O movimento indígena protagonizou intensa mobilização por todo o país, criou barreiras sanitárias nas vias de acesso às Terras Indígenas, realizou inúmeras ações de prevenção e de educação em saúde, fez-se presente em manifestações em Brasília e denunciou a “política de extermínio” e “genocídio”.
Desafios para a saúde da população negra e indígena: como e por que “esperançar” Raquel Souzas, Hilton P. Silva, Istvan Van Deursen Varga, Roudom Ferreira Moura e Edna Maria de Araújo 1
O Brasil vive uma grave crise pandêmica em que nem sempre as recomendações de distanciamento físico e higienização são possíveis de seguir em localidades com moradias precárias onde, geralmente, vivem muitas pessoas por cômodos e/ou em áreas onde o acesso à água limpa é difícil, ou onde a precarização do emprego impede a adoção das medidas profiláticas cabíveis para a prevenção da covid-19.2 O processo de favelização associado 1
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Raquel Souzas é socióloga. Sanitarista e professora no Instituto Multidisciplinar em Saúde/ Universidade Federal da Bahia – campus Vitória da Conquista (IMS/CAT-Ufba). Hilton Pereira Silva é médico sanitarista, antropólogo e professor da Universidade Federal do Pará (Ufpa) e da Universidade de Brasília (UNB). István Van Deursen Varga é médico. Sanitarista, antropólogo e professor da Universidade Federal do Maranhão (Ufma). Roudom Ferreira Moura é enfermeiro e epidemiologista na Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; professor do Centro Universitário São Camilo (Sessp/Cusc). Edna Maria de Araújo é enfermeira, epidemiologista e professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Feira de Santana (PPGSC/UEFS). Todos os autores são membros do GT Racismo e Saúde da Abrasco. THE LANCET. Covid-19 in Brazil: “So what?” The Lancet. 2020, n. 395(10235), p. 1.461.
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