JornalCana 335 (Fevereiro 2022)

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MERCADO

Fevereiro 2021

do−as para as subsidiárias. Mas como o Brasil é rico em bio− massas, possui característica própria, sem precedentes no mundo. Daí, entendemos que o País pre− cisa e deve se utilizar dessa riqueza, mantendo a economia em atividade, tanto no campo como na indústria. Sem dúvida, os veículos elétricos e eletrificados vão se estabelecer no Brasil. Mas, diante de seu próprio ques− tionamento, primeiro vão atender aos nichos muito específicos de mercado. Por enquanto, não vão atingir a grande massa de consumidores.

A engenharia automotiva já demonstrou sua capacidade técnica com o Proálcool, o flexfuel, biodiesel, gás, entre outras tecnologias Montadoras como a Volks e o g rupo de tecnolog ia Bosch, de quem o senhor é presidente na Amér ica La− tina, entre outros, investem em tecno− logias de células de combustível a eta− nol e em chips para híbr idos. São apor tes como esses que irão ditar o futuro do etanol?

Entendemos que sim. Precisamos acelerar esse processo para que o Bra− sil esteja pronto quando o setor e o mercado interno estiverem aptos a re− ceber essa tecnologia. A capacidade atual das 352 usinas de cana (e 16 de etanol de milho) do País vai a 36 bilhões de litros anuais de anidro e hidratado. O incentivo ao consumo de etanol, também por meio de prog ramas como o RenovaBio, es− tima oferta de 50 bilhões de litros até 2030. Ocor re que o empresár io do setor precisa investir para chegar a tanto e, diante das incer tezas e con− cor rência com os elétr icos, demonstra insegurança. O que f azer para incen− tivá−lo? Entendemos que as palavras− chave são previsibilidade e consumi− dor. A decisão final sempre será do consumidor em optar por esta ou aquela tecnologia, cujo lastro tem na economicidade o ponto alto dessa escolha. Se o consumidor brasileiro enten− der que o etanol traz benefícios eco− nômicos, certamente o seu consumo vai aumentar, até porque – do ponto de vista tecnológico – esse combustí− vel já está consagrado. Em relação à previsibilidade, todos os players, e também o consumidor, precisam dessa condição sine qua non para se manter fiel. Caso contrário, em especial o consumidor vai migrar pa− ra outras tecnologias.

Como o setor sucroenergético e a cadeia de fornecedores de bens de ca− pitais e de ser viços desse setor pode − e deve − par ticipar da ampliação do consumo de etanol em outros países, caso da Índia, que antecipou a am− pliação de mistura do biocombustível à gasolina em 2023? Do mesmo modo que outros paí− ses tentam exportar a tecnologia de elétricos, o Brasil tem tudo para ex− portar a tecnologia dos biocombustí− veis. Não podemos olhar apenas o mercado interno. A engenharia automotiva nacional já demonstrou sua capacidade técnica, primeiro com o Proálcool, depois com o flexfuel, biodiesel, gás, entre outras tecnologias. Temos tudo para mostrar ao mundo que a saída não é apenas por meio da eletrificação veicular, até porque precisamos e é nosso dever di− fundir o conceito “do berço ao túmu− lo” para demonstrar que o veículo elétrico nem sempre é o mais limpo. Como o senhor avalia a tendência do etanol no Brasil, enquanto tecno− log ia (etanol celulósico ou 2G, de mi− lho) e maior produção sem afetar o meio ambiente? É mais um ponto positivo para a indústria da cana. E, nós da indústria, acompanhamos muito de perto, por entender que novamente o Brasil po− de oferecer mais tecnologia ao mundo.

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Quem é Besaliel Botelho Graduado em Engenharia Eletrônica e Telecomunicações pela Universidade de Karlsru− he, na Alemanha, Besaliel Bo− telho possui MBA em Admi− nistração Internacional de Ne− gócios pela Universidade Esta− dual de São Paulo. Está na segunda gestão se− guida à frente da presidência da Associação Brasileira de Enge− nharia Automotiva (AEA) no biênio 2021/2022. Ingressou no Grupo Bosch no Brasil em 1985 e, desde en− tão, atuou em diferentes áreas de engenharia e desenvolvi− mento de produto e vendas técnicas, sendo responsável por projetos locais e internacionais. Entre outros, foi responsável pelo desenvolvimento da tec− nologia flex fuel. Em 1997, Botelho assumiu a direção da divisão de negó− cios Gasoline Systems e poste− riormente em 2006 assumiu a vice−presidência executiva da Robert Bosch América Latina, onde atua como CEO desde outubro de 2011. Além de sua trajetória dentro da Bosch América La− tina, Botelho é membro da MEI (Movimento Empresarial para Inovação, da CNI – Con− federação Nacional da Indús− tria), e atua no conselho exe− cutivo do Sindipeças (Sindica− to Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores).Também repre− sentou a SAE Brasil (Society of Automotive Engineers) de 2009 a 2010 como presidente


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