ANDRESSA FABRIS
COFFEE BREAK Uma pausa para falar sobre Comunicação e Marketing
COFFEE BREAK Apresentação
Estamos em 2020 e um episódio com uma conhecida do Instagram me fez buscar textos antigos de quando eu tinha uma participação na Rádio Som Maior com o quadro Coffee Break. Essa amiga virtual teve seu canal no YouTube, com mais de 150 mil seguidores, impactado por mudanças de regras na rede social. O meu objetivo era encontrar um texto em que eu sugeria não colocar todos os seus ovos na mesma cesta e alertava sobre que as redes sociais não eram um ambiente dos usuários, ou seja, todos estávamos sujeitos a mudanças sem aviso prévio. Ao fazer esta busca, encontrei arquivos com mais de 180 textos curtos produzidos para o quadro Coffee Break, na Rádio Som Maior, no qual semanalmente eu contava em pouco mais de um minuto algum fato da área de comunicação e/ou dava alguma dica. Se aquele texto alertando para investimentos exclusivos em redes sociais ainda valia, deveria haver ali, naquele acervo, outras informações importantes. Por que não colocar tudo isso em um único material e aproveitar a experiência daquela época para avaliar o que estamos fazendo hoje? E mais: relembrar ações de comunicação e marketing, crises e outras experiências do período e poder medir o impacto delas na atualidade.
COFFEE BREAK Apresentação
Assim
nasceu
este
e-book,
um
compilado
das
minhas
participações no programa Adelor Lessa, na Rádio Som Maior. Como são muitos textos, eles serão divididos em três edições. Nesta primeira, estão os de 2015. Ainda teremos o e-book de 2016 e o de 2017. Aproveito para agradecer à Rádio Som Maior e ao jornalista Adelor Lessa, que me deram a oportunidade de compartilhar meu conhecimento e pesquisas em comunicação no período de três anos. Boa leitura! Andressa Fabris
SUMÁRIO Crise? Que crise?
06
Redes sociais x gracinhas
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Crise e comunicação
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Rádio na frente
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Reconhecimento ao consumidor
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Contato real
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Licenciar marca: sim ou não?
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O Dia das “Pães”
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O mau hábito do celular
19
Storytelling
20
Excessos do consumo
23
Falar em público
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Os clubes de consumo
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Glambox
28
Trabalho com sentido
29
O uso das redes sociais
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Ter ou não ter?
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Mudança de marca
34
SUMÁRIO Empresa tem alma?
35
Polêmicas na rede
37
Transparência interna
39
Mala direta
40
Site atualizado
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Feira de negócios
42
Comunicação interna
44
Storydoing
46
Constanza e marca
48
Reputação de verdade
49
Verdade e credibilidade
50
SAC virtual
52
Mudanças na comunicação
54
Voz da marca
56
Balanço social
57
Confiança digital
59
Gestão de crise
61
Pelo coletivo
63
Cerveja e publicidade
65
CRISE? Que crise? 15/07/2015 Quero apostar com nossos ouvintes que, ultimamente, o assunto número 1 nos coffee breaks é a crise. Será que ganho a aposta? E nos coffee breaks também dá para perceber que há aqueles empreendedores que estavam preparados para este momento e aqueles que deixaram a crise chegar sem nada ter feito. Para muitos, estar preparado é ter uma empresa enxuta e custos controlados no limite. Para mim, estar preparado é trabalhar uma gestão eficiente sempre, independentemente se estamos em tempos de crise ou de bonança. É investir continuamente na qualificação da equipe, fazer com que os profissionais da empresa entendam e absorvam os propósitos do negócio; é manter um relacionamento direto
com
o
consumidor,
atendê-lo
com
qualidade, eficiência e, acima de tudo, respeitá-lo em sua condição de cliente, os seus desejos e necessidades. Estar preparado para a crise é observar o mercado sempre, manter os olhos
abertos
para
as
mudanças
de
comportamento
do
consumidor e inovar.
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É ter aproveitado os lucros dos tempos de fortuna para investir na marca e na qualidade dos produtos a tal ponto que agora, no momento em que o consumidor terá que fazer suas escolhas mais econômicas, prefira comprar o que você vende. E é um pouco de tudo isso: marca, estratégias empresariais, relacionamento com o consumidor, comunicação interna e externa que trataremos aqui no Coffee Break.
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Redes sociais x gracinhas 15/07/2015 Alguns anos atrás, a impressão que se tinha era de que estar nas redes sociais era uma obrigação para as empresas - tinha-se que estar lá.
De
uns
tempos
pra
cá,
o
mundo
corporativo
conscientizou-se de que, se é para estar, não é de qualquer jeito e é preciso ter ideia do reflexo da presença da empresa em uma rede social. Mas parece que uma nova onda toma conta das fanpages e perfis empresariais: é preciso fazer gracinhas. Puxada especialmente pelos usuários mais jovens, para quem a zoeira nunca acaba, e pela Prefeitura de Curitiba, que faz isso com maestria, essa nova onda está colocando em maus lençóis aquelas corporações e instituições não tão engraçadinhas. Basta ver o que, de vez em quando, acontece com a página oficial da Presidência da República. Assuntos sérios e de forte impacto social são tratados com memes, aquelas imagens com piadinhas que são infinitamente compartilhadas. A diferença é que, para a Presidência da República, nem sempre tal ferramenta pega bem.
8
A última gafe desse tipo foi comemorar a medida provisória que reduz a jornada de trabalho em empresas em crise com uma imagem de Chaplin em Tempos Modernos - um filme que retrata um trabalhador executando tarefas repetitivas em regime quase de escravidão. Não dá para fazer gracinha com um assunto assim tão sério.
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Crise e comunicação 24/07/2015 Não há como negar: estamos em um momento de incertezas, todos falando sobre crise. Alguns especialistas dizem que o pior momento ainda não chegou, outros argumentam que serão necessários oito anos para revertê-la. Em meio a esse turbilhão de informações, a insegurança no mercado é natural. Se você que é empresário, que está conversando diariamente com seus pares, buscando informações, procurando o auxílio de especialistas, está com dúvidas, imagine o seu funcionário! É natural que um clima de apreensão se instale entre os trabalhadores: será que vou perder meu emprego? Será que a empresa em que eu trabalho tem caixa e condições para aguentar a crise? Será que o dono está buscando novas oportunidades? Será que eu devo levar meu currículo para outras empresas? Afinal, o que está acontecendo? São muitas perguntas e dúvidas. E se, em sua empresa, o clima está assim, está na hora de chamar a equipe para uma boa conversa.
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A comunicação interna é a melhor ferramenta para reduzir os burburinhos em qualquer momento de incerteza. Se você falar claramente com sua equipe sobre o que está acontecendo na empresa, a insegurança é reduzida. A tendência é que a equipe se engaje no processo e assuma seu papel neste momento de mudança. Mesmo naquelas empresas em que a comunicação interna já acontece continuamente e de forma eficiente, em um momento de incerteza, podem ser necessárias novas ações. O tipo de ferramenta para essa comunicação vai depender de vários fatores. Leve em consideração o número de funcionários, o nível de ruído já instalado, o nível de escolaridade de sua equipe. Pode ser que um comunicado via e-mail funcione, mas pode ser também que sejam necessários encontros em pequenos grupos para um contato
mais
direto
e
um
maior
esclarecimento.
Independentemente da ferramenta, a dica é: comunique-se com sua equipe.
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Rádio na frente 27/07/2015 Primeiro foi a televisão; nos últimos tempos, a internet vem revolucionando a forma de se comunicar com os clientes. Mas uma pesquisa divulgada em julho pela Nielsen mostrou que o rádio nunca perdeu a majestade como mídia de massa. De acordo com o relatório da Nielsen, 93% dos brasileiros com mais de 18 anos ouvem rádio. A televisão aparece em segundo lugar, com 87%, e em terceiro, vêm os smartphones, com 70%. O levantamento da Nielsen traz algumas reflexões para quem quer se comunicar com o consumidor. A primeira delas é: minha publicidade está adequada para o potencial que o rádio oferece? Muitas empresas costumam apenas reproduzir no rádio o áudio dos anúncios de TV, mas nem sempre a mensagem e o formato são adequados. A segunda reflexão deve considerar outra pesquisa, a que mostra que 50% dos brasileiros com mais de 10 anos acessam a internet. Ou seja, a internet não está nem perto de ser uma mídia de massa. Isso não significa que deve ser desprezada, afinal todo o seu público pode estar nela.
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E é neste ponto que quero chegar: antes de sair investindo em uma grande campanha, de entrar na nova onda, que tal saber por onde anda seu público, de onde ele vem buscando informações, qual a mídia que ele acompanha e em qual acredita? Ouvir seu público sempre será a maneira mais rápida e eficiente de ter sucesso em uma estratégia de comunicação.
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Reconhecimento ao consumidor 27/07/2015 Em tempos digitais, de interação virtual, o cliente valoriza cada vez mais o relacionamento pessoal, a atenção personalizada. Uma simples resposta a uma pergunta no perfil da empresa nas redes sociais já é celebrada pelo consumidor. Atenta a isso, a rede de supermercados Rissul, presente em 21 cidades do Rio Grande do Sul, trouxe à realidade um relacionamento que era intenso no ambiente virtual. Para comemorar o Dia do Amigo, a Rissul fez uma
R
homenagem dentro de uma de suas lojas à sua fã número 1, aquela cliente que interage diariamente com a rede de supermercados por meio do Facebook. Todos os dias, a gaúcha Nica saudava a Rissul. Às vezes, um diálogo maior, às vezes apenas um bom dia, mas uma interação que se tornou diária. Um dia, Nica chegou à loja Rissul que costumava frequentar e se deparou com faixa e funcionários aplaudindo uma relação que, segundo eles, não podia ser somente virtual.
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A ação foi toda gravada e a emoção de Nica foi intensamente compartilhada por pessoas que se identificaram com a ação, ou seja, também desejam receber atenção e ter seu valor como cliente reconhecido. O resultado é a marca Rissul, que antes estava restrita ao Rio Grande do Sul, agora conhecida em todo país como uma empresa que valoriza o cliente e que quer atendê-lo com atenção.
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Contato real 30/07/2015 No último Coffee Break, nós falamos de uma ação do supermercado Rissul de valorização à sua fã número 1 no Facebook. No Sul de Santa Catarina, a Unesc foi além das homenagens aos fãs nas redes sociais. Convidou para um encontro um grupo de Unesc lovers, como são chamados os professores, egressos, acadêmicos e futuros estudantes da Universidade que interagem com frequência nos perfis nas redes sociais. Mais que um café como uma forma de agradecimento por esta interação, a Unesc proporcionou a eles uma atividade de cocriação. A interação pessoal somada ao exercício proposto resultou em conhecimento sobre necessidades, hábitos e desejos desses fãs, o que eles esperam da Unesc nas redes sociais, e muitas, muitas ideias para conteúdos e novas abordagens no ambiente digital. A ação desenvolvida com os Unesc lovers mostra que, como na vida, também nos negócios, o contato virtual é um facilitador, mas nada substitui o relacionamento pessoal.
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Licenciar marca: sim ou nao? 30/07/2015 A editora Abril anunciou, neste ano, a venda de várias de suas revistas e o fechamento de outras. Agora, a empresa anuncia que uma de suas publicações, a Boa Forma, faz parceria com a indústria Verde Campo para dar nome à linha de iogurte grego. Não é novidade, nem na Abril, empresas emprestarem suas marcas para produtos que nada têm a ver com o seu negócio, mas estão alinhados com a filosofia dela. É o caso da Boa Forma, originalmente uma revista sobre dietas, saúde e beleza, e que vendeu, só no ano passado, 250 mil produtos diferentes com seu nome. Quando se tem uma marca consolidada e bem posicionada, esse processo de licenciamento pode ser o pulo do gato. Mas, como todo negócio, precisa ser avaliado o impacto desses novos produtos na própria marca. O que funciona muito bem para uma empresa pode não dar resultados para outra. A própria Editora Abril recuou dessa iniciativa com outra revista depois de um boicote
de
anunciantes.
Já
a
marca
Turma
da
Mônica
frequentemente é acusada de incentivo ao consumo infantil desmedido, já que seus personagens estão presentes em cerca de 3 mil itens por meio de 150 licenciados. 17
O Dia das “Pães” 11/08/2015 O Dia dos Pais é uma data para se homenagear os homens, certo? Não na visão da rede de lojas Marisa, marca alicerçada no público feminino. A empresa conseguiu tirar partido da data ao celebrar as “pães”, aquelas mulheres que fazem o papel de pai e mãe. E acertou em cheio. Apesar de estar focada na classe C, a Marisa conseguiu alcançar mães e filhos de todas as idades e classes sociais, pois as ´pães´ fazem parte da realidade brasileira. Mas por que, mesmo vendendo produtos masculinos, a Marisa resolveu homenagear as mães, e não os pais? Simplesmente porque a Marisa quer conversar mais com as mulheres. A partir da leitura da realidade feminina no Brasil, a Marisa promove com frequência campanhas para se comunicar de forma eficiente com esse público e reforçar seu posicionamento de "marca corporativa com forte identificação e relação de intimidade com a mulher brasileira", especialmente da classe C. As ações para impactar as mulheres vão além da oferta de produtos conectados com as principais tendências, preços acessíveis e crédito flexível. São ações que tocam a parte mais sensível do corpo feminino: o coração. Basta dar uma olhada no site e ver campanhas como Mulheres de Verdade e SOS Amiga. 18
O mau hábito do celular 11/08/2015 As empresas normalmente investem em campanhas publicitárias para incentivar o uso de seus produtos. É por isso que chama tanto atenção quando uma marca decide mudar o rumo e buscar o caminho da conscientização. É o caso da campanha "Usar bem Pega bem", da operadora de telefonia celular Vivo. Na contramão do incentivo ao uso de todos os recursos dos aparelhos de telefonia celular, a Vivo propõe um debate sobre os excessos e o quanto isso está afetando a vida social das pessoas. A campanha questiona: será que estamos usando o celular do jeito certo? E fala sobre muitos posts e pouca conversa, dirigir falando ao celular, entre outros maus hábitos trazidos pela tecnologia. Apesar de ser uma campanha admirável e uma discussão altamente necessária, a proposta da Vivo não vem à toa. Enquanto 68 milhões de brasileiros acessaram a internet por meio de um smartphone no primeiro trimestre de 2015, o número de ligações feitas por telefones celulares caiu 15% no mesmo período. Ou seja, cada vez mais os brasileiros estão deixando de fazer ligações e utilizando outros recursos dos seus telefones para se comunicar, o que afeta diretamente as operadoras como a Vivo. 19
Storytelling 14/08/2015 Contar histórias é coisa muito antiga, mas, nos últimos anos, esse ato ganhou ainda mais espaço no meio publicitário e passou para o patamar de uma das principais e mais atrativas formas de comunicar. O storytelling, como é chamada essa técnica narrativa, é usado com vários objetivos: resgatar a história de uma empresa, facilitar a comunicação de um momento específico, explicar de uma forma clara os objetivos de um novo projeto. O importante é que, ao contar uma história, o leitor se identifique com ela e a marca ganhe vida. Se você buscar algumas embalagens de produtos moderninhos, vai perceber a técnica nelas. Por meio de uma bela e emocionante história, a marca conta sua origem e transmite sua missão e valores, criando uma conexão com o consumidor. Um dos bons exemplos do uso da técnica é a campanha "Retratos da Real Beleza", da Dove. Nela, um artista forense faz retratos falados de mulheres a partir da autodescrição delas e da descrição de outras pessoas. Ao analisar os desenhos, as mulheres percebem que as pessoas as veem muito mais bonitas que elas próprias se percebem. O vídeo foi compartilhado milhares de vezes, emocionou e influenciou mulheres do mundo todo. 20
Mas, como em tudo na vida, sempre tem quem abusa da técnica e substitui a própria história, às vezes sem graça, por uma mentira bem contada. Aqui no Brasil, o caso mais famoso é o da marca de sorvetes Diletto, um fenômeno desde que foi criada, em 2008. Para convencer o consumidor a pagar, na época, oito reais por um picolé de marca desconhecida, a Diletto contou em suas embalagens que a inspiração para a criação do produto vinha do Nonno Vitório, avô de um dos fundadores e que teria morado na região do Vêneto, onde fabricava sorvetes utilizando frutas frescas e neve. A mentira foi descoberta, a empresa sofreu processo no Conar e foi obrigada a mudar sua embalagem. O caso mais recente de sotrytelling mentiroso é o da marca de roupas americana Hollister, que usou uma atraente história de um homem que cansou da vida urbana, saiu pelo mundo a velejar, conheceu seu amor na Ásia, casou-se, teve um filho, abriu uma lojinha de artesanato e, em 1922, quando o herdeiro assumiu o negócio, passou também a vender roupas. Tudo mentira! A marca foi criada em 2000 e sua história nada tem a ver com a aventura mundo afora, a não ser o próprio posicionamento da marca e de todo seu conteúdo de internet.
21
Contar uma histĂłria mentirosa pode ser mais fĂĄcil para transmitir o posicionamento da empresa, no entanto, coloca em risco a credibilidade da marca e seus produtos. AďŹ nal, mentira tem perna curta.
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Excessos do consumo 24/08/2015 Mais ou menos um mês atrás, a "grande" polêmica nas redes sociais foi provocada por uma foto de gomos de bergamota vendidos em bandeja pelo supermercado Carrefour. Em meio a críticas à nova geração, ao preço cinco vezes maior do que o da laranja com casca, e à discussão em torno do nome correto da fruta, veio à tona, embora discretamente, uma questão mais séria para o debate: o uso excessivo de embalagens. Apenas alguns posts isolados questionaram o quanto o fato de tornar a vida do consumidor mais prática poderia prejudicar o meio ambiente. No outro lado do mundo, em Berlim, a preocupação com a sustentabilidade promoveu a criação do primeiro supermercado sem embalagem da Alemanha. Nele, é proibido entrar produtos em embalagens descartáveis. Os poucos recipientes encontrados são de vidro. Neste supermercado, os produtos são vendidos a granel e o próprio cliente leva suas sacolas para transportá-los para casa. Apesar de contraditórios, os dois exemplos de hoje trazem um ponto em comum: a observação do comportamento do consumidor.
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Enquanto aqui no Brasil ainda há uma grande parte da população que se preocupa em ter uma vida prática, mesmo pagando cinco vezes mais por isso, a Alemanha caminha por uma via mais sustentável, o que dá espaço para negócios à moda antiga, como nos secos e molhados dos tempos de nossos avós.
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Falar em público 24/08/2015 Uma das grandes necessidades e também dificuldades dos líderes é falar em público. Com frequência, vemos pessoas em cargos de responsabilidade, mas que não têm boa oratória. Mas há também aqueles que, mesmo sem uma boa fluência em suas falas, conseguem encantar o público e fazê-lo compreender seu propósito. A comunicação bem feita vai além do bom vocabulário e da fala sem tropeços. É preciso entender para quem se está falando e adequar a linguagem ao público. Profissionais com alta capacitação, muitas vezes, têm dificuldade para tornar termos técnicos mais compreensíveis. Ao usar somente um vocabulário restrito à sua atividade ao falar a um público leigo, a tendência é que esse orador afaste o seu público e até mesmo passe uma impressão de arrogância. Da mesma forma, um vocabulário muito simplificado pode não funcionar diante de uma plateia técnica. O fato é que, se você estudar o seu público, souber como ele se comporta e o que deseja, vai adequar a linguagem e o tom de voz para encantá-lo e, principalmente, fazê-lo entender o que quer comunicar.
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Os clubes de consumo 01/09/2015 Não é de hoje que as pessoas querem pertencer a clubes. Pode parecer coisa de elite, mas esse é um comportamento de pessoas de qualquer classe. O fato é que, fazendo parte de um determinado grupo, as pessoas sentem-se especiais. Nos últimos tempos, as tradicionais reuniões entre amigos passaram a ser chamadas de confrarias, um novo nome para intitular um grupo especial. Pois algumas empresas resgataram esta vontade de pertencer a clubes e a aliaram a outro desejo do consumidor, o de sentir-se exclusivo, e criaram uma nova forma de fazer marketing. Os chamados clubes de assinatura entregam todos os meses, na casa de seus assinantes, uma seleção de produtos para que possam experimentá-los, muitas vezes, em primeira mão. No Brasil, há clubes de cervejas, vinhos, cosméticos, gastronomia, entre os mais variados grupos de consumo. O sucesso dos clubes de assinatura é resultado de uma soma de benefícios a todas as partes envolvidas.
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As marcas ganham com a entrega de seus produtos a um consumidor totalmente interessado e disposto a continuar comprando; os assinantes ganham com a possibilidade de testar produtos muitas vezes mais caros que o valor da assinatura; e o dono do clube pode ganhar duas vezes, com o valor das assinaturas e com o investimento das marcas para colocar seus itens naquela caixinha especial. É ou não Ê uma receita boa?
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Glambox 01/09/2015 No último Coffee Break, nós falamos sobre os clubes de assinaturas, em que os consumidores pagam um valor por mês para receber em casa produtos para experimentar. Há clubes dos mais variados, como vinhos, cervejas, petiscos, gourmets. Um dos mais conhecidos e bem-sucedidos no Brasil é o Glambox, criado há três anos, conta com 20 mil assinantes e deve faturar R$ 15 milhões em 2015, o dobro do ano passado. Por meio da caixinha Glambox, as consumidoras recebem todos os meses produtos como cremes, xampus, maquiagem e outros itens cosméticos. O clube começou oferecendo apenas amostras, cinco por mês, mas as marcas agora colocam produtos full-size. Além de um formato interessante para as consumidoras, o Glambox oferece atrativos adicionais para as marcas. Em troca dos produtos nas caixinhas, as empresas têm visibilidade nas redes sociais, no site do clube e também a possibilidade de pesquisas de avaliação pelas assinantes. Ou seja, no lugar de enviar as tradicionais amostras em revistas e supermercados sem ter um retorno do consumidor, as marcas agora têm uma via de mão dupla: oferecem o produto e, em troca, recebem uma avaliação de quem testou, e ainda a visibilidade em um canal que fala diretamente com os grupos de consumidoras com quem desejam se relacionar.
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Trabalho com sentido 11/09/2015 Foi-se o tempo em que as empresas apenas valorizavam o currículo dos candidatos a funcionários. A partir de uma série de testes e avaliações, os recrutadores agora buscam identificar se os objetivos e valores das pessoas são os mesmos que os da empresa.
E
parece
que
os
profissionais
também
estão
preocupados em encontrar um trabalho identificado com suas causas. Foi para conectar empresas e candidatos com a mesma missão que surgiu a plataforma digital 99 Jobs. O nome vem dos 99% de chance de a pessoa encontrar o trabalho que ama por meio dessa ferramenta. Um algoritmo faz uma busca de informações que demonstrem os valores, missão e a forma de agir das organizações. Já os candidatos também colocam tais informações em seus cadastros para então haver a conexão entre as duas partes. Os fundadores da 99 Jobs dizem que não são uma empresa, mas uma causa: ajudar as pessoas a fazer o que elas amam. O manifesto da 99 Jobs diz: não desperdice sua vida não sendo você. Não peça permissão, a vida é muito curta para trabalhar com algo que não faz sentido para você.
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O uso das redes sociais 11/09/2015 Ferramenta de comunicação que pode ser considerada recente, as redes sociais ainda geram muitas dúvidas, tanto sobre a forma como devem ser utilizadas por empresas e personalidades como pela sua eficácia. O certo é que esse jeito de dialogar veio para ficar, mesmo que a cada dia surja uma nova rede social. Então, para quem quer utilizar esse meio como uma forma de mídia, de projeção da sua marca ou de comunicação com o consumidor, existem algumas premissas básicas. Para mim, a primeira delas é ter consciência da sua posição no mercado e da responsabilidade que isso acarreta. A partir disso, você vai assumir uma postura condizente com o seu trabalho. Se é uma marca para jovens, terá uma linguagem mais moderna e antenada e poderá surfar nas ondas das polêmicas e discussões desse público. Mas, se você é um político, por exemplo, terá que pensar muito bem antes de entrar em determinados debates. Ter opinião sobre os assuntos cotidianos é importante, mas lembre-se de que, a partir do momento em que você é uma personalidade, não está mais conversando com a família ou os amigos, mas sim com o público em geral. Atenção também para as fotos e para não se deixar levar pelas modinhas das redes. 30
Um mau exemplo recente foi a selfie postada pelo ex-prefeito de Santos, ao lado do atual prefeito da cidade, tendo como fundo o incêndio de grandes proporções que atingiu uma empresa em abril deste ano. A selfie teve ampla e negativa repercussão, gerando vários memes e sendo apelidada de "selfie sem noção".
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Ter ou não ter? 20/09/2015 Empresários de vários portes e segmentos, especialmente aqueles que não têm um trabalho contínuo de comunicação, perguntam com frequência se é necessário estar nas redes sociais. Para alguns tipos de negócio, como o varejo, é praticamente imprescindível ter presença em redes sociais. Mas, há também setores que não dependem tanto desse formato de comunicação. Por exemplo, aqueles que vendem matéria-prima para poucos e grandes clientes. Para definir sua presença nas redes sociais, é preciso
observar
algumas
questões.
Em
primeiro
lugar,
assiduidade é importante, ou seja, não adianta postar algo hoje e só publicar algo novo duas semanas depois. É importante ter um calendário dessas postagens, estabelecer uma programação que garanta sua presença com informação de qualidade para os seus consumidores. O segundo ponto a observar é que redes sociais são um canal de diálogo, ou seja, seus clientes utilizarão esse meio para falar com sua empresa e você precisa estar atento a isso para dar uma resposta rápida.
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Ainda para satisfazer a necessidade de informação do consumidor com precisão e agilidade, mesmo as empresas menores devem simular algumas questões que podem aparecer nas postagens e definir como serão respondidas e por quem. Se perguntarem o preço
da
mercadoria?
perguntarem
se
Se
trabalham
perguntarem com
venda
o
tamanho?
Se
condicional?
Se
reclamarem do atendimento ou de mercadoria com problema? É importante ter um manual de procedimentos e informar a sua equipe que existe um padrão para essas respostas. Claro que cada caso deve ser avaliado com cuidado, mas já ter de antemão uma linha de resposta é importante para que o processo tenha agilidade.
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Mudança de marca 20/09/2015 Se há uma parte da empresa em que a mudança deve ser pensada e repensada, essa parte é a marca. Pode ser uma alteração do nome ou na identidade visual, os impactos devem ser bem avaliados. Uma grande empresa vai medir, inclusive, o quanto essa mudança pode abalar o valor do negócio. Mas mesmo o pequeno empresário deve refletir se a modificação trará mais benefícios ou prejuízos. Entre as análises, deve-se medir o quanto o consumidor se identifica com o nome ou logo; o valor de mercado; quanto vai custar tal mudança com troca de papelaria, uniformes, embalagens, sinalização, entre outras peças; e se esse nome ou logo transmite realmente o propósito da empresa, o quanto
se
identifica
com
o
negócio.
O
alterou
recentemente sua identidade visual, deixou mais leve, mas ainda com as cores que os usuários do buscador o identificam facilmente. A empresa aérea Gol também mudou sua identidade visual. De acordo com a empresa, o novo logo representa ainda mais tecnologia e, por isso, o lançamento dele marcou a inauguração de seu centésimo avião de última geração.
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Empresa tem alma? 04/10/2015 Na semana passada, durante a comemoração dos 20 anos da Associação
dos
Jovens
Empreendedores
de
Criciúma,
o
empresário Hugo Olivo, diretor-presidente da La Moda, fez palestra falando sobre a alma das empresas. Assim como nas pessoas, a alma é algo que fica escondido, muitas vezes é subjetivo e difícil de ser traduzido. O empresário Hugo Olivo, integrante da segunda geração da empresa, conseguiu em sua apresentação não só mostrar onde a alma de uma organização é formada, como também a forma com que ela se revela no dia a dia das atividades. A alma está nos valores e na história que uma empresa
carrega.
Quando
esse
conjunto
de
sentimentos
consegue ser percebido por aqueles que estão no comando e traduzidos de forma clara para toda a equipe, a condução das atividades diárias fica mais fácil, pois todos sabem a direção a ser adotada. Saber os valores da empresa de forma clara, objetiva e genuína facilita muito o trabalho de comunicação, seja interna ou externa.
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Os profissionais da área conseguem entender de forma prática a direção, como a empresa deve ser reconhecida, quais ações vão estar identificadas com a alma da empresa. No entanto, mais uma vez, é preciso que esses valores sejam genuínos.
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Polêmicas na rede 04/10/2015 Um dos assuntos que tomaram conta, ontem, das redes sociais foi o receituário feito por um médico do Maranhão no qual constava um recado para o farmacêutico, chamando o profissional de imbecil e analfabeto. Como a maior parte das polêmicas que tomam conta de Facebook e afins, o assunto foi parar em matérias jornalísticas. E aí me lembrei de tratar aqui sobre alguns temas que parecem óbvios, mas, vez ou outra, merecem ser lembrados. Em primeiro lugar, respeito é bom e todo mundo gosta. O médico disse em nota oficial que respeitava a classe farmacêutica e que o recado era para um profissional específico que o havia destratado. Ninguém vai saber ao certo o que aconteceu, e aqui vai o segundo lembrete:
em
redes
sociais,
ninguém
busca
saber
com
profundidade o que aconteceu antes de comentar, todo mundo sai julgando e palavras jogadas ao vento são difíceis de recolher. Isso vale para aquelas dos comentaristas profissionais de redes sociais e também para as que o médico escreveu de próprio punho em letra quase ilegível.
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O terceiro lembrete: tudo, hoje em dia, para nas redes sociais. Não quer ver o seu recado lá, não escreva; não quer uma denúncia contra você lá, faça o certo. Interessante é que menos de 10 anos atrás nós, jornalistas, aconselhávamos as pessoas da mesma forma com relação à imprensa: não quer ser notícia negativa, não faça nada errado. Mudou a mídia, o conselho continua o mesmo.
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Transparência interna 14/10/2015 Cobramos tanto transparência das organizações públicas que às vezes esquecemos que transparência também é importante dentro das nossas próprias organizações. A principal ferramenta nesse processo de deixar claro tudo o que acontece dentro da empresa é a comunicação interna. Quando os funcionários têm acesso a informações em primeira mão, eles se sentem valorizados e motivados, sentem que fazem parte do time. Mas, quando as novidades começam a vir de fora para dentro, há um certo sentimento de traição no ambiente. É importante lembrar também que informação é instrumento de poder: aquele que sabe mais sobre a empresa acaba se sentindo mais forte e pensa que tem mais valor que os outros. Por isso, é fundamental ter processos claros de comunicação e engajamento dos líderes na ação de repassar as novidades aos subordinados. Pesquisa recente mostrou que 80% das pessoas preferem trabalhar em ambientes em que haja uma comunicação transparente entre líderes e subordinados, e é papel da diretoria iniciar esse processo e estimular que isso ocorra de verdade. 39
Mala direta 14/10/2015 "Dar um Google" tornou-se uma expressão recorrente entre pessoas que querem encontrar alguma informação, inclusive produtos e empresas. Mas, se todos recorrem ao Google, porque o próprio Google estaria recorrendo à velha mala direta para conquistar seus clientes? Simplesmente porque, apesar de muitos defenderem a ideia de que a comunicação digital está superando a impressa, um canal ainda não invalidou o outro. Considerando que, de acordo com a ONU, em 2015, 84 milhões de brasileiros ainda estão sem acesso à internet, os impressos continuam tendo seu espaço. O negócio é identificar o seu público-alvo e o comportamento dele para escolher o canal de comunicação mais eficiente. No caso do Google, muitos dos empresários que estão recebendo pelos Correios ofertas de anúncios no buscador são pequenos e não têm tanto conhecimento sobre como funcionam essas propagandas. Dessa forma, o Google dá uma forcinha e manda pelo Correio tudo explicadinho, “tim-tim por tim-tim”, e motiva até aquele empresário que achava que não tinha condições de anunciar a buscar seu espaço na internet. Mesmo em tempos de evolução tecnológica acelerada, não despreze nenhuma forma de comunicar. 40
Site atualizado 21/10/2015 Ter um site parece algo óbvio na estratégia de comunicação das empresas, mas muitas organizações não dão a devida atenção a essa ferramenta. Grandes e pequenas empresas muitas vezes esquecem que informação também é produto perecível e precisa ser constantemente revisada e atualizada. Por isso, no momento de desenvolver um novo site, o conteúdo dele deve ser bem planejado. É preciso verificar em quanto tempo aquela informação que está sendo colocada vai vencer e terá que ser trocada e como essa atualização poderá ser feita. É comum, por exemplo, as empresas desejarem ter uma área de notícias, mas não ter ninguém para escrevê-las. O site é lançado com algumas novidades e, em algumas semanas, já ficou defasado por não ter outras notícias. Se você não tem ninguém na empresa para atualizar essa área e não há condições de terceirizar o trabalho, melhor deixar a ideia de lado. Sites com informações antigas passam a impressão de descaso e desorganização e não fazem o papel de deixar uma boa primeira impressão.
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Feira de negócios 21/10/2015 Nesta semana teremos mais uma feira setorial em Criciúma, a Casa Pronta, tradicional evento de arquitetura e decoração. Para muitas empresas, esta é mais uma oportunidade de interagir com os consumidores. Para outras empresas, geralmente negócios menores, este é o principal investimento em marketing do ano. Então, como o evento pode ser bem aproveitado e este investimento, potencializado? Começando pelo básico, tenha um estande bem organizado e atrativo, com uma programação visual adequada para seu negócio e o perfil de seu consumidor. Como muitos sabem, os negócios em uma feira setorial começam nos dias do evento e podem só terminar muito tempo depois. O importante é cativar esse novo cliente, que vai ao evento em busca de uma solução. Para isso, é preciso preparar muito bem a equipe para um bom atendimento, mostrar todo o potencial de sua empresa. Bons materiais impressos ajudam nesse trabalho, fazendo com que o visitante leve sua marca para casa. É importante também ter um mecanismo de cadastro desses potenciais clientes e, até mesmo, já deixar adensadas visitas pós-feira. Além do trabalho a ser feito pela equipe de vendas, potencialize sua participação, intensificando a presença de sua marca com investimento em mídia.
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Se o produto apresentado for inovador, também é possível aproveitar o momento para um trabalho de assessoria de imprensa e estender a participação com uma divulgação que vai além do próprio pavilhão. Outra oportunidade é fazer contato com empresas que estão expondo e criar parcerias de negócios que viabilizem novas oportunidades ao longo do ano. O importante é ter em mente que uma feira não se restringe a três dias e o investimento valerá muito a pena se for feito um trabalho adequado e com pensamento a longo prazo.
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Comunicação interna 28/10/2015 Em muitas empresas, quando se faz pesquisa de clima para verificar como anda a satisfação e a motivação dos funcionários, é comum aparecer problemas na comunicação interna. Quando isso acontece, também é comum a criação de um informativo, aqueles jornaizinhos impressos, pensando em solucionar esse problema. Mas comunicação interna não se resolve com apenas uma ferramenta. Esses informativos são muito úteis e têm papel específico: reforçar a cultura da empresa entre os funcionários; levar informação também para as famílias deles e gerar orgulho entre os profissionais da empresa. O jornal interno contribui muito para que as informações da empresa sejam pulverizadas uniformemente, entretanto não se pode contar apenas com eles para ter um processo eficiente de comunicação interna. As tradicionais reuniões, os murais, encontros da direção com grupos de funcionários... há uma série de ações que podem ser feitas para que todos os profissionais estejam bem informados.
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A tecnologia trouxe ainda outras ferramentas importantes e que, além de comunicar, ajudam a agilizar os processos internos. Intranet, chats, redes sociais corporativas, blogs são apenas algumas das opções mais modernas utilizadas nas corporações para troca de informações, conhecimento e disseminação da cultura da empresa. Independentemente de a ferramenta ser on ou off-line, mais uma vez, o importante é que ela esteja adequada ao perfil do público.
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Storydoing 28/10/2015 Contar histórias é técnica muito antiga e o nome dela ganhou destaque na publicidade nos últimos tempos: é o storytelling. Acredita-se que, ao construir uma história, as informações são mais bem compreendidas e assimiladas. No entanto, ao utilizar essa técnica, é preciso que as empresas prestem atenção se o que dizem na história combina com a prática no dia a dia. Para reforçar que a atitude da empresa está alinhada ao que ela conta, outra técnica vem sendo muito utilizada: o storydoing, ou seja, colocar em prática aquilo em que a organização acredita. Há quem diga que storydoing não seja uma teoria, mas um mantra. É o caso da Disney, que tem a missão de fazer as pessoas felizes e são incontáveis as vezes que lemos e ouvimos experiências de pessoas que tiveram problemas nos parques e a solução foi tão rápida e efetiva que se transformou em uma boa história. Mesmo sem conhecer técnicas e teorias, há muitas empresas colocando em prática boas ações no dia a dia. A diferença é quando essas iniciativas tão corriqueiras são transformadas em histórias, fazendo com que os clientes e funcionários reconheçam nelas as atitudes da organização. 46
O case do supermercado gaúcho que homenageou sua fã número 1 no Facebook é um exemplo de storydoing, em que o consumidor foi o centro das atenções e a ação foi contada de forma que repercutiu em todo país. No entanto, mais uma vez: o importante é que o que se conta esteja de fato alinhado ao que se pratica e que isso possa ser reconhecido por quem se envolve com a empresa.
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Costanza e marca 09/11/2015 Costanza
Pascolato
esteve
em
Criciúma
para
falar
para
empresários do setor de moda, e quem esperava dicas de estilo ou algo assim teve uma aula de empreendedorismo.
Entre
histórias de sua vida e dos negócios de sua família, Costanza falou sobre posicionamento e branding. Em seus quase 80 anos, ela abriu a palestra dizendo que as marcas precisam saber quem exatamente é o seu público, para quem estão produzindo. Tal como no Jornalismo, área em que atuou como editora de grandes revistas femininas do país, Costanza disse que é preciso responder as perguntas básicas: quem, quando, onde, como e por que, para que a marca tenha sucesso. Disse que conseguiu alcançar a imagem que tem hoje, de ícone e referência no mundo da moda, porque sabia exatamente aonde queria chegar. Ao contar a história da empresa da família, a fabricante de tecidos Santa Constância, fundada na década de 1940 por seus pais, Costanza destacou a inovação e a necessidade de estar sempre de olho no que ocorre mundo afora. Geopolítica é importante para os negócios, avisou, afirmando que a entrada de refugiados nos países da Europa deve provocar uma transformação significativa e que a moda não será a mesma daqui a cinco anos. 48
Reputação de verdade 09/11/2015 O que seus clientes, fornecedores e funcionários têm dito sobre sua empresa? Ou, como anda sua reputação? Construir uma reputação não é tarefa fácil e nem acontece da noite para o dia. Mas, se em anos de vida e trabalho, você conseguiu construir uma imagem positiva, isso só trará benefícios. A revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios trouxe, em uma de suas últimas edições, uma reportagem sobre o assunto e mostrou que uma boa reputação pode facilitar acesso a investidores, permitir melhores negociações com fornecedores e atrair profissionais talentosos. A comunicação, seja interna ou externa, pode contribuir nesse processo. Campanhas publicitárias, assessoria de imprensa, comunicação interna, meios digitais, tudo isso será importante em um processo de consolidação da imagem de sua empresa. Mas, como afirma o especialista em construção de marcas Jaime Troiano na reportagem da revista, a ordem é: seja, faça e, finalmente, diga. Reputação é uma obra levantada tijolo a tijolo, com boas práticas diárias. Se a empresa faz uma comunicação buscando melhorar sua imagem, mas não realiza o que diz, será investimento perdido. É como vender e não entregar. 49
Verdade e credibilidade 16/11/2015 Mentira tem perna curta, já avisa o ditado. Mas, quando se trata de construir a reputação de uma empresa, muito cuidado com as mentiras contadas e para quem se conta essas falsas histórias. Já falamos aqui do mau uso da técnica de storytelling pela fabricante de picolés Diletto, mas agora vamos dar uma ideia do impacto que essa história mal contada teve junto à imprensa. Ao lançar a marca, o fundador da Diletto repetiu várias vezes em entrevistas que a empresa dava continuidade a uma história de família, iniciada por seu avô, um imigrante italiano que fazia sorvetes usando neve e frutas frescas. Foram publicadas inúmeras páginas de revistas e jornais, pois a história era muito diferente e interessante, mas uma grande mentira, como todos descobriram depois. Em uma reportagem sobre reputação, a revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios usa o caso da Diletto como um mau exemplo, como uma empresa que perdeu prestígio. Tentaram saber se isso trouxe impacto nas vendas, mas a marca não respondeu, portanto não dá para saber se o consumidor perdoou a mentira e deu mais valor ao sabor dos picolés. Entretanto, a matéria deixa claro que será muito difícil a marca reconstruir um relacionamento com a imprensa. 50
A base do convívio com jornalistas é a credibilidade. Um passo em falso, uma história mal contada, e o jornalista começar a se questionar se tudo o que ouviu até aquele momento era realmente verdade. Sem contar o sentimento de traição por tantas vezes ter dado espaço para uma empresa que mente. Por isso, muito cuidado: mentira não combina com nenhum tipo de relacionamento e, se você está tentando construir ou manter uma boa reputação, contar falsas histórias para a imprensa pode ser um tiro no pé.
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SAC virtual 16/11/2015 Não tem mais volta. As redes sociais viraram, já há algum tempo, o novo Serviço de Atendimento ao Cliente. Qualquer problema com um produto ou serviço, o consumidor corre para o Facebook, Twitter, para fazer a reclamação. Se o caso não tiver solução rápida ali, bem provável que acabe no site Reclame Aqui. As grandes empresas também já perceberam isso e criaram estruturas para atender aos clientes nas redes sociais. Um dos caminhos é monitorar o nome da empresa e palavras-chave para identificar as queixas dos clientes. Para agilizar esse atendimento e gastar menos, as empresas também têm recorrido a "atendentes virtuais", ou seja, robôs que identificam as reclamações e dão respostas automáticas ao primeiro contato e às ocorrências mais comuns. O problema é quando os internautas não estão fazendo reclamações oficiais, apenas colocando uma situação inusitada ou fazendo uma brincadeira, e o robô responde como se fosse um atendimento comum. A usuária do Twitter Joyce Falletti, por exemplo, postou uma foto de seu gato em cima do receptor da Net e pediu um equipamento um pouco maior, pois seu pet não cabia nele.
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O perfil @NetAtende, criado para atender os clientes da TV por assinatura, identificou o post e respondeu: Olá, vou te ajudar por aqui! Mande por mensagem direta o CPF do titular e seu telefone. Joyce não estava reclamando nem pedindo nada, apenas estava mostrando o local inusitado em que seu gato gosta de ficar. A resposta da Net virou piada na hora e deixou claro que o atendimento é feito por robôs. Eles até podem funcionar para casos mais simples, mas, mesmo virtualmente, o consumidor quer ser atendido por gente, quer um tratamento humanizado, e isso, mesmo usando a linguagem mais próxima da realidade, robô nenhum vai conseguir oferecer.
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Mudanças na comunicação 29/11/2015 Na última semana, o Núcleo de Assessorias de Imprensa da Associação Catarinense de Imprensa realizou o Painel de Comunicação Corporativa com apresentação de três cases e palestra com o presidente da Aberje, jornalista Paulo Nassar. Entre as várias discussões, alguns temas já frequentes, mas ainda desafiadores, como mensuração de resultados, uniformização da linguagem e como alcançar a imprensa em várias regiões do Brasil e do mundo. No entanto, o evento trouxe também o assunto que pode ser o grande desafio dos comunicadores corporativos nos próximos anos: o conteúdo de marca e o trabalho junto a influenciadores digitais. As assessorias de imprensa deixaram, há algum tempo, de focar exclusivamente nos tradicionais veículos de comunicação e olham com atenção para os influenciadores digitais, especialmente nos negócios de moda e tecnologia. As blogueiras, youtubers e it-girls, por exemplo, ganharam a primeira fila das semanas de moda mundo afora, que agora dão lugar também a ilustradores.
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Mas, à medida que chegam novas redes sociais e aplicativos, surgem novos influenciadores, cada qual com um código de ética diferente e, algumas vezes, sem ética nenhuma. Por outro lado, todas essas plataformas digitais transformaram cada marca em uma mídia e, agora, é preciso criar audiência, ter conteúdo atrativo e alinhado com o posicionamento da empresa.
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Voz da marca 29/11/2015 Você já percebeu como muitas vezes não gostamos de uma pessoa em função do jeito como ela fala, do tom de voz que usa? Com as empresas acontece o mesmo! Por isso, quando se trata especialmente de marketing digital, é importante determinar qual será a voz da empresa, ou brand voice. A definição dessa voz passa por uma análise sobre seu público-alvo, como ele se comporta, fala e qual a melhor forma de criar uma identificação com ele. Também é necessário avaliar como você quer que sua empresa seja lembrada. A diversão será sua marca? O bom humor? Ou você quer ser cool? Quem sabe é melhor ter um jeito de professor e ser mais didático? O importante é que essa voz tenha relação direta com o negócio de sua empresa e com sua postura no mercado. Ao estabelecer a voz de sua marca e adotar uma linguagem adequada a ela, seu público se reconhecerá nela e suas mensagens começarão a ser mais bem compreendidas.
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Balanço social 07/12/2015 Transparência é uma das virtudes mais cobradas do poder público. O cidadão quer saber onde o dinheiro de seus impostos está sendo aplicado, quais são as prioridades dos governos e as ações realizadas. Não pense que com as empresas isso é diferente. Apesar de ser um ambiente privado, a sociedade também quer saber o que as organizações fazem em prol do coletivo. Muitas vezes fazem muito, mas, por falta de transparência, não são reconhecidas. Um dos principais instrumentos de prestação de contas das empresas com a sociedade e todos os públicos com que se envolve é o balanço social, uma publicação anual em que a organização privada ou entidade de terceiro setor presta contas de suas ações. Outros nomes são dados para tal publicação: relatório de sustentabilidade, relatório socioambiental, relatório social... Enfim, a nomenclatura pouco importa, o que faz diferença é o conteúdo. Em versões impressas ou on-line, o balanço social pretende ser uma ferramenta em que a empresa fará um consolidado de todas as suas realizações no exercício e o quanto investiu em cada área, demonstrando o impacto que essas ações geraram. 57
A história da empresa, sua missão e valores estarão lá também, e a descrição das suas atividades vai comprovar o quanto a prática está alinhada com o que o negócio prega. Investimentos em projetos sociais, na equipe, apoio à comunidade, os investimentos no crescimento do negócio, tudo o que a empresa fez durante um ano estará lá. O balanço social é tão importante para consolidar o pacote de ações da empresa que, muitas vezes, até o dono se surpreende com o volume de investimentos realizado!
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Confiança digital 07/12/2015 Se você tem um negócio no setor de turismo, já sabe o poder de sites como Trip Advisor, blogs e outros ambientes on-line que reúnem avaliações de clientes sobre hotéis, restaurantes, atrações. No planejamento de uma viagem, 53% das pessoas escolhem o destino por esses canais. É que o consumidor confia na opinião de outros consumidores e qualquer avaliação boa ou ruim pode interferir no seu negócio. Por isso, muito mais que no passado, negócios relacionados ao lazer e turismo devem estar atentos aos mínimos detalhes: do atendimento e qualidade dos alimentos ao charme do ambiente, passando, é claro, por informações corretas em todos os seus canais de divulgação. Além de mais conectado às informações no ambiente da internet, o consumidor está mais exigente e mudando seu comportamento. Lembre-se que a evolução rápida da tecnologia trouxe uma geração altamente conectada, mas que está mais em busca de experiências do que de produtos. Se a experiência em seu negócio foi boa, melhor. Mas, e se foi ruim? Se a percepção do consumidor foi de que algo estava fora do lugar e, em meio a tantos aspectos positivos, foi o que ele não gostou que vai para o comentário? Normalmente, é isso o que acontece. 59
Para diminuir o impacto dessa avaliação negativa, primeiro esteja atento aos principais canais que influenciam o seu perfil de cliente; depois, responda com educação, colocando-se no lugar do cliente, assumindo sua responsabilidade. Nunca entre em conflito com o seu cliente, mesmo que ele tenha ido apenas uma vez ao seu estabelecimento. Lembre-se: outros consumidores estarão lendo suas respostas e decidindo se vão confiar em você ou não.
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Gestão de crise 20/12/2015 O caso Samarco e o rompimento da barragem em Mariana podem nos trazer algumas lições também em comunicação, mesmo que nossos negócios nada tenham a ver com mineração ou qualquer outro setor de alto risco ambiental. O relacionamento com a imprensa é uma área que merece ser observada pelos empresários que acompanham esse caso. Desde o início, a Samarco restringiu o acesso a informações sobre o episódio; em vários momentos, os dados repassados por porta-vozes foram desmentidos por especialistas e autoridades. Diante do silêncio da Samarco, a Folha de São Paulo publicou há duas semanas 25 perguntas que os repórteres gostariam de fazer à direção da empresa, mas nunca foram atendidos. Algumas das questões surgiram justamente pela falta de comunicação com a imprensa e a sociedade. Já a BBC Brasil noticiou que um grupo de investidores americanos está processando a Samarco em função dos efeitos causados pelo rompimento da barragem. A base da ação judicial está justamente na falta de informações e nos dados apresentados pela Samarco à imprensa.
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Quando o setor em que se atua é de alto risco, é imprescindível que a empresa tenha um plano de gerenciamento de crise e nele as ações relacionadas à imprensa. Junto à equipe de comunicação e assessoria de imprensa, esse plano será construído e determinará porta-vozes, quando e como os jornalistas serão atendidos. Lembre que a imprensa é quem representa de certa forma o interesse da sociedade e tudo o que os jornalistas perguntam é o que a comunidade deseja também saber. Dependendo da situação, antes da imprensa, outros públicos deverão ser informados, como funcionários, investidores, poderes públicos, mas nunca, de forma alguma, a imprensa deve ser isolada e ficar sem informações. Esse tipo de atitude gera desconforto, especulações e só ajuda a agravar a crise.
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Pelo coletivo 27/12/2015 Hoje eu peço licença para falar de um amigo que nós, jornalistas, perdemos ontem. Diretor da Fábrica de Comunicação, agência de Florianópolis, e vice-presidente da Associação Catarinense de Imprensa, Roger Bitencourt foi atropelado e morto na manhã de ontem, enquanto praticava uma de suas paixões, o ciclismo. Não vamos aqui entrar no mérito de o motorista estar embriagado e já estar com sua carteira de motorista prestes a ser cassada por outro acidente que provocou ao dirigir alcoolizado. Como este é um espaço que trata de comunicação, marketing, mercado, estratégias de marca, quero utilizar a experiência de Roger Bitencourt para mostrar o quanto é importante a participação dos empresários em seus setores por meio do associativismo. Roger participava ativamente da Associação Catarinense de Imprensa, era um entusiasta, e seu trabalho na entidade foi importante para a realização de muitas ações. Assim como a imprensa tem pessoas como o jornalista Roger Bitencourt, toda atividade empresarial precisa de pessoas que se envolvam com as ações coletivas, que elevem o setor e busquem soluções para os problemas que afetam todas as empresas. 63
O
bom
seria
que
todos
os
empresários
participassem
efetivamente das associações empresariais, mas infelizmente não é o que acontece. Quando um determinado segmento não encontra líderes motivados a trabalhar pelo coletivo, tende a ser desestruturado de tal maneira que qualquer problema externo abala o mercado. Contudo, a maior parte desses líderes, especialmente aqueles não remunerados, um dia param e se perguntam: o que me faz investir meu tempo em um trabalho que beneficia também aos meus concorrentes? Por que não me dedico exclusivamente ao meu negócio? Esses líderes, como era o jornalista Roger Bitencourt, sabem que não há como viver isolado, que as empresas têm problemas comuns e que, com união e pensamento coletivo, tudo se resolve com menor esforço. Você pode estar pensando: mas, se não há remuneração, qual a vantagem de dedicar tempo a algo coletivo? A contrapartida daqueles que se dispõem a fazer um trabalho ético são os relacionamentos que trarão novas oportunidades e o acesso a muitas informações que não teriam se estivessem isolados. E se não houver essa contrapartida, esse líder, como nosso colega Roger Bitencourt, no mínimo, deixou um legado, um exemplo, e fez muitos amigos. Afinal, o que se leva desta vida é a vida que se leva. 64
Cerveja e publicidade 27/12/2015 Já faz algum tempo que as marcas de cerveja tentam fazer algo diferente do que exibir somente loiras na praia e marmanjos babando, mas não é tarefa fácil romper com uma cultura alimentada há tantos anos. A Brahma foi uma das primeiras a buscar uma maneira de fugir do modelo praia-celebridade-loira gelada-loira escultural e lançou, em 2014, a ação Viva o Campinho. Até 2018, a Brahma pretende reformar 300 campos de futebol amador em todo país. A Ambev, que reúne as mais tradicionais marcas de cerveja - inclusive a Brahma - trouxe agora, no fim de 2015, outra ação inovadora, reforçando a mensagem "Se beber, não dirija". No embalo das tradicionais festas de Natal e ano-novo, a Ambev fez uma parceria com o aplicativo EasyTaxi e lançou a campanha "Brinde, que o táxi é de brinde", permitindo que os festeiros de todo o Brasil fizessem, de graça, durante o mês de dezembro, duas corridas de táxi de até R$ 50, usando o aplicativo EasyTaxi. Mas, quem errou a mão foi a Schin. Além de se envolver na polêmica da exclusividade nas praias de Florianópolis, a marca lançou o kit para colorir amigos, com a intenção de mostrar que, sem álcool, também há diversão. 65
O kit tem quatro cervejas Schin Zero com alguns materiais para colorir o rosto e o corpo dos amigos que passaram do ponto. Quando
pensar
em
fugir
de
modelos
ultrapassados
de
comunicação, fuja mesmo, mas não tente se reinventar fazendo mais do mesmo.
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Até o próximo Coffee Break! E se quiser mais informações sobre nosso trabalho, entre no site www.alfacomunicacao.com.br e siga-nos nas redes sociais:
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Projeto gráfico: Paula Borges
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