Ed. Agosto 2020

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Cadeia em pauta

Mercado regional de carne premium ganha impulso No Mato Grosso do Sul, o Frigorífico Boibras lança duas marcas de carne Angus certificada voltadas ao Centro-Oeste, ambas abastecidas por novilhas.

A grife Angus Boibras é uma linha própria do frigorífico e a Nobratta exclusiva para venda na rede varejista Comper

A

Ariosto Mesquita

proveitando a onda de crescimento no consumo de carne premium também nos mercados regionais, o frigorífico Boibras, com unidade industrial em São Gabriel do Oeste (MS), 137 km ao norte da capital, Campo Grande, lançou, no intervalo de três meses, duas novas marcas de carne Angus certificada, ambas em parceria com o programa conduzido pela Associação Brasileira de Angus (ABA). A primeira grife, lançada em 20 de março, é a “Nobratta”, ofertada exclusivamente na rede varejista Comper, inicialmente em seis lojas de Campo Grande (MS) e quatro de Cuiabá (MT). A segunda marca consiste em uma linha própria chamada “Angus Boibras”, que começou a ser vendida dia 29 de junho, em cidades do norte do Mato Grosso do Sul. “As duas grifes são abastecidas exclusivamente por novilhas Nelore/Angus, com até 30 meses de idade, peso superior a 16@ e acabamento de gordura mediano”, avisa Caio Rossato, consultor de qualidade da Boibras. Uma linha lançada pela empresa anteriormente – a Seleção Big Beef, – também trabalha apenas com novilhas, mas oriundas do cruzamento de Nelore com outras raças taurinas, como o Senepol, Simental, Hereford, Braford e Bonsmara, dentre outras. Essa marca foi criada para abastecimento das cinco lojas da rede Big Beef, em Campo Grande, pertencentes ao próprio frigorífico. De acordo com Rossato, o mercado regional de carne premium está cada vez mais aquecido, mas demanda padronização e garantia de qualidade. Por isso, o Boibras prefere usar novilhas para abastecê-lo. “Essa é uma ten-

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dência que veio para ficar, porque as carcaças das novilhas apresentam bom acabamento de gordura, maciez e marmoreio. O pecuarista que produz esse tipo de animal, por sua vez, ganha em desempenho e precocidade. É o casamento perfeito”, avalia Rossato. A indústria, segundo o consultor, vem pagando bons prêmios a essas fêmeas jovens (@ de boi mais R$ 5). A marca Nobratta tem demandado, em média, 20 animais (2,5 t) por semana. O Boibras responsabiliza-se pelo abate dos bovinos, desossa das carcaças e preparo dos 24 cortes comercializados na Rede Comper, com destaque para o prime rib, bife ancho, chorizo, bananinha, cotê, t-bone, maminha, alcatra, paleta, fralda, picanha, costelas e raquete. Existe ainda a possibilidade de a marca ser vendida em Brasília, onde a rede também possui lojas. Aproveitando a logística Apesar de mais recente, a “Angus Boibras” entrou no mercado do norte do MS já com fluxo semanal de 3,75 t (abate de 30 animais), atendendo forte demanda gourmet em cidades como Coxim e Chapadão do Sul. “A direção da empresa resolveu aproveitar a certificação Angus para ter um produto exclusivo. Como já fazia distribuição de carne com osso nessa região, aproveitou a logística existente para posicionar também sua nova marca”, explica Rossato. A empresa também tem feito alguns testes com a carne “Angus Boibras” em São Paulo e Rio de Janeiro, mas ainda não planeja enviar cargas constantes para essas praças. Na capital sul-mato-grossense, a grife já é vendida em uma das lojas Big Beef. A unidade industrial da Boibras tem capacidade para abate de 700 bois/dia, mas reduziu o ritmo para 500 cabeças/dia desde abril, em função de licenças médicas e afastamentos de funcionários que integram o grupo de risco para a Covid-19. A empresa foca em oportunidades e diversificação de produtos. Cerca de 30% de seus abates vão para o mercado externo. O frigorífico pleiteia habilitação para a China, mas por enquanto o maior volume embarcado segue para o Egito, que recebe cortes não tão valorizados no Brasil. De acordo com Rossato, perto de 70% do dianteiro advindo dos abates é exportado para o mercado egípcio. “Um bom exemplo é a paleta do Nelore, que no Brasil garante margens na casa dos 15%., mas, quando vendida para o Egito, garante ganhos de 30% a 40%. Os egípcios gostam deste corte e o consideram nobre”, conta o consultor. n


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