Iberomoldes: Digitalização trouxe melhorias significativas Em plena década de 80, o Grupo Iberomoldes dava um passo determinante na passagem para o digital ao começar a usar o computador e o 3D para projetar o que, até aí, era feito em papel (vegetal) no estirador. É por isso que Pedro Pereira, Sales Manager da SETsa (Grupo Iberomoldes) afirma que “há algumas décadas que a digitalização já não é novidade para nós”. Conta que foi em 1983 que foi decidido adquirir um sistema que permitisse iniciar o projeto 3D. Foi instalado na empresa Edilásio, que integrava o Grupo desde 1978. Este foi o primeiro passo e, de então para cá, muitos outros foram dados no que diz respeito à digitalização. Pedro Pereira considera que a sua implementação, atualmente, nas empresas do Grupo “já está bastante enraizada”, mas em contínuo processo de desenvolvimento e melhoria. Criado em 1975, o Grupo Iberomoldes é constituído por 12 empresas e tem cerca de 1.500 colaboradores. O processo de digitalização “veio trazer melhorias substanciais no que se refere à recolha e tratamento da informação, bem como à gestão da mesma, com implicações diretas ao nível do planeamento e produção”, considera, frisando que todo o processo acaba por ter impacto na relação com o cliente. As novas tecnologias e ferramentas trouxeram maior integração ao processo de fabrico. “Quando temos melhorias substanciais ao nível do planeamento, estamos a assegurar melhores índices de produtividade da empresa, bem como qualidade no serviço prestado ao cliente. Isso é notório”, destaca, reforçando que, por exemplo, “a questão do incumprimento dos prazos, que era muito discutida há umas décadas, hoje em dia, de uma forma transversal à indústria, é cumprida e quase deixou de ser questão. E isto porque foram implementados processos que permitiram um tratamento mais real e assertivo da informação que permite reagir e planear com a necessária agilidade”.
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A digitalização, na sua ótica, não se traduziu por uma transformação no negócio, mas antes por uma melhoria na qualidade do serviço. E isso é notório, por exemplo, no dia-a-dia das empresas, nos vários departamentos. “Temos planeamentos melhores, conseguimos taxas de utilização dos equipamentos melhores, conseguimos precisão dos prazos. De uma forma transversal, conseguimos melhorar o nosso desempenho”, explica Pedro Pereira, reforçando que “a digitalização não veio trazer uma transformação disruptiva, veio antes dar suporte à atividade da empresa: os moldes fazem-se sensivelmente da mesma maneira e, sobretudo, a relação com o cliente também se fará da mesma forma. E penso que vai continuar assim porque é uma relação de confiança que se estabelece fundamentalmente entre pessoas”. E uma vez estabelecida a confiança, a digitalização ajudará a assegurar a confiança no processo. “O cliente precisa de confiar que efetivamente na hora X, no dia Y, lhe vai ser entregue um produto com a qualidade que ele ambiciona. E é essa confiança que temos de garantir, caso contrário, por mais digitalização que possa haver, a relação de confiança quebra-se e os negócios são afetados”, afirma, considerando que a importância da digitalização é equiparada aos diversos “ processos de suporte” que todos temos nas empresas. E é também uma questão trabalhada diariamente para que a empresa melhore a sua resposta. “Quem trabalha nesta indústria sabe a importância da ‘melhoria contínua’. Nunca nos podemos esquecer disto: há sempre possibilidades de fazer mais e melhor. E é isso que temos de incutir nas pessoas”, defende, frisando que “independentemente de já termos boa qualidade em determinadas áreas, é sempre possível melhorar. E não podemos perder esta ambição senão vamos ser ultrapassados pelos nossos colegas de outros países”. Por isso, afirma, “há ainda muito a fazer”.