Revista PRÉMIO | Edição Junho 2022

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E S P E C I A L C U LT U R A

INSTITUIÇÕES

CCB: uma “Cidade Aberta” para o mundo UM GRANDE COMPLEXO ARQUITECTÓNICO E UMA DAS MAIORES OBRAS PÚBLICAS DO ESTADO PORTUGUÊS DO SÉCULO XX, QUE TEM COMO OBJECTIVO A DIVULGAÇÃO DA CULTURA NAS MAIS VARIADAS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS E O ACOLHIMENTO DOS MAIORES EVENTOS INTERNACIONAIS. ESTE FOI O DESÍGNIO INICIAL E ESSE SERÁ O DESÍGNIO DE SEMPRE DO CENTRO CULTURAL DE BELÉM (CCB).

ANA VAL ADO

A 21 de Março de 1993 foi inaugurado na capital portuguesa um projecto que marcou uma nova forma de “olhar” para a cultura. Numa época em que a oferta na área da cultura era escassa nasce o Centro Cultural de Belém (CCB), na época contestado por muitos devido à sua localização, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, monumento do século XVI classificado como Património Mundial pela UNESCO, e às linhas “despojadas e monolíticas” escolhidas para o edifício. “Na segunda metade dos anos 1980, Lisboa, exceptuando a Fundação Calouste Gulbenkian, não tinha um centro cultural, nem um centro de congressos, de escala e dimensão internacional, à medida de

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uma capital europeia. À visão e ao empenho do então ministro Luís Valente de Oliveira se deve a ideia e o desígnio prioritário do governo, no desenvolvimento do projecto e da construção deste Centro Cultural de Belém”, conta Elísio Summavielle, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Centro Cultural de Belém (FCCB). Acrescentando que: “A presidência europeia de 1992 foi a meta estabelecida para a sua abertura, cujos preparativos, com o concurso internacional de arquitectura e a posterior construção do imóvel, se iniciaram em 1986.” O CCB marca o início de uma nova era cultural na cidade e no país, de abertura e cosmopolitismo, de valorização da cultura. “Esse processo de internacionalização evoluiu muito a partir de então, com a Lisboa-94 (Capital Europeia

da Cultura), com a Expo-98, e com tudo o que veio a acontecer depois. A presença do CCB fez esse novo mapa”, refere. A esmagadora maioria das opiniões críticas e negativas relativas ao projecto do CCB esvaíram-se ao longo do tempo. Conforme relembra Elísio Summavielle: “Pessoalmente, tive o privilégio de acompanhar de perto a preparação do concurso de arquitectura, e o sequente processo, enquanto exercia funções técnicas no então IPPC (Instituto Português do Património Cultural). Nunca partilhei as opiniões negativas dominantes relativamente ao lugar e ao projecto vencedor, antes pelo contrário, assim que tive conhecimento do desenho de Vittorio Gregotti (com Manuel Salgado), percebi que se tratava de uma arquitectura de excelência, resultante de um


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