E S P E C I A L C U LT U R A
PERFIL
luís osório
O homem que ainda escreve bilhetes-postais Nasceu a 15 de Setembro de 1971 em Lisboa. É habitualmente apresentado como escritor e jornalista, mas nunca se reviu neste último papel, mesmo quando dirigia jornais. Tem milhares de seguidores no Facebook, onde vai publicando os seus “postais do dia” sobre figuras e temas controversos da sociedade contemporânea com a frontalidade e humanidade que o caracterizam. A ele e à sua escrita. Desde Março que estes bilhetes-postais podem ser também ouvidos, de segunda a sexta-feira, no programa “Postal do dia”, da TSF. É assumidamente um homem de Esquerda. Não chegou a terminar a sua licenciatura em História na Universidade Lusíada, primeiro por questões financeiras e depois por razões de compatibilidade de horário com o seu trabalho. É a prova de que o sucesso profissional não depende de um canudo, mas sim da matéria de que somos feitos. Foi criado pela mãe, pela avó materna, Joaquina, a quem chegou a apelidar de “mulher da sua vida e a mais importante
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CATARINA DA PONTE
da sua vida” e pelas tias Cristina e Teresa (homossexuais, mas nas quais reconhece “a relação perfeita de casal”). É um homem de sincronicidades. O funeral da avó Joaquina celebrou-se no dia em que completou 29 anos. Foi neste dia, a 13 de Setembro de 2000, que deixou de responder pelo seu segundo nome, Miguel, e passou a ser o Luís, o Luís Osório que conhecemos hoje. Começou a trabalhar relativamente cedo no universo televisivo. Aos 18 anos, ainda a terminar o 12.º, fez parte da equipa do programa juvenil da RTP “Lentes de Contacto” (1990). A partir daí o seu caminho passou sempre pela comunicação. Na imprensa escrita, dirigiu os jornais “A Capital”, entre 2004 e 2005, tornando-se o mais jovem director de sempre de um órgão de comunicação social em Portugal.
Tinha 33 anos. Dirigiu, anos mais tarde, o jornal “i” (2014-2015) e o “Sol” (2015), onde já tinha sido colunista. Foi director de informação das rádios do Grupo Media Capital, entre as quais o Rádio Clube Português (2005-2009). Passou, ainda, por Jornais como “O Jornal”, que viria a dar origem à revista “Visão”, o “Diário de Notícias” o “DNA” (1997) e o “Expresso”. No jornalismo televisivo, foi comentador político na SIC e apresentou com Daniel Sampaio e Ana Drago o “Conversa Privada”, na RTP2, em 2000, e foi o entrevistador do programa documental “Portugal de…” (2010). Foi, ainda, autor de programas vanguardistas que marcaram a história da televisão portuguesa como o “Zapping” e o “Portugalmente” (1998) e que lhe valeram três nomeações para os globos de ouro pela sua autoria. Neste último programa, tornou-se célebre a entrevista que realizou ao seu pai, José Manuel Osório – investigador do fado, militante comunista, seropositivo – na qual falaram sobre a experiência de se ser doente com SIDA numa altura em que este tema era tabu. Pelo caminho, participou em comissões