Versus#56

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Dodici Cilindri

(porque o barulhos dos motores também é música)

Por: Carlos Filipe

Koenigsegg Gemera Dizem que é na nossa juventude ou imediatamente à adolescência que construímos os nossos heróis, qualquer que seja a vertente, a musical, a desportiva ou material, e aqui, em particular, aquele elemento de liberdade, os automóveis. De facto, no que se refere a mim, este postulado bate certo pois são os carros do final dos 80 e primeira metade dos 90 que mais me fascinaram e continuam a fascinar, tendo de certeza lugar na minha garagem de sonho, ou se calhar, era melhor arranjar desde já um armazém mesmo. Desde então, há outros carros, bem, carros há muitos. Sendo mais específico são supercarros de outrora que hoje tal como um jogo de computador chegaram ao nível seguinte, dos hipercarros – E o carro que vos trago hoje é um desses – que igualmente desejaria ter pelo novidade e janela tecnológica mas que não têm para mim o mesmo significado emocional daqueles, daquela época da juventude, mesmo sabendo que são superiores em quase tudo. Posso citar uns quantos que saíram neste últimos 20 anos como o Ferrari Enzo e LaFerrari, o Maserati MC12, o Mercedes-Benz SLR e SLS, o McLaren P1 ou o Porsche 918, para não falar na obra de arte rolante que é o Pagani huayra. Nos últimos anos temos sido bombardeados com um sem número de hipercarros de performances que nunca passaram do papel, logo duvidosas, como os Apollo, Aspark, Brabham, Czinger, Hennessay, KTM, Piech, Puritalia ou Zenvo e ultimamente o hipercarro eléctrico ainda catapultou mais a avalanche como o novo Lotus Evija, o Hispano Suiza Boulogne, o Pinnifarina Battista ou o Rimac. Por isso, e apesar dos avanços técnicos ou beleza estética destes novos carros, super caros, super exclusivo, todos vendidos quase logo ali no salão, pouco ou nada me dizem. Provavelmente, serão para os jovens de hoje os meus supercarros daquela época se o tempo o deixar, pois com tanta “oferta” nem dá tempo de saborear – Porque é que acham que o F40 se tornou um ícone? Pois, não durou só 1-2 anos, andou por aí a fazer sonhar de 1987 a 1992 e nem o seu sucessor F50 o conseguiu ofuscar – Eu pessoalmente prefiro o F50... Uma das marcas que tem conseguido impor-se na última década e mais me tem fascinado, é a criada pelo sueco Christian von Koenigsegg em 1994 apenas com 22 anos de idade, de mesmo nome de família: Koenigsegg. Desde então, esta marca tem vindo a cimentar a sua imagem no mundo automóvel com exclusivos hipercarros construído à mão em fibra de carbono e motores desenvolvidos na casa, puxando sempre pela componente tecnológica e desenvolvimento de soluções avançadas, tornando-se mesmo uma das empresas automóvel mais à frente. A primeira vez que ouvi falar desta marca foi no programa Top Gear, na série 8 (2006), onde o Jeremy Clarkson fartou-se de brincar com o nome da marca e saiu de pista com o Koenigsegg CCX disponibilidade para ensaio, recomendando que com um aileron o comportamento do carro melhoraria muito, o que o Sr. von Koenigsegg aceitou de bom grado a sugestão. Assim, volvidos 2020, um dos mais recentes carros do Sueco que me fascina é o recentemente apresentado Koenigsegg Gemera. A notação por trás do nome Gemera é a combinação das duas palavras suecas - “ge” (dar) e “mera” (mais) significa “dar mais”, o qual é um nome adequado

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