E S P E C I A L C U LT U R A
PERFIL
maria aurora
Homem, Maria Aurora Carvalho
CARLA FERNANDA MARTINS COSTELHA LOPES
Jornalista, professora, escritora e produtora cultural. De seu nome completo Maria Aurora Augusta Figueiredo Carvalho Homem, foi uma das mais marcantes e populares figuras da cultura madeirense do seu tempo, uma voz crítica dos costumes e dos acontecimentos da época e uma incansável promotora do livro e da leitura. Filha de Amadeu de Carvalho Homem, secretário da Câmara Municipal de Sátão, e de Cidalina Figueiredo Carvalho Homem, professora primária, viveu a sua primeira infância numa aldeia nos arredores da vila natal até que, em 1949, após a morte do avô, médico localmente conceituado, a família se mudou para Trancoso e, mais tarde, em 1952, para São Pedro do Sul, por motivos profissionais dos pais. Nos seus primeiros doze anos de vida, a família residiu numa quinta na Abrunhosa do Ladário. Foi na casa de uma típica família abastada da Beira Alta, regularmente visitada por bispos, padres e outros ilustres homens da terra, que iniciou a
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sua escolaridade com um professor particular. Frequentou depois o Colégio Português de Viseu e, mais tarde, o Liceu Nacional daquela cidade, onde viria a ser presidente da Juventude Escolar Católica. Após a conclusão do liceu, ponderou prosseguir estudos na área do Direito, mas acabou por ingressar em Românicas na Universidade de Coimbra, onde militou na Juventude Universitária Católica. Ainda na universidade, venceu o primeiro prémio de conto “Via Latina” em 1959, forjando assim um elo com a escrita que se revelaria duradouro. No decorrer das suas viagens, conheceu o madeirense Humberto Morna Gomes, com quem viria a casar em 1960, estabelecendo-se, desta feita, o seu vínculo à ilha. Após um período de residência na Alemanha, veio para Lisboa, onde trabalhou no Banco de Angola e, seguidamente, para a Emissora Nacional, apresentando programas radiofónicos da sua autoria ou escritos por outros. Na segunda metade dos anos sessenta, iniciou a sua colaboração com a RTP como apresentadora do programa infantil
“Girassol”, que lhe valeu, em 1969, o prémio de melhor apresentadora de televisão da Casa da Imprensa. Seguiram-se “As férias terminaram”, “Dói-dói” e “Minuto Zero”. Na década de setenta, envereda, sem deixar de animar programas para a Emissora Nacional, pelo jornalismo profissional em A Capital, e depois no Diário de Lisboa. Chegou a colaborar, ainda, com as revistas Flama e Gente, tendo também sido redatora-chefe do jornal A Nossa Terra de Cascais. O ano de 1974 constitui uma viragem marcante na vida de Maria Aurora Carvalho Homem, já que seria esse o ano da mudança da família para a ilha da Madeira, numa tentativa, que viria a revelar-se frustrada, de salvar o casamento. No ano seguinte, não evita o divórcio, mas decide ficar na Madeira com os três filhos, Nuno Morna, Maria Manuela Morna Gomes e Ângela Morna Gomes. Nesse período, inicia a sua vida profissional no Funchal como professora de português e francês no Liceu Nacional. Na comunicação social, passa a colaborar com o Diário de Notícias da Madeira (DNM), através
(Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)