A internet e o desempenho acadêmico das crianças Tecnologia vem sendo incluída cada vez mais na rotina infantil. Se monitorada de forma correta pelos pais, pode se tornar uma grande aliada nos estudos Daniela Cintra, Isabella Serena, Diogo Santos
U
ma pesquisa feita pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade da Califórnia, resolveu testar o comportamento infantil após distribuírem consoles de jogos para algumas crianças. Após quatro meses de estudo, pode-se perceber que a maioria passou a maior parte do tempo jogando ao invés de realizar os deveres de casa, o que resultou em um decréscimo das notas escolares em 5%. Em outra pesquisa realizada pelo MIT, dois grupos de crianças tiveram que decorar uma lista de palavras, logo após a atividade: o primeiro grupo não poderia jogar, já o segundo grupo jogou videogame durante uma hora. No dia seguinte, as crianças que não jogaram lembravam cerca de 80% das palavras em comparação às que jogaram, que lembravam de 50% das palavras contidas na lista. É fato que nos tempos atuais as crianças têm encontrado nos videogames e na tecnologia uma válvula de escape para fugir da solidão do isolamento. Vera Staniack de 55 anos, técnica em enfermagem e cuidadora de idosos, conseguiu encontrar uma forma de fazer com que os netos se desligassem pelo menos um pouco dos video
50 revistacdm | educação
games. Moradores de um apartamento que não possui área de lazer, os irmãos Gabriel Staniack, de 8 anos, e Vinícius Staniack, de 10, rigorosamente todos os dias às 15 horas são levados à rua pela avó e a madrasta, que os observam enquanto eles andam de skate, bicicleta ou brincam de qualquer outra coisa que os desliguem dos celulares que cada um possui. “O desempenho nas aulas online tem sido bom, aparentemente, mas nós não sabemos se isso é algo sincero ou se é apenas uma tentativa de ‘tapar o sol com a peneira’ dos professores tentando dizer que eles estão indo bem”, comenta Vera. Quando não estão andando de skate, os meninos ficam o tempo todo dentro do apartamento, entretidos com videogames ou consumindo conteúdos do YouTube. Para Vinícius, que está no quinto ano, as atividades à distância são mais fáceis do que presencialmente, e garante que o tempo que passa no celular não o prejudica: “Não tem como fazer outras coisas na internet na hora da aula, pois você precisa ficar com o celular ali, conectado”, afirma ele. Já Rosemeri Aparecida Rozza Schambeck, de 48 anos, mãe de Bruno, de 13, e Isabela, de 11, as crianças têm se tornado mais antissociais, pois pas-