TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO por María Folqué
ALERTA
DE INCUMPRIMENTO O impacto da pandemia nas contas dos Estados faz prever um forte crescimento do endividamento público. Analisámos as consequências para as economias desenvolvidas e emergentes.
O
aumento do endividamento público não é um dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse, mas parece que vai ser um dos resultados desta peste moderna. A luta contra a pandemia vai exigir esforços fiscais extraordinários num cenário pautado por receitas fiscais mais reduzidas e despesas sociais e com a saúde muito mais elevadas. A despesa pública vai aumentar de forma generalizada, ainda que o seu impacto no endividamento e as suas consequências não sejam iguais em todos os países.
IMPACTO DESIGUAL
A tempestade é a mesma, mas não estamos todos no mesmo barco. A pandemia não afetou todas as economias da mesma forma, nem as encontrou 60 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
no mesmo ponto de partida, apesar de, conforme assinala Kim Catechis, responsável de estratégia de investimento da Martin Currie, “não existir nenhum país que não tenha sido afetado. No futuro, todos vão ficar mais endividados e, neste contexto, um rating de crédito BBB será considerado muito bom; o BBB será o novo investment grade”. Para dar um exemplo de como a pandemia está a influenciar os ratings do crédito soberano, Catechis salienta que “desde março, as agências de rating colocaram 54 países com perspetiva negativa, incluindo os EUA e o Japão”. A dívida pública nipónica já representa 236% do PIB; a dos EUA deverá atingir os 150%. No entanto, na sua opinião, estes países contam com uma vantagem. “A grande diferença entre estas duas nações e as restantes é a seguinte: cada