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É possível desenhar e operar um conjunto de permanente de processos que podem ser usados para procurar os líderes escondidos67 nas empresas, e isso envolve desde varreduras organizacionais até [micro]desafios internos e externos que podem ou não estar diretamente relacionados à performance digital da empresa ou à criação de produtos e serviços [digitais] para o negócio. Bem desenhados, desafios estimulam pessoas a participar e tentar resolver problemas que não estavam, a priori, nas suas agendas. São exercícios de guerra ou de preparação para ir ao mercado- onde as pessoas liberam, na prática, seu potencial para imaginar, criar e desenhar novos cenários para o negócio. Se a gente conseguir, cenários digitais para o negócio68. A partir de exercícios liderados por grupos ou indivíduos que estão mais preparados para identificar outros potenciais líderes, você pode descobrir pequenos líderes digitais que, depois, podem vir a se tornar os líderes de um produto ou serviço digital e, no futuro, líderes corporativos do processo de transformação digital. Claro que, num negócio de grande porte, dá trabalho identificar e habilitar, testar e promover essas cabeças digitais. Mas qual é a alternativa que você tem?... Continuo achando que é muito mais fácil achar pessoas digitais no negócio do que achar pessoas digitais, fora do negócio e aculturá-las, rapidamente, na casa. O que você acha?
9.3 O Conflito pela Interface com o Usuário. Há uma propriedade essencial do universo virtual -quase no sentido físico, espacial- que precisa ser entendida, assimilada e capturada por qualquer negócio que queira ser verdadeiramente digital: a interface com o usuário. É fundamental assumir o controle da interface com o usuário. Essa interface não está no processo produtivo, na gestão corporativa, não está na cadeia de fornecimento, nem no planejamento estratégico. E mesmo que tenhamos falado tão intensamente de capital humano, a interface com o usuário não está no departamento pessoal. Ou na galera que financia TICs, que em algumas organizações está em finanças. Em quase qualquer negócio, a interface com o usuário -que é do que tratamos na transformação digital- está nos departamentos de marketing, vendas, comércio eletrônico e no atendimento ao usuário69. Hoje, agora. Quando a organização ainda não é digital, essas quatro áreas nem sempre entendem porque estão perdendo clientes -usuários- para organizações que já são digitais. Mas sentem as dores da perda e vivem em conflito pelo domínio da interface com o usuário. Em certos mercados, como telecomunicações, automóveis, mídia e conteúdo e varejo, este embate está muito claro, e há muito tempo. Na indústria de mobilidade, então, é de uma obviedade cristalina e afeta todos os atores, começando pelas teles, que perderam [há muito tempo] sua centralidade para os fornecedores e operadores de plataformas de mobilidade como Apple e Google.
Finding hidden leaders, na McKinsey, em bit.ly/2hDb2hm. Mas nem pense em fazer concursos de ideias e hackathons-sem-noção, isso não funciona. A mobilização pode e deve ser estratégica, e só assim terá consequências organizacionais. Veja The Numbers Game, de Ivanov, no innovation observer, em bit.ly/2gdbhvB. 69 The Next Steps In Digital Transformation, na SAP, em bit.ly/2qVxNAf. 67 68