Nutrição
Lições para obtenção de um bom feno de capim Grupo Katispera, que destina 1.000 ha à produção do volumoso, aprendeu com os próprios erros como fazer um alimento de qualidade e de fácil manejo. função de investimentos pesados em adubação (até hoje em vigor e também peça fundamental no processo de intensificação), que busca repor nutrientes em pelo menos 60% da área total das pastagens do grupo. São aplicados, anualmente, cerca de 500 kg de fertilizantesha/ha.
Nos primeiros anos, a fazenda testou o feno de Panicum, mas mudou para o braquiária.
Graças ao feno, temos lotações altas o ano inteiro na cria” Diego Palucci Pantoni, responsável pela gestão do Grupo Katispera
A
Denis Cardoso
experiência da Agropecuária Katispera com a produção de feno é um típico caso de superação a partir dos próprios erros. Hoje, o conglomerado produz o volumoso em todas as suas nove fazendas espalhadas pelos Estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais, abrangendo uma área total de quase 1.000 ha somente para essa finalidade. Isso faz do grupo que atua no ciclo completo (cria, recria e engorda) uma das principais referências em fenação no Brasil. Todos os anos, a partir de junho-julho, início do período seco, os animais de cria e recria, mantidos em piquetes rotacionados de aproximadamente 15 ha, recebem a suplementação com feno em rolos de 500 kg cada, oferecidos duas vezes por semana. Essa dieta é estendida até novembro ou dezembro, começo da estação chuvosa. O objetivo do uso de feno é garantir, na fase crítica do ano, uma taxa de lotação semelhante à capacidade de suporte registrada no período das águas, que gira entre 2 UA/ha e 2,5 UA/ha, conta o veterinário Diego Palucci Pantoni, responsável pela gestão do grupo. “Graças ao feno, as fazendas da Katispera conseguem operar com lotação alta o ano inteiro, reforçando o plano estratégico da empresa, que é intensificar ao máximo a atividade pecuária”, explica. Segundo Pantoni, a ideia de investir em fenação surgiu em 2015, depois da constatação de que havia, no período das águas, um bom excedente de forragens nas fazendas da Katispera, muito em
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Manejo simples Um outro aspecto crucial para a escolha do feno como suplemento é a enorme praticidade de manejo. Cada uma das nove fazendas faz seu próprio feno, ou seja, não há necessidade de deslocamento do volumoso de uma propriedade para outra. Os rolos são produzidos em remangas próximas aos pastos e ficam expostos ao tempo, sem necessidade de barracão para estocagem. No momento do trato, são levados para perto dos módulos de rotacionado e ofertados livremente aos animais. Quando um rolo acaba, a única tarefa do vaqueiro é colocar outro no lugar. “Para se ter uma ideia, em uma das fazendas do grupo, há 3.000 animais sendo tratados com feno e apenas um funcionário responsável pela distribuição dos rolos nas áreas de pastejo”, relata Pantoni. O gestor ainda menciona uma terceira vantagem: o alto valor nutricional do volumoso, que possui 8%-12% de proteína bruta e 50%-55% de NDT (nutrientes digestivos totais). O grupo enfrentou, contudo, algumas dificuldades iniciais no uso do feno. A primeira frustração ocorreu depois que a empresa optou por contratar um serviço terceirizado para produção do volumoso, em uma das fazendas do grupo, a Arara Azul, situada em Santa Vitória, MG. “A verdade é que não estávamos muito bem preparados para receber este serviço na fazenda, e, por conta disso, o capim passou do ponto de colheita, o produto final ficou ruim, não deu certo”, conta Pantoni. A partir dessa experiência mal-sucedida, a Katispera resolveu investir na aquisição de máquinas próprias para produzir o feno. Desafio do equipamento O problema é que todas as áreas de forragens do grupo eram destinadas ao pastejo, ou seja, não haviam sido formadas especificamenrte para fenação. O resultado disso é que os equipamentos comprados não se adaptaram muito bem às áreas. “Fizemos a escolha certa, ao apostar pesado no feno, mas erramos inicialmente ao utilizar máquinas poucos robustas, e também por insistir no uso de capins do gênero Panicum, que