E S P E C I A L C U LT U R A
AS MINHAS COLECÇÕES
ANTÓNIO CACHOLA
“Decidi que a minha coleção iria ser de artistas portugueses” N E S TA B R E V E E N T R E V I S TA , G O S TA R Í A M O S D E S A B E R U M P O U C O M A I S D A P E S S O A Q U E E S TÁ P O R D E T R Á S D A C O N S T I T U I Ç Ã O D E S TA C O L E Ç Ã O . A N T E S D A S E X P O S I Ç Õ E S F I C A R E M A C E S S Í V E I S A O S V I S I TA N T E S , H Á T O D O U M T R A B A L H O D E R E L A Ç Õ E S E A R T I C U L A Ç Õ E S E N T R E A G E N T E S D O M E I O , M U I TA S V E Z E S I N V I S Í V E I S , Q U E E N V O LV E M L I N H A S D E T R A B A L H O E P R O G R A M A S A R T Í S T I C O S , E S T R AT É G I A S E PA I X Õ E S , B E M C O M O O P Ç Õ E S E É T I C A S D E A Q U I S I Ç Ã O . VA M O S C O N H E C E R A L G U M A S D E S TA S M O T I VA Ç Õ E S E M C O N V E R S A C O M A N T Ó N I O C A C H O L A .
SARA ANTÓNIA MATOS, CURADORA
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Para quem nos lê e não está familiarizado com o que significa ser colecionador, pode dizer-nos qual a sua área de trabalho profissional, como chegou ao campo da arte e começou a colecionar? Sou economista de formação e tenho desenvolvido, desde sempre, a minha vida profissional no contexto empresarial, com contactos muito próximos com as mais importantes áreas funcionais nas empresas, nomeadamente as áreas financeiras, recursos humanos, marketing, comercial, direção-geral, entre outras. Atualmente, sou administrador não executivo da Delta Cafés. De forma geral, creio que foram as viagens, que tive oportunidade de fazer ainda muito jovem, que me permitiram descobrir e aproximar-me, enquanto visitante, do fazer artístico e de diversas instituições museológicas.
Consigo, claramente, identificar dois momentos que foram responsáveis pela forma como cheguei ao campo da arte e comecei a colecionar. O primeiro: as edições dos encontros de arte que aconteceram no Alentejo, concretamente em Campo Maior, durante a década de 1980, com a presença de artistas como Julião Sarmento, Ana Vidigal, Pedro Cabrita Reis, Ilda David, Xana, entre muitos outros. O segundo, foi o surgimento do MEIAC (Museu Ibero Americano de Arte Contemporânea), na década de 1990, que eu acompanhei de muito perto. Posso dizer que comecei a colecionar por prazer, porém, desde cedo se insinuou também uma grande vontade de ver a coleção dar origem a um museu. A primeira exposição pública da minha coleção aconteceu em 1999, precisamente no MEIAC, e o protocolo para a criação do Museu
(Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)