ALÉM DAS GRADES Alvo dos olhares preconceituosos da sociedade, mulheres que passaram pelo cárcere encontram dificuldades para reconstruir a vida
redemoinho . ano 09 . número 14
É
do lado de fora da penitenciária que as ex-presidiárias costumam enfrentar o maior desafio, desde o dia em que receberam a condenação e passaram a cumprir a pena. Se reatar laços familiares e refazer amigos é uma tarefa difícil, se reinserir no mercado de trabalho é uma barreira quase intransponível.
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DARCIANNE DIOGO No DF, as 242 mulheres em regime semiaberto e as 201 em regime provisório sabem bem o que é isso. Das 443, apenas 92 estão empregadas. A situação retrata uma sociedade que ainda não aprendeu a dar oportunidades a quem quer reconstruir a vida depois do crime. Em Brasília, as ex-presidiárias geralmente encontram trabalho por meio da Fundação de Amparo ao Preso (Funap).
Reconstruir a vida foi algo que a ex-presidiária Wanessa Leão, 41 anos, teve de fazer. Presa em 2016 por tentativa de homicídio, ela conta que ao sair do cárcere descobriu o peso do preconceito da sociedade. “Até meus amigos me olham torto. Sempre você vai ser conhecido como a ex-presidiária”, lamenta. Até 2021 Wanessa terá de cumprir pena em regime domiciliar e conta que aban-