Revista Redemoinho ano 09 nr 14

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RUMO A PARIS Jovens promessas no cenário esportivo do Brasil, brasilienses treinam pesado para garantir vaga em Tóquio e conquistar medalhas em 2024

A

NADINE OLIVEIRA

pouco mais de dois anos para o início dos Jogos de Tóquio, um grupo de jovens atletas do Distrito Federal traça planos para estrear no maior evento poliesportivo, que chegará à 29ª edição. As promessas são Matheus Takaki, 18 anos, no judô; Vivian Lima, 18, no vôlei; e Luís Felipe, 15, nos saltos ornamentais. Os três já sonham com a primeira participação olímpica, um marco na carreira de qualquer competidor, mas investem pesado para garantir medalhas em 2024, em Paris. Brasília tem o histórico de revelar atletas de prestígio nacional, mas quase sempre acaba por perdê-los para polos esportivos de outros estados. Entre eles, as campeãs olímpicas no voleibol Tandara Caixeta, Paula Pequeno e Fabíola Nascimento; o campeão olímpico de vôlei de praia

Bruno Schmidt; o campeão da NBB Arthur Belchior; os jogadores de futebol Kaká e Dimba, entre vários outros. Na opinião do gestor de federações do Distrito Federal Mauro Osório, os atletas saem da capital devido à falta de grandes clubes e de empresários que vislumbrem o poder de transformação do esporte. “Futebol é um agregador em termos de patrocínio e, quando vemos o cenário da capital, não temos clubes fortes que estão competindo nacionalmente. Isso dificulta atrair empresas”, explica Mauro. A Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do GDF, junto com o Ministério do Esporte, oferece diversos programas para estimular a prática na capital, mas o apoio só atende uma parte mínima das demandas dos atletas. Outra situação recorrente são empresários que, quando resolvem investir, acabam por selecionar um atleta e patrociná-lo, priorizando o retorno imediato da marca exposta

pelo atleta, e não o real incentivo ao esporte. “O ideal seria um apoio institucional, apoiar uma federação por completo e, a partir daí, dividir com o atleta. Mas, o que acontece, é que o empresário vai aos clubes, retira o atleta destaque e sai de cena. E os outros atletas que podem surgir no mesmo lugar? E a federação dele? É uma mentalidade que precisa mudar”, opina Mauro. Até agora, os poucos incentivos conquistados pelos três atletas que estão de olho em 2024 são apoio de nutricionista, academia e suplementação. Com toda influência pelo histórico de grandes competidores da capital, eleainda buscam o reconhecimento. Eles sabem que, em geral, esse tipo de conquista só vem após as vitórias olímpicas. Parte da bem-sucedida história do judô brasileiro foi construída pelas “pratas” de Brasília. Aqui cresceram Érika Miranda, Ketleyn Quadros e Lu-

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AOS 18 anos, a levantadora Vivian Lima já ocupa vaga de titular


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