NOBEL DA PAZ
NOBEL DA PAZ
Casa de Ferreiro
Nobel da paz
© Glauco Mattoso, 2023
Revisão
Lucio Medeiros
Projeto gráfico
Lucio Medeiros
Capa
Concepção: Glauco Mattoso
Execução: Lucio Medeiros
FICHA CATALOGRÁFICA
Mattoso, Glauco
NOBEL DA PAZ/Glauco Mattoso
São Paulo: Casa de Ferreiro, 2023
110p., 14 x 21cm
CDD: B896.1 - Poesia
1.Poesia Brasileira I. Autor. II. Título.
NOTA INTRODUCTORIA
Um premio não ganhei nem ganharei, mas, como todo bardo, dou palpite naquillo que me toca, si irmanado estou com opprimidos os mais varios, na cega condição em que me encontro. Versão abbreviada dum volume thematico que tracta dos horrores da guerra, atrocidades e quetaes, vem esta collectanea, como livro impresso ou digital, attender aos leitores que queriam folhear poemas allusivos a taes casos crueis de gozo orgastico ou mental, a fim de exorcizarem a barbarie commum do dia a dia, ao menos nisso. Consolo lhes desejo, ja que enxergam.
DISSONNETTO BELLICO [0273]
As armas, munições, armazenadas são muitas vezes mais sufficientes para exstinguir da Terra seus viventes e continuam sendo fabricadas.
Revolveres, canhões, fuzis, granadas, torpedos, misseis mis, bombas potentes, [sic] festim, ballas Dum Dum, cartuchos, pentes, martellos, foices, paus, facões, enxadas.
Romanos, que eram bons de guerra e paz, disseram: “Si vis pacem, para bellum.”
Paresce que os modernos vão attraz. Não quero exaggerar no parallelo, mas quanto menos ronda a bota faz, mais folga obstentará o pé de chinello. Emquanto os rintintins intenções más teem, latte o viralatta caramello.
DISSONNETTO PACIFISTA [0274]
Appellos pela paz são commoventes. Paresce até que toda a raça humana ou quasi toda, unanime, se irmana na firme opposição aos combattentes.
Campanhas e cruzadas e correntes envolvem muita midia e muita grana, mas nada se compara à força insana do genio armamentista em poucas mentes.
Pombinhas, flores, nada disso importa na hora da parada militar, si acharmos que o perigo batte à porta. A fim de protegermos nosso lar, deixamos que haja tanta gente morta, mas não aqui: só la, noutro logar. Um morto o coração de ninguem corta si rosto não tiver tão familiar.
DISSONNETTO PRISIONEIRO [0275]
Um odio entre dois povos ancestraes levou à guerra. Agora estão em paz.
Conservam, todavia, algum rapaz servindo, em captiveiro de animaes. Eunucho, olhos furados e, addemais, os dentes extrahidos, elle faz “fellatio” como só elle é capaz, chupando do inimigo os genitaes.
Gengivas que masturbam sem tracção. A lingua ja treinada em titillar.
Garganta que supporta a irrumação.
Conhescem algum caso similar?
Confirmo? Não confirmo? Não sei, não, mas quasi penso em mim, sem vacillar, no sonho recorrente, na noção do orgasmo masochista, a me empolgar.
DISSONNETTO RETICENTE [0414]
Gabeira, em “O que é isso, companheiro?”, fallando do regime militar, descreve o caso, nunca por inteiro, tal como eu gostaria de fallar.
Rememorando aquelles tempos idos, depois de preso, agguarda no quartel e vê no corredor outros detidos forçados ao mais sordido papel.
Soldados os obrigam a lamber no piso de ladrilhos a sujeira das botas que alli passam, brincadeira que insuffla nos recrutas o prazer. Ainda que com dó dos seus gemidos, curtiu a scena, até que um coronel o fez tapar os olhos e os ouvidos, porem no paladar seu livro é mel. Quem sabe, um dia, um outro ex-guerrilheiro melhor me satisfaça o paladar contando quem lambeu chão de banheiro e as solas que pisaram tal logar.
DISSONNETTO SURREALISTA [0431]
Nonsense é mesmo a historia do Japão, paiz onde convivem, lado a lado, futuro e tradição, micro e mikado, o monstro e a miniatura, anjo e dragão. “Mulheres de comforto” exemplos são da extrema crueldade do soldado durante a occupação dum outro estado, escravas prostitutas que serão.
Distinctas serão sempre essas camadas de classe nas piadas divertidas: Esposas, mães e filhas são tiradas do seio das familias e mantidas na zona, para curras e chupadas!
Brinquedos militares, suas vidas se tornam surreal conto de fadas. Venturas ao contrario, haicahidas.
DISSONNETTO DELATADO [0584]
Aptado ao pau-de-arara, o preso agguarda que todos se accommodem. Se depara alli o mesmo informante que o dedara. Alguns veem à paizana, outros de farda. [vêm] Inicio da sessão. Alguem não tarda a rir do torturado, cuja cara contorce-se em esgares. A taquara penetra-lhe no cu, que se accovarda. A certa altura, todos tomam parte, tirando uma casquinha. O electrochoque, que alguem maneja até que de mão troque, funcciona livremente e, até que farte, na bocca o prisioneiro sente o toque do tennis do cagueta, o que mais arte revela caso o cara, antes do enfarte, maldiga quem seu rosto chute ou soque.
DISSONNETTO ANNEXADO [0588]
Emquanto, na cidade, a populaça em panico debanda, os bombardeiros despejam fogo e, quanto mais certeiros, mais duro é o dos pilotos, que acham graça! Incendios pelas ruas e, na praça, immensa couveflor faz em brazeiros os velhos predios publicos inteiros! Só sobra excombro em baixo da fumaça!
Depois, a occupação. Os invasores divertem-se queimando os homens vivos com lançachammas, rindo-lhes das dores.
Mulheres teem destino de captivos, subjeitas aos sabores e aos odores viris dos que dalli nem são nativos.
Olhando pretas botas, verdes cores nas fardas, choram olhos vingativos.
DISSONNETTO CONFLAGRADO [0658]
Na guerra fica ommissa uma questão: Soldados em combatte cagam molle?
Si cagam, como fazem? Teem controle? Se sujam? Vão no matto? Usam fraldão?
Da dor que attacca os homens em acção depressa acham desforra que os console: Ja ganha a guerra, o perdedor engole na marra do invasor o cagalhão.
Molle na lucta, na victoria dura, a merda é tyrannia dos dois lados, egual no seu fedor, nos resultados, difficil p’ra quem come ou quem segura. Commum a prisioneiros e soldados no tragico convivio da amargura, só mesmo um sentimento que perdura: o nojo dos cocôs evacuados.
DISSONNETTO SEMITA [0854]
“Shalom!” traduz “Salam!”: todo opprimido é primo do oppressor, com quem apprende a lingua de quem compra e de quem vende petroleo ou arma, a seita ou o partido.
Mais tempo a guerra aos bancos tem servido, mais rende, emquanto a morte não se rende à vida. Quando, emfim, alguem desvende o enigma, já estará tudo perdido.
Salim e Salomão, Torah e Corão. Caim cahiu, e Abel é bellicista.
Javeh propoz, shiitas disporão.
Faltou o philtro oral dum alchimista.
Faltou quem convertesse em ouro o pão. Na areia, cada gotta é uma conquista. Diluvios racionaram cada grão. Divisa é linha. A paz, poncto de vista.
DISSONNETTO IRRACIONAL [0944]
Não serve o terrorismo a causa alguma, pois nada se consegue só com bomba. Por mais que o justifiquem, elle tromba com algo, em nós, de humano, que à paz rhuma. Ainda vale a espada mais que a pluma, mas mesmo em plena guerra a razão zomba de tanta atrocidade e, logo, a pomba no bicco leva quem detone e assuma. Quem flerta com a morte inverte o flerte. Na hora, um attemptado causa damno moral e material, mas se reverte qualquer appoio logico ao insano. Quem, louco, do innocente o sangue verte pensando que é “culpado”, pelo cano põe tudo, sem que nada se conserte nem tenha grande effeito qualquer plano.
DISSONNETTO DA DESMORALIZAÇÃO [1080]
Mactaram o Saddam! Do seu capanga, tambem levado à forca, coisa rara, disseram que a cabeça se separa do corpo, que despenca e nem ballanga! A chorda corta como faca em franga, em vez de estrangular! Alguem declara que a scena gargalhadas provocara em parte da platéa. Outra se zanga. Saddam deu circo, e até pirataria, na hora de morrer, porem agora da propria forca a gente desconfia! Si fosse no Brazil, ja viu: na hora, a chorda affrouxou antes que alguém ria, o réu se livra, foge, e a gente chora. Na nossa salutar democracia se enforca appenas esse que labora.
DISSONNETTO DOS COSTUMES TRIBAES [1189]
Nalguns paizes, como na Bolivia, vigora a lei do açoite, que perdura.
O povo approva: allega que essa dura cultura seja indigena, e revive-a. Os lideres locaes teem uma nivea noção da auctoridade: quem segura o latego decide quanto dura a pena e satisfaz sua lascivia.
O numero de golpes no punido varia, não conforme seu delicto, porem conforme o ludico e a libido. Chicote alli se exhibe: emquanto afflicto se sente o criminoso, um convencido “juiz” provoca, em publico, seu grito! Si estou nessa platéa...Ah, tal gemido iria me causar tesão, admitto!
DISSONNETTO DO DESPERDICIO DE MUNIÇÃO [1200]
O franco-attirador se posiciona e alveja quantas victimas puder, até que seja morto, si não der um tiro em sua propria cabeçona. Com mira telescopica, na zona de alcance nada excappa: homem, mulher, menina ou velha, todos e quaesquer viventes vão morrer, e um dedo acciona.
Bobagem! Fanatismo, odio, vingança ou acto de loucura, nada disso compensa o resultado que se alcança. Mais mystico é meu proprio compromisso. Ponhamos os poderes na ballança. Mais util e mais practico é o feitiço: si appenas mentalmente pragas lança, desforra o fracco, a quem me irmano e attiço!
DISSONNETTO DO BAPTISMO DE FOGO [1231]
Será treinada para chupar picca, assim determinou a auctoridade local de occupação. Nem mesmo Sade podia imaginar o que se applica. A presa é koreana. Mulher, rica ou pobre, num quartel, faz a vontade da tropa: à fellatriz resta que aggrade ao joven japa, às ordens de quem fica. Revezam-se os soldados. Ella abbaixa o rosto, vê o caralho rude e duro, mas virgem, e na bocca o adjusta e encaixa. Quem goza, agora altivo, tem futuro bem longo pela frente (mesma faixa etaria de seu filho), e era inseguro. Me vejo numa scena até mais baixa, pois desse pé sabor peor atturo.
DISSONNETTO DO DENOMINADOR COMMUM [1292]
Um punk e um hippie attritam p’ra ver qual dos dois mais firme lucta e tem seu thema mais rude e radical contra o Systema que, em ambos, despertou odio mortal.
O hippie, pacifista e passional, allega que em maré contraria rema quem quer, a ferro e fogo, e com extrema conducta, combatter tão vil rival.
O punk é mais directo: paz e amor não vingam; “flower power” não floresce, pois faz, de facto, o jogo do oppressor.
O hippie suggeriu que se fizesse a guerra sem as armas. Só si for!
Não chegam a consenso. Não exquesce nenhum dos dois, porem: diverge a cor, mas contra o mesmo Zeus se reza a prece.
DISSONNETTO DAS ARTES PARCIAES [1319]
Tortura, na Indonesia, era roptina diaria das prisões: este relato veridico dá compta que o mau tracto supera tudo quanto se imagina. Até mais costumeira que na China, a moda é, sob a sola do sapato, manter o prisioneiro, cujo ingrato destino é supportar quem o domina!
O tempo todo ao chão e aos pés exposto, servindo de capacho, a levar chute, pisão, golpes de lucta pelo rosto!
Peor é quando exigem que execute papel de luctador, lhe sendo imposto que perca para todos com quem lucte!
Eu bem que perderia si, supposto, de lingua desse banho nesse bute...
DISSONNETTO DA TORTURA INCONSEQUENTE [1341]
Aqui, quando o regime militar se impunha, occorreu isto numa cella. Os presos se appinhavam, sem restar espaço a alguem deitado dentro della. Então um carcereiro quiz brincar e rir-se do pavor causado àquella gentalha carceraria, cujo azar augmenta porque nunca se rebella.
“Cuidado com a cobra!” -- o guarda grita, impune em seu despotico regime, e joga uma serpente em meio à afflicta gallera, que se agita e se comprime. Foi morta, mas alguem sae machucado depois desse espectaculo sublime, emquanto, na cabeça do soldado que brinca, o que practica não é crime.
DISSONNETTO DA PAZ E DO RANCOR [1396]
Sahidas, em politica, só duas: a hippie e a punk. Appenas na primeira reside o pacifismo, o amor, as nuas verdades e vontades... Mas Zeus queira!
As coisas, na segunda, são mais cruas e, assim como o rockão é mais pauleira, tambem as reacções são, pelas ruas, mais proprias à pedrada, que é certeira!
Em termos philosophicos, no plano geral e humanitario, tenho o brio pacato, coherente, e mais me irmano aos hippies, pois em armas não confio. Mas, quando o pessoal e o passional mais alto fallam, quasi não me allio aos hippies, pois me sinto ao punk egual e adjudo a pôr na polvora o pavio.
DISSONNETTO DO RELATORIO INCOMPLETO [1414]
Emquanto o guerrilheiro é torturado por forças governistas, um agente lhe diz com ironia: “Tem transado a sua companheira com a gente...”
Mais tarde, ja na cella, um novo dado lhe passa o carcereiro, mordazmente: “Ninguem meu pau tão bem tinha chupado!”, garante-lhe, sorrindo, frente a frente.
“Será que você chupa que nem ella? Será que você tem amor à vida?”
E opprime, opprime, até que o gajo fella, em troca de algum somno e de comida. O facto vem descripto com detalhe e disso o delator jamais se olvida, embora, em certos ponctos, alguem falhe: ommitte-se que a bota foi lambida.
DISSONNETTO DA CANGA [1501]
Mão livre, mas, ao mesmo tempo, presa. A canga é um instrumento de tortura que torna isso possivel: como a mesa que tenha no seu tampo uma abertura. Appenas a cabeça, sem defesa, accyma fica, e o peso o preso attura. Só come ou bebe aquillo que a vileza do algoz permitte: a bocca abre e segura. Mirbeau descreve a scena: até carniça, aquella podre posta -- Arre! -- asquerosa, attiram sobre a tabua, e ainda attiça a fome do punido quem o goza. Exposto, sob a canga, ao visitante, debaixo da pressão mais dolorosa, o preso o olha com odio, mas garante seu naco e a porcaria acha gostosa.
DISSONNETTO DA TORTURA BASEADA [1536]
Na base de Guantánamo, segundo aquelles que la passam temporada, isola-se do resto deste mundo a victima, suspeita ou accusada. Si adepta é do terror, não me approfundo no caso, mas, ainda que culpada, será que com tortura o mais immundo dos crimes é punido, e a voz calada?
Duvido: só nos contam que, la dentro, ao som de chibatadas e correntes, o preso appanha e arrasta-se no centro da roda de soldados sorridentes. Recebe ponctapés e lambe botas dos guardas, dos curiosos, dos agentes, até que falle e entregue uns idiotas, ou morra, sem a lingua e sem os dentes.
DISSONNETTO DA TORTURA FUNDAMENTADA [1537]
No Irak, a de Abu Ghraib a fama ganha de ser prisão-modello da tortura mais sadica e pornô! Ninguem se accanha de nos contar o que é que se procura: Appenas humilhar! Não foi extranha, portanto, aquella scena que ja dura um tempo na internet e que tamanha offensa provocou numa cultura:
Sabendo que no Islam jamais a sola se lambe, beija ou toca, tem quem ache aquillo divertido. Quem controla os carceres questão faz dessa praxe: De cada mussulmano o americano faz graça até que disso o bicco rache e exige, mais que o bicco, mais que o cano, que passe no solado a lingua e engraxe.
DISSONNETTO DA VALLA COMMUM [1702]
Arenas só confirma o que delata alguem que era chamado “piccareta” por scepticos petistas: se maltracta em Cuba como os nazis, não é peta. Exemplo foi o caso da valleta de exgotto, em pleno campo, onde uma “natta” de presos, chafurdando, dá veneta aos guardas, que desfructam da mammata. No lodo excrementicio o preso affunda a cara, sob a bota e, emquanto inunda de merda sua bocca, ouve a risada alegre da brutal rapaziada. Pretexto foi limpar da valla o fundo, que estava assoreado, mas immundo de facto é quem, de cyma, faz cagada. Mais podre, convenhamos, não ha nada...
DISSONNETTO DO OBVIO PROGNOSTICO [1705]
“Si queres uma imagem do futuro, é um cothurno pisando um rosto humano...”, diz Orwell pela bocca do mais duro carrasco, que a seu preso inflige o damno. Si Winston entendeu, um tanto obscuro paresce, mas o poncto orwelliano mais nitido reside neste puro conceito, que o carrasco impõe, uffano:
“Um mundo de pisar ou ser pisado...”, sem chances, antagonico, binario. Assim será o futuro baseado em odio e humilhação! Que a gente encare-o! Não faz o auctor nenhuma prophecia. De facto o vejo, caso aqui compare-o, parelho: ja o passado offerescia exemplos do poder totalitario.
DISSONNETTO PARA WINSTON [1769]
Peor tortura é, para Winston, ser com rattos confrontado! Disso sabe seu sadico carrasco e, de prazer, allarga o riso, a poncto de que babe. É Winston collocado, para ter mais medo, até que aquillo tudo accabe, de cara na gaiola onde, a querer sahir, um camundongo appenas cabe. Appavorado, o preso chora, berra, sabendo-se indefeso. Assim se sente, e todo mundo sente, na Inglaterra, aquillo que sentiu o dissidente. Emquanto o Grande Irmão a tudo assiste, tyrannico, cruel, omnipresente, alegre está o carrasco, e o preso triste, olhando aquelle ratto à sua frente.
DISSONNETTO PARA ALEX [1770]
Aquelle Alexandrinho teve seu momento mais famoso emquanto estava num palco: do espectaculo o apogeu é quando o filme em close a scena grava. A fim de demonstrar que se rendeu e deve obedescer, o joven lava, usando sua lingua, o que um plebeu nojento e sem escrupulos mandava: “Tá vendo essa botina? Limpe a sola!” No livro o tal solado oppressor fede e sobre sua bocca a bota colla, depois que, ja prostrado, o joven cede. Em jubilo, a platéa delle ri, pois rir dum desgraçado nada impede, emquanto Anthony Burgess faz alli que um ser humano o automato arremede.
DISSONNETTO PARA LUCIO FLAVIO [1802]
Bandido valentão, Lucio não quiz fallar ao delegado, e até lhe excarra! Terá de chupar rolla, porque diz o tira que vae ser, então, na marra! E foi o Lucio Flavio, pelos vis agentes, transformado, como narra Louzeiro, em chupador, ante os quadris dum macho, adjoelhado! E fazem farra! Nem bem adjoelhou, um tira empurra seu rosto com o pé. Si elle se exquiva, appanha ainda mais. Si não é surra, é rolla e humilhação o que elle leva! Por fim, entra um caralho em sua bocca com pose de erecção torpe e lasciva e, emquanto a bocca não pode estar oca, o som das gargalhadas mais se eleva.
DISSONNETTO PARA A BRIGA DE CACHORRO GRANDE [1938]
Bin Laden apparesce em video, pincta a barba e ammeaçando continua.
E ainda se accredita que alguem minta dizendo que potencia não recua?
Ja tempo faz que é gasta tanta tincta com guerra nuclear: hoje, na rua da grande capital o terror finta qualquer poder! Não ha quem o destrua!
O fracco é formiguinha; o forte, touro. Si sou o touro e o formigueiro extouro appenas com meu peso, ja me gabo e exhibo o meu perfil, valente, brabo. Mas, quando o touro mette e quebra o pé num simples buraquinho, vive até que o comam as formigas, cabo a rabo. Quem hontem ria agora leva nabo.
DISSONNETTO PARA A UTOPIA PACIFISTA [1940]
Sobrevoando Londres, aviões despejam suas bombas. Lennon nasce com nome de John Winston por razões bem obvias: reflectir da guerra a face. Talvez isso é que accaba às taes questões utopicas fazendo que se abbrace. A chance à paz, amor nos corações, o fim da guerra, tudo que elevasse. Porem a baixaria outra vez vence e faz com que vacille, amargue e pense que ja não accredita nem nos Beatles. Ranzinza, agora attura seus attritos.
Bobagem! Tudo passa, diz o George. Por mais que a má fornalha azar nos forje, ainda accreditamos nós nos mythos, ainda somos, para as fans, bonitos.
DISSONNETTO PARA UMA GAROTA QUE NÃO É
DE QATIF [2042]
Que tenho a declarar? Fui sequestrada, sahindo à rua à noite, por bandidos!
Levaram-me ao seu antro e fui, por cada um delles, suja, em todos os sentidos!
Foderam-me na bocca! Penetrada me vi de todo lado! Meus gemidos inuteis foram sempre, pois que nada commove esses machões embrutescidos!
Podemos ser, nós mesmas, as culpadas?
Clemencia, meritissimo, eu lhe imploro!
Si saio condemnada deste foro, coitadas das mulheres estupradas!
“Mulheres temptadoras são damnadas! Culpada foi você, que os provocou! Em nome do Senhor, pois, eu lhe dou sentença de duzentas chibatadas!”
DISSONNETTO PARA O FOLKLORE TROGLODYTA [2543]
Tolera um anthropologo que alguem, si for duma “cultura” differente, estupre, ou escalpelle, ou attormente com sadicos requinctes um refem.
“Faz parte do folklore...” E tudo bem! Folklore justifica que se invente um methodo cruel, a sangue quente, e allegue-se que seculos ja tem.
Na “civilização” não se tolera que os homens pelos homens sejam alvo de abuso e exploração... Ah, quem nos dera!
Crê nisso só quem seja bem pappalvo! A coisa não mudou na actual era. Mas, sendo “cultural”, ninguem a salvo está da atrocidade: que sou fera vestida, de saber estou é calvo!
DISSONNETTO PARA UMA JUSTIÇA SOCIALISTA [2577]
Vandré nunca escondera uma intenção bem sadica, sahisse vencedora a tal revolução. Que vingadora justiça elle pretende ter à mão? Açoite! Exactamente! No patrão, no pae, no general... A assustadora desforra era a “madeira” que ja fora, talvez, “de dar em doido” na prisão. Provindo da aroeira, o tal cipó no lombo “vae descer até quebrar”! Geraldo quer surrar mesmo sem dó, sem mesmo disfarsar de algoz um ar! Que valvula ao sadismo, hem? Pensem só! Si, sob o communismo, algum logar do mundo fosse assim, desfeita em pó estava uma utopia secular!
DISSONNETTO SOBRE A PEDAGOGIA DA AGONIA (1) [3023]
Nas aulas de tortura, Mitrione nos dava, aos brazileiros, o apparato da technica. Mas acho muito chato deixar que um instructor nos direccione. “Picana”? “Submarino”? “Telephone”? Não basta! É necessario que o sapato nos lamba o prisioneiro! Eu só maltracto alguem si riso e gozo proporcione!
Os cabos e sargentos assim dizem durante uma sessão demonstrativa, pedindo que mais filmes se reprisem, imagens de cor cada vez mais viva. Convem que taes detalhes mais se frisem: Na tela, o preso arrasta-se, se exquiva das botas, caso os sadicos lhe pisem a cara, e molha as solas com saliva.
EXCESSO DE CONTINGENTE [3114]
Incrivel o que ouvi! Que o terremoto havido no Haiti foi resultado “da raça e da macumba”! O consulado talvez explique a gaffe que eu annoto. Depois daquella scena que, na photo, correu pela internet, em que um soldado caminha às tontas, todo mutilado, não bota alguem no Alem a fé que eu boto. Centenas de milhares de defunctos, segundo quem prefere a prophecia, zumbis serão na terra dos pés junctos. Não creio que o Demonio quereria soldados recrutar entre os “presunctos” que, em vida, a Deus oravam todo dia, pedindo que, no meio dos assumptos globaes, diminuisse essa agonia.
GOLPES DE ALTO A BAIXO [3275]
Feliz e sorridente, em seu plantão, chegou o carcereiro karateka e alguem irá servir-lhe de peteca, levando, entre outros golpes, o chutão. O agente se diverte, rindo à bessa.
Excolhe um prisioneiro e, mal da cella o leva para o pateo, ja começa a nelle practicar. O preso appella:
Sorri-lhe o practicante, cujo tennis não deixa nem os dentes nelle indemnes, depois que a bocca chuta com vigor. A surra, por instantes, até cessa.
Ainda adjoelhado, appós aquella sequencia de pattadas, nem que peça arrego, mais recebe, ja banguela. De novo os duros golpes dados são. Do tennis o solado até careca ficou: nem só no piso é que elle breca. Num rosto mais pisou do que no chão.
“Não batte muito forte, por favor!”
CANNA SULAFRICANA [3425]
Robben, duro, foi um osso: o apartheid usa, alli, farda. O fardado é bem mais moço. São os presos de cor parda. Enterrado até o pescoço, o detento negro agguarda que lhe urine, qual num poço, bocca addentro, o branco guarda. O branquello abre a braguilha, tira o pau e se imagina superior. Sorrindo, humilha quem engole o que elle urina. Rente ao piso, o prisioneiro, que a vingança só rumina, bebe o mijo. Mas, primeiro, lambe a sola da botina.
PUTA DE RECRUTA [3450]
Foi suffoco, na Argentina, o regime militar!
Torturou-se até menina bem novinha! Vou contar: Estudante, ella termina como puta em lupanar: ammarrada, se destina a morrer e, antes, chupar!
Que nem pense em ser experta! Ja tapado o seu nariz, a coitada ainda quiz respirar de bocca aberta. Bocca assim é como offerta!
Um soldado, até a goela, mette a rolla, que ella fella. Si demora, a morte é certa!
VERDADEIRO PICCADEIRO [3576]
Em Mauthausen, campo nazi, hitlerista juventude se diverte a olhar quem quasi morto esteja e se desnude. Aos internos, ja na phase terminal, a turma allude com gracejo que extravase um sadismo agudo e rude:
“Olha aquelle! Que magrella! Que tal vermos si elle appella para a nossa piedade?
Hem? Façamos que elle brade!”
E um coitado a turma queima vivo, vendo que elle teima, sem fazer tudo que aggrade aos meninos, fans de Sade.
(1)
Effeito pedagogico a tortura exerce no accusado dalgum crime. Aos outros, a tortura mais exprime ainda, e mais temivel se affigura.
Não basta torturar, porem: a dura didactica resulta mais sublime naquillo que, em tyrannico regime, se pode utilizar por gana pura. Allude a theoria ao que garante, na practica, conforme accyma exposto, maior auctoridade ao governante: Suggere-se pisar, do réu, no rosto, um methodo adviltante e degradante que emprega, ao torturar, o algoz com gosto.
(2)
Alem da força physica, assegura um rei o seu poder quando reprime qualquer opposição, caso se anime, de prompto, a fazer uso da censura. Aquelles que produzem a cultura
(a imprensa, a intelligencia, até quem rhyme versinhos) luctam contra quem opprime, a menos que alguem cale essa bravura. Ao typico censor, mais importante será mostrar que nunca está disposto a livros liberar, de Sade a Dante. Aos textos jornalisticos, imposto lhes seja só fallar do que levante os animos, jamais dalgum desgosto.
(3)
Synonymo será a democracia de tudo quanto abballa o dia-a-dia. Evite-se, portanto, um ir-e-vir civil que seja livre: uma barreira somente aos militares vae se abrir. Assim, um só partido se suggere que tenha, na Assembléa, ou no Senado, poder majoritario: um deputado se eleja facil quando ao rei adhere. Um gruppo poderá se reunir appenas si a policia acceite ou queira, jamais si um guru peça, ou si um fakir. Qualquer religião que se annuncia ordeira e conformista, é benta e pia.
(4)
Na guerra, o dictador tropas envia à frente de battalha, e aos seus se allia. Será conveniente decidir que accordos militares de fronteira se assignem, quer com principe ou emir. Em caso de aggressão externa, um choque, com maxima e geral repercussão, se allegue contra os perfidos que estão trahindo a patria, e às armas se convoque. Havendo prisioneiros, vão sentir na carne o que é tortura: na fogueira, no açoite... e possa o povo ver e rir. Si acaso esteja mal a economia, declare-se uma guerra, ‘inda que fria.
EM PLENO SECULO (1/2) [3979/3980]
(1)
O juiz quiz que elle seja condemnado à morte. Quem cumpre as ordens e appedreja o coitado, quiz tambem. Desaffectos seus, da egreja ou do exercito, estão, sem dó, querendo que se veja um cirquinho, e se entreteem. Participam, com orgulho, da tortura: que elle grunha como um porco! Um pedregulho o risonho algoz empunha. Quando a pedra, em cheio, accerta de quem fora ja poz unha numa palpebra entreaberta, rindo, o povo testemunha.
(2)
A segunda pedra pega bem na bocca e os dentes quebra. Na platéa, um ex-collega do accusado urra e celebra. A terceira pedra cega um dos olhos: se requebra no estertor quem se relega, contra as regras de Genebra. Quando a quarta pedra attinge com extrema precisão o nariz da viva esphinge, brota sangue em borbotão. Quincta, sexta... e mais se exvae quem trahiu sua nação inclemente e, agora, attrae a sedenta multidão.
QUANDO GOVERNA A CASERNA (1/4) [4101/4104]
(1)
Num quartel desactivado descoberto por acaso foi um typo inusitado de mictorio, extranho vaso. Tem, no fundo, um furo, usado num castigo immundo e raso. Na parede, do outro lado, fica alguem, si for o caso e, si o caso é de castigo, muita coisa a ver commigo tem: por isso me interesso. Syndicando do apparato, enthusiastico, eu constato que, entre os recos, fez successo.
(2)
No regime militar teve largo emprego o troço, mas ninguem ousou fallar. Finalmente, em verso, eu posso. Na abertura circular a cabeça entrava, e nosso oppressor nos quiz mijar bem na cara, eu cito e endosso. Sob o queixo, um preso tem, empoçada, a urina, bem perto e fetida, a ennojal-o.
Desse mijo, uma porção ja desceu, mas pelo vão da garganta e não do rallo.
(3)
De joelhos, alguem tinha que ficar, peito encostado na parede. A cara vinha sahir, presa, do outro lado. Si um recruta a mijadinha dar quizesse, esse coitado que lhe abrisse a bocca! A minha ja se abriu assim, a um sado. Ja bebi mijo na marra, mas meu caso não exbarra num collar, de louça, egual. Typo tal de pellourinho nunca vi, mas adivinho o suffoco seja qual.
(4)
Me contaram que o subjeito, logo appós levar o jacto bocca addentro, era um perfeito chupador, exposto ao acto. Disse um reco: “Eu approveito que está aberta a bocca e tracto de metter-lhe a rolla! O jeito é chupar, sinão lhe batto!”
Foi assim que, num quartel, o esquerdista ao prazer bel ficou, ante o direitista. Hoje o reco está vencido, mas, cabreiro, eu não duvido que o perigo ainda exsista.
GENTE DIFFERENCIADA [4403]
Ninguem commenta, é como si essa gente nem gente fosse! Naufragos, não são depressa soccorridos! Morrerão de sede e fome, e a midia indifferente! Queriam emigrar? Tinham em mente fugir da tyrannia, appenas? Não importa! Os barcos teem obrigação, ao vel-os, de accudir, vente ou não vente! Navios à deriva estão lotados, qual mala sem as alças e sem forro, de taes refugiados, que soccorro imploram, dão signaes, transmittem brados. Menor chance teem elles que um cachorro faminto pela rua! Alguns, coitados, nos lattem, esperando por boccados cuspidos: “Oba! Lixo! Assim não morro!”
UM PESADELLO AMERICANO [4446]
Pegaram o Bin Laden! Finalmente! Só falta o Bush, agora! Ja pensaram? Está tranquillo em casa e la chegaram as tropas mussulmanas, de repente! Cercada a casa, George nota, à frente dos homens, um dos filhos que juraram vingança para Osama! Elles disparam e attingem George em cheio, a sangue quente! Não, delles a avidez não é pequena! Ainda vivo, cortam-lhe a cabeça e filmam tudo! Está postada a scena na rede, caso alguem disso se exquesça! Protestam no Occidente: que apparesça aquillo acham chocante! Mais amena, do Osama a morte à midia foi advessa, sem delle ter sentido o leitor pena.
O CAUTO CAUSO DO SOBREVIVENTE INNOCENTE [4450]
Nos ares, caso um caça venha e invada o espaço em guerra, mesmo que se esconda na nuvem, da terrivel, veloz onda de misseis não excappa e cae na estrada! Em terra, aquella bellica jornada provoca, caso à bomba o obuz responda, fumaça e fogo, em forma de redonda, immensa couveflor, que ao Demo aggrada!
Só cheiro de queimado o logar tem. Por toda parte, excombros, logo appós a tragica battalha! Mais ninguem, alem do garotinho! Scena atroz! Em choque, está ferido! Ficou sem irmãos... Seus paes morreram, seus avós. Vem gente! Accena... e mactam-no, tambem! Aquelle... ser podia algum de nós.
DAMNAÇÕES UNIDAS [4713]
Questão controvertida! A Palestina estado quer tornar-se. Tem direito, é claro. Um bom accordo estava acceito entre arabe e judeu, não fosse a mina. A mina, subterranea, sibyllina, symbolica, que impede esse perfeito accordo, é o interesse do subjeito que está, não la, nem perto, nem na China. Bem longe está, por certo, de Israel. Quem mella qualquer chance de fronteira commum haver alli, tem seu quartel num banco americano, é o que me cheira. Não só: tambem está botando fel nas aguas, no petroleo, e vae à feira vender metralhadora ao coronel, em cujo broche exhibe-se a caveira.
ORDEM DO DIA (1/2) [5109/5110]
(1)
Às tropas discursando, o general nipponico que occupa, na Koréa, a aldeia, da victoria deu a idéa mais practica: dominio sexual! {Soldados! Isto é nosso, agora! Aval nos deu o Imperador! E então, qual é a devida recompensa? Que a plebéa nos sirva como puta, em sexo oral! As femeas chuparão nosso caralho! Os machos limparão a nossa bota com suas linguas! Eis o seu trabalho! Assim um prisioneiro se devota!} Ao menos eu, na lyra, à funcção calho! Symbolica rhetorica? A derropta foi sordida: dos homens eu detalho que sujo foi o trampo e dura a quota.
(2)
No Irak, o americano ordens escuta, tambem, dum general: {Homens! Agora é nosso este paiz! Ou collabora comnosco o povo, ou soffre a força bruta! Serão como cachorros! Quem os chuta e pisa bem fará! Quem “Passa fora!” e “Lambe a bota!” grita-lhes melhora a propria estima e vale o que desfructa!}
Levaram os soldados tão ao pé da lettra esse discurso, que a prisão de Abu Ghraib assistiu demais, até: as photos para sempre mostrarão. Abbaixo da mais infima ralé, de quattro, o irakiano lattiu, não ouviu sinão risadas, sua fé no Islam viu sob a sola, e até o Corão!
A BELLA E A CELLA [5126]
Contou Jacobo Timerman que a fina menina na prisão cahiu e presa la fica. Era estudante. Foi burgueza. Agora lhe restou lavar latrina.
Mais uma das que irão, numa Argentina tomada por milicos, indefesa, chupar rolla dos guardas, pôr a mesa, limpar, engraxar bota: eis a roptina.
Levou sola na cara, violada foi pelo “cabecita negra” e quasi morreu sob a “picana”: está domada, submette-se ao algoz que se extravase. Agora faz de tudo, dedicada. Dobrou-se e, ja passada a peor phase, nem acha que chupar rolla a degrada. Capaz é que com outra, até, se case.
MACHIAVELLICO PODER BELLICO [5240]
Estupro, às vezes, arma numa guerra se torna. Emquanto o exercito entra e occupa, abbatte-se o moral e, na garuppa dos tanques, de alegria a tropa berra. Civis, mulheres, homens, dessa terra nativos, são refens. Quando se aggruppa a tropa numa casa, a mulher chupa, seu homem lambe botas e se ferra.
O quadro jus faria a Satanaz. Na frente do marido, a soldadesca humilha a esposa, mette-lhe por traz, na bocca... e a scena torna-se grottesca. Lambendo sem parar, elle a um rapaz extranho está subjeito, e sua fresca memoria ao que, na esposa, um outro faz, curtindo uma alegria assaz momesca.
PACIFICADORES BELLICOPTEROS [5536]
Tal como numa aldeia vietnamita, os ares sobrevoa da favella o tetrico apparelho, que arrepella filhinhos e a mãe delles deixa afflicta. Metralha, bombardeia, dynamita barracos e barrancos. Numa tela, alguem assiste a tudo e, tagarella, commenta com os tiras, os incita:
“Mais para la! Prosigam procurando! Alli, mais à direita! Tem bandido fugindo pelo morro! Aquelle bando armado! Fogo nelle! Tá fodido!”
De cyma, alguem responde: {No commando, agora, eu é que estou! Eu que decido! Prefiro ir devagar, brincar, cercando... Assim satisfazemos a libido!}
ATTIRADORES DE ELITE [5646]
{Mal posso crer, Glaucão! Ouvi fallar que cegos ja ficaram muitos, em chilenas ruas! Todos, por azar, nos olhos balleados! Graça tem? São ballas de borracha, no logar daquellas que, de chumbo, leva quem guerreia por ahi, mas vão cegar uns olhos si pegarem nelles bem! Não, Glauco! Ja pensou? Que legião de cegos repentinos, na agonia das dores e das trevas! Como vão fazer? Como voltar ao dia a dia?}
-- Lamento, sim, mas tanta compaixão ninguem teve, na phase em que eu perdia a vista. Algum chileno mais irmão, si fosse masochista, meu seria.
IMPACIENTE IMPACIFISMO [5696]
{Irak e Iran não deixam, nunca, a scena de guerra exmorescer! Estou aqui torcendo, Glauco, para vermos si se pauta a nova pagina terrena! Eu quero ver é sangue, Glauco! Pena que pouca gente morre! Inda não vi cadaveres em penca! Ja nem ri Satan, ja ninguem tanto odio condemna! A coisa tá perdendo, Glauco, a graça! Da guerra precisamos muito, para da zica mais banal que nos azara podermos exquescer! Nada se passa!}
-- Meu caro, não se illuda. A nossa raça humana não se exstingue. Quem sonhara? Mas, ‘inda assim, tambem digo: Tomara que, desta vez, a bomba allarde faça...
EM CASA EM GAZA [5856]
Palestino e philistino dão na mesma: philisteu.
Hoje não os discrimino, mas Sansão nunca fui eu.
Mesmo assim, eu me imagino à mercê de quem o meu olho vaza e, em Gaza, um hymno fiz a quem me poz no breu.
Hoje em dia, a Palestina nem é sombra do que fora.
Quem la vive se imagina sob a bota repressora.
O poeta que combina perdição
esperança, viu alli na terra a scena seductora.
com salvadora
RHAPSODIA FONTESIANA DO MARTINS [5912]
Qualquer Estado Islamico paresce cediço, prescindivel, si se tracta de viva queimar uma amante chata, cheireta, pertinaz, que intrigas tece. Martins Fontes, num metro que padesce de excesso na syllabica sonata, a morte commemora de insensata e louca salamandra, com finesse.
Humanos tambem curtem uma scena de gente que, queimada viva, morre berrando, debattendo-se e, num porre tão sadico, outra graça gozam, plena. Ao fogo ja ninguem bruxas condemna, mas bem que queimar vivo nos occorre aquelle presidente que mais torre a nossa paciencia assaz serena.
PLENA QUARENTENA [6064]
{Tá certo o dictador das Philippinas, Glaucão! Tem que attirar para mactar quem, nessa quarentena, no seu lar não fica! Tu commigo não opinas?
Não acho que essas ballas assassinas ser possam! Tu concordas? Não, logar a rua não será de passear, tampouco de parar pelas exquinas!
Senhoras, senhoritas ou meninas, ninguem excappa à balla, si tentar sahir, entrar num posto ou similar, siquer para achar umas chloroquinas!}
-- Estás é louco! Porra, não attinas?
Mactar vão teus escravos! Vaes ficar sem gajos no teu grosso calcanhar! Quem é que irá lamber tuas botinas?
MEMORIAS DO CARCERE [6093]
Lamber o chão? Fazer alguem usar a lingua nessa sordida funcção?
No Orkut era commum alguem, na mão de sadicos, passar por tal azar. Nas redes é possivel encontrar imagens em que todo um sujo chão terá que ser lambido. Risos são ouvidos. As prisões são bom logar. Na nossa dictadura, diz Gabeira, assim se torturou. O preso tinha que limpo deixar onde se caminha com botas militares. Ha quem queira?
Às vezes algemado, de colleira em volta do pescoço, foi a minha lembrança que excitou a punhetinha: Nas botas se lambeu, tambem, sujeira.
PAREDÃO [6207]
Duvido de você, quando me diz que exsiste boa gente em cada lado! Si sou de esquerda, quero fuzilado ver um dos “bons”! Assim serei feliz!
Aquelle que equilibre dois Brazis, por mais que seja bemintencionado, meresce simplesmente ser tractado com toda a cortezia que condiz:
Teremos boa balla, paredão tambem bom, para cada desses tão bomzinhos, porem cuja posição se opponha ao socialismo de plantão! Mas antes, Glauco, quero vel-os chão lambendo pelo pateo da prisão!
Rirei quando pedirem meu perdão por terem sido neutros na questão!
GLOBALIZAÇÃO [6216]
Joelho no pescoço, Glauco! Mais cruel, só mesmo bota no pescoço! Ninguem assim pisado, velho ou moço, consegue respirar em horas taes!
Alheia ao mais agonico dos ais, a bota de solado rude e grosso suffoca quando pisa! Nem esboço siquer de reacção houve jamais!
Rollava no Vietnam: americanos pisavam no pescoço do inimigo num interrogatorio, ou por castigo, appenas! Diversão sem previos planos! Mas quando, Glauco, um desses negros manos pisado for assim, eu só lhe digo: Um dia alguem reage e esse perigo crescendo vae! Globaes serão os damnos!
BOOTLICKING AND FOOTLICKING [6222]
Aldeia conquistada! Agora basta ao joven militar americano ter gozo, no Vietnam, com quem mais damno aguenta: a mulher, pouco ou muito casta. Seu homem (não que seja pederasta) tambem aguentará, da sola ao cano, na lingua a bota delle que, ‘inda uffano, quer ver si um vietnamita mais se arrasta. Emquanto a mulher chupa seu caralho com todo o conformismo oriental, massagem quererá, linguopedal, agora ja descalço, o boy bandalho. O pé dum militar, Glauco (não falho si digo que é de morte), cheira mal! Você talvez, Glaucão, ache ideal, mas, para alguem com brios, dá trabalho!
BONITAS VIETNAMITAS [6228]
É photo conhescida a que, na guerra terrivel do Vietnam, se divulgava. Soldado garotão, não uma escrava, mas duas elle tinha, alli na terra! As moças, na banheira, ninguem erra as vendo muito tristes, quando dava a dupla banho nelle, que nem brava feição exprime e os olhos semicerra! Mas, noutra photo, o joven yankee fica olhando sorridente, emquanto cada pezão descalço um homem se degrada lambendo. O gesto oral por si se explica! Em ambas, eis o gajo que da zica dos pobres vietnamitas deu risada! Ainda não me lembro de mais nada tão nitido que dê da guerra a dica!
AO RÉS, AOS PÉS [6241]
Te quero descrever, Glaucão, a scena que vi numa veraz photographia. Foi n’Africa do Sul, quando valia o rigido regime em sua pena. Do preso o queixo roça na terrena poeira. Até o pescoço la se enfia o corpo. Na cabeça, à luz do dia, o forte sol luz batte nada amena. Dois jovens guardas pisam na cabeça, que está das sujas botas ao alcance. Teem elles, quanto queiram, boa chance de tudo fazer nella que envilesça. Pisar, chutar, mijar, mandar a advessa e secca lingua achar que rolle e danse na sola das botinas. De relance, notar pude. Suppuz que o pau lhes cresça...
CLIENTE INCONSEQUENTE [6501]
Transmitta, Glauco, minha despedida a todos no Brazil. Fui condemnado à morte, pois aqui nem advogado nos livra. Vou pagar com minha vida... Aqui será maluco quem decida mactar alguem somente por chamado ter sido, pelo gajo, de veado. Por isso me fodi, Glauco... Duvida?
Estou no corredor da morte e espero que, em breve, me executem duma vez!
Cuidado recommendo que vocês, ahi no Brazil, tenham! Sou sincero! Não, para ca não venham! É severo o codigo daqui! Qualquer burguez que macte qualquer bicha, si freguez foi della, de excappar tem chance zero!
ARREDIA REBELDIA [6533]
Não sei por que, Glaucão, tanto se expande a lenda pacifista! Que utopia!
Na India, em paz o povo ja vivia submisso, antes de lider ser o Gandhi! A desobediencia civil grande conflicto sempre gera! Mais o guia causou de violento! Quem diria?
Augmenta a repressão de quem commande!
Passivo quem domina nunca fica perante quem se nega a accaptar quieto as ordens, as sentenças, um decreto, ainda que lhe imponham chupar picca! Aos sadicos, a teima justifica mais gosto em castigar quem rompe um veto!
Eu mesmo, Glauco, tracto como objecto aquelle em quem pisei ou dei a bicca!
PRURIDO DIVERTIDO [6660]
As taes “experiencias”, na Allemanha nazista, são, sim, “medicas”, Glaucão! Serviram para alguma coisa! São remedios, é mais cura que se ganha! Concordo que houve casos de tamanha maldade que envergonham a nação... Exemplo? O da coceira, diversão duns sadicos doutores, cruel sanha! Não soube? Elles prendiam o subjeito com pulgas, muitas pulgas! Ammarrado, sem ter como coçar-se, esse coitado soffria loucamente! Era bem feito! Desculpe! Eu quiz dizer que não acceito um caso desses, cujo resultado de nada addeantou e nenhum dado rendeu, excepto o sadico proveito!
PEDAGOGIA DA AGONIA (2) [6668]
O methodo de Milgram eu queria testar nos meus alumnos, Glauco! Ouviste fallar? Ao electrodo não resiste quem erre na licção de todo dia! Pensaste? Cada alumno ammarraria eu numa cadeirinha! Dedo em riste, lhe faço uma pergunta que elle, triste, não sabe responder, nem saberia! Errou? Não respondeu? Levou um choque electrico, num nivel que incommoda, aos poucos, mais e mais! Elle se açoda, se estressa, até que, soffrego, se toque! Hem? Sou ou não bom mestre? Se colloque alguem no meu logar, e será foda deixar de desfructar! Está na moda ser sadico! Percebes meu enfoque?
PUNHETA DE CAGUETA [6968]
“Quem quer assistir quando o preso for à salla do pau para se ferrar?”
-- Eu! -- Eu! -- Dois caguetinhas seu azar quizeram ver, curtir a sua dor. Vibravam ambos. Quiz o tennis pôr na cara do coitado um delles, ar fazendo, de carrasco, no logar, suppondo que será torturador.
Uns choques a levar, no pau de arara, a victima sentiu na bocca a sola do tennis do cagueta, que lhe exfolla o labio, se exfregando pela cara.
Jamais exquescerá. Bem que tentara!
Aquella gargalhada a lhe echoar ficara na memoria. Sim, um par de meros informantes mostrou tara!
QUEBRANGULO [7107]
Quebrangulo: o local ficou na minha lembrança pelo facto de ter sido alli que comeu merda algum bandido por ordem da policia boazinha.
Bandidos? A versão é comezinha, mas della muitas vezes eu duvido, pois tiras satisfazem a libido às custas de innocentes, nessa linha.
Rendeu esse espectaculo um boccado. O preso comeu merda mixturada com mijo, provocando gargalhada dos homens que da lei estão do lado. Mais fica alguem das fezes ennojado, mais elles se divertem, pois aggrada aos olhos a careta appavorada do gajo que engoliu esse ensopado.
MOTTE GLOSADO [7369]
Si na moda a foice está, mais cabeças rollarão.
Jihadistas por Allah decapitam e, na rede, documentam sua sede, si na moda a foice está. Aqui temos isso, ja. Começou no Maranhão e qualquer juiz ladrão por la pode ser lynchado. Si o Brazil for consultado, mais cabeças rollarão.
MADRIGAL MEDIEVAL (1/3) [7679]
Talvez, si do islamophobo a cabeça cortar, o Estado Islamico apparesça.
(1)
Um gay, uma mulher, um extrangeiro... Em publico, o carrasco os decapita, sorrindo, e a scena filmam por inteiro! Mas outros “infieis” estão, na fita, morrendo... E os torturou todos, primeiro, o sadico e fanatico sunnita!
(2)
Alguns crucificados... Alguem grita, de penis amputado... Um outro, sem os olhos, erra às tontas... A desdicta das virgens menininhas vae alem da atroz escravidão, jamais descripta nas midias: mais chiqueiro do que harem!
(3)
Um xeique exclaresceu: a mulher tem total obrigação de dar prazer ao homem. Assim, tracta-se, tambem, de sexo oral: a bocca ante o dever de sujos paus chupar! Portanto, quem cegou, cappou, mactou... fará valer!
MANIFESTO PACIFISTA [7875]
“Marxismo? Communismo? Eu estou fora!” -fallou-me um anarchista, certa vez.
“Governos? Sou é contra!” -- foi, na hora, aquillo que esperei ouvir, talvez. Mas disse que era contra o que vigora nos meios esquerdistas: o burguez deposto pelas armas, a “penhora” dos bens particulares e quem fez a tal “revolução” impondo, agora, poderes “proletarios”, sem porquês. Então eu perguntei: -- Quem corrobora as theses anarchistas de vocês?
“Um Gandhi, um cara assim, ninguem mais, ora!”
Pensando bem, achei que elle é freguez, tal como eu, dum guru que a gente adora, melhor que um lider russo ou um chinez.
MANIFESTO ARRIVISTA (1/3) [7911]
(1)
“Sim, fui torturador! Ja no DOI-CODI, admitto, trabalhei! Que mal ha nisso? Cumpri com meu dever! Ordens cumpri! Fiquei na moita appenas para não poderem patrulhar, os revanchistas! Agora fallar posso, Glauco! Ou é bonito ser sincero só si for de esquerda quem assume que é da lucta armada defensor, Glauco? Responda!”
(2)
-- Eu, hem? Si não respondo, você pode até me torturar! No seu serviço eu não trabalharia. Si escrevi O QUE É TORTURA, admitto que, ao tesão do algoz, fujam os proprios masochistas, pois acho que você pode seu pé mandar que beijem, lambam, sem auctor ser desse crime, ou cumplice. Quem chuta ou pisa não precisa da atroz onda!
(3)
Um sadomasochista não quer só de mentira dominar ou ser submisso, mas isso não exige que quem ri da agrura dum captivo seja tão adepto dum regime de fascistas que appenas utilizam sua fé no gozo para a toda parte impor os proprios interesses. Eu à puta que va quero quem minhas crenças sonda!
PUPPY REPLAY (1/2) [8013]
(1)
Durante a dictadura na Argentina, collegas de prisão dum tal de Chango narraram a desdicta. Ser judeu valeu-lhe mais cruel perseguição por parte dos agentes carcerarios. Tiravam-no da cella. Ja no pateo, um guarda {le hacía mover} justo {la cola, que ladrara como un perro, las botas le chupara.} Foi chocante {lo bien que lo hacía}, si {imitaba al perro}, sim, {igual que si lo fuera!} {Si no satisfacía al guardia} a gosto, o algoz só {le seguía}, assim, {pegando}...
Ouvindo os companheiros seus lattidos, suppunham ser, de facto, algum cachorro, tal era do rapaz fiel a voz ao tymbre que exigia seu algoz.
(2)
No seculo passado, foi roptina dos presos ser cachorro. Não me zango si fazem de mim isso, pois o meu tesão é masochista. Mas eu não queria ser judeu na mão de varios algozes argentinos. Que me tracte o leitor dessa maneira, nem me assusto, pois quando um cego soffre não tem erro. Comtudo, differente foi, durante os annos de Videla, a scena braba. Agora, puppy players fazem cera, cu doce, dengo, manha. Si indisposto, o cão nem obedesce a algum commando mais firme de seu dono. Os divertidos brinquedos dos gays nunca meu exporro suscitam, mas o cego tem um “boss” cruel em cada mente, e mais feroz.
DESCRIPTA SCENA SAUDITA (1/5) [8043]
(1)
Relatam-me: na Arabia, actualmente, a practica sunnita recrudesce. Quem pensa que internet é livre para protestos, condemnado será como qualquer outro sacrilego. Será, em publico filmado, flagellado.
(2)
Até turistas filmam. Quanta gente diverte-se com isso! Si estivesse alli, tambem eu, logico, filmara: a todos os demais nisso me sommo. Me dizem que, entre aquelles que vêem, ha quem queira, até, nas botas ser babado!
(3)
Explica-se: o punido tem, na frente de todos, que lamber, antes da prece e dumas chibatadas, com a cara nas botas do carrasco ou, num assommo da parte deste, lambe quem está appenas assistindo como sado.
(4)
Não posso me fazer de indifferente perante tal castigo. Me enduresce a picca quando um cego se compara à victima. Meu gozo não embromo e digo que desejo lamber ja o tennis dum turista mais folgado.
(5)
Um arabe que livre pense e tente ser, logo saberá, caso não cesse seus memes de postar, que quem se azara é elle. Provará do amargo pomo na sola da botina. Provará aquillo que provei ao ser cegado.
CHILENA CANTILENA (1/2) [8058]
(1)
{Paresce-me, Glaucão, ser opportuno fallarmos do que rolla alli no Chile. Não achas que isso lembra aquelles dias saudosos, anteriores ao estado milico, de excepção, la nos septenta? Refiro-me aos protestos, mesmo appós ter dado o Pinochet aquelle insano, sangrento golpe. E então? Te lembras quando o Victor Jara, preso num estadio no meio de centenas, protestou cantando? Que fizeram os milicos? Lesaram suas mãos, as mesmas mãos que tanto na guitarra dedilhavam! Mactaram-n’o, depois! Te lembras? Tudo por causa das canções que, por Allende, fez elle, incentivando um operario, um medico, um mineiro, um professor a serem mais participes do seu paiz, Glauco! Te lembras? Por signal, não era só no Chile: ca tambem soffremos repressão e sempre fora algum compositor mais censurado, embora sem perder as mãos, a vida...}
(2)
-- Sim, claro que me lembro. Fui alumno, então, da USP e as lettras nem vacille você em pensar que nunca foram frias alli naquelle campus tão visado por nossa dictadura violenta. Mas quero recordar, ja que entre nós rockeiros são heroes, que esse paizano, o Jara, virou thema do nefando regime, na canção que, não no radio, mas sim num elepê, como num show, ouvi bastante, então. Nem nossos Chicos cantaram o que Guthrie a seus irmãos latinos bem cantou. Claro, cantavam tambem outros Caetanos, nenhum mudo ficou, nem Gil, nem Milton. Reaccende agora a atroz questão esse scenario chileno, ou argentino, ou de suppor que seja, brazileiro, ou europeu, até, si ja global se torna a tal questão dessa direita, alhures, em crescente expansão, sempre repressora. Esteve esse Arlo Guthrie mais do lado de baixo que de cyma. Alguem duvida?
ODE TRIUMPHAL (1/6) [8156]
(1)
A scena foi fiel ao que relata a grande midia, quando não a dicta historia scientifica. Na data da guerra, koreano casal grita, supplica, pede para que não batta em ambos o soldado que se irrita. Debalde, si o nipponico os maltracta e os leva até detraz duma guarita.
(2)
Appenas a mulher iria, mas consente o japonez que seu marido va juncto. Sim, terão ambos, por traz dos muros do quartel, logo servido à tropa como escravos. Ella faz chupeta no capricho e divertido serviço faz seu homem: dum rapaz qualquer lambe o cothurno, bem lambido.
(3)
Destinam um quartinho à fellatriz, que attende à soldadesca no privado. Em publico, o “engraxate” seus servis deveres exercita. Si um soldado entrar para foder, outro, feliz, à porta fica. Filmam-no sentado num banco, emquanto ao velho ordena e diz que lamba, koreano desgraçado!
(4)
Ao joven japonez, o koreano maduro faz papel dum inimigo vencido a ser zoado! Desde o cano até o solado gasto, bem consigo suppor como o coitado lambe e irmano a minha lingua à delle no castigo difficil de cumprir! Paresce um panno de chão, esse linguão! Sei o que digo!
(5)
“Mulheres de comforto” dictas são as mães, irmans, esposas que papel farão de putas para que o tesão do raso soldadinho saiba a mel. Mas “homem de comforto” não é tão commum de se encontrar. Serve elle, ao bel prazer do folgazão, como um truão, especie de palhaço do quartel.
(6)
O macho deshonrado foi actor dum filme bem veridico que vi. Chupou, sua mulher, dum oppressor freguez, o sujo pau, bebeu chichi, até. Mas o marido sentiu dor maior, no seu orgulho, si o gury que accaba de fodel-a agora for fazel-o de engraxate e lhe sorri...
ODE AUTOCRITICA (1/3) [8172]
(1)
Puxar pela memoria requeria o facto. Eis que puxei o quanto pude. Requinctes de sadismo, no regime cubano, uns escriptores no detalhe relatam, como aquelle em que o subjeito, sabendo que irá, para trabalhar, ao campo de forçados, antes é levado frente ao publico risonho a fim de confessar o seu delicto: de idéas discordar. Reconhescendo seu “erro”, pedirá perdão ao povo, que ri da sua cara, pois aquillo em nada reduzir vae sua pena.
(2)
Então eu dou palpite que riria melhor a tal platéa si a attitude do preso, mais humilde, ante seu crime, tivesse que ser. Maximo acchincalhe seria que lambesse elle, no peito e até na sola, a bota popular de cada cidadão dessa ralé.
Achando ser delirio o que supponho, appenas eu commento que me excito com esse panorama tão horrendo.
É quando perguntar si me commovo alguem vae, pois me informam que, ao estylo daqui, sadicos entram mesmo em scena:
(3)
“Mas, Glauco, isso occorreu no dia a dia da nossa dictadura! Alguem se illude com falsas negativas? Todo um time bem craque em torturar (Mas não expalhe, sinão vae dar idéa!) tinha feito que cada prisioneiro, ao implorar perdão, lambesse os tennis ou o pé descalço dum cagueta cujo sonho ter era tal prazer! Acha bonito, Glaucão, tudo o que estava accontescendo?” Respondo que, bonito, não. De novo, porem, eu lhes affirmo que tranquillo me sinto. Ter tesão ninguem condemna.
ODE AO DEDO DURO (1/2) [8173]
(1)
Relatam nossos proprios torturados detalhes do papel que desempenha o typico cagueta no odioso regime militar. Em livro, o preso nos conta que informante, no paiz, jamais faltava: algum discreto moço podia ser quem ia, ao “entregar” suspeitos, convidado ser por um agente do DOI-CODI a, si quizesse, sessões presenciar. Um delles deu resposta a tal pergunta nestes termos:
-- Ahi, quer assistir? Quer ver um show legal de pau de arara? Foi você que o caso dedurou. Quer assistir?
-- Uau, si quero! Posso mesmo? Uau!
(2)
Narrou o preso: Foram muito usados os methodos banaes nessa ferrenha usina de tortura. Tinha gozo maior que o dos carrascos um obeso baixote, delator dum infeliz vizinho communista. Num pau grosso ficou dependurado, com um par de fios connectados ao bumbum, ao sacco, ao penis, para rezar prece, o tal de “subversivo”. Se fodeu bonito, como achou, si nós soffrermos a curra, tal gordinho, a quem eu sou egual ao torturado, que mal vê o pé que em suas fuças insistir irá, pisando como num degrau.
ODE AO BOOTLICKING [8187]
Na cara das mulheres ou dum macho, a bota rebaixando vae, a cada pisão, a condição duma coitada na cella, alli detida sem relaxo. No carcere argentino, por debaixo da sola de borracha, se degrada a lingua da detenta, até que invada a sua bocca a rolla que lhe encaixo.
Suppuz-me carcereiro, mas não acho prazer algum na rolla a ser chupada por victimas daquella quartelada sangrenta, ainda quando rende excracho. Mais quero no logar dalgum muchacho estar, na phantasia desvairada, lambendo toda a bota empoeirada do guarda que me faça de capacho. Tirado sou da cella. Ja me aggacho e engattinhando chego, onde me brada que lamba, àquelle typo de folgada risada, em cuja sola a lingua racho.
Regimes militares são o tacho raspado bem a fundo na surrada leitura fetichista, mas ja nada impede que retorne o mau despacho.
RHAPSODIA DA COPROPHAGONIA (1/17) [8239]
(1)
Não canto aqui, Leitor, luzentes theses que sabios e academicos sustentem. Só mostro onde, em Historia, os livros mentem e ommittem, das parochias às dioceses. Consulto do Hermeneuta as exegeses e affirmo: o asco maior que os Homens sentem é o caso em que dum réu no rosto sentem e caguem-lhe os carrascos justas fezes. É deste torpe thema que aqui tracto, embora desaggrade a réus e algozes, ferindo, uns no regalo, uns no recapto. Não sei si irei fazer, Leitor, que gozes. Porém, dada a crueza dum tal facto, suggiro-te a leitura em parcas doses, a menos que ja a Sade sejas grato.
(2)
Jamais a Humanidade se liberta da primitiva practica penal: malgrado algum progresso occidental, tendencia a torturar ninguem conserta. Comquanto se mantenha ‘inda encoberta, a mais nojenta pena leva aval de cem nações, nas quaes à carga anal a bocca dos forçados foi aberta. O culto a Belphegor, o estercorismo, vodu, macumba, nada justifica castigos de coprophilo sadismo!
Mas eis que o obrar fecal se communica na marra à bocca aberta, advesso trismo propicio à oral descarga da titica e nisso obrando (em versos) sempre eu scismo.
(3)
Linguiça de legume, carne, massa... Cocô mixtura tudo. Quem o coma na certa notará como elle somma sabores, duro ou molle alguem o faça. Comer cocô não é coisa que passa por muitas cabecinhas... Mascar gomma paresce preferivel. Até toma chichi quem chupa; merda não tem graça. Occorre que, em regimes de excepção, registra-se a ingestão, como tortura, de merda pelos presos, num porão. A scena se repete, mas a pura verdade é que quem come à força não se lembra do sabor dessa mixtura, em meio a tanta soffrega afflicção.
(4)
A bunda occupa todo o assento e sobra dos lados: elle é gordo, mesmo, e caga, aos poucos, a linguiça! Quando vaga o recto, mais se allarga cada dobra. Debaixo da privada na qual obra, o gordo escuta a surda voz, a praga raivosa que ella solta, rouca, gaga, que o paio emmudesceu mas se recobra. Na bocca, que pragueja e que se cala a cada salsichão a mais que desça, salame entrou, tambem, para tapal-a. Peidando, o gordo faz sobre a cabeça do preso que, no vaso oval, se entalla, um ultimo chouriço: que padesça! Que soffra alli, sem follego, sem falla!
(5)
A bunda, sobre o vaso, se exparrama. Si vista por debaixo, é como o tecto da arena, pelo olhar dum architecto maluco, que distorça o panorama. Porem, quando do rego se derrama a molle merda sobre um pobre, inquieto e afflicto rosto, o jacto de dejecto mergulha um ser humano em chula lama! Ja vi scena do typo: na gravura, a cara do inimigo apparescia, no fundo da privada, bem segura. Depois que, sobre a tabua da bacia, sentava-se um soldado, a bosta dura formava um bollo e a bocca recobria, tal era dos toletes a grossura.
(6)
Castigo desse typo, na latrina, estava ja abolido, se imagina. Na practica, o systema prisional jamais, a qualquer tempo, se humaniza e o preso mais rebelde passa mal. Si a falta não for grave, algum dejecto recebe sobre o rosto. Mas, si for, alem de perceber pelo fedor, sabor sente dum pratto predilecto. Lhe applicam um funil e, sendo oral a via, o paladar sabe que, à guisa de rallo, alli se serve o principal: Tutu com torresminho se elimina, de couve accompanhado, à fescennina maneira da cozinha menos fina.
(7)
Na bocca introduziram-lhe um funil e lhe immobilizaram a cabeça, de modo que seu rosto permanesça voltado para cyma, em pose vil. Não fora seu algoz nada gentil nas coisas que lhe disse: “Otario, exquesça que é gente! Quero mais é que padesça comendo merda, aqui neste covil!”
Accyma do funil foi posto o assento no qual se accommodou, sorrindo, o algoz, de cujo cu sae liquido excremento.
Tragando feito um rallo, emitte voz de bicho aquella bocca, e seu lamento borbulha ao fundo, cada gole appós, na atroz sonoplastia do tormento.
(8)
Vejamos outro exemplo. Na Koréa ainda se practica o que a Amnistia em graves relatorios denuncia: punir com dejecção crimes de idéa. Um preso, cuja origem é plebéa, serviu, como outros tantos, de bacia durante um dia inteiro à burguezia, da qual levou no rosto a diarrhéa. Ficou, sob uma tampa de privada, em pé, cara voltada para cyma, immovel, entallado, olhando cada trazeiro que se sente e que comprima o recto até que o fetido ar invada o céu de quem perdeu toda a auto-estima.
Quizera Deus poupal-o da cagada!
(9)
Depois do peido, pisca o cu de novo e ja dejecta, em jacto, o resto molle daquillo que na mesa é... (Ravioli?
Lasagna? Peixe? Arroz? Sushi com ovo?) A merda offende e humilha o homem do povo, lhe excorre pela face, e o pobre engole um pouco, pois forçoso é que lhe rolle garganta addentro parte do desovo.
Levanta da privada, sorridente e leve o dysenterico burguez, tão ja mijo a molhal-o o preso sente. E mal seu caldo grosso um delles fez, um outro não demora que se sente e faça egual quinhão, por sua vez, no rosto do supposto delinquente.
(10)
Diverso deste caso é o que, no Congo (reporta um anthropologo), attravessa o tempo em seu folklore. Me interessa, portanto, e neste poncto me prolongo.
Guerreiros inimigos passam longo periodo em captiveiro até, sem pressa, morrerem na tortura. Aqui começa o rito bronco desse povo mongo. Até o pescoço enterra-se o captivo, appenas a cabeça, para traz recurva, a bocca aberta, ‘inda bem vivo. Segundo o ritual, somente faz cocô naquella bocca quem, no crivo, tem preso o ventre e é quasi ja rapaz, achando tudo aquillo divertido.
(11)
Meninos e marmanjos fazem fila, se aggacham, um por um, collando a prega ao labio do captivo, que se entrega a Deus, na fé que o espirito lhe asyla. A merda sae a custo e, até engolil-a, ao olho lhe approximam, quasi o cega, o espinho que ammeaça. Descarrega o proximo moleque outra morcilla.
Tolete appós tolete, secco e duro, affunda na goela que ora engulha, se entope do carnivoro monturo.
Si não morrer no engasgo que lhe attulha a glotte, ganha, ao fim de tanto appuro, o premio de pilhar-se livre o pulha, mas isso ser veridico não juro.
(12)
Um outro caso, em solo mussulmano, occorre mais no Irak, alem do Egypto: punir dos dissidentes o delicto é o mais commum pretexto a algum tyranno. Aqui não é na terra nem no cano que o preso está entallado, mas, num rito diverso, frente ao povo e sob o grito selvagem da torcida, encara o damno. Arenas com platéa: a scena exacta que cerca a applicação da fecal pena, appenas precedida da chibata. Embora a lotação seja pequena, o publico é fanatico e retracta a sadica pulsão de quem condemna, agindo como um typico primata.
(13)
Despido, o condemnado ao centro fica, aberta a perna, expondo o viril dote, emquanto o algoz faz uso do chicote e excita uma assistencia nobre e rica. O latego se enrolla e ja se estica de novo, como cobra dando o bote, até que o sangue rubro à pelle brote e alguma porra excorra em cada picca. Então, o principal: posto de gattas, defronte ao torturado ha uma gamella repleta do cocô de escravocratas. Ao toque do chicote, affunda nella as fuças o coitado, e as taes batatas fecaes logo lhe descem pela goela. Peor é que recentes são taes datas...
(14)
Por fim, na nossa America Latina tambem se verifica, e nada inhibe, aquillo que nas ilhas do Caribe e até no Cone Sul mal se imagina. Em muitos dos presidios, a latrina é mais que mero vaso ao sujo kibbe: por traz duma censura que prohibe denuncias, é dos presos a cantina. Alli, o que alguem cagou outro ja come na marra, debruçado e sob abuso verbal dos que bem mactam sua fome. Não sou eu que primeiro o facto accuso, mas quero emphatizar que logo some da midia o azo ao “sadismo”, termo intruso. Preferem-se euphemismos a tal nome.
(15)
Relato um episodio no Equador, no qual os prisioneiros, um por vez, dum cheio comem tudo o que se fez até que exvaziasse o evacuador. Naquelle quem cagou não quiz dispor da valvula, na vil desfaçatez de ver accumular a humana fez que nunca do alimento terá cor. Emquanto um dos forçados se adjoelha a fim de abboccanhar o que lhe cabe, o guarda diz o que lhe der na telha. Com tal mastigação até que accabe, recebe ponctapés e olha de esguelha. Aquelle a quem não manda que se enrabe tem fama, a conferir, de negra ovelha.
(16)
No mesmo vasilhame em que elle caga lhe servem a comida. Assim, na cella commum da Guatemala, os crimes paga quem, sendo dissidente, se rebella. Asturias registrou, na sua saga, o barbaro costume. Mas aquella tortura alimentar ja se propaga na America Latina, com sequela. Ao ver que o preso come algum dejecto no meio do pheijão, o predilecto prazer do carcereiro é olhar-lhe a boia. Alegre, o funccionario até approveita e bota seu tempero na receita, mijando na vasilha: o pheijão boia no liquido, visão digna dum noia.
(17)
Cantei num breve rol como se come dejecto por castigo ou por maldade de guardas carcerarios fans de Sade e não por clamor ultimo da fome. Embora por mendaz alguem me tome, appenas fui fiel à realidade; e ainda que aos puristas desaggrade, forçoso é dar ao methodo seu nome. Chamar-se-ia como a penal lei que algo mais lembre alem de merda pura? Lei Plumbea? Ferrea? Petrea? Oral? Não sei. Eis, pois, Leitor, que emquanto alguem procura melhor nomenclatura, chamarei de “coprophagonia” tal tortura, porquanto melhor termo não achei.
RHAPSODIA SEEGERIANA (1/2) [8384]
(1)
{Glaucão, notei que alguns poemas seus retornam à palavra de partida no verso final. Isso me lembrou aquella canção, triste, de protesto do Pete Seeger, onde elle questiona: “Aonde irão as flores, affinal? Meninas essas flores colher vão. Que irão ellas fazer? Irão casar. E seus jovens maridos? Virarão soldados. Onde irão elles parar? Irão pro cemeterio. Que será de tantas tumbas feito? Darão flores. Destino qual terão as flores? Sim, serão todas colhidas por meninas, que tudo perpetuam.” Concluindo, indaga Seeger: “Quando, um dia, alguem alguma licção disso tirará?”
Canção assim é mesmo magistral, concorda, Glauco? Sinto o pacifismo um tanto pessimista, porem vivo.}
(2)
-- Sim, acho o Pete Seeger um dos meus auctores favoritos. Sempre vida terá no pacifismo o que restou das nossas utopias, que, de resto, nas novas gerações alguem abbona. O Johnny Rivers tinha a principal dansante cover dessa astral canção. Será que tal licção terá logar nos dias actuaes? Hem? Não sei, não. Ah, quantas vezes elle fez chorar um joven semicego! Mais fará!
Cantores folk estão entre os auctores mais intellectuaes e, para mim, mais mestres das palavras mais ferinas, ainda que suaves, e seu lindo legado ficará. Não quero nem pensar, quando estiver ja bem gagá, naquillo que verei, digo, que mal ouvir conseguirei, mas ‘inda scismo que nunca perco o utopico objectivo.
VEHEMENTE COMMUNISMO (1/4) [8479]
(1)
Indagam si de esquerda sou. Admitto que seja, mas me exijo coherente! Me digo stalinista, sem conflicto, ou mesmo um maoista que se sente um tanto masochista... Tambem cito Fidel, mas no começo, quando a gente fallava em paredão para o delicto!
(2)
Sim, chamo-me esquerdista: acho bonito o rosto do caudilho no vigente livrinho de proverbios! Acho o mytho da personalidade condizente! Mas acho mais bonito que haja um rito summario e o prisioneiro dissidente confine-se num campo e esteja afflicto!
(3)
Que em publico se obrigue, sob o grito e o riso, a uma autocritica! Que tente mostrar-se arrependido! Sim, me excito com tal humilhação! Que o penitente não seja perdoado e que, proscripto, forçado a trabalhar no campo, aguente do algoz o gozo sadico e irrestricto!
(4)
Que um unico partido, sem attrito, governe e o oppositor seja silente! Que a midia mal não falle e, por escripto, nenhum poeta seja irreverente! Que mesmo o cego ironico e maldicto não possa criticar o presidente que, sempre charismatico, eu ommitto!
NOBEL DA PAZ [8609]
Suecos não premiam a sueca mais mala do planeta, pois seria, talvez, a marmellada mais explicita. Mas bem que esses pentelhos ecochatos tentaram empurrar goela abbaixo da gente mais um marketing dos teens. Cahiram do cavallo. Jornalistas que enfrentam dictaduras e excancaram censuras ao direito de expressão parescem-me mais dignos desse premio de cunho pacifista. Desta vez applaudo um bom Nobel, pois, sem a midia, os factos não são factos, são fofocas maldosas ou, peor, são postmentiras.
PACIFISTA? [9274]
Mattoso, o pacifismo não conduz a nada que de practico se possa pensar num mundo hostil! Nunca, jamais! Somente em guerra a Terra advançou, com progresso technologico, pois tudo se inventa para armarmos as potencias! Campanhas pacifistas servem para, appenas, aos espiritos dar certo consolo, um illusorio horizontinho!