OPINIÃO João Faustino
Presidente da CEFAMOL
Digitalização e a Indústria de Moldes
A quarta revolução industrial é hoje uma realidade, estando presente nas mais diferentes atividades do nosso quotidiano, quer na vertente empresarial, quer na vida pessoal e no dia-a-dia dos cidadãos. Focando-nos nas áreas em que a mesma está a influenciar as nossas empresas e o sector em que operamos, assistimos a uma nova realidade baseada na contínua digitalização da indústria, onde uma nova geração de máquinas, conceitos e processos inteligentes assentes na robótica, na comunicação e gestão de dados criam novas soluções e funcionalidades. Esta nova visão, combina a integração de sistemas, capazes de programar e produzir, de forma contínua e autónoma, com uma menor, mas mais qualificada, intervenção humana, aplicada num vasto leque de tarefas e soluções industriais. Digitalização, automação e robotização foram vistas, numa primeira fase, como “substitutos” de pessoas, principalmente na realização de tarefas perigosas, repetitivas ou muito desgastantes para os seres humanos. Porém, hoje em dia, com o desenvolvimento que temos testemunhado, assistimos a uma cada vez maior interação entre o digital e a robótica com o conhecimento e a destreza humana – os robots colaborativos ou a inteligência artificial são bons exemplos nesta matéria. Mas como é que esta nova realidade está a ser aplicada ou a coexistir com a nossa indústria? Se olharmos para a atual cadeia de valor (alargada) da indústria de moldes, assistimos a um maior número de soluções de automação e robótica serem utilizados na indústria de plásticos, gerando aplicações capazes de aumentar a eficiência dos seus processos produtivos.
Simultaneamente, tais soluções começam também a ser solicitadas às empresas de moldes para incorporação na sua oferta, ou seja, não se vende apenas o molde, mas a solução integrada que contempla sistemas de automação ou dispositivos de controlo para as empresas clientes. Mas também na produção de moldes a quarta revolução industrial se faz sentir, não apenas através da introdução de novos equipamentos e na geração de informação que após analisada e tratada, permite promover ações de melhoria, com especial incidência nos níveis de produtividade. Os atuais sistemas disponíveis induzem o aumento da robotização e automação em processos complexos no fabrico de peças, com maior incidência na locomoção do arranque de apara de aço. Tais processos irão permitir o fabrico em regime non-stop, agregando vários equipamentos, permitindo um aumento exponencial da qualidade e capacidade produtiva.
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Neste novo mundo do digital e da tecnologia não deixa de ser relevante que será nas pessoas e na gestão do conhecimento que se fará a diferença. Será aí que as empresas deverão concentrar os seus esforços, atraindo e retendo talento nas
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organizações.
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