E S P E C I A L C U LT U R A
PERFIL
rui veloso
40 anos de músicas que sabemos de cor
CATARINA DA PONTE
Nasceu a 30 de Julho de 1957, em Lisboa, mas cresceu na cidade “de quem vem e atravessa o rio, junto à Serra do Pilar”, a invicta, para a qual foi viver com três semanas de vida. Hoje, vive rodeado de natureza e de guitarras em Sintra, onde também tem o seu estúdio. Sexagenário com mais de 40 anos de carreira, continua a inspirar gerações de públicos e os seus concertos são sempre um importante acontecimento no panorama musical português, mesmo tendo lançado o seu último álbum de originais, “A espuma das canções”, há 17 anos. Editado em 2005, este disco, cujos 15 temas foram escritos pelo escritor e letrista Carlos Tê, marcou o fim da parceria de 25 anos entre os dois músicos, que imortalizaram lado a lado temas
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como “Chico Fininho”, “Máquina Zero”, “Porto Sentido”, entre tantos outros que sabemos de cor. Terminado este consórcio, ficou “difícil” encontrar letras para cantar, confessou Rui Veloso em 2020 no ‘poadcast’ Posto Emissor, da BLITZ. fechou o ano de 2021 com um espetáculo no Campo Pequeno, em Lisboa, onde celebrou os mais de 40 anos de carreira, partilhando o palco com músicos como Miguel Araújo, Paulo Flores, Manecas Costa, Maro e Dany da Silva. No primeiro semestre de 2022 realizou uma série de concertos intimistas, de norte a sul do país, acompanhado pelos guitarristas Alexandre Mania e Eduardo Espinho. Considerado por muitos como o pai do rock português, Rui Veloso considerase hoje mais um músico de jazz, do que um autor de rock. Começou a interessar-se pela música com seis
anos, ouvia muita rádio e tocava a harmónica do pai, mas foi com a guitarra, que aprendeu a dedilhar de forma auto-didacta, e a interpretar os grandes mestres do blues, que descobriu a sua paixão pela música. A aventura mais a sério começou aos 22 anos, na cave da casa dos pais, com a sua banda de garagem Magara Blues. A história, já várias vezes contada, diz que foi a mãe de Rui Veloso que, em 1979, levou à editora Valentim de Carvalho uma maqueta com temas em inglês e em português. Um ano depois, edita o seu primeiro álbum, “Ar de Rock”, que veio a mudar o rumo da música portuguesa. Com letras em português assinadas por Carlos Tê e António Pinho, o disco incluía temas como “Chico Fininho”, “Sei de uma Camponesa”, “Bairros do oriente” que, ainda hoje, fazem parte do imaginário