A ESCRITA CRÍTICA DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS A PARTIR DO MEMORIAL COMO ESTRATÉGIA METODOLÓGICA Maria de Jesus Lopes da Silva1 Eliene Gomes da Costa2 Ivanilde Apoluceno de Oliveira3 RESUMO O relato apresenta os resultados de uma prática educativa com alunos do 5º ano do Ensino Fundamental da escola Estadual Prof. Leonor Nogueira, que teve entre outros objetivos, estimulá-los a escrever de forma, permanente e crítica, a partir de temas ligados as suas realidades, usando o memorial, como estratégia metodológica e os princípios teóricos freireanas como por exemplo, diálogo, esperança, respeito e problematização (FREIRE, (1992; 1996; 2000; 2005). O tema que gerou as produções escritas foi o direito das Crianças. Entre os resultados destaca-se a autonomia para escrever, certa consciência crítica que começam a ter quando observam as condições de vida de muitas crianças, bem como a indagar sobre o papel do poder público diante da violação dos direitos da criança. Os resultados foram apresentados na forma de livro para a comunidade escolar e não escolar. Palavras-chaves: Direitos das Crianças. Escrita crítica. Memorial. Educação Popular.
INTRODUÇÃO Os escritos a seguir revelam o desenvolvimento da escrita crítica dos alunos de uma escola da rede pública de Belém, a partir de leituras da realidade social, tendo por base alguns princípios educacionais freireanos, os quais estão descritos e fundamentados a seguir na educação de Paulo Freire (1992; 1996; 2000; 2005). A intenção, inicialmente, era estimular os alunos a escreverem de forma permanente para avançarem em suas produções textuais, posto que se encontravam com algumas dificuldades para produzirem textos. Mas como fazer isso de forma que despertasse o interesse deles e que fosse, ao mesmo tempo, contextualizado? Foi, então, que pensamos em criar um memorial, uma espécie de diário, em que eles fossem estimulados a escrever, diariamente, ou pelo menos uma vez por semana. Essa escrita ocorreria após as aulas ou alguma atividade diferenciada desenvolvida na sala e ou na escola; a estratégia metodológica iniciou em 2012 e se estendeu até os dias atuais, entretanto, iremos limitar a apresentação dos resultados no ano de 2019.
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Mestre em educação na linha de formação de professores pela Universidade Estadual do Pará; Especialista em docência na educação superior; Pesquisadora pelo Núcleo de Educação Popular Paulo Freire – UEPA; Educadora Popular na Educação Básica. E-mail: marialopes2011m@yahoo.com.br. Orcid: https://Orcid.Org/000 0-0002-46309009.
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Professora da educação Básica, onde atuou por 30 anos na mesma escola. Atualmente, encontra-se aposentada. E-mail: costaeliene2010@hotmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-8766-8983.
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Professora titular da Universidade do Estado do Pará. Doutora em educação pela PUC-SP e UNAM-UAMIztapalapa – México. Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação e coordenadora do Núcleo de Educação Popular Paulo Freire-NEP e da Cátedra Paulo Freire da Amazônia. E-mail: nildeapoluceno@uol.com.br. Orcid: https://Orcid.Org/0000-0002-3458-584X.
Revista “Entre Saberes” - Vol. III, Nº 5 (dez.2020)
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