OPINIÃO JOAQUIM MENEZES*
“DIGITALIZAÇÃO E A INDÚSTRIA DE MOLDES” A Indústria Portuguesa de Moldes está próxima de celebrar 75 anos e a CEFAMOL está este ano a entrar na idade “de ouro”, pronta a comemorar os seus 50 anos de existência. A minha dedicação ao sector leva-me, regularmente, a lembrar a sua história, os seus feitos e peculiaridades. É neste contexto que os desafios da digitalização nas nossas empresas não são novos, remontam ao final dos anos 70, sendo fortemente vincados pelo aparecimento e introdução das tecnologias suportadas por computadores, nomeadamente o “CAD/CAM”.
Hoje estamos na “era digital” e não há como negar. Todos os dias gastamos uma parte substancial do nosso tempo recebendo ou enviando informações em dispositivos interativos e conectados, sejam elas de âmbito profissional, relacional, educacional ou simplesmente de lazer - o mundo contemporâneo é uma mistura entre a realidade física e virtual. Para sobreviver e prosperar, a indústria acompanha as características do seu tempo. A internet já é amplamente utilizada nas empresas, independentemente da sua dimensão, para comunicação interna e externa, armazenamento de dados ou conectividade em tempo real, mas agora começa uma nova forma de pensar e gerir o “chão de fábrica”, que se integra na chamada quarta revolução industrial. Fazer um pequeno texto como me pediram, sobre a DIGITALIZAÇÃO, ou seja, sobre o atual estado tecnológico, suas tendências e 18 | TECH i9
adaptações contínuas (e necessárias), face à competitividade nos nossos principais mercados, merece reflexão e discussão profunda entre os diversos pares que, como nós, labutam diariamente para fazer face aos complexos desafios a que estamos sujeitos. Considero assim urgente uma boa discussão sobre este tema, seus desafios e riscos, oportunidades e adaptações, necessidades e soluções... fica a “deixa”. Ao longo da nossa existência, entre crises, períodos altos e baixos, sempre conseguimos (com apreciável êxito) adaptarmo-nos às mais complexas condições, que desde sempre considerámos que “vieram para ficar”. Sempre, e até aos nossos dias, os períodos mais difíceis (ao nível de mercados e/ou tecnologias) foram ultrapassados num espírito de forte cooperação e união, que alguns de nós teimam em desconsiderar.