Revista PRÉMIO | Edição Junho 2022

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E S P E C I A L C U LT U R A

E N T R E V I S TA

“Como angolanos, teremos obrigatoriamente de saber promover e difundir a nossa Cultura” A C U LT U R A , O T U R I S M O E O A M B I E N T E C O M P L E M E N TA M - S E E T Ê M U M C O N T R I B U T O F U N DA M E N TA L PA R A A D I V E R S I F I C A Ç Ã O DA E C O N O M I A E PA R A A A F I R M A Ç Ã O DA S O B E R A N I A E I D E N T I DA D E A N G O L A N A S , D E F E N D E F I L I P E Z A U . E M E N T R E V I S TA , O G O V E R N A N T E A N T E C I PA A S VA N TA G E N S DA E X T E N S Ã O D O F U N D O D O A M B I E N T E À S R E S TA N T E S Á R E A S S O B T U T E L A D O M I N I S T É R I O , R E F O R Ç A N D O A C A PA C I DA D E D E I N T E R V E N Ç Ã O D O E S TA D O N A R E C U P E R A Ç Ã O E P R O M O Ç Ã O D E PAT R I M Ó N I O E I N F R A - E S T R U T U R A S , E D E S TA C A O PA P E L D O S G O V E R N O S P R O V I N C I A I S , S O C I E DA D E C I V I L E P R I VA D O S N O D E S E N V O LV I M E N T O DA C U LT U R A . O M I N I S T R O , Q U E A N T E S D E I N T E G R A R O E X E C U T I V O F O I A C A D É M I C O , P O E TA , I N T É R P R E T E , M Ú S I C O , V Ê C O M B O N S O L H O S A C R I A Ç Ã O , A P R A Z O , D E U M M U S E U DA FA M Í L I A . E R E V E L A Q U E H Á U M L I V R O Q U E O A C O M PA N H A E A V I A G E M D E S O N H O … Q U E A I N DA NÃO EFECTUOU.

É Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, uma “responsabilidade muito grande”, como indicou o Presidente da República na sua tomada de posse. Qual das pastas lhe consome mais tempo e energia? As três áreas, de igual modo, são de capital relevância, independentemente das especificidades e estratégias de acção a serem implementadas por cada uma delas. Em Dezembro de 2021 anunciou a extensão do Fundo do Ambiente para integrar também a Cultura e o Turismo. Em que ponto está este processo e de que forma poderá apoiar mais estes três sectores? A partir Fundo do Ambiente, a primeira ideia era proporcionar meios capazes de desbloquear projectos das áreas da Cultura e do Turismo, visando a sua implementação. Desde modo, procuraria também evitar o desejo de migração de técnicos da Cultura e do Turismo para a área do Ambiente, o que provocava instabilidade laboral dentro de um mesmo Ministério.

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RICARDO DAVID LOPES

Todavia, já está definida e orientada uma nova política nacional sobre a gestão dos fundos, o que levou à alteração da ideia inicial. Qual poderá ser a dotação deste Fundo e como é alimentado? Até ao momento, a arrecadação provém, sobretudo, da área do Ambiente, a partir de taxas e de doações internas e externas, e destinase, principalmente, a financiar projectos de formação e de educação ambiental, estudos de investigação científica e tecnológica, publicações e demais acções direccionadas para o alcance dos objectivos do desenvolvimento sustentável. Uma percentagem maior dessa arrecadação é destinada ao Ministério das

Finanças e uma outra parte segue para o Fundo do Ambiente. Contudo, há também contributos directos para a diversificação da economia, provenientes da área da Cultura, associados à arrecadação de receitas provenientes das várias manifestações culturais e artísticas, principalmente dos grandes eventos culturais, da venda do artesanato e de obras de arte. Em que medida há complementaridade e interdisciplinaridade entre estas três áreas? Numa lógica de complementaridade, visando a interdisciplinaridade e a diversificação da economia, há projectos que podem ser desenvolvidos em simultâneo. Hoje, o Turismo tende a ser cada vez mais ecológico, nomeadamente, junto de praias, parques e reservas naturais, e isso implica na procura de uma estreita ligação não apenas com o Ambiente, mas também com a Cultura. As rotas turísticas envolvem, por exemplo, visitas a museus, a comunidades


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