Edição Outubro 480

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Raças

Nelore projeta 25 mil abates técnicos em 2020 O total de carcaças avaliadas é quase três vezes maior do que há dois anos. A última etapa do Circuito será em novembro.

Lote de machos que venceu o certame em 2019, aguardando abate no curral da Friboi em Nova Andradina, MS

Q Graças ao melhoramento genético, animais abatidos são mais precoces e pesados ” André Locateli, gerente executivo da ACNB

Larissa Vieira, de Uberaba, MG

uase 14% a mais de carcaças nos ganchos dos frigoríficos parceiros do Circuito Nelore de Qualidade em 2020 em comparação a 2019. Esta é a expectativa de crescimento da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) para esta edição, que, mesmo com as limitações impostas pela pandemia da Covid-19, deve encerrar como a maior já realizada desde o início dos abates técnicos conduzidos pela entidade, em 1999. A previsão é avaliar 25.000 animais de 250 pecuaristas e em 40 etapas pelo País, ante os 22.000 exemplares de 228 pecuaristas e 26 etapas do ano passado (em 2018 foram 9.000 animais avaliados, em 10 etapas, com 68 participantes). A última etapa está marcada para os dias 18 e 19 de novembro, na unidade da Friboi, em Campo Grande, MS. Ao final, o Circuito Nelore de Qualidade terá passado por 11 Estados, incluindo Bahia, São Paulo e Tocantins (que abrigarão as últimas etapas), além de Acre, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará e Rondônia, que sediaram, até setembro, 24 etapas. Foram avaliados, nesse período,

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11.340 animais, 8.840 (78%) machos e 2.501 (22%) fêmeas. O dobro disso é esperado para as próximas 16 etapas, que coincidirão com os meses de maior desova de bois terminados em confinamento. Para André Luís Locateli, gerente executivo da ACNB, quanto maior a amostra avaliada, mais significativo e fiel é o resultado apurado. “Isso permite evidenciar a qualidade e a evolução do Nelore enquanto raça produtora de carne de qualidade”, interpreta. Já para o presidente da entidade, Nabih Amin El Aouar, o Circuito vai além de uma competição. “Ele é uma ótima ferramenta de avaliação do trabalho que está sendo realizado pelo pecuarista. É uma oportunidade de verificar e validar pontos de melhoria e demonstrar ao mercado o resultado de seleção da propriedade. Isso está permitindo a formação de rebanhos Nelore mais homogêneos, e quem ganhará é a população em geral, que poderá encontrar no mercado uma carne de melhor qualidade”, assegura. Jovens e pesados Peso e acabamento de carcaça são itens que têm maior impacto na pontuação final do Circuito Nelore de Qualidade. Os dados coletados até setembro indicam média de 21,5@ para os machos inteiros terminados em confinamento, quase uma arroba a mais do que pesaram os inteiros de pasto (veja gráficos na pág 72). Essa foi exatamente a diferença entre as fêmeas terminadas em confinamento e a pasto. No quesito acabamento, só 43% dos machos registraram cobertura mediana e uniforme, desejáveis, enquanto 54% registraram cobertura escassa. Já as fêmeas registraram 67% de carcaças medianas e uniformes e apenas 33% de escassas. Números que devem mudar, pelo menos para os machos, com o abate de mais animais de confinamento nas últimas etapas. Além disso, quanto mais jovens, melhores as pontuações recebidas pelos animais: até meados de setembro, 61% dos machos e 80% das fêmeas tinham até dois anos de idade. Da mesma forma, lotes maiores, com essas características, recebem bonificação sobre a nota final. “Lotes acima de 108 animais ganham bonificação máxima, pois sabemos que produzir com qualidade e em maior quantidade é mais desafiador”, explica Locateli. O grau de acabamento dos machos abatidos no Circuito já foi maior. Em 2017, 76% dos machos apresentaram acabamento de carcaça mediano ou uniforme e,


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