E S P E C I A L C U LT U R A
INSTITUIÇÕES
“Na Culturgest continuamos à procura de inovar, de outras maneiras de contar histórias, de nos ligarmos ao público” A MEIO DO SEGUNDO MANDATO COMO DIRECTOR ARTÍSTICO E ADMINISTRADOR DA CULTURGEST, FUNDAÇÃO DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, MARK DEPUTTER, 61 ANOS, CONTINUA A COLOCAR A CRIAÇÃO CONTEMPORÂNEA NO CENTRO DA MISSÃO INSTITUIÇÃO, HÁ QUASE 30 ANOS A MUDAR O TECIDO ARTÍSTICO DA CIDADE DE LISBOA. COM UM ORÇAMENTO ANUAL DE CERCA DE 4,5 MILHÕES DE EUROS, O DESAFIO É CONTINUAR A ALARGAR E DIVERSIFICAR OS PÚBLICOS.
Está na Culturgest desde 2018, no segundo mandato. Como olha para os últimos quatro anos? A Culturgest foi criada em 1993, na altura em que se construiu a sede da Caixa Geral de Depósitos. A direcção da Caixa, sobretudo por impulso do Doutor Emílio Rui Vilar, decidiu instalar dentro do edifício um centro de artes. Desde o início é muito claro o que se quer deste centro. Quando a Culturgest é criada como um centro de arte contemporânea, com um foco nas linguagens de criação contemporânea, é logo imaginado como um espaço multidisciplinar. Tem um perfil bastante definido, nestes 28, quase 30 anos, uma marca consolidada...
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E uma identidade. Sim, uma identidade, um perfil muito claros. Fui convidado, na altura da minha candidatura, para continuar este perfil. Alguns dos objectivos foram, por um lado mantê-lo, por outro ir à procura de um público mais alargado. Por que é que isso foi um objetivo? Quando a Culturgest foi criada, as linguagens de criação contemporânea eram bastante minoritárias. Na altura, foi um apoio importante a iniciativas artísticas que se começavam a formar. Por exemplo, a Culturgest teve um papel importante na história da nova dança portuguesa, ao apoiar uma série de coreógrafos.
O mesmo nas exposições: a Culturgest, aliás, é uma das poucas galerias completamente dedicadas à arte contemporânea em Lisboa. Há outras mais pequenas, que também têm esse papel, mas menor dimensão. E menor visibilidade. Essa ideia de visibilidade, juntado ao facto de que estas linguagens se foram consolidando e uma série de artistas começaram a criar o seu próprio público, a Culturgest, com a visibilidade que tem, com as infraestruturas que tem (uma sala grande, galerias relativamente grande), e com a história que já tem, está no ponto em que podemos realmente trabalhar no aumento dos públicos.