REVISTA MOLDE CEFAMOL
HIGHLIGHT /
QUALIDADE DO AÇO É REQUISITO ESSENCIAL PARA EFICÁCIA NA INJEÇÃO
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Helena Silva * * Revista MOLDE
É certo que quando pensamos na indústria de moldes, o aço é um dos primeiros materiais que temos em consideração. É essa liga metálica que, desde há décadas, é esculpida para criar as mais diversas peças, em vários tipos de polímeros. A exigência de indústrias como a médica ou a alimentar, bem como a necessidade de assegurar ciclos cada vez mais rápidos, têm levado os fabricantes a ser mais seletivos na escolha dos aços. É que estes são diferentes em função da sua origem. E essa diferença pode sair cara a quem produz. Algumas empresas de moldes para plásticos dão-nos conta do papel que tem o aço no processo de fabrico. Quando a temática é aço, a diferença faz-se pela escolha de fornecedores. Estes devem ser altamente qualificados, de forma a dar segurança aos produtores de moldes. Em síntese, é desta forma que Jorge Gaspar, da VL Moldes, olha para esta questão. Ao longo dos últimos anos, salienta, a indústria de moldes (portuguesa e mundial), “tem sido confrontada com o surgimento e a utilização massificada de polímeros cada vez mais técnicos e complexos”, sendo, por isso, imprescindível a “utilização de aços que garantam as propriedades exigíveis ao processamento desses mesmos materiais”. Por outro lado, para além desses novos requisitos, “também se tem vindo a assistir, por parte dos clientes, a um incremento no valor do número de ciclos de moldação como garantia do molde”, destaca ainda, concretizando que “para as mesmas condições em que há uns anos era exigida uma garantia entre 500 mil ou um milhão de ciclos, hoje estão a ser exigidos milhão e meio ou dois milhões de ciclos ou até mais”.
de vários milhares de euros no custo final do molde”. A diferença é de tal forma significativa que deixa “em desvantagem concorrencial a empresa que tem de suportar os custos de aquisição da matéria-prima mais elevados”. Por vezes, é o próprio cliente que, na sua análise, não tem presente a diferença entre um aço de maior ou menor qualidade, olhando apenas ao fator preço. “Ambos [os tipos de aço] cumprem as mesmas normas internacionais, mas apresentam desempenhos diferentes e consequentemente têm custos de aquisição também diferentes”, enfatiza. E o papel do cliente neste processo de seleção, lembra, tem crescido. “Ao dia de hoje, cada vez mais, os clientes têm cadernos de encargos de execução de moldes mais completos, onde definem de uma forma clara o tipo de aço a ser utilizado, consoante o tipo de polímero a ser processado”, explica. Contudo, e reportando-se à sua empresa, são sugeridos aços alternativos, “caso não concordemos com a opção do cliente e tendo por base a nossa vasta experiência na execução de moldes para peças e materiais de elevada complexidade e características técnicas”. E isto é imperioso porque a qualidade do aço, recorda, tem um enorme impacto no processo de injeção. E concretiza: “a sua incorreta seleção, por exemplo, no caso das zonas moldantes, pode comprometer o acabamento final desejado para a peça plástica, potenciar um indesejável aumento no tempo de ciclo na obtenção de um produto de acordo com os requisitos do cliente, assim como, diminuir a longevidade da ferramenta”.
Face a isto, a forma que os fabricantes de moldes têm para diminuir os seus riscos é “socorrerem-se da utilização de aços provenientes de fornecedores qualificados”. E como garantem essa qualidade? “Mediante a emissão de um certificado de origem de produção”, esclarece, adiantando que são ainda anexadas informações sobre a composição do aço, a barra/lote da qual foi cortada a peça, permitindo desta forma “uma correta rastreabilidade, caso surja algum problema durante a vida do molde”. No caso da VL Moldes, essa garantia é assegurada pelos aços europeus e, por isso, é neles que recai a escolha da empresa.
COMPETITIVIDADE A qualidade é fundamental, mas tem de se aliar um preço justo, sob pena das empresas de moldes perderem competitividade. O custo do aço, salienta Jorge Gaspar, é “em alguns casos, uma parcela relevante do custo do molde”. Exemplifica: “num mercado global, cada vez mais competitivo, em que o fator ‘baixo custo’ tem cada vez mais um papel fulcral na seleção do fornecedor do molde, uma diferença de preço de fornecimento do aço de 1€ ou 2€/Kg, pode significar um incremento
/ / Jorge Gaspar - VL Moldes