Um exemplo de como não acertamos as contas com o passado está no futebol. O maior goleador é o “artilheiro”, a contagem de gols é a “artilharia”, o goleador é o “matador”, o líder é o “capitão”, o zagueiro imbatível é o “general” e os jogos mais disputados são encarados como uma “guerra”.
É um tempo de guerra, é um tempo sem sol Ana Penido e Rodrigo Lentz1
Minha voz não pode muito, mas gritar eu bem gritei. Eu vivo num tempo de guerra Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri.
Em teoria, militares deveriam defender os mais frágeis, somando-se aos defensores dos direitos humanos. Na prática, quando esses mais frágeis se organizaram coletivamente e tomaram as rédeas da sua própria história, se tornaram perturbadores da ordem, inimigos potenciais da nação (ou na letra dos regramentos atuais, forças oponentes). Em seu juramento perante 1
Ana Penido é bolsista Capes de pós-doutorado no Programa San Tiago Dantas da Universidade Estadual de São Paulo/Universidade Estadual de Campinas/Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Unesp-Unicamp-PUC/SP). Pesquisadora do Grupo de Estudos em Defesa e Segurança Internacional (GedeS – Unesp) e do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social. Rodrigo Lentz é doutorando em Ciência Política na Universidade de Brasília (UNB). Pesquisador do Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdade (Demodê – UNB) e do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social.
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