, o sacerdote torna-se semelhante a Cristo por meio de uma graça especial do Espírito Santo. É uma alegria poder acolher um sacerdote no seio da nossa família, estes que inúmeras vezes deixam seus berços familiares para acolher com muito amor e carinho a tantos outros irmãos que necessitam de orientação para estarem mais próximos do Reino de Deus. O Movimento das ENS, em nosso Setor Boa Vista, surgiu graças ao empenho do Pe. Mário Castro, que acolheu de imediato a proposta e se mobilizou na busca de casais para iniciar o Movimento na nossa cidade. Recém-casados, tivemos a graça de sermos convidados para participar das ENS em nossa cidade, e hoje vivenciamos a beleza e a plenitude do Sacramento do Matrimônio à luz do Evangelho, tendo a imensa graça de que diante das dúvidas e incertezas que surgirem
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em nossa caminhada, podemos recorrer ao nosso SCE. Durante a pandemia, nós pudemos observar a grande falta que faz um sacerdote na equipe, pois os casais se sentem incompletos, ocasionando com isso desestímulo e um esfriamento das equipes. Em virtude disso, podemos falar com muita convicção e alegria da grande importância que o SCE tem na vida dos casais das ENS. Vemos quanta disponibilidade nos oferecem os SCEs, mesmo com tantos afazeres dentro de suas áreas missionárias, paróquias e dioceses, dando um verdadeiro testemunho de que essas duas vocações são duas formas de amar a Deus e ao próximo, que se encontram, se entrelaçam e produzem um precioso testemunho para o mundo, tão sedento de bons exemplos e de esperança. Eles realmente fazem na prática o chamado Ser e Estar para os outros. Hoje graças a Deus todas as equipes do nosso Setor possuem SCE ou AE. Em nome do Pe. Jefferson, SCE do nosso Setor Boa Vista, agradecemos e louvamos a Deus pela vida dos SCEs do mundo inteiro e rezamos para que surjam, no seio das famílias, cada vez mais jovens que se disponibilizem, com muito amor, para a vocação sacerdotal e assim ajudem na construção e anúncio do Reino de Deus! Obrigado, Senhor, pelos nossos padres! Francisca e Gervázio CRS Boa Vista Região Norte I Prov. Norte CM 548
EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
Transição: o repasse da missão de CRS Sabemos que toda missão dentro das ENS é um exercício contínuo de doação e compromisso com a unidade do Movimento. Nos reportamos aqui àqueles que vivem a instância de CRS, em particular. Esse compromisso de unidade é fortemente vivido na passagem do serviço, ou seja, no período de transição vivido pelo casal atual e o novo casal escolhido. E, aqueles que já viveram estes momentos, lembrarão muito claramente os temores e o friozinho na barriga dos primeiros dias. A Região Norte I, pensando nesse início da missão de CRS, criou um simples subsídio para orientar esse importante momento. Denominado “Transição no Setor: Um subsídio para o período de passagem da Missão”, fundamentado nos documentos básicos do Movimento, traz, com simplicidade, uma sequência de atividades que orientam os casais, atual e novo, na melhor vivência da transição. Uma simples ação para o casal atual poderá ser uma atividade bastante complicada para aquele que se inicia. Assuntos como: A importância da vida de oração do casal em missão; Transição: o que fazer nesse período? Sugestões para a reunião de troca de informações entre os casais; Documentos e uso do Sistema Magnificat; Sugestões para um Planejamento da Vida de Setor na nova missão, entre outros assuntos também importantes. Por aqui, o exercício de transição no Setor se inicia logo após a data de anúncio do novo casal à comunidade CM 548
equipista. Geralmente são três ou quatro meses de vivência entre os dois casais, período esse que se tem revelado primordial, pois a transição sempre será um tempo de fortes e novas emoções – para o casal que “chega”, tudo é novo e desafiador, mesmo que este casal tenha vindo da missão de Casal Ligação do mesmo colegiado. E, por sua vez, é também momento de nostalgia bem vivida, para o casal que repassa o serviço. Dois lados que se fundem na Transição. Nosso cuidado foi não nos alongar em definições e conteúdos, mas, sobretudo, proporcionar a oportunidade de reflexão e sugestões, pois, para as profundas raízes de Formação no Movimento, temos os documentos, livros e uma vasta literatura editada pelas ENS, que nos dá o apoio documental para toda e qualquer dúvida, enquanto o fortalecimento de nossa missão, sabemos, nos é mantido, diariamente, na Oração e na constância à Eucaristia. Nos últimos sete anos esse subsídio tem nos ajudado a caminhar e exercer com fidelidade as ações e primícias das ENS em nossos Setores, sem desfazer-nos da responsabilidade de conhecermos a fundo os documentos-base e a rica literatura das ENS que nos dá sustentação na missão. Maria seja a nossa mestra e modelo no servir a seu Filho. Márcia e Juarez Eq. 7A N. S. da SS Trindade Manaus - Região Norte I Prov. Norte
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EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
Jornada Espiritual à Santidade (em tempo de pandemia ) Padre Caffarel nos convida continuamente a orar, pois “orar é buscar e encontrar Deus”. “O Magnificat é um canto de esperança, que nos quer despertar também a nós convidando-nos a entoá-lo hoje por meio de três elementos preciosos que nascem da contemplação da primeira discípula: Maria caminha, Maria encontra, Maria rejubila, porque trouxe algo maior do que Ela: foi portadora de uma bênção e incentivou a anunciar o Evangelho com alegria e sem medo. (Papa Francisco) De 13 a 22 de agosto de 2021, a Província Sul II – Região SP Leste realizou de forma virtual a II Jornada Espiritual à Santidade através do tema: “Meu matrimônio se alegra em Deus, meu Salvador” e com o lema: minha família venera a missão e espiritualidade de Maria”. Vivenciar Maria foi a proposta dessa jornada através da reflexão do Magnificat, pois essa oração reflete tudo o que Maria representa para nós, sua motivação, sua espiritualidade, seu jeito de ser. Na abertura da II Jornada Espiritual à Santidade iniciamos com a oração do santo terço e uma reflexão sobre nossa filialidade com Maria que sempre ocupou um lugar de destaque na nossa fé cristã católica. Na sequência, dentro de uma primeira etapa, durante seis dias consecutivos, conselheiros espirituais da nossa região propuseram aos casais um Dever de Sentar-se/Oração Vonjugal dirigido pelo Magnificat meditado. No decorrer da semana, tivemos a participação de alguns casais equipistas
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que, com seus fortes e lindos testemunhos de fé, enriqueceram nossa semana nos mostrando que a força da oração do Magnificat, da oração em equipe se refletem em todos os momentos de nossa vida. Na segunda etapa dessa jornada fomos agraciados com a reflexão de vários temas, onde diferentes conselheiros espirituais nos fizeram mergulhar no coração de Maria que nos diz “Não tenhais medo” e através de suas atitudes de fé nos interpela a ir mais longe, a buscar com insistência, assumir nossa missão concebendo Jesus no coração! Fomos convidados a levar Maria para casa, para nossa vida conjugal para que nosso casamento seja um hino de louvor a Deus e possamos, assim como Maria, entoar: “O nosso matrimônio se alegra em Deus, nosso Salvador”. Contamos com um lindo momento de adoração ao Santíssimo Sacramento e finalizamos com a Santa Missa. Como gesto concreto houve um drive thru de doações de alimentos. Essa jornada também nos revelou o esforço, a dedicação de todo colegiado em sua preparação bem como a disposição e o amor dos nossos conselheiros espirituais pelo MENS. Ressaltamos também o espírito de comprometimento de todos os casais que participaram e puderam vivenciar em Maria o modelo de mãe e missionária. Gláucia e Fernando Equipe 5B - Jaú Região SP Leste Prov. Sul II CM 548
EJNS
Imagem peregrina: a experiência do jovem equipista pelo Brasil Em virtude da pandemia, a peregrinação, que antes era realizada anualmente, não pôde acontecer, mas surgiu uma forma de mantermos a unidade que a Igreja e o Movimento das EJNS nos pede. “Então se você, equipista, não pode ir à peregrinação, a peregrinação vai até você”. A imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida está então percorrendo todas as regionais das EJNS no Brasil. Com o tema “José, filho de Davi, não temas receber Maria como esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo”, esse momento nos convida a conhecer e imitar São José, um homem justo e humilde. A peregrinação começou em Aparecida/SP, em 2021, e ainda não tem data definida para o término, mas conta com depoimentos de equipistas das regionais já visitadas. Jovens do Setor Itu e Salto/SP: “Um fato interessante foi que, depois de algumas semanas da visita da Mãezinha, nossas expansões finalmente se tornaram Setor, uma proposta que vinha sendo considerada desde o início da pandemia”. Jovens de Pocinhos/PB: “A passagem da imagem por nosso Setor nos trouxe um despertar para o amor e cuidado de Mãe, que além de estar sempre atenta aos nossos apelos vem ao nosso encontro e nos toma pela mão, nos direcionando a caminho de Jesus”. Samantha Askar, São Luís/MA: “Durante toda a peregrinação, sentimos o CM 548
carinho e o acolhimento de Maria pelas paróquias, equipes e famílias por onde passou, e cada vez que se aproximava da nossa cidade, ficávamos ansiosos pela sua chegada! A acessibilidade à imagem foi, com certeza, uma experiência única, pois fortalece em nossos corações o sentimento de ser parte de um todo, membros de um só corpo, um Movimento conectado ao mesmo objetivo!” Gilmara Souza, São Miguel do Guamá/PA: “Receber a imagem peregrina em nosso Setor foi sem dúvidas uma das experiências mais incríveis da nossa vida como equipista, sentimos o amor e o acolhimento da Mãezinha do céu a nos visitar, e confesso que pra mim foi ainda mais extraordinário, pois pude recebê-la em minha casa…” Evelyn Lopes, Parintins/AM: “A presença dela aqui conosco renovou ainda mais o nosso “SIM” dado ao Movimento das EJNS e tenho certeza que esse momento ficou marcado no coração de cada jovem equipista da Expansão Parintins. É isso que a peregrinação deixa de marca em todos nós que vivemos essa experiência da imagem em nossos Setores, acolhimento. Que continuemos acolhendo os propósitos de Deus em nossas vidas de jovens cristãos, jovens equipistas. Débora Katarinne EJNS Nazaré - Regional 8 -Setor Manaus Luzianni Silva EJNS Guadalupe - Regional 8 Setor Palmas - Comunicação e Pilotagem - EJNS Brasil
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VOCÊ NA CARTA DATAS DO MOVIME
Reconhecimento das ENS pelo Vaticano
NTO
O reconhecimento das Equipes de que verificar tanto o caráter Nossa Senhora como uma associação cional internainternacional de fiéis da associa ção, como de direito privado os frutos espirituais e apostól teve início em 19 de setemb icos dos seus ro de 1990, membr quando o Casal Respon os, comprovados pelos sável pastoMercedes e Álvaro Gomes- pela ERI – res da Igreja onde o Movime nto estava Ferrer – enca- present minhou esta solicitação e e atuante. ou pedido formal ao Pontifício Conselh o para os Leigos, Este requisito se reveste de enorme acompanhada do projeto de seus estatu- significado eclesiológico, porque retos e de outros docume presenta uma manifes ntos tação concreta dos necessários para facilitar considera- da mútua colabor ação entre a Igreja o conhecimento da associação,de sua história,dos universal e as Igrejas particulares, como objetivos que se propõe também é o caso do Movime e das nto. que desenvolve, do número atividades Em audiênc aproximado ia concedida pelo Papa de seus membros, de sua presença nas Paulo II ao Presidente do Pontifíc João io ConIgrejas particulares e da relação com os selho para os Leigos,Cardeal Eduardo Ordinários diocesanos. PiNeste momento, ronio, em 26 de março de 1992, a solicitação teve o apoio as ENS de numerosos foram reconhecidas como associa bispos de dioceses e países ção onde o Mo- internacional de fiéis de direito privado, vimento estava present e seus e, para mostrar estatutos foram aprovad que se tratava de um dom de Deus para experimentum por um período os ad de cinco a Igreja e para o mundo. anos. O ato administrativo de reconheDo ponto de vista canônic o, este pedido cimento foi publicado em 19 de abril de é muito significativo porque constitui 1992,na festa da Ressurreição de Nosso um exercício de liberdad Senhor Jesus Cristo. e de uma associação por parte criação de Com este reconhecimento de fiéis, recooficial, renhecida pelo direito da força-se o vínculo de Igreja. fidelidade do MoMas o reconhecimento de uma asso- vimento à Igreja e ao seu Magistério, ciação de fiéis por parte da Santa Sé para que as ENS possam cumprir sua pressupõe que a associa ção tenha sido missão junto aos previamente reconhe cida em uma Igre- casais que recebeja particular; ou seja, pelo bispo do lugar ram o sacram enonde a associação foi to do matrimônio. fundada. Sendo uma delas: Com relação às ENS, isto aconteceu em ajudar 25 de março de 1960, os casais a quando o Arce- se santifi carem bispo de Paris, Cardea l Maurice Feltin, pelo sacram ento depois de estudar os estatutos, declado Matrimônio, sendo rou ao então Centro um testemunho Diretor do Movipara outros casais. mento que os aprovav a. Para o reconh ecimen Mariola e Elizeu Calsing to das ENS, o Eq. 19 C – Região Brasília Pontifício Conselho para I os Leigos teve CR
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Equipes Satélites ERI
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Na CM 546, o artigo de Mariola/ Elizeu “Reconhecimento das ENS pelo Vaticano” nos cativou. Embora seja um fato de 1992, foi o bastante para encher nossas almas de alegria e extremo contentamento, e nos levou a lembrar o Pe. Caffarel e o que disse a Mercedes/Álvaro Ferrer, ex-CR-ERI: “Devo reconhecer que na criação das equipes existiu qualquer coisa mais para além da minha inspiração e da dos primeiros casais. Houve uma inspiração do Espírito” (CM 303-set/1994). Essa inspiração sentimos até os nossos dias – esse Espírito permanece vivo e muito presente nas ENS. Magnificat! Sidnéia e Edilson Eq. 9A N. S. da Esperança – Belém Região Norte II Prov. Norte
Caminho de con versão
TESTEMUNHO
Em junho de 2019 escrevem artigo para a os um ques Carta Mensal tionamentos era “Conver cujo título de Ingrhid em são, donar” uma “abancarre Partilhávamo coragem e ter ajuda”. s, naquele ano, “dependendo” ira para ficar em casa, dança de vida uma mude , discernida a do dos afazeres um marido e cuidanpartir de um Dever de Sent domésticos. ar-se realizado E testemunhar e como fruto que Deus faz podemos em sim Maravidesse momento 2017, lhas na vida de cada pess mos como Regr escolheoa, que de fato deixa-se cond a anos à formação de Vida dedicar alguns uzir por Ele. sos filhos, e dess permanente dos nos- De uma casa onde está vamos apenas a forma Ingrh ria o seu trab de id deixa- passagem no final da alho noite, depois pegávamos as panhamento. para fazer este acomque crian Essa Regra de tas vezes já cheg ças na escola (muipara nós, um avam dormindo caminho de Vida foi, vivem ), hoje os em um lar. conversão que nos levo O u a redescob pai e a mãe sabem rir a essência exatamente quai do ser família s são e encontrar nosso equi- sim se equilibra toda seus papéis, e aslíbrio como casal. Fomos abastecidos rada. A quantidad a vida que ali é gepor um Amo e de filhos, se r envolvente, consegui vam inten nos impulsion a a seguir, mes so, que no final r dar conta, se o dinheiro vai os do sentimos mo dar do quan mês , já não o peso das tem pestades. E jornada. Ver as crian é o foco da nossa esse é o Amo r de Deus. ças se espalhan pelos cômodos do Quando está da casa e crian vamos nos acos tidade, inser idas na realidade do idencom a nova rotina, sentimos tumando lia, vibrando juntos com cada da famíchamado, com um novo conquista, é o pequena algo que verd 2019 tínhamo esposos cristãos. Em adeiramente s dois filhos, Migu dá sent 8 e Bárbara el com segu ido a nossa existência com e nos faz ir nesse caminho vamos em cres 6 anos, e não pensá. cer em família, Para os casais nos deixamo poré que nos perg m s envolver pela untam como de Deus, que vontade percebemos os sina is abria nossos para essa reali corações mos à mudança, confi para nos abrirdade. Nos anos ando ser vont e 2021 fom de 2020 de de Deus, nossa resp aos osta é sempre lindas crianças: agraciados com duas mesma: a Gab riela e Pedr tempo atípico Sendo humilde, para “abertura o. Um paci Ouvíamos muit à vida”. do nossas fragilida ente, reconhecendes e confiando tava grávida, o, quando Ingrhid es- tem alguém que muito maior que em plen acima de nós, a pandemia que nos ama não era prud ente e sabe o que é melhor para dos bebês. Colo arriscar a vida dela e nossa vida. ção, e decidimo cávamos tudo em ora- Cora gem! Não tenh s tregar à vont mais uma vez nos en- lher am medo de Nosso ade do Pai, que acotodas as coisa conhece fará Mar Senhor nas suas vidas!!! s. Ele avilhas!!! Hoje , pass ado mud ança de s algu ns ano s dess a vida , sem pre Ingrhid e Adri mos daquele lem ano braEq. 13 D - N. Dever de Sent S. da Paciência ar-se, dos CM 546
O mundo nos leva a buscar coisas avessas às propostas de Deus. É preciso estar atento para atender as exigências do nosso sim, no matrimônio, como pais e equipistas. Há algum tempo refletimos sobre o que é essencial em nossas vidas. Ao ler o artigo do casal Ingrhid e Adriano (CM 546 pág. 23) percebemos as maravilhas feitas por Deus àqueles que se deixam conduzir por Ele. Um testemunho desafiador.Entender isso é necessário e urgente. Que os casais inspirados a viver o Matrimônio como um lugar de amor possamos abandonar-nos aos propósitos de Deus. Carina e Nelson Eq. 4 N. S. de Fátima Setor Juruti – Região Norte III Prov. Norte
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As Equipes de Nossa Senhora: sua razão de ser1 Notas colhidas por ocasião da Conferência pronunciada pelo Rev. Pe. Caffarel, no decorrer dos “Dias dos Casais Responsáveis”, em 15 de dezembro de 1952.
Primeira nota Quantas pessoas há que entram para o casamento, para uma profissão ou um Movimento católico, sem ter feito de início a indagação preliminar: Qual a razão de ser desse estado de vida, desse Movimento? Que posso eu esperar dele? Que irá ele exigir de mim? Daí, muitas vezes, mal-entendidos, decepções, conflitos. Eu quisera que tal causa não acontecesse nas Equipes de Nossa Senhora. Por isso mesmo, faço sempre empenho em precisar a sua razão de ser. As Equipes de Nossa Senhora são: • uma escola de vida cristã • um “laboratório” de espiritualidade do cristão casado • um centro de difusão de espiritualidade • um testemunho. Assim, cada assunto será publicado numa edição da Carta Mensal, de forma sequencial...
Uma escola de vida cristã Escola. Este termo é pouco apreciado. Mas, na realidade, não é nos estabelecimentos onde os vossos filhos vão aprender os rudimentos das Letras e das Ciências que eu penso agora, mas sim nas Ordens Religiosas que, no 1
decurso da tradição cristã, foram muitas vezes designadas por este mesmo termo de escola. Schola, uma escola que dura toda a vida.Na qual uma pessoa se inicia na perfeição cristã. Em sentido análogo, uma Equipe de Nossa Senhora é uma escola onde vamos iniciar-nos na vida cristã. Iniciar-nos: não somente adquirir a inteligência da vida cristã, mas ainda exercitar-nos em conjunto na prática da vida cristã. Adquirir a inteligência da vida cristã Um membro de equipe que não tivesse o desejo de aprofundar os seus conhecimentos da vida cristã não estaria em seu lugar no meio de nós, pois que este objetivo é essencial e primordial. Aprofundar os conhecimentos da vida cristã é: • Procurar uma compreensão, uma inteligência melhor do conteúdo da fé: Deus, os seus planos sobre o universo, a Igreja, a vocação e a missão do homem... • Medir a amplitude da vida cristã. Não se resume ela em nossas relações com Deus, mas estende-se a toda a nossa existência: plano conjugal, educação dos filhos, atividades profissionais, políticas, sociais. É em todos esses domínios que se trata de glorificar a Deus e dar cumprimento à sua vontade. • Descobrir as exigências da vida cristã. Cristo não disse: “Sede corretos, bons e honestos”, mas
Carta Mensal, n. 4, maio de 1953.
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RAÍZES DO MOVIMENTO
sim: “Sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito”. São Paulo, fazendo eco a estas palavras, diz também: “Sede os imitadores de Deus”. Ora, Deus é amor. Trata-se deste amor que tem por nome Caridade.A perfeição cristã consiste, pois, na perfeição da Caridade. Auxiliarmo-nos mutuamente, na prática da vida cristã – descobrir a vida cristã, a sua natureza, a sua amplitude, as suas exigências –, não é suficiente. Nas Equipes de Nossa Senhora, não queremos contentar-nos em ver melhor, mas queremos viver melhor. E como é terrivelmente difícil,no mundo de hoje,salvaguardar a vitalidade cristã e mais ainda progredir, as equipes não são apenas uma escola onde se aprende, mas uma escola de aplicação, poderíamos dizer, onde nos iniciamos na vida, onde o ambiente, as Regras e as Obrigações2(PCEs), a vida de equipe fornecem os socorros necessários para este progresso na vida cristã. Importa compreender muito bem que tudo, nas Equipes de Nossa Senhora, 2
está ordenado em função de nosso encaminhamento para esta perfeição da caridade, desde a mais importante orientação dos Estatutos até as pequenas obrigações (a resposta escrita aos temas de estudo, ou o Dever de Sentar-se...). Se um dia me provassem que uma obrigação qualquer não está em estreita relação com este crescimento na Caridade, eu pediria imediatamente que fosse ela suprimida. Procurai e constatareis que tudo, no Movimento, tem a sua explicação a partir desta pergunta: Como é que isto pode contribuir para o progresso na Caridade? As Equipes de Nossa Senhora, uma escola onde vamos nos iniciar na vida cristã! Ficaremos por aqui, desta vez, reservando o estudo dos outros objetivos, para as próximas Cartas Mensais. Pe. Henri Caffarel Colaboração: Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N.S. Mãe de Deus e Nossa Piracicaba - Prov. Sul I
“Obrigações” corresponde aos nossos atuais Pontos Concretos de Esforço.
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TESTEMUNHO
As ENS nos fornecem “armaduras” Logo que nos casamos fomos convidados por uma amiga a fazer parte da Experiência Comunitária e, desde então, ficamos encantados com as ENS, pois era realmente o que queríamos: um Movimento de casais dentro dos princípios católicos. Passamos a fazer parte da Equipe Imaculado Coração de Maria, assumimos várias vezes como Casal Responsável de Equipe e atualmente estamos na missão de Casal Ligação. Fazer parte do Movimento nos permitiu crescer, como pessoas, como casal e em nossa família.As ENS nos fornecem “armaduras” que nos permitem passar pelas adversidades de forma mais equilibrada. Sabemos que a vida conjugal não é fácil, mas com a prática diária dos PCEs e as orientações que recebemos do Movimento, conseguimos superar as “divergências de ideias” com mais tranquilidade. O diálogo e a oração conjugal têm sido ao longo desses 18 anos de casados nosso oxigênio. Sabemos que o caminho para a santidade conjugal é longo, árduo e cheio de obstáculos, mas juntos, segurando a mão um do outro e com muito amor, seguimos firmes. Procuramos passar aos nossos filhos os mesmos valores espirituais que recebemos, esclarecendo que essa é a missão que Deus nos confiou. Não conseguimos nos ver fora desse Movimento, pois está enraizado em nossa vida matrimonial.Em novembro de 2021, passamos por um momento de provação em nossas vidas. Gelcione foi diagnosticado de forma repentina com um hematoma subdural CM 548
crônico (coágulo sanguíneo na cabeça), o qual o levaria a uma cirurgia de emergência. Não tivemos tempo nem para pensar, pois as decisões deveriam ser tomadas de forma urgente. Chegamos ao hospital e a primeira oração que veio em nossas mentes foi o Magnificat. Ao proclamarmos “O Senhor fez em mim maravilhas...” tivemos a certeza de que tudo terminaria bem, não sabemos explicar, mas a confiança na vitória, apesar da gravidade da situação, acalmou nosso coração e, depois disso, os médicos revisaram os exames e detectaram que apesar da gravidade não era exatamente o que o laudo mostrava e a cirurgia seria somente no outro dia. Continuamos em oração, mas agora com o apoio de nossos irmãos equipistas, e que maravilha foi sentir o carinho e os cuidados de cada amigo, que nos mandava palavras de fé e carinho. Em nenhum momento nos sentimos sós, pelo contrário, em todos esses momentos nos sentimos fortalecidos. A cirurgia foi um sucesso e em dois dias já estava em casa, sem sequelas e com uma recuperação extraordinária. Somos muito gratos a Deus, a Nossa Senhora e ao Movimento por nos proporcionar um crescimento espiritual e nos aproximar mais de Deus. Nesses momentos vemos o quanto Deus nos ama e quão importante é estarmos fortalecidos espiritualmente em Comunhão com Cristo. Cristiane e Gelcione Eq. 9B Imaculado Coração de Maria Região Norte III - Santarém Prov. Norte
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TESTEMUNHO
Um milagre em nossas vidas Casados há sete anos e participando das ENS, em Maués/AM, há seis nosso sonho era aumentar a família, pois só tínhamos um menino e queríamos muito ter uma menina. Foi quando chegou a pandemia, e a gravidez seria um risco, uma vez que a taxa de mortalidade nessa situação era grande para a mãe e o bebê. Um risco enorme, pois eu estava na linha de frente em um hospital, como técnico de enfermagem, e teria que me prevenir ao máximo, para não levar o vírus para casa. Um dia chegou a notícia da gravidez e a felicidade tomou conta de nossos corações, ainda mais quando soubemos que era uma menina. Mas, depois da alegria, vieram a preocupação e o medo. Tive de me afastar da família para não os contaminar, mas, por causa da saudade, acabei voltando, dizendo que o medo não poderia ser maior que nossa fé. O primeiro trimestre da gravidez transcorreu às mil maravilhas, pois esposa e bebê estavam firmes e fortes e se prevenindo ao máximo. Depois de algum tempo, após um plantão de 24 horas, me veio uma indisposição, o que não era normal, pois sempre estava disposto. Ficamos preocupados, pois já imaginávamos a contaminação, e apesar dos cuidados aconteceu o que temíamos, eu e minha esposa estávamos contaminados. Fizemos tratamento em casa,mas Izabel não melhorou. Resolvemos ir para o hospital e ela precisou ser internada também em virtude da gravidez. No terceiro dia de internação,Izabel estava
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com o nível de saturação anormal,com dificuldades de respirar, e o bebê com batimentos fetais alterados; foi quando os médicos decidiram transferi-la para Manaus. Quando contei a ela, choramos juntos,e o desespero tomou conta de mim,pois o medo era não voltar com as duas para casa, e lembrei da frase “nosso medo não poderia ser maior do que nossa fé”. Avisei a família, os amigos e irmãos equipistas sobre a transferência e, nessa mesma noite, todos fizeram uma corrente de oração para o restabelecimento da saúde de minha esposa e de nosso bebê. A força da oração foi tão grande que, confessamos para todos, sentimos uma grande paz e a presença de Deus naquele quarto de hospital. E aconteceu um momento único e especial, quando pareceu estarmos em um quarto todo branco e cheio de anjos, com isso tivemos a certeza de que venceríamos a batalha. Ao amanhecer, percebi que a situação estava se revertendo e Izabel estava melhor, foi melhorando, e cancelaram a transferência. Após alguns dias deram sua alta, em um momento de muita emoção da família e daqueles profissionais. Enfim, nossa filha Maria Isabella nasceu com saúde e sem nenhuma sequela e já está com um ano de vida. Só temos a agradecer a Deus, e aos amigos e irmãos equipistas, por esse livramento em nossa vida. Toda honra e toda glória a Ti, Senhor! Izabel e Juarez Eq. 1 N. S. do Perpétuo Socorro Setor Maués - Região Norte I Prov. Norte CM 548
TESTEMUNHO
Memórias de uma semente plantada há cinquenta anos Eu sonhava em silêncio com aquelas terras distantes. Era manhã, tarde ou noite-madrugada, não sei ao certo. Uma chuva lavava as ruas de Manaus. Famílias celebravam os dias juninos com festas típicas, descontraídas e felizes.A simplicidade do povo era a mesma que habitava o coração daqueles casais com as notícias de um Movimento de casais vindas lá do Sul. Havia sonhos e também incertezas. O que eles não sabiam era que uma semente já havia sido lançada em seus corações. E eu, mais do que todos, sei que sementes lançadas em terra boa germinam noite e dia e crescem sem nos darmos conta do que está por vir. Obra e desígnio de Deus em silêncio divino. Mas os tempos eram outros. “Ah, lembro bem, era 20 de junho de 1972”, diz Nazareth. “Isso mesmo!”, confirma Neuza, feliz. “Éramos jovens e apaixonados!”, arrematariam em coro Kaneko e Antônio, os saudosos esposos. E após eles viriam outros e muitos, engrossando o caldo do jaraqui manauara. Iniciava assim mais um nó da profetizada “rede” do Pe. Caffarel. Que Brasil imenso! Estava eu ali, naquela terra distante muitas vezes sonhada. “Querida Amazônia”, dirá o Papa Francisco. Semente germinada, crescida, imitadora da samaúma, árvore imponente de raízes profundas.Amazônia, destinada a alicerçar-se na espiritualidade conjugal de casais recém-equipistas, os da primeira hora, provadores e aprendizes da santidade conjugal iniciada, ora em CM 548
terra firme, ora em várzea, alagada e fértil, sustento da caminhada de centenas de casais que viriam a conhecer o sonho do vosso fundador: “Procuremos e aprendamos juntos!”
Cinquenta anos de Manaus!
Agora dou testemunho da expansão pouco imaginada, mas recheada de sonhos. Chegamos a Itacoatiara, Parintins e aos portos de Maués. E mais ao Norte, atravessamos a linha do Equador até Boa Vista, terra roraimense que traz poesia aos extremos brasileiros: “... Caburaí ao Chuí!”. Pelas águas do Amazonas chegamos ao Pará. Lá a semeadura foi perene: Santarém, mundo afora. E mais recente, uma irmã germina em Porto Velho, solo rondoniense. Dou um salto nesta semeadura. Hoje vejo equipes vivas na história, honrando o passado, voltando à nascente, “aggiornando” a caminhada. São as vozes de cinquenta anos somadas à lembrança daqueles que nos deixaram há pouco, dos quais ainda vivemos um luto comunitário, solitário, silencioso, sem o último adeus. Me despeço ainda no silêncio desta terra que agora não é mais distante. Somos muitas sementes que sonham completar os nós daquela rede lançada, que nem redes ribeirinhas, que trazem fartura e vida à mesa em ano jubilar. Parabéns, Manaus! Magnificat! Márcia e Juarez Eq. 7A N. S. da SS Trindade - Manaus Região Norte I Prov. Norte
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REFLEXÃO
A arte do encontro: reflexão pós-pandemia Após anos de caminhada e a perda de metade de seus integrantes, fomos agraciados por Deus com um sopro de revitalização e a entrada de três novos casais. E a velha equipe se tornou uma nova. E reaprendendo! Eis que surge um convite: o Movimento prepara o Encontro de Equipes Novas! Após dois anos de pandemia, isolamento social, perdas e sofrimentos, a oportunidade do reencontro celebra um novo momento. E tempos sombrios se dissipam com o novo: como a primavera substitui o inverno, as equipes novas renovam e fortalecem o compromisso do Movimento. E dentro da nossa velha-nova equipe base, fomos escolhidos para participar do encontro, junto com os casais ingressantes. E, a todo convite do Movimento, tal qual Maria ao Anjo Gabriel, a resposta se dá num impulso: sim!!! Pois chega o momento do encontro: é tempo de Páscoa! No Cristo ressuscitado, a comunhão do reencontro. Velhos conhecidos, novas amizades... Se todo reinício se alicerça em bases já estabelecidas - no caso das ENS, tão solidamente estabelecidas -, assim a Formação se inicia com uma volta às origens, na inspiração do Pe. Caffarel: o Carisma e a Mística do Movimento, esmiuçados em conferência iluminada do Pe. Carlos Ciol. E prossegue com os casais formadores explanando temas como orientações de vida, espiritualidade conjugal, missão e serviço, vida em equipe e PCEs. Entre cada apresentação, somos agraciados com a oportunidade de discutir os temas
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propostos em pequenas reuniões de equipes mistas. Percebemos em cada casal, com a descoberta da riqueza do Movimento, o sentimento de felicidade e privilégio propiciados pela oportunidade de fazer parte das ENS. No convívio e identificação que vamos estabelecendo com outros casais,na manifestação da experiência de espiritualidade de cada um, nota-se o ingresso no Movimento como decisão transformadora na vida conjugal. Epifania! Num sopro - breve, suave e calmo -, o encontro se estende até dois momentos íntimos para o casal: o dever de sentar-se e a reunião da equipe base. Inundados pelo Espírito, revemos a nossa trajetória e apontamos o futuro. É a nossa pequena Eclésia em saída, abençoada pela Eucaristia que encerra a Formação. Como nos ensinam os documentos,“o EEN é o fim do percurso de iniciação, partilhando e recapitulando, em casal e em casais, as descobertas feitas ao longo da pilotagem”. As equipes agora estão prontas! Não há mais equipes novas ou velhas: partilham todas da mesma inspiração,seguem a mesma Mística,refletem o mesmo Carisma.Novo é apenas o entusiasmo que nos arrebata, coloca-nos em missão e faz-nos ansiar pela próxima Formação! Todo encontro se inicia com uma procura. Que cada uma destas Equipes de Nossa Senhora comece, portanto, sua busca! Cristiane e Eric Eq. 5 N. S. da Imaculada Conceição Setor Batatais - Região SP Nordeste Prov. Sul II CM 548
REFLEXÃO
A solidão acompanhada Fazendo uma reflexão, daqueles dias que estive com Covid-19, percebi que realmente somos seres que não conseguimos viver sós. Isso me faz escutar com o coração a palavra de Deus: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2, 18) e Jesus também nos diz: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. (Mt 18,20). Refleti também que quando estamos doentes, fragilizados, o carinho e a presença do outro aliviam a nossa dor, mas o que não é possível acontecer, nessa doença, pois podemos infectar o outro. Fico pensando no tempo de Jesus como viviam os leprosos, marginalizados. Aí me vem, na hora, como somos privilegiados, temos várias ferramentas no mundo atual, temos a medicina, temos a comunicação, que de um jeito ou de outro nos faz menos frágeis! Vivemos também uma carga de culpa de estarmos doentes, de perceber que, às vezes, estamos dando trabalho, atrapalhando uma coisa ou outra e sentimos a carga que nos tornamos para o outro. Tudo isso me faz refletir: o que é a solidão? Há alguns anos atrás sofremos um grave acidente de carro em família, e considerando a gravidade passei uma noite na UTI e senti, ou melhor, achei que vivi a verdadeira solidão. Não, não era solidão, pois havia a atenção dos profissionais que lá estavam e, assim que fui para o quarto do hospital, tinha um monte de gente para me acarinhar. Hoje com Covid, na “UTI” do meu quarto, mesmo estando com muito CM 548
mais saúde do que naquele dia fatídico, o carinho que posso receber e dar é o isolamento! Isolamento que significa carinho, significa amor, significa oração!!! Quanto aprendizado!!! E aqui agradeço a Deus o meu companheiro, o amor que colocou em minha vida, que não mediu esforços para me dar atenção e gestos de carinhos com comidinhas enfeitadas, ofertadas na porta do quarto. Quanto carinho e amor, que me fez sentir essa solidão, acompanhada de amor e de carinho. E peço forças para suportar tanta saudade do nosso neto Antônio, que ele possa entender tudo o que está acontecendo. Não podemos desanimar de modo algum, pois tudo passa, só o amor de Deus não passa! Temos que sair dessa “época” mais fortalecidos, menos reclamões, menos infantis! Como sempre nos diz Dom Moacir Arantes: “Deus é bom, Deus é bom sempre!” Sigamos em frente com amor renovado e transformados!! Eliana e Odelmo CRP Sul II
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CONTO
O dia em que o Papa João Paulo II salvou um sacerdote
Um fato da vida do Papa João Paulo II, que muito me impressionou. Este fato foi contado por Scott Hahn em Nova York, num dos programas da Madre Angélica – EWTNI. Um sacerdote norte-americano da arquidiocese de Nova York foi rezar em uma das paróquias de Roma quando, ao entrar, se encontrou com um mendigo. Depois de observá-lo por um momento, o sacerdote se deu conta de que conhecia aquele homem. Era um companheiro de Seminário, ordenado sacerdote no mesmo dia que ele. Agora mendigava pelas ruas. O padre, depois de identificar-se e saudá-lo, escutou dos lábios do mendigo como havia perdido sua fé e sua vocação.Ficou profundamente estremecido. No dia seguinte este sacerdote norte-americano teria a oportunidade de assistir à Missa privada do Papa João Paulo II, a quem poderia saudar no final da celebração, como de costume. Ao chegar a sua vez, sentiu o desejo de se achegar ao Santo Padre e pedir que rezasse por seu antigo companheiro de Seminário, agora mendigo, e contou a
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sua situação ao Papa. Um dia depois, recebeu um convite do Vaticano para cear com o Papa, e que solicitava que levasse consigo o mendigo sacerdote.O sacerdote voltou à paróquia onde tinha encontrado o padre mendigo e comentou com ele o desejo do Papa. Uma vez convencido o mendigo, ele o levou a seu lugar de hospedagem, lhe ofereceu roupa e um bom banho. Depois do jantar, o Papa disse ao sacerdote americano que desejava ficar a sós com o mendigo, e pediu ao mendigo padre que o ouvisse em Confissão. O homem, impressionado, lhe respondeu que já não era sacerdote, ao que o Papa contestou: “Uma vez sacerdote, sacerdote sempre”. “Mas eu estou fora de minhas faculdades de presbítero”, insistiu o padre mendigo, que recebeu como resposta: “Eu sou o Bispo de Roma, posso me encarregar disso”. O homem escutou o Papa em Confissão e pediu ao Papa que, por sua vez, o escutasse em Confissão também. Depois disso chorou longamente nos ombros de João Paulo II. Ao final João Paulo II lhe perguntou em que paróquia ele estava mendigando; e lhe designou assistente do pároco na mesma paróquia,e encarregado de dar atendimento aos mendigos. Que bela atitude do Papa João Paulo II e agora São João Paulo II. Surpreendente! Prof. Felipe Aquino - do livro 100 Mensagens para a Alma, Ed. Cléofas. Colaboração: Lázara e Edison Eq. N. Sra. Aparecida Goiânia-GO Prov. Centro-Oeste CM 548
PARTILHA E PCE
“Conversão” A Partilha é um esforço conjunto de entreajuda espiritual para avançar num caminho comunitário de conversão. Conversão é mudança de direção e, quando algo não vai bem, é preciso mudar. Comprometendo-se com os PCEs propostos pelo Movimento, buscando a vontade de Deus, a verdade, e sendo coerente, isto ajudará em nossa conjugalidade espiritual, visando a nossa santificação (do casal). Se estamos com a imagem distorcida, precisamos descobrir um meio de consertá-la, e para isto o Movimento nos oferece os PCEs, que são parte indispensável em sua pedagogia e são meios de aperfeiçoamentos, tendo a finalidade de despertar no casal algumas atitudes básicas, com intuito de melhorar o crescimento espiritual e ter uma nova maneira de viver: • A Escuta da Palavra oferece critérios para a vida, Deus fala pelas Escrituras; • A Meditação torna os olhos sensíveis às coisas do mundo, e desenvolve em nós a capacidade de dialogar com Deus; • A Oração Conjugal oferece mais intimidade do casal com Deus; assim a Escuta da Palavra provoca a Meditação que nos inspira a Oração Conjugal; • O Dever de Sentar-se oferece mais intimidade do casal entre si na presença de Deus. Mas é com estes dois últimos que podemos avaliar e reavaliar nossa caminhada: · A Regra de Vida encaminha para novas atitudes de vida; · O Retiro realimenta a alma para avaliar nossa caminhada como pessoa, casal, família, equipe, comunidade, CM 548
profissional, apostolado e ministério. Devemos compreender esses meios como processo de interiorização e unificação da vida, como um “querer progredir”, a partir da situação em que cada um se encontra. Somos equipistas porque queremos crescer espiritualmente, mas também queremos ajudar outros casais a se santificarem. Casados há 57 anos, fizemos parte do Cursilho da Cristandade, em São José do Rio Preto (1976), o ECC em Ribeirão Preto (1987) e trabalhamos em vários encontros. Neste mesmo ano, Pe. Sávio SCE nos convidou para as ENS, onde perseveramos com muito amor e dedicação há 35 anos. Fomos CRE por diversas vezes,fizemos Experiência Comunitária em várias equipes em formação e pilotagens. Em nossa vida matrimonial tivemos muitas alegrias, mas também tristezas e alguns desentendimentos, os quais sempre foram sanados pela compreensão, humildade e perdão. Podemos afirmar que o Movimento, através das reuniões, dos membros da equipe, do SCE e principalmente do cumprimento dos PCEs, nos fez encontrar a força necessária para superar nossos desentendimentos. Ressaltamos a Regra de Vida e os Retiros como fundamentais para resolver algumas destas arestas, em razão de sermos muito diferentes como pessoas e formação. Contudo, não podemos esquecer que foi o Sacramento do Matrimônio que nos uniu. “Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne". (Gn 2,24) Lúcia Helena e Rubson Antônio Eq. 01 B N. S. das Graças Setor B - Ribeirão Preto Prov. Sul II
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PARTILHA E PCE
Retiro, momento iluminado para transformar Em 2013, nossa equipe foi comunicada e convidada para participar do 1º Retiro das ENS. Aceitamos de imediato e criamos uma grande expectativa de como seria esse momento, que foi além do que esperávamos! Convém dizer que já havíamos vivenciado outros encontros, porém não havíamos encontrado aquilo que experimentamos nesse Retiro. Ao ficarmos isolados, nós pudemos sair de nós mesmos e ir ao encontro do Senhor, como o próprio Jesus fazia sempre “Ele, porém permanecia retirado em lugares desertos e orava” (Lc 5,16). Foram momentos de despojamento, dedicação, recolhimento e muito amor. Como PCE, o Retiro nos dá a chance de dar uma parada na roda-viva em que vivemos, nos afastando dos sons de tantas coisas, para ouvirmos “Aquele que tem palavras de vida eterna” (Jo 6,68), e buscarmos a harmonia com Deus, com o próximo e conosco mesmo. O Retiro nos proporciona oportunidade de descansar o corpo e, principalmente, a nossa alma e conduzí-la mais próxima do Pai, esquecer mágoas, dores, sofrimentos e nos consolar no Seu amor misericordioso. Precisamos de silêncio, pois ele nos prepara para um novo encontro com Deus, para que a Sua Palavra se revele “mais penetrante do que uma espada de dois gumes, penetra até a divisão da alma e do corpo” (Hb 4,12). Fazendo silêncio deixamos de esconder-nos diante
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de Deus e a luz de Cristo pode chegar ao mais profundo do nosso ser, transformando aquilo do que nos envergonhamos. É muito importante que o casal equipista priorize esse PCE, pois ele nos aproxima mais um do outro e o casal de Deus. Temos 45 anos de casados e 10 anos nas ENS e depois de passarmos pela Experiência Comunitária, com a graça de Deus e o amor de Nossa Senhora, conseguimos participar de todos os Retiros que o nosso Setor, até então, nos ofereceu; com exceção de 2020 e 2021, suspensos em função da pandemia. Em fevereiro de 2022, quando eu estava hospitalizada para uma cirurgia muito delicada, recebemos a notícia que aconteceria o Retiro Espiritual e, fatalmente, não participaríamos; porém nos colocamos diante de Deus e Ele nos atendeu com a ajuda do CRS e da nossa acompanhante, que facilitaram a nossa participação. O Retiro aconteceu de 11 a 13 de março, 30 dias após a cirurgia e, apesar de várias restrições, participamos ativamente e chegamos a uma conclusão: os Retiros são diferentes um do outro e cada um deles atende as nossas necessidades daquele momento, favorecendo transformações em nossas vidas, que nos fazem melhores e fortalecidos em nossa caminhada rumo à santidade. Eneida e Geraldo Eq. 2 N. S. de Lourdes Setor Capitão Poço – Região Norte II Prov. Norte
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PARTILHA E PCE
Regra de Vida: desafio e amor Ao sermos convidados a escrever sobre a Regra de Vida, primeiramente soou como um desafio, o medo de não saber expressar através das palavras sobre esse PCE. Mas também nos veio em mente a expressão: “Não tenhamos medo, saiamos”. O Movimento nos apresenta a Regra de Vida como um “Apelo à consciência pessoal, pois se refere mais particularmente a cada pessoa do casal. Ela abre o horizonte sobre todos os outros aspectos que pode fazer crescer cada um dos cônjuges, respeitando sua liberdade, suas diferenças espirituais e humanas e o nível de sua fé”. Portanto a regra de vida é o PCE mais “concreto” pois temos que assumir um compromisso, adotar uma atitude para MELHORAR nossa relação com o nosso cônjuge, filhos, pais, com a equipe, Igreja e sociedade. Comparamos a Regra de Vida (RV) com a atividade física. Uma pessoa que corre 5km, por exemplo, não começa com esse percurso no primeiro dia. É preciso treinar aos poucos, diariamente, cada treino é uma vitória. Sem falar nas mudanças de hábito e nos resultados que isso traz. Porém, antes de tudo é preciso uma DECISÃO PESSOAL, pode ter incentivo de pessoas de fora, mas a motivação é interior. Nas ENS também é assim – a Regra de Vida não pode ser grandiosa para não causar desânimo, mas também não pode ser leve demais, sem um esforço mínimo, pois antes de correr é preciso engatinhar e andar. Hoje para nós esse PCE é muito simples. Mas nem sempre foi assim, no
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início de nossa caminhada nas ENS adotávamos uma RV, mas quando íamos avaliar nossa vivência no Dever de Sentar-se, na maioria das vezes, nem lembrávamos qual tinha sido proposta, por isso a importância de anotar e revisar.Atualmente o foco de nossa RV está no campo familiar: uma com os filhos e outra para o casal. Também escrevemos as dificuldades, progressos e colamos fotos de nossos momentos juntos no caderno da GRATIDÃO. Como temos três filhos em idades e fases diferentes, nos organizamos para dar atenção às crianças, ensinar as tarefas escolares, assistir TV, passear. Isso faz com que conciliemos nosso trabalho com a educação e cuidado das crianças dividindo as responsabilidades para que nenhum se sinta sobrecarregado. Para o casal, temos como regra “a noite do casal” onde fazemos algo a dois (namorar em uma praça, tomar um café...). Isso porque nós cônjuges temos que viver a maternidade e paternidade, sem esquecer do casal, pois os filhos crescem e “voam”. Adotar essas atitudes e realizá-las nos ajuda a viver melhor em casal, em família, na equipe e sociedade. Fácil não é, mas é POSSÍVEL. Exige reflexão, esforço e AMOR. Quando vem o desânimo recorremos à oração, à intercessão de Nossa Senhora, e revemos as anotações, fotos da família onde encontramos motivos para ir em frente. Magnificat! Graciete e Cristóvão Eq. 10B N. S. do Rosário – Santarém Região Norte III Prov. Norte
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FORMAÇÃO
Laudato Si: um olhar integral sobre o cultural e o quotidiano da ecologia O Papa Francisco propõe a ecologia integral como um novo paradigma da justiça. A ecologia se apresenta como o lugar específico do ser humano neste mundo e se constitui as suas relações com todo o criado (cf. n.15). É fundamental que não devemos ver a natureza como algo separado de cada um de nós, uma vez que a realidade criação de Deus emoldura a nossa vida como seres humanos (cf. n. 139). No capítulo 4, esse documento se esmera por definir o que seja ecologia integral e qual o seu sentido para todo o cristão. Ou seja, como viver a graça divina dentro do enquadre da realidade criada de forma sistemática por Deus. Assim, vale ressaltar dois pontos importantes dentro do que o Papa Francisco entende como ecologia integral: a cultural e a da vida quotidiana. A ecologia cultural (nn.143-146), apontada numa perspectiva integral, coloca em jogo as instituições da sociedade em seus vários aspectos: econômico, político, cultural, religioso, ou seja, humano. A vivência de um ambiente cultural de desigualdades promove consequências graves na qualidade da vida humana. Compreende-se que há uma ligação entre as questões ambientais, sociais e humanas que não devem ser rompidas, pois “toda lesão da solidariedade e da amizade cívica provoca danos ambientais” (n. 142). Levando em consideração a ideia de ecologia cultural somos chamados a construir nossas análises sobre o problema ambiental em contextos humanos, familiares, laborais e urbanos (cf.
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n.141). A partir dessa reflexão sobre ecologia cultural, os cristãos, casais e equipistas, buscamos viver o que o Papa denominar a ecologia da vida quotidiana (nn. 147-155). Nesse aspecto, não somente as questões da ecologia cultural, mas os acontecimentos diários da vida humana, devem buscar o bem comum tanto em nossas famílias quanto nas diversas instâncias do social. Pensar a ecologia da vida quotidiana nos recorda que a contemplação de uma realidade constituída de desigualdades sociais nos mostra um desequilíbrio no ecossistema criado por Deus. As escolhas solidárias, pessoais e familiares, devem ser organizadoras de uma opção preferencial pelos mais pobres (n.158), comprometendo-nos a lutar pelos direitos humanos fundamentais de uma nova vivência da ecologia entendida como integral.Através da pedagogia das ENS podemos exercitar esses dois aspectos importantes da ecologia integral (cultural e quotidiana) postos pelo Papa Francisco. Basta querermos olhar, com generosidade e criatividade (cf. n.148), a criação de Deus, para orientar a nossa existência para Deus e os irmãos, dentro de uma realidade de desordem e precariedade contemporânea, sem perder a esperança de que é possível um mundo melhor.
Frei Arthur Vianna Ferreira SCEP Leste I CM 548
NOTÍCIAS
JUBILEU DE PRATA DAS EQUIPES
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Eq. N.S. do Divino amor
maio 2022
Barbacena - MG
BODAS de PRATA de ORDENAÇÃO SACERDOTAL
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Pe. Francisco Carlos (pe. Carlinhos)
maio 2022
Eq. N.S. da Saúde e N.S. Aparecida Poços de Caldas – MG
VOLTA AO PAI Província Norte I Neuza do Antônio
28.05.2022 N.S. de Nazaré Manaus - AM
Província Norte Aldenora do Nilson
07.06.2022 N.S. do Perpétuo Socorro São Miguel do Guamá – PA CM 548
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MEDITANDO EM EQUIPE
Nada é pequeno quando o amor é grande
A Palavra de Deus
- “... Tendo amado os seus que estavam - “O amor jamais acabará.” 1Cor no mundo, amou-os até o fim.” Jo 13, 1 13,8
Reflexão - O sentido último de nossas vidas é o amor. Diz Chiara Corbella que “das poucas coisas que percebi nesses anos, apenas posso te dizer que o Amor é o centro de nossa vida, porque nascemos de um ato de amor, vivemos para amar e morremos para conhecer o amor verdadeiro de Deus”. Isto é, fora do amor ninguém se realiza plenamente.Sempre devemos beber na fonte do Amor, ou seja, na Pessoa de Jesus. Este amor que vivenciamos nos impulsiona a amar. Devemos tomar todo cuidado com a cultura da indiferença, pois nesta forma de viver não se há amor. - O amor não é um sentimento vazio e narcisista; na essência do amor está a necessidade de se dar ao outro, um esvaziamento de si para encontrar o outro. Assim nos diz São João Paulo II: “O amor verdadeiro … é exigente. Mas sua beleza reside precisamente nas exigências que ele faz. Somente aqueles capazes
de fazer exigências sobre si mesmos em nome do amor podem, então, exigir o amor dos outros”. Não podemos viver acomodados em nossas “bolhas”, fechados ao outro,mas tomar atitudes de acolhimento, cuidado e acompanhamento daqueles que sofrem. - O amor pode mudar o mundo. Mas que amor? Nos ensina o Papa Francisco que “muitas vezes, confundimos o amor com uma espécie de filosofia platônica, idealista. O amor é concreto, o amor dá a vida pelos outros, como Jesus a deu por nós. Talvez porque o amor não se ensine, se vive, e vocês nos ensinam vivendo-o”. Quais têm sido suas atitudes concretas de amor em sua família, matrimônio, trabalho, equipe e atuando no mundo? Como o amor tem transformado sua vida? Suas atitudes demonstram que você é capaz de dar sua vida pelos outros? Ou se ama ou não se é cristão.
Oração espontânea - Chiara Lubich, fundadora dos Focolares, nos ensina: “Para amar bem, é necessário fazer quatro coisas: amar a todos, ser o primeiro a amar, ‘ver Jesus no outro’ e ‘fazer-se um’ com os outros
(isto é, amar os outros como a si próprio, identificar-se com as suas alegrias e tristezas). Você está convidado a fazer uma oração pedindo esta graça a Deus e a se comprometer a viver essas quatro coisas.
Oração Litúrgica Senhor, Deus do Amor, ensina-me a amar. Mesmo que meus olhos se fechem, ensina-me a amar. Mesmo que meus ouvidos se ensurdeçam, ensina-me a amar. Mesmo que minha boca silencie, ensina-me a amar. Mesmo que minhas pernas se cansem, ensina-me a amar. Mesmo que o mundo apresente outros valores, ensina-me a amar. Mesmo que meus irmãos me traiam, ensina-me a amar. Mesmo que a esperança
se vá, ensina-me a amar. Mesmo nos momentos sem fé, ensina-me a amar. Eu quero amar, Senhor. Primeiro a Vós e depois aos meus irmãos. Quero amar a mim mesmo, sem egoísmos, mas como Templo do Vosso Santo Espírito. Amém! Pe. Franciel Lopes SCE Carta Mensal
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