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Em rede, talentos [digitais] criam modelos mentais digitais. Priorizar e explorar soluções digitais, à frente de qualquer outra coisa, depende de talento, acesso a dados e ferramentas de colaboração para descobrir e navegar um universo inexplorado de oportunidades [digitais]. Dados, em grande volume, variedade, velocidade e sob múltiplas óticas e análises, são a nova base da intuição, porque captam a percepção dos usuários sobre o negócio à medida em que ele [usuário] usa nossos produtos e serviços, sem nunca lhe fazer uma pergunta direta ou indireta, que seja. Basta observar e analisar seu comportamento, vivo e guardado nos dados.
7.3 Bottom-up: Negócios Digitais, de Cabeça pra Baixo. É fundamental entender a figura anterior de baixo para cima. Porque há uma tendência de considerá-la de cima para baixo e começar por um modelo mental digital, que é basilar, pois não se faz uma transformação digital com cabeça analógica. Mas mentalidade, sem talentos com poder para mudar, não muda nada. Pior, muita gente saberá, por alto, o que fazer, haverá algumas tentativas desencontradas e a chance do processo de transformação fracassar será alta. Você já ouviu falar de grupos que têm fórmulas [e fornecedores] prontos, chegam no negócio com slides bonitos, preenchem o nome da empresa aqui e ali... mas não rola nada de significativo, nada muda. Sem as pessoas, a mentalidade digital não se enraiza no lugar. São pessoas que irão automatizar o que deve e pode ser automatizado, que tomarão decisões baseadas em dados e suas análises, que farão parte do processo de aprendizado colaborativo usando ferramentas digitais -que também deixam rastros, mais dados...- que usam como insumo dados do negócio, das pessoas em suas redes, em tempo real. Dados, dados e mais dados. Algoritmos58 e mudanças, neles e causadas por eles. E tudo em tempo real. A vida das pessoas e dos negócios, no universo digital, acontece em software, em tempo real. E parece um contrasenso, mas não é: nas empresas, via de regra, não são as lideranças [hierárquicas] que estão preparadas para liderar a empresa -ou o negócio, ou rede de negócios- digitalmente. É quase sempre lá na base que estão as pessoas que têm a visão do que o negócio deveria fazer, no digital, para atender gente como elas, que estão digitalizadas. Vivem no mundo digital e se informatizaram antes da organização. O que não quer dizer que um atendente esperto deva ser promovido a CEO... Se bem que... em certos casos... deixa pra lá. O fato é que os líderes da maioria das organizações não têm uma visão digital de mundo, não sabem como funciona o mundo digital. Há pouquíssimas organizações com líderes que se criaram na revolução digital que, além de performances próprias, introduz novas interpretações de risco, imperfeição e testes, além de tratar ineficácia, ineficiência e [in]segurança de informação como ambientes de aprendizado. O problema -às vezes irresolvível- é que mesmo nas organizações lideradas por uma mentalidade digital, o topo depende de muita gente abaixo dele, na hierarquia. No meio da organização. E esse meio... quase nunca é digital.
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Algorithms: The New Means of Production, no D!gitalist, em bit.ly/1UwXZYC.