DIAGNÓSTICO - DEZEMBRO 2021
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E SAÚDE Texto de David Raimundo
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E DOENÇAS CARDIOVASCULARES Atualmente, a evidência científica sobre a relação entre a poluição atmosférica e as doenças cardiovasculares é substancial. Por exemplo, alguns estudos concluíram que tanto a exposição de curta duração como a de longa duração a ar poluído estão associadas a um risco aumentado de AVC. Várias investigações têm contribuído para uma melhor compreensão da relação entre esta exposição e fatores como a disfunção endotelial, a aterosclerose, a ativação plaquetária e os estados pró-trombóticos. Entre os mais vulneráveis à poluição atmosférica incluem-se pessoas com mais de 65 anos, fumadores, crianças asmáticas e pessoas com alergias. Por exemplo, o CO2 torna o ar mais “ácido”, o que leva a uma maior libertação de pólen pelas plantas. Isto pode ser particularmente perigoso para certos doentes respiratórios devido à hiperprodução de muco. No entanto, as pessoas saudáveis também são afetadas por níveis especialmente elevados de pólen. Em 2016, na Austrália, a combinação de uma violenta tempestade com altas concentrações de pólen na atmosfera levou ao que a revista The Lancet descreveu como “a maior e mais catastrófica epidemia de thunderstorm asthma”. Vários milhares de pessoas recorreram a serviços de urgência por sintomas respiratórios agudos devido a esta situação, que também foi responsável por internamentos em UCI e pela morte de dez pessoas, todas elas com asma.
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