guia (co)memorativo da boa vista
ruas tradicionais e seu casario A Boa Vista, obviamente, é composta por diversas ruas, entre elas, algumas se destacam pela tradição, vivência, aspectos físicos e ambientais. É nelas onde mora a maior parte dos moradores antigos. Nessas ruas, seu casario e as pessoas que as habitam marcam o caráter da área mais antiga do bairro. Nesse conjunto, será possível conhecer, amar, sentir e ler memórias de pessoas que residem e frequentam as ruas Visconde de Goiana, José de Alencar, Barão de São Borja, da Alegria, Leão Coroado, da Glória, da Matriz, Velha, Cassimiro de Abreu, Padre João Ribeiro e da Travessa do Veras, além das ruas de Santa Cruz e São Gonçalo. No século XVIII e XIX, a essência dessas ruas tradicionais era marcada pela religiosidade do catolicismo, pelas pequenas trocas comerciais e pelos transportes movidos à tração animal. Nessa época, quem movimentava de verdade o dia a dia dessa área eram as pessoas negras. Os homens negros circulavam as ruas com baldes, mobiliários, entre outros objetos, enquanto as mulheres, carregavam produtos nos seus tabuleiros, cestos e gamelas. Além disso era nas ruas, e nesse contexto, que a cultura genuinamente recifense passou a ser inicialmente expressada, com danças, musicalidade, jogo de cintura, sendo a Boa Vista um dos berços do frevo e do maracatu em Pernambuco. Juntamente à vida dos trabalhadores nas ruas, estava a burguesia, que morava nos sobrados e pequenas casas térreas dessas ruas históricas, onde as mulheres pouco saíam para ver o movimento. 74